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Análise do conteúdo alimentar de tartarugas-verdes (Chelonia mydas) mortas em encalhes na Costa de Peruíbe, litoral Sul de São Paulo PDF

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Q.L Edris, C.S. Leite, C.S.A Silva, L.F. Melo; C. Fanelli. Análise do conteúdo alimentar de tartarugas-verdes (Chelonia mydas) mortas em encalhes na Costa de Peruíbe, litoral Sul de São Paulo. Edris Q. L.1,4**, Leite C.S.2; Silva C.S.A.2; Melo L.F.1; Fanelli.C.3,4 ¹Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Departamento de Anatomia dos Animais Domésticos e Silvestres – FMVZ/USP, ²Universidade Anhembi Morumbi – Faculdade de Ciências Biológicas-SP ³Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo 4Instituto de Biologia Marinha e Meio Ambiente – Depto de Biologia Marinha- IBIMM Autor: [email protected] Resumo Das sete espécies de tartarugas marinhas conhecidas na atualidade, cinco ocorrem no litoral brasileiro, sendo a Chelonia mydas, conhecida como tartaruga-verde, a mais comumente observada na região costeira do município de Peruíbe, no litoral sul do estado de São Paulo. Por serem herbívoras, as formas juvenis da Chelonia mydas utilizam as águas tropicais e subtropicais, próximas à região costeira e às ilhas da costa brasileira, como área para seu desenvolvimento e alimentação. Nas últimas décadas, observou-se um aumento significativo da ocupação humana nas regiões costeiras do Brasil, seja impulsionado pelo aumento da exploração turística do litoral, seja em decorrência do crescimento populacional e do desenvolvimento industrial das cidades litorâneas. Dentre as consequências que a ocupação humana desordenada traz para o meio ambiente, podemos mencionar as alterações nas áreas utilizadas pelas tartarugas-verdes para se alimentarem, que passam a apresentar maior quantidade de resíduos sólidos antropogênicos, como detritos plásticos e outros derivados de petróleo. O objetivo do presente estudo foi analisar o conteúdo estomacal e intestinal das tartarugas-verdes encontradas mortas, encalhadas no litoral de Peruíbe, para descrição de seus hábitos alimentares e também a fim de detectar a ingestão de resíduos sólidos inorgânicos, de origem antropogênica, por esses animais. Nossos resultados demonstraram de maneira inédita, a existência de material plástico em abundância no interior do trato digestório de praticamente 70% das tartarugas marinhas coletadas nas praias de Peruíbe, durante o período de 12 meses do estudo, tendo sido esta, a causa da morte de, pelo menos um dos animais analisados. Os resultados deste trabalho demonstram de maneira alarmante os efeitos negativos da interferência do lixo plástico na fauna marinha do município de Peruíbe, e evidencia a necessidade da conscientização da população e da adoção de medidas urgentes a fim de minimizar o impacto do lixo no meio ambiente nesse município. Palavras chave: Lixo marinho. Tartaruga verde. Poluição I Seminário Internacional - Oceanos livres de Plásticos p. 77-98 UNISANTA Bioscience Vol. 7 nº 6 – Edição Especial (2018) Página 77 Q.L Edris, C.S. Leite, C.S.A Silva, L.F. Melo; C. Fanelli. Abstract Five of the seven currently known species of sea turtles occur on the Brazilian coast. One of them, the Chelonia mydas, known as the "green turtle", is the most commonly observed specie in the seacoast of Peruíbe, a turistic city located in the South coast of the state of São Paulo, in the Southeast of Brazil. Since juvenile and adult green turtles feed on sea grass and algae, they are usually seen in tropical and subtropical waters, close to Brazilian beaches, islands and rocky shores. In the last decades, there was a significant increase in human occupation of these regions, specially due to tourism exploitation, but also related to industrial development and by the population growth itself. One of the most devastating consequences of human occupation of natural environments is the increase of the amount of anthropogenic solid waste, specially plastic material and other petroleum products. The aim of the present study was to analyze the gastrointestinal contents of dead green turtles, found stranded on the coast of Peruíbe, in order to describe their eating habits and also to detect the ingestion of anthropogenic inorganic solid waste by these animals. Our results demonstrated for the first time that almost 70% of the green turtles collected in Peruibe and included in this study had large amounts of anthropogenic plastic debris in their gastrointestinal tract. Moreover, at least one of the animals analyzed probably died due the ingested plastic material. Such findings clearly demonstrate the negative effects of human garbage on the marine fauna of Peruíbe, and highlights the need for population awareness and for the adoption of urgent measures to minimize the impact of litter on the city. Keywords: Marine trash. Green turtle, Pollution. Introdução osmorregulação, além da capacidade de permanecerem durante longos As tartarugas marinhas são períodos embaixo d’água (SANTOS et répteis adaptados à vida aquática e al., 2011). Apesar de terem passado dotadas de características que pelo processo de especiação, esses permitem sua sobrevivência no répteis mantiveram como ambiente marinho. Apresentam característica principal a presença do carapaça mais achatada, conferindo- casco protetor, formado pela fusão das lhes maior hidrodinâmica, patas em costelas e vértebras e coberto por forma de nadadeiras, mais eficientes placas de queratina (MELO et al., para moverem-se embaixo da água, 2010). glândulas de sal, responsáveis pela I Seminário Internacional - Oceanos livres de Plásticos p. 77-98 UNISANTA Bioscience Vol. 7 nº 6 – Edição Especial (2018) Página 78 Q.L Edris, C.S. Leite, C.S.A Silva, L.F. Melo; C. Fanelli. Atualmente existem sete 2013). espécies de tartarugas marinhas no As tartarugas-verdes possuem mundo. Cinco delas ocorrem no uma dieta variada ao longo de sua Brasil, sendo elas: Dermochelys vida. Durante seus cinco primeiros coriacea, Caretta caretta, Chelonia anos, os filhotes dessa espécie passam mydas, Eretmochelys imbricata e por uma fase oceânica, ainda pouco Lepidochelys olivacea (MARTINEZ- conhecida (SANTOS, 2014). Nesse SOUZA, 2011) que utilizam o Oceano período, os filhotes apresentam Atlântico Sul Ocidental como área de hábitos alimentares onívoros, com alimentação, desenvolvimento e tendência carnívora. Devido a sua corredor migratório (BJOSRNDAL, morfologia característica, dorso escuro 1999). Dentre as espécies e ventre branco, podem se camuflar e mencionadas, a Chelonia mydas, se alimentar de maneira oportunista, conhecida popularmente como ingerindo quase tudo o que encontram tartaruga-verde, devido a coloração na superfície da água (ROMANINI, esverdeada de sua gordura corporal 2014). Ao atingirem a fase juvenil, (HIRTH, 1997), é aquela que ocorre quando seu casco ultrapassa o com maior frequência na região tamanho de 20 centímetros, essas costeira de Peruíbe, no litoral sul de tartarugas passam por alterações na São Paulo. alimentação e habitat, retornando à Essa espécie utiliza as águas zona litorânea, onde passam a ter uma tropicais e subtropicais, próximas as dieta herbívora. Tais hábitos regiões costeiras e ilhas para se alimentares fazem com que os alimentar, sendo encontrada em toda a espécimes juvenis e adultos de extensão do litoral brasileiro Chelonia mydas fiquem mais (GUEBERT, 2008). Essas tartarugas próximos à costa, contribuindo para o se tornam adultas, ou seja, atingem a elevado número de incidências de maturidade sexual, por volta dos 27 e encalhes desta espécie no litoral 33 anos de idade, e podem chegar a brasileiro, seja em decorrência de medir 120 cm de comprimento pesca (acidental ou intencional), seja curvilíneo da carapaça (AWABDI, devido à ingestão de resíduos I Seminário Internacional - Oceanos livres de Plásticos p. 77-98 UNISANTA Bioscience Vol. 7 nº 6 – Edição Especial (2018) Página 79 Q.L Edris, C.S. Leite, C.S.A Silva, L.F. Melo; C. Fanelli. antropogênicos, especialmente consequentemente aumenta a materiais plásticos (ALMEIDA et al., probabilidade da ingestão desses 2011). Uma quantidade considerável materiais pelas tartarugas. A de tartarugas marinhas acaba por contaminação se dá principalmente perecer em decorrência do consumo através do descarte inadequado de de detritos sólidos descartados na resíduos sólidos nas ruas, terrenos e água, seja por ingestão intencional, córregos, que através de carreamento quando os animais confundem esses chegam aos rios e são levados até o resíduos com seu alimento natural, mar, onde somam-se aos resíduos seja acidentalmente, quando esses gerados pelos banhistas, embarcações materiais são ingeridos junto com o de pesca e navegação (GREGORINI, alimento natural das tartarugas 2010). Em consequência disso, as (TOURINHO; IVAR DO SUL; tartarugas marinhas sofrem ameaças FILLMANN, 2008). antrópicas durante todo o seu ciclo de vida, sendo a interferência humana a Nas últimas décadas principal causa da drástica redução observamos um aumento rápido e populacional das espécies (MELO et desordenado da ocupação humana das al., 2010). regiões costeiras do Brasil, desencadeada principalmente pelo Devido a essas interferências, desenvolvimento industrial, aliado ao as Chelonia mydas são atualmente aumento da exploração turística e ao classificadas como “Vulneráveis” na crescimento populacional como um Avaliação do Estado de Conservação todo (SUL, 2005). As modificações da espécie no Brasil, conforme dados causadas pela interferência humana no do Plano de Ação Nacional para ambiente onde as tartarugas-verdes se Conservação das Tartarugas Marinhas alimentam incluem a contaminação do de 2009. Esta alarmante classificação ambiente marinho e costeiro por justifica a necessidade de estudos esgoto e dejetos químicos, bem como aprofundados sobre a ecologia dessa o aumento exacerbado da presença de espécie, afim de que se descubra em resíduos sólidos tanto na superfície que as alterações, quer sejam naturais, como na coluna d’água, o que quer sejam decorrentes de influência I Seminário Internacional - Oceanos livres de Plásticos p. 77-98 UNISANTA Bioscience Vol. 7 nº 6 – Edição Especial (2018) Página 80 Q.L Edris, C.S. Leite, C.S.A Silva, L.F. Melo; C. Fanelli. antrópica, impactam no ecossistema no litoral de Peruíbe, município costeiro brasileiro como um todo localizado no litoral sul do estado de (SANTOS, 2014). São Paulo, para descrição de seus hábitos alimentares e para Para a conservação da espécie, identificação dos tipos de resíduos é essencial conhecer os hábitos sólidos ingeridos. alimentares desse réptil, bem como a interação desses hábitos com o Material e métodos ambiente em que vivem, definida por fatores intrínsecos e extrínsecos que Dados geográficos da região podem alterar sua dieta (WHELAN; monitorada SCHMIDT, 2007). Uma vez que os Durante a condução do estudo, fatores extrínsecos são direcionados foram monitorados aproximadamente por consequência de processos locais e trinta quilômetros da orla marítima do regionais, o conhecimento desses município de Peruíbe, localizado na fatores determina a compreensão do Baixada Santista, no litoral sul do que está ocorrendo na ecologia Estado de São Paulo (Figura- 1). alimentar das Chelonia mydas na Cerca de 50% da extensão estudada região estudada (RICHLEFS, 1984). está inserida na “Área de Proteção Neste contexto, o presente estudo traz Ambiental Cananéia-Iguape-Peruíbe” alguma elucidação sobre a – (APA-CIP), uma unidade de alimentação dos espécimes de conservação federal de uso sustentável Chelonia mydas que ocorrem na (BRASIL, 2016). A Baixada Santista é região costeira de Peruíbe, litoral sul uma região limitada pelo Oceano de São Paulo. Atlântico, inserida no macroclima subtropical húmido, sob influência das massas de ar subtropical, polar e Objetivo equatorial continental (MUEHE, O objetivo principal do 2005). De acordo com o sistema presente estudo foi analisar o conteúdo internacional de Köppen-Geiger, a estomacal e intestinal das tartarugas- Baixada Santista apresenta verdes (Chelonia mydas) encalhadas principalmente dois subtipos I Seminário Internacional - Oceanos livres de Plásticos p. 77-98 UNISANTA Bioscience Vol. 7 nº 6 – Edição Especial (2018) Página 81 Q.L Edris, C.S. Leite, C.S.A Silva, L.F. Melo; C. Fanelli. climáticos bem definidos: No sul do mais quente. Já a faixa litorânea estado de São Paulo, o clima é apresenta clima classificado como classificado como mesotérmico ou tropical atlântico úmido ou “AF”, “CFA”, apresentando precipitações apresentando precipitação média bem distribuídas ao longo de todo o superior a 60mm no período mais seco ano, índice pluviométrico superior a e com temperaturas que variam entre 30 mm no mês mais seco e 32°C e 22°C ao longo do ano. temperatura máxima de 22°C no mês Figura 1 - SEQ Figura \* ARABIC 1 - Área de Monitoramento do Projeto SOS Tartarugas Marinhas – IBIMM- Peruíbe-SP – Fonte: Google Earth oceanográficos, as marés na região são O litoral de Peruíbe é semi-diurnas e as astronômicas são dominado por ondas provenientes do micromarés, não passando de 1,5 quadrante nordeste (NE), leste (E), metros. Possui plataforma continental sudeste (SE), sul (S), sudoeste (SW), extensa, dominada pela Água Costeira que podem alcançar mais de 3 metros (AC), uma mistura de águas com quando incidem de sul a sudoeste e características variáveis, a Água podem ser menores que 0,5 metro, Tropical (AT), com temperatura em quando incidentes de nordeste e de torno dos 20º C e salinidade leste, ficando as alturas médias em aproximada de 36,4 g/Kg, e a Água torno de 1 metro. Em termos I Seminário Internacional - Oceanos livres de Plásticos p. 77-98 UNISANTA Bioscience Vol. 7 nº 6 – Edição Especial (2018) Página 82 Q.L Edris, C.S. Leite, C.S.A Silva, L.F. Melo; C. Fanelli. Central do Atlântico Sul (ACAS), cuja (2001). A análise externa objetivou temperatura oscila entre 6º C e 20º C e coletar dados biométricos, enquanto a salinidade varia entre 34,6 g/Kg e que a análise interna teve como foco a 36,0 g/Kg) (HAIMOVICI et al., extração do trato digestório para 2008). observação dos alimentos consumidos pelo animal. Monitoramento e coleta O monitoramento das praias Biometria pertencentes ao litoral de Peruíbe foi A biometria dos animais foi realizado no período entre maio de realizada com o auxílio de fita 2016 e maio de 2017, durante o qual métrica. Para a obtenção das medidas foram encontrados 15 exemplares de do comprimento curvilíneo da tartarugas-verdes (Chelonia mydas) carapaça (CCL - Over the Curve mortas em encalhes. A coleta desses Carapace Lengh) a fita foi fixada na animais foi autorizada e licenciada parte anterior e estendida até a parte pelos órgãos competentes posterior do casco do animal. Para a (ICMBIO/SISBio: 50132-1) e aferição da largura curvilínea da aprovada pelo comitê de ética para o carapaça (CCW - Over the Curve uso de animais CEUA/IBIMM, Carapace Width), a fita métrica foi número 003/2016 - do Projeto SOS fixada no ponto horizontal mais largo Tartarugas Marinhas desenvolvido no do casco de um lado e estendido até o Instituto de Biologia Marinha e Meio outro. Esta medida foi repetida em três ambiente – (IBIMM). pontos diferentes da carapaça de cada Os espécimes mortos animal, para garantir maior encontrados encalhados foram precisão.Triagem e classificação encaminhados ao Núcleo de Pesquisas Após as análises biométricas, do IBIMM (NUPEBI) para análise foi realizada a remoção do plastrão externa e interna, de acordo com a para análise da anatomia interna dos metodologia proposta por Wyneken animais coletados (Figura- 2). I Seminário Internacional - Oceanos livres de Plásticos p. 77-98 UNISANTA Bioscience Vol. 7 nº 6 – Edição Especial (2018) Página 83 Q.L Edris, C.S. Leite, C.S.A Silva, L.F. Melo; C. Fanelli. Figura 2 - Avaliação interna de uma Chelonia mydas, de acordo com a metodologia utilizada por Wyneken (2001), para a extração do sistema digestório - Foto Edris Queiroz e inorgânicos encontrados foram Após a retirada do plastrão, os lavados em água corrente, sobre uma órgãos e compartimentos do trato peneira de 0,5 mm de malha, para digestório (TD) foram analisados posterior identificação e quantificação. separadamente (esôfago, estômago e A superfície interna do TD foi lavada intestino). Os intestinos não foram cuidadosamente sobre a peneira, a fim separados em segmento delgado e de remover todo o material aderido à intestino grosso, pois a junção dos mucosa. mesmos é difícil de se determinar em Os resíduos sólidos indivíduos jovens da espécie encontrados no interior do TD das (BJORNDAL, 1985). Cada tartarugas foram submetidos a triagem compartimento foi medido com uma macroscópica e classificados como fita métrica flexível, com precisão de orgânicos e inorgânicos, sendo os 0,5 centímetros e seccionados materiais orgânicos representados longitudinalmente. O conteúdo do TD pelos alimentos típicos do consumo da foi removido, e os materiais orgânicos espécie, e os inorgânicos provenientes I Seminário Internacional - Oceanos livres de Plásticos p. 77-98 UNISANTA Bioscience Vol. 7 nº 6 – Edição Especial (2018) Página 84 Q.L Edris, C.S. Leite, C.S.A Silva, L.F. Melo; C. Fanelli. de origem antrópica. Estes últimos desses espécimes mostrou que seus foram ainda subdivididos de acordo hábitos alimentares eram com sua composição em: plásticos, majoritariamente herbívoros. Em onze nylon e borrachas. dos quinze animais estudados foram Avaliou-se a quantidade de encontrados exclusivamente alimentos cada item observado. Os resíduos de vegetais (algas e plantas marinhas) origem antrópica foram submetidos à entre os compostos orgânicos secagem, identificados e armazenados, observados no interior do TD. Apenas enquanto que os itens alimentares quatro exemplares apresentavam foram acondicionados em vidros e peixes e/ou invertebrados além de preservados em álcool etílico 70°GL vegetais no interior de seu TD (Tabela para estudos posteriores. 1). Surpreendentemente, foram Resultados encontrados resíduos inorgânicos de Um resumo da análise origem antrópica, especialmente biométrica dos quinze exemplares de derivados de petróleo; como plásticos tartarugas-verdes examinados e e borrachas, em dez dos 15 animais necropsiados durante o período de um analisados, indicando graves ano em Peruíbe pode ser observado na alterações no padrão natural de Tabela 1. De acordo com os dados alimentação dessa espécie. Vale coletados, todos os indivíduos ressaltar que das quinze tartarugas examinados tinham mais de 25 cm de levadas para análise, duas estavam em CCL, sendo, portanto, considerados estado avançado de decomposição, animais juvenis. impossibilitando a avaliação do conteúdo do TD nesses exemplares A análise do conteúdo do TD (Tabela 1). I Seminário Internacional - Oceanos livres de Plásticos p. 77-95 UNISANTA Bioscience Vol. 7 nº 6 – Edição Especial (2018) Página 85 Q.L Edris, C.S. Leite, C.S.A Silva, L.F. Melo; C. Fanelli. Tabela 1- Conteúdo encontrado dentro do Sistema Digestório dos exemplares de Chelonia mydas encalhados nas praias de Peruíbe durante o período de monitoramento do Projeto SOS Tartarugas marinhas entre maio de 2016 a maio de 2017. # CCL (cm) CCW (cm) Orgânico Inorgânico Observações 1 54,0 47,5 Algas verdes Plásticos Maioria plástica 2 48,0 46,0 Algas verdes Plásticos e Carvão ----------- Encontrados 3 45,0 39,5 Algas e Peixes Plásticos também cabelos e conchas Plásticos e Fios Encontradas 4 44,0 39,0 Algas e Cnidários de Naylon também penas 5 40,2 37,0 Algas Fios de Nylon ----------- 6 40,0 33,0 Algas verdes ----------- ----------- 7 39,3 35,3 Algas ----------- ----------- Algas e Vermes Material transparente 8 37,0 32,3 ----------- Nematelminto que pode ser plástico Decomposição 9 36,6 33,4 ----------- ----------- avançada Encontrados Plásticos, nylon e 10 36,5 33,5 Algas também conchas e sacos plásticos pedras Plástico, nylon, Algas, fibras vegetais Encontrados bexiga, curativo, 11 36,0 34,5 e resíduos de também conchas e alumínio, acrílico e artrópodes pedras sacos plásticos 12 36,0 32,7 Algas ----------- ----------- Encontradas 13 35,0 32,5 Algas Plástico também conchas Plástico, lixo de Encontradas 14 34,0 31,0 Algas verdes pesca, madeira e também conchas isopor Decomposição 15 32,3 30,0 ----------- -------- avançada CCL = Comprimento curvilíneo da carapaça e CCW = Largura curvilínea da carapaça I Seminário Internacional - Oceanos livres de Plásticos p. 77-95 UNISANTA Bioscience Vol. 7 nº 6 – Edição Especial (2018) Página 86

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