PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA MECÂNICA ANÁLISE DA FLUÊNCIA E PREVISÃO DE VIDA ÚTIL DOS AÇOS ASTM A387, ASTM A516 E DIN 16MO3 APLICADOS NA FABRICAÇÃO DE CONVERSORES-LD Autor: Rogério Geraldo Monteiro de Castro Orientador: Prof. Dr. Antônio Luís Ribeiro Sabariz SÃO JOÃO DEL-REI 2013 PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA MECÂNICA ROGÉRIO GERALDO MONTEIRO DE CASTRO ANÁLISE DA FLUÊNCIA E PREVISÃO DE VIDA ÚTIL DOS AÇOS ASTM A387, ASTM A516 E DIN 16MO3 APLICADOS NA FABRICAÇÃO DE CONVERSORES-LD Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado da Universidade Federal de São João del-Rei, como parte integrante dos requisitos para a obtenção do título de Mestre em Engenharia Mecânica. Área de Concentração: Materiais e processos de Fabricação Orientador: Prof. Dr. Antônio Luís Ribeiro Sabariz SÃO JOÃO DEL-REI 2013 2 Ficha catalográfica elaborada pelo Setor de Processamento Técnico da Divisão de Biblioteca da UFSJ Castro, Rogério Geraldo Monteiro de C355a Análise da fluência e previsão de vida útil dos aços ASTM A387, ASTM A516 e DIN 16Mo3 aplicados na fabricação de conversores-LD[manuscrito] / Rogério Geraldo Monteiro de Castro. – 2013. 167f . ; il. Orientador: Antônio Luís Ribeiro Sabariz Dissertação (mestrado) – Universidade Federal de São João del-Rei. Departamento de Engenharia Mecânica. Referências: f. 114-117. 1. Conversores – Teses. 2. Aço - Teses. 3. Fluência dos materiais - Teses. 4. Engenharia Mecânica – Teses. I. Sabariz, Antônio Luís Ribeiro (orientador) II. Universidade Federal de São João del- Rei. Departamento de Engenharia Mecânica. III. Título CDU: 3 4 DEDICATÓRIA À minha esposa, Jacqueline que, com seu amor e dedicação, está sempre ao meu lado. Sem ela, nenhum sonho valeria à pena. Às minhas filhas, Aline e Luíza, que enchem minha vida de alegria. Aos meus pais, Raimundo e Hilda, e às minhas irmãs, Fernanda e Juliana, que sempre me apóiam, estimulam e compartilham do sentimento de ver os resultados alcançados. 5 AGRADECIMENTOS A Deus, que me guia e me dá força. Ao meu orientador, Prof. Dr. Antônio Sabariz, pelo incentivo durante todo o curso, pela preciosa orientação, pelo respeito e apoio, e por acreditar nesse projeto. Aos meus amigos: Saulo Uainer, Eduardo Abrantes, Emílio Moreira, José Júlio, Ricardo Soares, Alexandre Dornelas, Igor Eliazar, Alexandre Marcossi, Marlon Rosa, Gustavo Tasca, Paulo Sérgio, Edinei Souza, Francisco Margotti e Lucas Carvalho, que de muitas formas incentivaram-me e ajudaram-me na elaboração deste trabalho. A todos os professores do programa de mestrado. À Fundação de Amparo à Pesquisa do estado de Minas Gerais – FAPEMIG, pelo apoio concedido na forma de auxílio financeiro à pesquisa, na aquisição da máquina de ensaios de fluência. 6 Epígrafe "Tudo é do Pai, toda honra e toda glória. É Dele a vitória alcançada em minha vida." Frederico Cruz 7 RESUMO A fluência é um dos principais mecanismos que limitam a vida útil dos conversores- LD. O objetivo principal deste trabalho é analisar a deformação por fluência dos aços ASTM A387 GR.22 CL.2, ASTM A516 GR.70 e DIN 16Mo3 aplicados na fabricação do casco desses equipamentos e, dessa forma, fazer a previsão de vida útil. Os conversores-LD são utilizados na produção de aço líquido e estão submetidos às tensões e aos ciclos térmicos e mecânicos inerentes ao processo de fabricação do aço. Os corpos de prova dos experimentos foram extraídos de chapas desses três respectivos materiais. Fez-se a análise de tensões e temperatura por simulação numérica no software ANSYS 5.4 para determinação dos parâmetros a utilizar nos ensaios de fluência. Foi projetada e construída uma máquina de fluência por contrapeso para realização dos ensaios. A preparação dos corpos de prova e a condução dos ensaios de fluência são regulamentadas pela norma ASTM E 139-06. Foram feitos ensaios acelerados de fluência com extrapolação de dados através do método de Larson-Miller. Com tensão e temperatura fixadas, foi possível medir as taxas de deformação dos três materiais. As previsões das vidas foram feitas em função das curvas de deformação de cada material no estágio secundário da fluência, considerando faixas de deformações entre 1,0 e 1,5%, conforme aplicado em projetos de conversores-LD. O aço ASTM A387 GR.22 CL.2 teve a menor taxa de fluência, seguido pelo DIN 16Mo3 e o ASTM A516 GR.70, sendo que não houve diferença significativa entre os dois últimos para a faixa de deformação entre 1,0 e 1,5%. Os três aços se mostraram adequados para a aplicação em conversores-LD, podendo operar por 100.000 horas ou mais dentro das condições analisadas, sendo que o ASTM A387 GR.22 CL.2 apresenta desempenho superior. O prolongamento da vida útil de componentes críticos de plantas siderúrgicas pode representar benefício financeiro se confrontado com os gastos para troca de componentes, fabricação de nova planta ou ainda com os lucros cessantes mediante a produção parada. Uma análise deve ser realizada considerando o tempo esperado de operação da planta e os custos de fabricação dos conversores feitos de aços carbono, aços C-Mo e aços 2,5Cr-1,0Mo. Na especificação do material para fabricação de conversores, aços 2,5Cr-1,0Mo, como o ASTM A387 GR.22 CL.2, devem ser considerados. Sua utilização pode ser viável economicamente. Palavras-chave: Conversores-LD. Ensaio de fluência. Previsão de vida à fluência. Parâmetro de Larson-Miller. 8 ABSTRACT The creep is one of the main mechanisms that limit the life cycle of LD-Converters. The objective of this study is to analyze the creep deformation of steels ASTM A387 GR.22 CL.2, ASTM A516 GR.70 and DIN 16Mo3 applied to manufacturing vessel shell of this equipments and thus, predict its useful life. The LD-Converters are used in the production of liquid steel and are subjected to stresses and thermal and mechanical cycles inherent in the steel manufacturing process. The specimens of the tests were extracted from plates of those three respective materials. Stress and thermal analysis were done by numerical simulation using the software ANSYS 5.4 to determine the parameters to be used in the creep test. A creep machine by counterweight was designed and built to do the tests. The preparation of the specimens and the conduct of the creep analysis are regulated by ASTM E 139-06. Accelerated creep tests were done considering data extrapolation by the Larson- Miller method. With fixed stresses and temperature, it was possible to measure rates deformation of the three materials. The life prediction were made according to the deformation curves of each material in the secondary stage of creep deformation considering ranges between 1.0 and 1.5% as applied to the design of the LD- converters. The ASTM A387 GR.22 CL.2 showed the lowest creep rate, followed by DIN 16Mo3 and ASTM A516 GR.70, with no significant difference between the last two ones for the strain range between 1.0 and 1, 5%. The three steels were suitable for application in LD-converters and they can operate for 100,000 hours or more within the conditions analyzed, and the ASTM A387 GR.22 CL.2 outperforms them. When compared to the costs of components change, the construction of a new plant, or yet to the loss of profit due to due to production stand still, the useful extension of critical components may represent financial benefit. An analysis should be carried out considering the expected life time of plant and manufacturing costs of the converters made out carbon steels, C-Mo steels and the 2,5Cr-1,0Mo steels. In specifying the material for manufacturing converters, 2,5Cr-1,0Mo steel such as ASTM A387 GR.22 CL.2 must be considered. Its use can be economically viable. Keywords: LD-Converters. Creep test. Creep life prediction. Larson-Miller Parameter 9 LISTA DE FIGURAS Figura 1.1 - Fabricação do aço por processo LD. ..................................................... 18 Figura 1.2 - Vaso e anel de munhão de um conversor-LD.. ...................................... 20 Figura 1.3 - Vista em corte do conversor-LD. Vaso sem deformação. ...................... 21 Figura 1.4 - Vista em corte do conversor-LD. Vaso deformado................................. 21 Figura 2.1 - Processos simultâneos que determinam a curva de fluência. ............... 25 Figura 2.2 - Curva típica de fluência. ......................................................................... 26 Figura 2.3 - Efeito da tensão e da temperatura no comportamento à fluência. ......... 26 Figura 2.4 - Taxas de fluência. .................................................................................. 27 Figura 2.5 - Força de escalada sobre uma discordância. .......................................... 27 Figura 2.6 - Como a difusão leva à escalada de discordâncias. ............................... 29 Figura 2.7 - Como a sequência escalagem-escorregamento leva à fluência. ........... 30 Figura 2.8 - Fluência viscosa linear. .......................................................................... 35 Figura 2.9 - Crescimento de poros em contornos de grãos por difusão. ................... 35 Figura.2.10.-.Mecanismos de deformação sob diferentes tensões e temperaturas. ................................................................................................. 39 Figura 2.11 - Mecanismos de deformação sob diferentes taxas de deformação e tensões. .......................................................................................................... 39 Figura 2.12 - Forma de vazio no contorno de grão. .................................................. 44 Figura 2.13 - Resultado de ruptura por fluência a várias tensões. ............................ 48 Figura 3.1 - Representação da máquina para ensaio de fluência. ............................ 55 Figura 3.2 - Arranjo geral da máquina de fluência. .................................................... 57 Figura 3.3 - Máquina de fluência. Vista lateral. ......................................................... 57 Figura 3.4 - Sistema de eixo cardan com juntas móveis para montagem do corpo de prova. ........................................................................................................ 59 Figura 3.5 - Ajuste da folga para expansão do corpo de prova. ................................ 61 Figura 3.6 - Colchão de areia para montagem da máquina de fluência. ................... 62 Figura 3.7 - Furos no corpo de prova para inserção dos termopares. ....................... 65 Figura 3.8 - Montagem do termopar de inserção no furo fora da secção reduzida. .. 65 Figura 3.9 - Fixação dos termopares no corpo de prova. .......................................... 66 Figura 3.10 - Fixação dos termopares. ...................................................................... 66 Figura 3.11 - Montagem da célula de carga. ............................................................. 68 Figura 3.12 - Aplicação da carga. .............................................................................. 69
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