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Análise Química para Avaliação da Fertilidade de Solos Tropicais PDF

300 Pages·2001·1.979 MB·Portuguese
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GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO SECRETARIA DE AGRICULTURA E ABASTECIMENTO AGÊNCIA PAULISTA DE TECNOLOGIA DOS AGRONEGÓCIOS INSTITUTO AGRONÔMICO Como citar este livro: RAIJ, B. van; ANDRADE, J.C. de; CANTARELLA, H.; QUAGGIO, J.A. Análise Química para Avaliação da Fertilidade de Solos Tropicais. Campinas, Instituto Agronômico, 285p. 2001 ANÁLISE QUÍMICA PARA AVALIAÇÃO DA FERTILIDADE DE SOLOS TROPICAIS Editores Bernardo van RAIJ João Carlos de ANDRADE Heitor CANTARELLA José Antônio QUAGGIO Instituto Agronômico Campinas (SP) 2001 Governador do Estado Geraldo Alckmin Secretário de Agricultura e Abastecimento João Carlos de Souza Meirelles Coordenador da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios José Sidnei Gonçalves Diretor-Geral do Instituto Agronômico Eduardo Antonio Bulisani Comitê Editorial do Instituto Agronômico: Angela Maria Cangiani Furlani, Oliveiro Guerreiro Filho, Juarez Antonio Betti, Ricardo M. Coelho e Sueli dos Santos Freitas. Equipe participante desta publicação Editoração eletrônica: Ana Maria da Silva Oliveira. Revisão do vernáculo: Maria Angela Manzi da Silva (Núcleo de Documentação - IAC). Desenhos: Eliane A. Pimentel e Iveraldo Rodrigues (Setor de Desenho, Instituto de Química - Unicamp). Capa: Joaquim José Sacco Junior. Campinas. Instituto Agronômico Análise química para avaliação da fertilidade de solos tropicais, editado por B. van Raij, J.C. de Andrade, H. Cantarella e J.A. Quaggio. Campinas, Instituto Agronômico, 2001. 285p. CDD 631.41 631.45 ISBN 85-85564-05-9 Todos os direitos reservados A reprodução não autorizada desta publicação, no todo ou em parte, constitui violação ª do Copyright (Lei nº 9610). INSTITUTO AGRONÔMICO Caixa Postal 28 - 13001-970 Campinas (SP) Fone: (19) 3231-5422 (PABX) - Fax: (19) 3231-4943 www.iac.br - Endereço eletrônico: [email protected] Informações sobre os autores Aline Renée Coscione, Química, estudante de doutorado do Curso de pós-graduação em Química, Instituto de Química, Universidade Estadual de Campinas (SP). Bernardo van Raij, Engenheiro Agrônomo, Pesquisador Científico aposentado do Instituto Agronômico, em Química e Fertilidade do Solo; atualmente, exerce o cargo de Chefe- Geral da Embrapa Meio Ambiente, Jaguariúna (SP). Cleide Aparecida de Abreu, Engenheira Agrônoma, Pesquisadora Científica em Fertilidade do Solo e Nutrição de Plantas, Centro de Solos e Recursos Agroambientais, Instituto Agronômico, Campinas (SP). Hans Raj Gheyi, Engenheiro Agrícola, Professor do Departamento de Engenharia Agrícola, Centro de Ciências e Tecnologia, Universidade Federal da Paraíba, Campina Grande (PB). Heitor Cantarella, Engenheiro Agrônomo, Pesquisador Científico em Fertilidade do Solo e Nutrição de Plantas, Centro de Solos e Recursos Agroambientais, Instituto Agronômico, Campinas (SP). João Carlos de Andrade, Químico, Professor de Química Analítica, Instituto de Química, Universidade Estadual de Campinas (SP). José Antônio Quaggio, Engenheiro Agrônomo, Pesquisador Científico em Fertilidade do Solo e Nutrição de Plantas, Centro de Solos e Recursos Agroambientais, Instituto Agronômico, Campinas (SP). Luiz Ignácio Prochnow, Engenheiro Agrônomo, Professor de Fertilidade do Solo e Fertilizantes, Departamento de Solos e Nutrição de Plantas, Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, Universidade de São Paulo, Piracicaba (SP). Manoel Evaristo Ferreira, Engenheiro Agrônomo, Professor de Fertilidade do Solo, Departamento de Solos e Adubos, Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, Universidade Estadual Paulista, Jaboticabal (SP). Mônica Ferreira de Abreu, Química, Pesquisadora Científica em Química Analítica aplicada a Solos e Nutrição de Plantas, Centro de Solos e Recursos Agroambientais do Instituto Agronômico, Campinas (SP). Ondino Cleante Bataglia, Engenheiro Agrônomo, Pesquisador Científico em Fertilidade do Solo e Nutrição de Plantas, Centro de Solos e Recursos Agroambientais, Instituto Agronômico, Campinas (SP). Paulo Cesar Ocheuze Trivelin, Engenheiro Agrônomo, Professor Associado, Divisão de Desenvolvimento de Métodos e Técnicas Analíticas e Nucleares, Laboratório de Isótopos Estáveis, Centro de Energia Nuclear na Agricultura (CENA), Universidade de São Paulo, Piracicaba (SP). ATENÇÃO Os métodos descritos neste livro envolvem o uso de produtos químicos, equipamentos e procedimentos opera- cionais que são potencialmente perigosos, particularmente quando utilizados por pessoal não qualificado e em instalações inadequadas. Por esse motivo, a todos que utilizarem este material recomenda-se planejar e desenvolver procedimentos de segurança, de acordo com as situações e necessidades locais e específicas, incluindo o descarte de resíduos. Todas as regras de segurança devem ser rigorosamente obedecidas. Apesar de todos os esforços para assegurar e encorajar práticas labora- toriais seguras e o uso correto dos equipamentos e dos reagentes químicos, os autores não se responsabilizam por procedimentos incorretos ou indevidos das informações publicadas. SUMÁRIO Página PREFÁCIO.................................................................................................. v 1 INTRODUÇÃO............................................................................................ Capítulo 1. Os métodos de análise química do Sistema IAC de Análise de Solo no contexto nacional.................................................................................. 5 Capítulo 2. Procedimentos básicos em um laboratório de análise................... 40 Capítulo 3. Soluções-padrão e qualidade dos reagentes................................... 57 Capítulo 4. Equipamentos para o manuseio simultâneo de amostras.............. 69 Capítulo 5. Instrumentação básica e medidas analíticas................................... 78 Capítulo 6. Registro e preparo das amostras ..................................................... 136 Capítulo 7. Controle de qualidade dos resultados............................................ 142 Capítulo 8. Unidades de representação.............................................................. 164 Capítulo 9. Determinação da matéria orgânica................................................. 173 Capítulo 10. Determinação do pH em cloreto de cálcio e da acidez total....... 181 Capítulo 11. Determinação de fósforo, cálcio, magnésio e potássio extraídos com resina trocadora de íons...................................................................... 189 Capítulo 12. Determinação de alumínio, cálcio, magnésio, potássio e sódio trocáveis em extrato de cloreto de amônio ............................................... 200 Capítulo 13. Determinação de alumínio, cálcio e magnésio trocáveis em extrato de cloreto de potássio................................................................................. 213 Capítulo 14. Determinação de sulfato em solos................................................ 225 Capítulo 15. Determinação de boro em água quente, usando aquecimento com microonda................................................................................................... 231 Capítulo 16. Determinação de cobre, ferro, manganês, zinco, cádmio, cromo, níquel e chumbo em solo usando a solução DTPA em pH 7,3................. 240 Capítulo 17. Determinação de fósforo, potássio, cálcio, magnésio, enxofre, cobre, ferro, manganês, zinco, níquel, cádmio, cromo e chumbo em ácido nítrico usando métodos da US-EPA........................................................... 251 Capítulo 18. Determinação de nitrogênio total em solo.................................. 262 Capítulo 19. Determinação de nitrogênio inorgânico em solo pelo método de destilação a vapor....................................................................................... 270 Capítulo 20. Determinação da condutividade elétrica e de cátions solúveis em extratos aquosos de solos........................................................................... 277 PREFÁCIO A análise de solo é a análise química mais usada na agricultura. Embora não se tenha estatísticas recentes, o último dado disponível indicava que mais de 700 mil amostras de solos foram analisadas em 1989, podendo-se presumir que esse número, anualmente no Brasil, já tenha atingido um milhão. Compare-se com valores de 3 a 4 milhões de amostras por ano nos Estados Unidos ou 300 mil amostras na pequena Holanda, para se ter a impressão de que podemos crescer muito mais. Afinal, é apenas uma amostra por ano para cerca de 60 hectares cultivados, sem contar as pastagens. A análise de solo é feita para a avaliação da reação do solo e da disponibilidade de nutrientes para as plantas. Serve, assim, para a prescrição de corretivos e fertilizantes. O Brasil consome mais de 5 milhões de toneladas de nutrientes por ano dos chamados NPK, com o que o agricultor gasta o equivalente a 0,5% do PIB. Parece muito, mas ao observar que a China consome mais de 30 milhões de toneladas de nutrientes para 90 milhões de hectares cultivados, percebe-se uma diferença importante. O mundo todo consome 150 milhões de toneladas. O Brasil produz 80 milhões de toneladas de grãos, contra 500 milhões da China e 2 bilhões mundialmente. Há muito espaço para crescer, porém é preciso utilizar mais adubo, bem como as análises de solo, em número de amostras e diversidade de determinações, para melhor aplicação desse insumo. Além dos aspectos quantitativos, de grande importância, surgiram, recente- mente, outros fatos relevantes à análise de solo e adubação. A preocupação ambiental tem aumentado o interesse pela análise de solo, a fim de prevenir o excesso de nutrientes evadindo o solo e contaminando os recursos hídricos ou o acúmulo de metais pesados tóxicos. A agricultura de precisão, ao buscar as dife- renças entre sítios e mapear a heterogeneidade, em contraste com a tradicional avaliação da fertilidade do solo de áreas homogêneas, introduz nova e fascinante alternativa de manejo da adubação. A busca da sanidade das culturas e da qualidade dos produtos também depende da nutrição adequada como um dos importantes fatores de otimização. Assim, a análise de solo pode colaborar para a solução de desafios que incluem a necessidade de aumentar e otimizar o uso de corretivos e fertilizantes em uma diversidade de condições de solo, aumentar o retorno econômico do investimento nos insumos, melhorar a qualidade dos produtos agrícolas, elevar a resistência à seca, doenças e pragas e, concomitantemente, preservar a qualidade ambiental. É um conjunto complexo de objetivos para os quais os laboratórios de análise de solo, por ocuparem posição de convergência dos resultados de pesquisa, servindo de apoio para a difusão de informações aos produtores, precisam estar preparados. Muito tempo se passou desde que, na primeira metade do século passado, Liebig descrevia os nutrientes minerais das plantas e a lei do mínimo, ou quando, já neste século, Mitscherlich aplicava a lei dos incrementos decrescentes como princípio fundamental da economia da adubação. A validade desses conceitos continua inalterada, mas o conhecimento aumentou e a maior complexidade de abordagens se faz necessária no mundo de hoje. O Instituto Agronômico acompanha os desenvolvimentos em análise de solo desde suas criação. O seu primeiro diretor, Franz Wilhelm Dafert, químico agrícola de formação, já se preocupava com a nutrição do cafeeiro antes mesmo da proclamação da República. Em 1904, o Instituto Agronômico recebeu medalha de prata na Exposição Internacional de New Orleans, Estados Unidos, por seus desenvolvimentos em análise de solo. Na primeira metade deste século praticavam- -se as análises sumárias para atendimento aos produtores. No entanto, a análise de rotina enfrentava problemas em meados do século, pela morosidade dos procedimentos laboratoriais. Nem o importante trabalho, publicado em 1955 pelo Instituto Agronõmico sobre métodos de análise de solo - o Boletim 69 - que apresentava, além da descrição dos métodos de análise de solo, os limites de interpretação de resultados de análise do solo, conseguiu alterar a situação, embora tenha influenciado a produção de grande acúmulo de informações que foram, posteriormente, de uso prático. Uma nova fase na análise de solo, no Estado de São Paulo, foi promovida pela participação, no programa nacional liderado pelo Instituto de Química Agrícola, do Ministério da Agricultura, com a Universidade da Carolina do Norte. A homogeneização dos métodos de análise e a automação dos laboratórios de análise de solo, logo atingiu o IAC, que rapidamente dominou a nova tecnologia. Como os métodos de determinação introduzidos produziam resultados de fósforo e potássio que pouco diferiam dos obtidos pelos métodos em uso na instituição, grande parte da pesquisa realizada em torno dos conceitos e métodos do Boletim 69, pôde ser utilizada. Nesse profícuo ambiente, iniciou-se o desenvolvimento dos diversos métodos de análise de solo descritos neste livro. Inicialmente, buscou-se aperfeiçoar alguns aspectos dos métodos de extração, em que o resultado de análise de solo parecia estar em desacordo com as respostas das culturas à aplicação de insumos, corretivos e fertilizantes. Foram encontradas soluções que levaram à importante decisão - a de nunca colocar a conveniência do laboratório acima do interesse agronômico do resultado - ou seja, adotaram-se métodos adequados para o diagnóstico mais apurado, mesmo que isso implicasse maiores dificuldades no laboratório de rotina, o que até hoje está na contra-mão das tendências. A pesquisa liderada pelos pesquisadores da Seção de Fertilidade do Solo e Nutrição de Plantas, atualmente, Centro de Solos e Recursos Agroambientais, produziu, como desenvolvimentos mais importantes, a extração do fósforo do solo pela resina de troca iônica e a determinação das doses de calcário para neutralizar a acidez do solo pelo critério da saturação por bases, mais adaptadas às condições de solos tropicais, e que embasaram a publicação, em 1985, das recomendações de adubação e calagem para o Estado de São Paulo - o Boletim 100. Todos os métodos utilizados na ocasião foram publicados nesse boletim técnico. Também no uso de equipamentos, o IAC foi pioneiro. Assim, na análise de rotina de solo para atendimento a agricultores, a instituição foi a primeira a utilizar, cada um no seu tempo, o fotômetro de chama, o espectrofotômetro de absorção atômica e, mais recentemente, o espectrômetro de emissão em plasma de argônio. O interesse mútuo na aplicação dos conhecimentos adquiridos e no desenvolvimento dos métodos de análise levou a bom termo a parceria entre o IAC e Universidade Estadual de Campinas, estabelecida há cerca de 15 anos. Desse trabalho em conjunto com o Departamento de Química Analítica, do Instituto de Química da Unicamp, além da realização de projetos que resultaram em dissertações de mestrado e teses de doutorado, e várias publicações em periódicos de circulação nacional e internacional, surgiu um maior fortalecimento dos aspectos químicos da análise de solo. A ênfase à química analítica é evidente em diversos capítulos do livro. Durante esses anos registre-se o apoio efetivo de duas agências nacionais de fomento à pesquisa, o CNPq e a FAPESP. Em especial, deve-se destacar o projeto Temático FAPESP “Micronutrientes e Microelementos Tóxicos na Agricultura”, desenvolvido por 15 Pesquisadores do IAC e da Unicamp entre 1991 e 1996, que contribuiu expressivamente no desenvolvimento e aplicação de métodos analíticos; a análise de micronutrientes foi a mais importante inovação na segunda edição do Boletim 100, publicado em 1996. Este livro contém métodos de análise que vão além das necessidades agronômicas e avançam nos temas ambientais. Dessa forma, acreditamos que os protocolos aqui apresentados vão ao encontro de toda a complexa necessidade da agricultura de hoje, com métodos de qualidade para a avaliação adequada dos problemas de solos, para fins de correção de solo e adubação e monitoramento ambiental. Bernardo van Raij João Carlos de Andrade Heitor Cantarella José Antônio Quaggio Os métodos de análise química do Sistema IAC de Análise de solo... 1 Introdução A análise de solo é um componente importante na recomendação de adubação de culturas, com influência na qualidade de todo o processo agrícola. O assunto, no Brasil, tem conotação especial pela condição de região tropical, lembrando que os principais desenvolvimentos da análise de solo tiveram origem em países de clima temperado, principalmente nos Estados Unidos. Nem sempre as soluções daqueles países são adequadas aos solos brasileiros. Dessa forma, nas últimas décadas buscou- se, para o Estado de São Paulo, o desenvolvimento de métodos de análise química do solo adequados às condições regionais de solos tropicais, que pudessem refletir, da melhor maneira possível, as respostas de culturas a corretivos e fertilizantes. Esses métodos são descritos neste livro, como são utilizados atualmente pelo Instituto Agronômico, em Campinas, e pelos laboratórios que adotam o Sistema IAC de Análise de Solo. São apresentadas, também, informações sobre outras atividades correlatas, destacando-se os aparelhos para manuseio de grande número de amostras, o uso dos modernos instrumentos de medidas, a representação de resultados e cálculos e o controle de qualidade no laboratório e entre laboratórios. Com o objetivo de situar os métodos de análise química, diante dos problemas de fertilidade do solo, o Capítulo 1 destaca a evolução da análise de solo no Brasil e em São Paulo, esclarecendo as razões principais das mudanças que foram introduzidas nesse Estado, que não estiveram alheias ao contexto nacional. Podem ser reconhecidas duas etapas principais de maior impacto. Em 1983, a introdução do critério de calagem embasado na elevação da saturação por bases do solo, e a determinação do fósforo através do método da resina de troca iônica, foram as duas principais inovações - fundamentais para dar maior suporte técnico-científico às recomendações de adubação e calagem para as culturas do Estado de São Paulo - publicadas no “Boletim 100”, obra de caráter técnico, muito utilizada pelos engenheiros agrônomos. Em 1996, novos avanços permi- tiram aperfeiçoar essas recomendações em uma segunda edição do Boletim 100. Foram introduzidas, na análise de solo de rotina, a análise de micronutrientes em solos, bem como, a de subsolo para a recomendação de gesso para algumas culturas, além de diversas inovações não relacio- nadas à análise de solo.

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