UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO E CONTABILIDADE DE RIBEIRÃO PRETO DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO DE ORGANIZAÇÕES GERALDO JOSE FERRARESI DE ARAUJO Análise energética, ambiental e econômica de biodigestores de circulação interna e concentradores de vinhaça para geração de eletricidade, fertilizantes e créditos de carbono em diferentes cenários econômicos Orientadora: Profa. Dra. Sonia Valle Walter Borges de Oliveira Ribeirão Preto 2017 Prof. Dr. Marco Antônio Zago Reitor da Universidade de São Paulo Prof. Dr. Dante Pinheiro Martinelli Diretor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto Prof. Dr. Marcio Mattos Borges de Oliveira Chefe do Departamento de Administração GERALDO JOSE FERRARESI DE ARAUJO Análise energética, ambiental e econômica de biodigestores de circulação interna e concentradores de vinhaça para geração de eletricidade, fertilizantes e créditos de carbono em diferentes cenários econômicos Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Administração de Organizações da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo para obtenção do título de Mestre em Ciências. . Orientadora: Profa. Dra. Sonia Valle Walter Borges de Oliveira Versão Corrigida. A original encontra-se disponível na FEA-RP/USP Ribeirão Preto 2017 Autorizo a reprodução e a divulgação total ou parcial deste trabalho, por qualquer meio convencional ou eletrônico, para fins de estudo e pesquisa desde que citada a fonte. Araujo, Geraldo Jose Ferraresi Análise energética, ambiental, e econômica de biodigestores de circulação interna e concentradores de vinhaça para geração de eletricidade, fertilizantes e créditos de carbono em diferentes cenários econômicos. Ribeirão Preto, 2017. 316 p. Dissertação de mestrado apresentada à Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo. Orientadora: Profa. Dra. Sonia Valle Walter Borges de Oliveira. 1. Vinhaça, 2. Biodigestor IC, 3. Concentrador de vinhaça, 4. Análise Energética, Ambiental e Econômica. FOLHA DE APROVAÇÃO Nome: ARAUJO, Geraldo Jose Ferraresi Título: Análise energética, ambiental, e econômica de biodigestores de circulação interna e concentradores de vinhaça para geração de eletricidade, fertilizantes e créditos de carbono em diferentes cenários econômicos. Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Administração de Organizações da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo para obtenção do título de Mestre em Ciências. Aprovado em: ____/____/____ BANCA EXAMINADORA Prof. Dr. _______________________________________________________________ Instituição: ______________________________ Assinatura: _____________________ Prof. Dr. _______________________________________________________________ Instituição: ______________________________ Assinatura: _____________________ Prof. Dr. _______________________________________________________________ Instituição: ______________________________ Assinatura: _____________________ AGRADECIMENTOS Palavras não traduzem sentimentos. Tentarei aqui, portanto, mesmo que em vão, espressar meus sinceros agradecimentos. A Deus pela vida e oportunidade de poder chegar até aqui, e poder humildemente, contribuir com essa dissertação de mestrado para o campo das ciências da administração, meio ambiente e energia. Como também aos senhores meus pais e aos meus irmãos, a Dona Marlene, Senhor Geraldo, Márcio e a Márcia que ao longo dessa jornada, me ofereceram a estrutura e o apoio necessários para chegar até o fim dessa pós graduação. A Sra. Professora Doutora Sonia Valle Walter Borges de Oliveira, pela confiança e honra de sua preciosa orientação, que transpassaram muito além as páginas desta humilde dissertação, como também as contribuições superlativas do Professor Doutor Marcelo Zaiat do SHS da EESC/USP, o Prof. Dr. Marcos Fava Neves da FEA-RP/USP, o Prof. Dr. Jorge de Lucas Junior da FCAV/UNESP e o Prof. Dr. Marcio Mattos Borges de Oliveira da FEA-RP/USP para a confecção deste trabalho, foi uma honra contar com cientistas de altíssimo gabarito, de referência mundial em suas respectivas áreas. Não enxergo longo, mas com certeza estou sobre ombros de gigantes. Ao grande amigo Humberto Alves Gonçalves, que foi minhas mãos e braços quando a tendinite atacou os dois braços, prejudicando a confecção desta dissertação, sem sua ajuda parte deste humilde trabalho não estaria escrito. Aos Professores de Inglês Alexandre Magalhães, Marcelo Mendes, Iremar Dias e Wilson Silva, pela extraordinária ajuda no exame do TOEFL iBT, sem essa ajuda, o mestrado não seria possível. Aos amigos de sala de aula Adhemar Filho, Fred Filho, Jose Augusto Moraes, Maria Angélica, Maxwell de Oliveira, Ricardo Gomes e Alex Barbi pelas parcerias e trabalhos em conjunto. Aos amigos do Serviço de Pós-Graduação da FEA-RP, o Silvio, a Erika, o Tiago e o Matheus, obrigado pela paciência e ajuda ao longo desta pós-graduação. Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico, processo n° 134.193/20.156 pela bolsa de mestrado. Por fim todas as palavras supracitadas não conseguem traduzir seus sentimentos de alegria e satisfação, muito obrigado a todos. LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ANA: Agência Nacional de Águas ANEEL: Agência Nacional de Energia Elétrica ANP: Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis BEM: Balanço Energético Nacional BNDES: Banco Nacional de Desenvolvimento Economico e Social CETESB: Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental CONAB: Companhia Nacional de Abastecimento CONAMA: Conselho Nacional do Meio Ambiente e Recursos Naturais DBO: Demanda Bioquímica de Oxigênio DQO: Demanda Química de Oxigênio EGSB: Expanded Granular Sludge Blanket (Reator Anaerobio de Leito Expandido) EPE: Empresas de Pesquisas Energéticas IC: Internal Circulation Biodigestor (Biodigestor de Circulação Interna) GEE: Gases de Efeito Estufa O&M: Operação e manutenção PCI: Poder Calorífico Inferior pH: ponte Hidrogenionica TDH: Tempo de Detenção Hidráulica TIR: Taxa Interna de Retorno UASB: Upflow Anaerobic Sludge Blanket (Reator Anaeróbico de Manta de Lodo) UNICA: União da Indústria da Cana-de-açúcar VPL: Valor Presente Líquido RESUMO ARAUJO, G. J. F. Análise energética, ambiental, e econômica de biodigestores de circulação interna e concentradores de vinhaça para geração de eletricidade, fertilizantes e créditos de carbono em diferentes cenários econômicos. 2017. 316f. Dissertação (Mestrado em Administração de Organizações) - Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2017. A vinhaça é um dos resíduos da produção de etanol, considerada de elevada capacidade poluidora. Estima-se que para cada litro de etanol produzido, produz-se entre 10 até 15 litros de vinhaça. Porém, este mesmo subproduto pode ser utilizado para geração de eletricidade, fertilizantes, biogás e obtenção de créditos de carbono a partir de biodigestores e concentradores. Logo, a vinhaça pode vir a contribuir para um incremento na geração de energia elétrica e de outros produtos para fomento de renda para o setor sucroenergético e resolver o problema ambiental no que se refere ao descarte in natura. Ante o exposto, justifica-se um estudo sobre a utilização da vinhaça, norteada pela problemática: qual a viabilidade econômica, ambiental e energética da utilização do biodigestor IC, concentrador de vinhaça e o conjugado de ambos? O objetivo geral foi analisar a viabilidade energética, ambiental e econômica da utilização de vinhaça em concentradores, biodigestores IC e em ambos para geração de eletricidade, fertilizantes e créditos de carbono. Para responder à pergunta, a metodologia utilizada na pesquisa foi a análise de viabilidade econômica, aonde foi calculado o VPL, TIR, payback e o payback descontado. Sendo qual foi calculado o consumo anual de Diesel no transporte de vinhaça biodigerida e concentrada, balanço de energia no consumo de Diesel e gerada pelo biogás por ano, balanço de geração e consumo de eletricidade e equivalente populacional de geração de eletricidade de vinhaça e, por fim, a análise ambiental, aonde foi calculado o equivalente populacional de vinhaça biodigerida e concentrada, balanço de emissão e mitigação de NO , SO e CO eq. pelo concentrador, x x 2 transporte de vinhaça concentrada, ambas as três análises para uma faixa de produção de etanol de 500 até 4.000 m3/dia, como também para estados brasileiros produtores desse combustível. Como resultado pode-se constatar que os fertilizantes têm importância na viabilidade econômica dos biodigestores IC e concentradores de vinhaça, em cenários sem isenções tributárias e taxa mínima de atratividade 15% a.a. A eletricidade por si só terá viabilidade em cenário com baixa taxa mínima de atratividade de 11% e isenções fiscais. No que se refere a análise energética, destacam-se os resultados do biodigestor IC nas dimensões equivalente populacional e balanço de geração e consumo de eletricidade e na análise ambiental destaca-se o conjugado biodigestor IC e concentrador para as dimensões equivalente populacional e dióxido de carbono equivalentes emitidos e mitigados. Pode-se constatar a partir dos resultados alcançados e da revisão bibliográfica realizada os seguintes cenários desfavoráveis em potêncial para reutilização de vinhaça: baixo preço do MWh tanto no ACR quanto no ACL, incipiência no mercado de eletricidade, elevado investimento em transmissão, ausência de políticas públicas de incentivo a utilização de matéria orgânica proveniente da agropecuárias, ausência de políticas públicas de incentivo a utilização de energias renováveis, experiências não exitosas pelas usinas de utilização de vinhaça para produção de biogás, biodigestores em processo de consolidação tecnológica, incapacidade de financiamento do setor sucroenergético, preço dos concentradores de vinhaça, omissão legislativa referente ao descarte de vinhaça e descapitalização das usinas sucroenergeticas. Palavras-chave: Vinhaça. Biodigestor IC. Concentrador de vinhaça. Análise Energética, Ambiental e Econômica. ABSTRACT ARAUJO, G. J. F. Energy analysis, environmental, and economic issues of internal circulation bio-digesters and vinasse concentrators for electricity generation, fertilizer and carbon credit in different economic scenarios. 2017. 316f. Master Science Dissertation – School of Economics, Business Adminstration and Accounting at Ribeirão Preto, University of São Paulo, Ribeirão Preto, 2017. Vinasse is one of the residues from the production of ethanol, considered polluting high capacity. It is estimated that for every liter of ethanol produced, produces between 10 to 15 liters of vinasse. However, this same byproduct can be used for generating electricity, fertilisers, biogas and obtaining carbon credits from bio-digesters and concentrators. Soon, vinasse might contribute to an increase in the generation of electricity and other products to promote income for the sugar-energy sector and solve the environmental problem as regards disposal in natura. Against the above, if a study on the use of vinasse, guided by the problem: what is the economic viability, environmental and energy use of the biodigestor, vinasse concentrator and the conjunction of both? The overall objective was to analyze the energy, environmental and economic feasibility of the use of vinasse in hubs, biodigestors IC and in both for electricity generation, fertilizer and carbon credits. To answer, the methodology used in the research was the economic feasibility analysis, where it was calculated the NPV, IRR, payback and discounted payback. Being what was calculated the annual Diesel consumption of biodigerida and concentrated vinasse, energy balance in the consumption of Diesel and biogas generated per year, generation and balance electricity consumption and electricity generation population equivalent of vinasse and, finally, the environmental analysis, where it was calculated the population equivalent of biodigerida and concentrated vinasse emission and mitigation balance of NO , SO and CO eq. by concentrator, concentrated vinasse x x 2 transport, both three analysis for a range of ethanol production from 500 to 4,000 m3/day, as well as to the Brazilian States that fuel producers. As a result one can note that fertilizers have importance in the economic viability of bio-digesters IC and vinasse concentrators, in scenarios without tax exemptions and minimum rate of 15% p.a. attractiveness The electricity itself will have viability in scenario with lower minimum rate of 11% attractiveness and tax exemptions. With regard to energy analysis, include the results of the biodigestor IC equivalent dimensions of population and balance of generation and electricity consumption and environmental analysis is the conjugate biodigestor IC and concentrator for the dimensions and equivalent carbon dioxide equivalent emitted and mitigated. You can see from the results achieved and the literature review carried out the following unfavourable scenarios on potential for reuse of vinasse: low price of MWh in both the ACR and the ACL, the effects on the market of electricity, high investment in transmission, absence of public policies to encourage the use of organic matter from the cattle-breeding, absence of public policies to encourage the use of renewable energy , not successful experiences through the use of vinasse plants for production of biogas, biodigesters consolidation technology, inability to finance the sugar ethanol sector, price of vinasse concentrators, legislative omission concerning the discharge of vinasse and decapitalization of sucroenergeticas plants. Keywords: Vinasse. Biodigestor IC. Vinasse concentrator. Energy, environmental and economic analysis. LISTA DE FIGURAS Figura 1 – As três dimensões do desenvolvimento sustentável (DS) ...................................... 35 Figura 2 – Cadeia produtiva da cana-de-açúcar no Brasil ....................................................... 61 Figura 3 – Etapas do processo da biodigestão anaeróbia ......................................................... 91 Figura 4 – Concentrador de vinhaça Citrotec ........................................................................ 116 Figura 5 - Concentrador de vinhaça Thermally Accelerated Short Time Evaporator Dedini .................................................................................................................................... 117 Figura 6 – Balanço de geração e consumo de eletricidade (MWh/ano) ................................ 179 Figura 7 – Equivalente populacional (habitantes).................................................................. 180 Figura 8 – Consumo de Diesel anual com o transporte de vinhaça concentrada e biodigerida (m3/ano) .................................................................................................................................. 185 Figura 9 – Balanço de energia por ano (TJ/ano) .................................................................... 187 Figura 10 – Equivalente populacional (habitantes)................................................................ 189 Figura 11 – Balanço de emissão e mitigação de CO eq (t/ano) ............................................ 191 2 Figura 12 – Balanço de emissão e mitigação de NO (t/ano) ................................................ 193 x Figura 13 – Balanço de emissão e mitigação de SO (t/ano) ................................................. 194 x Figura 14 – Valor presente líquido do cenário I .................................................................... 198 Figura 15 – Taxa interna de retorno do cenário I ................................................................... 200 Figura 16 – Payback do cenário I .......................................................................................... 201 Figura 17 – Payback descontado do cenário I ....................................................................... 202 Figura 18 – Valor presente líquido do cenário II ................................................................... 203 Figura 19 – Taxa interna de retorno do cenário II ................................................................. 204 Figura 20- Payback do cenário II ........................................................................................... 205 Figura 21– Valor presente líquido do cenário III ................................................................... 207 Figura 22 – Taxa interna de retorno do cenário III ................................................................ 208 Figura 23 – Payback do cenário III ........................................................................................ 209 Figura 24 – Payback descontado do cenário III ..................................................................... 210
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