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Alguém para amar a vida inteira PDF

16 Pages·2015·0.3 MB·Portuguese
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Alguém para amar Roniwalter Jatobá a vida inteira SINOPSE Nesta narrativa breve e intensa, Roniwalter Jatobá, consagrado escritor que tem se dedicado a representar literariamente o mundo do trabalhador urbano, trata da educação sentimental de Jacinto, da infância numa favela em Osasco à vida adulta no bairro de São Miguel, em São Paulo. A cada capítulo, um ponto de vista diferente, o que faz de Alguém para amar a vida inteira um texto inteligente e desafiador. APRESENTAÇÃO No final dos anos 1960 e começo dos 1970 do século XX, houve um endurecimento da ditadura militar, aumentando a violência contra os cidadãos brasileiros. A opressão era, no entanto, muito mais forte entre aqueles despossuídos que migravam para os grandes centros em busca de emprego. Esta narrativa breve e intensa de Roniwalter Jatobá, escritor que tem se dedicado a representar literariamente o mundo dos trabalhadores, trata da educação sentimental de Jacinto, da infância numa favela de Osasco, à vida adulta no bairro de São Miguel, em São Paulo. Para esse rapaz, logo empregado numa fabrica, o pai (operário igual a ele) e o patrão são as traduções mais terríveis daquela pátria ditatorial, pois exigem uma submissão plena. Jacinto vai se adaptando a um destino podre – como a própria situação política do país naquele período – até se apaixonar por uma mulher sofrida mas corajosa. Esse amor o modifica completamente, redimindo-o da covardia dos que não têm voz nem caráter. Com estrutura ágil, capítulos curtos carregados de significação e variação de pontos de vista, na tradição do melhor William Faulkner, Roniwalter Jatobá Alguém para amar Roniwalter Jatobá a vida inteira constrói um vitral do nascimento do Brasil urbano em que vivemos hoje, num livro que é uma lição de humanidade, de história e de literatura. — por MIGUEL SANCHES NETO APRESENTAÇÃO Ilustrador: Theo Szczepanski Formato: 15 x 23 cm Número de páginas: 96 Coleção: Metamorfose ISBN: 978-85-385-5115-7 Indicação: a partir de 13 anos Gênero/tipo: narrativa PREPARAÇÃO E MOTIVAÇÃO PARA A LEITURA Converse com seus alunos sobre o título do livro. O que ele sugere? É possível amar alguém a vida inteira? Pergunte a seus alunos se conhecem alguma história de amor entre duas pessoas que durou bastante tempo. Capa: Peça aos jovens que contemplem e analisem a capa do livro, observando a ilustração, as cores e algum elemento que possa dar alguma pista sobre o conteúdo. Você pode fazer alguns questionamentos, como: Em que tipo de ambiente se passa a história? Esse personagem lembra algum outro conhecido da literatura ou do cinema? Por que será que um dos olhos do personagem está aberto e colorido, e o outro fechado, em preto e branco? Alguém para amar Roniwalter Jatobá a vida inteira Quarta capa: Peça a um aluno para realizar a leitura em voz alta do texto da quarta capa do livro. Depois, incentive todos a formular hipóteses sobre a personalidade e a idade desse narrador. Questione: Quem seria Emília Emiliano? Orelhas: Leia com seus alunos o texto de Miguel Sanches Neto, da primeira orelha do livro. Pergunte a eles quais das hipóteses criadas anteriormente sobre o conteúdo do livro podem ser descartadas, e quais ainda podem possuir ligação com o enredo, de acordo com o texto dessa orelha. Depois, leia a segunda orelha, do autor Roniwalter Jatobá, destacando o fato de ele ter trabalhado como operário metalúrgico e gráfico durante algum tempo. Leve-os a refletir sobre as diferentes tarefas que pode exercer um escritor até, finalmente, publicar um livro. Dedicatória: Leia com os alunos a epígrafe do livro. Questione: É grave amar alguém eternamente? Por quê? Ilustrações: Estimule os alunos a folhear o livro, observando o estilo das ilustrações – os traços, as cores, a maneira como o ilustrador optou por representar personagens, objetos, paisagens. Depois, peça que eles falem sobre o cenário onde se passa a história. Esse cenário se modifica? O que podemos identificar nesse cenário? (Máquinas, fábrica, medo, amor?) Incentive-os a dialogar com as ilustrações, percebendo a expressividade de cada uma. Para isso, faça alguns questionamentos: Que expressão possui o personagem representado na página 12? Ele está alegre? Confuso? Apático? A carta desenhada acima da testa do Alguém para amar Roniwalter Jatobá a vida inteira personagem, de quem será? Qual será seu conteúdo? Podemos identificar emoções nas ilustrações? Em quais delas? Peça aos alunos que observem especialmente as ilustrações das páginas 18, 19, 49, 55, 62, 66, 72 e 95. Informe- os de que o ilustrador utiliza muitos elementos simbólicos, como o personagem feito “em pedaços” da página 18 e o olho pendurado pela máquina, na página 62. Proponha uma atividade em grupos, em que, a partir das ilustrações do livro, os alunos deverão montar uma história. Leitura expressiva: Fazer a leitura expressiva do início do livro (p. 13-14), enfatizando as questões de ritmo, pronúncia e entonação de voz, procurando vivenciar sensações das personagens. Questione: O título desse primeiro capítulo pode simbolizar o início de quê? EXPLORAÇÃO DA LEITURA Após a leitura expressiva das páginas sugeridas e a leitura integral do livro, explorem o texto, começando com o personagem Jacinto: Jacinto • Converse com seus alunos sobre esse personagem. Deixe que contem suas impressões sobre ele. É um personagem cativante? É um personagem que surpreende o leitor? Por quê? Qual é sua idade no primeiro capítulo do livro? Releia com os alunos os trechos: “Casamos em 1952 – suspirou −, um ano depois nasceu Jacinto.” (p. 59); “Lembranças dos seus vinte e Alguém para amar Roniwalter Jatobá a vida inteira três anos foram passando em frente como imagens recentes.” (p. 94) • Como é o relacionamento de Jacinto com sua família ao longo da história? Essa relação se modifica com o passar dos anos? Em que aspectos isso acontece? Retomem o trecho: “Havia esquecido, porém, que seu filho não era mais um menino, não era mais a história de sempre.” (p. 81). Jacinto herdou alguma característica de seu pai? Qual? Trabalhe com seus alunos a ênfase que o autor do livro dá ao medo e às consequências advindas desse sentimento. Retomem o capítulo “Filhos do medo” e releiam o trecho: “Sentou na cama e sentiu o estômago doer, o braço doer, os olhos arderem, mas assim mesmo começou a ler com as letras enormes dançando como soltas sobre o papel. (...) Pensou naquele panfleto atirado ali, próximo à cabeceira da cama. Levantou-se e acendeu a luz. Estava assustado.” (p. 46). Leiam também os trechos: “Quis correr para lá, mas fiquei receoso. [...] Corri medroso, nessa hora cheguei em casa sem saber fazer o quê.” (p. 33-34); “Jacinto sentiu vontade de chegar junto à multidão, mas sentiu medo.” (p. 76). Além de medroso, Jacinto também revela ser desleal e mentiroso. Em que situações isso ocorre? Retomem os capítulos “Ato desleal” (p. 53) e “A fábrica vazia” (p. 56), depois, lembrem da mentira que Jacinto pregou à vendedora que presenciava o movimento dos operários: “− Você não trabalha lá? Jacinto negou: − Não, nem sei que fábrica é aquela.” (p.76). • Quando Jacinto começou a trabalhar na fábrica, ele tinha quase 16 anos. Alguém para amar Roniwalter Jatobá a vida inteira Pergunte se seus alunos trabalham ou conhecem alguém dessa idade que trabalha. Pergunte também se tiveram escolha ou se isso foi imposto a eles. Questione: Em que circunstâncias Jacinto largou os estudos? A vontade de chegar a ser feitor era de Jacinto ou de João? Jacinto poderia ter escolhido rumos diferentes para sua vida na situação em que estava depois de alguns anos na fábrica? Quais? • Converse com seus alunos sobre as emoções e dificuldades pelas quais passou o personagem Jacinto, desde sua infância amedrontada, quando apanhava do pai e era frequentemente destratado por ele, passando por sua amizade com Teodoro, depois com Felipe, por seu forte sentimento em relação à Emília Emiliano, pelas suas atitudes aparentemente “condenáveis”, pelo cansaço, pela afronta a seus superiores para, enfim, chegar a seu visível arrependimento e à busca de alguém para amar a vida inteira. Questione: Essas emoções poderiam ser sentidas por qualquer um de nós? Em que circunstâncias? Alguém já se deixou levar por emoções momentâneas, praticando algum ato desleal ou ferindo alguém? Jacinto teria mais coragem para enfrentar os obstáculos da vida se seu pai fosse diferente? A maneira como Jacinto foi criado e sua condição de menino pobre justificam seus atos? • Releia com seus alunos o trecho: “Nessas ruas barulhentas, seu Guilherme, por duas vezes, na hora do almoço, me cumprimentou chamando pelo meu nome.” (p. 57). Questione: Por que, para Jacinto, é tão importante Alguém para amar Roniwalter Jatobá a vida inteira ser chamado pelo nome pelo dono da empresa? De acordo com o livro, houve na vida desse personagem até este momento, alguma recompensa de seus “superiores” (pai e patrão) por algo que tenha feito, que o tenha deixado feliz? Foco narrativo • Após uma breve explicação sobre tipos de narrador, questione seus alunos sobre os narradores de Alguém para amar a vida inteira. Pergunte a eles quando há a primeira mudança de foco narrativo (p. 20). Que efeito essa mudança causa na trajetória da leitura? Trabalhe com seus alunos a ideia de que o narrador em 1ª pessoa é mais próximo do leitor, fazendo com que este se sinta mais dentro da história. Peça a eles que releiam alguns capítulos em que Jacinto fala. Questione: É possível construir uma linha coerente dos acontecimentos apenas lendo as narrações de Jacinto? Percebam que isso não é possível, pois, em alguns momentos, como no capítulo “Imaginações do juízo”, Jacinto fala de coisas que ele não tinha dito antes, mas como se o leitor já soubesse por algum outro meio: “Eu continuava ajudando Felipe na velha prensa.” (p. 43). Os narradores, portanto, complementam-se, oferecendo pontos de vista diferentes ao leitor. • Pergunte a seus alunos sobre o terceiro narrador. Quando ele aparece? (p. Alguém para amar Roniwalter Jatobá a vida inteira 67). Qual é sua finalidade? Quem ele é? Proponha uma atividade interativa com os alunos. Peça a eles que escrevam um pequeno texto, contando um acontecimento cotidiano na vida de uma família, dentro de casa. Mas o narrador que conta essa pequena história se dirige ao leitor como o faz o narrador do capítulo “Sombras noturnas” (p. 67). Essa atividade deverá ser feita em grupos, que poderão apresentar os textos para a turma no formato de esquetes teatrais. Um dos alunos do grupo lerá o texto em voz alta, outro fará o papel do leitor, que está “dentro” da história, fazendo o que o texto pede (Ex: “Você vai fugindo das sombras noturnas dessas nove horas, que batem no bairro e nas elevações secas do meio da rua.” (. 67)). Os outros personagens entrarão com os diálogos. Após a atividade, questione: Qual o propósito do autor em colocar esse terceiro narrador no livro? Por que ele aparece apenas na terceira parte? Linguagem • Para trabalhar este tópico com os alunos, primeiro leia para eles alguns trechos selecionados, que mostram uma linguagem peculiar, com expressões características do personagem Jacinto, de sua família e de Emília Emiliano: “O lugar, ainda me acostumando, parecia fim do mundo. Lameira ou poeira se o tempo se desconflitasse na rua descalça.” (p. 24); “Um dia na tarde vi, por esta luz que me alumia, um homem soltar um balde de cimento [...]” (p. 33); “Assim, fui criando imaginações no juízo, um jeito de virar operador no lugar antigo de Felipe.” (p. 43); “Aí eu juntei Alguém para amar Roniwalter Jatobá a vida inteira todas as minhas forças, segurei o pote de barro no alto da cabeça, me bambeando com o puxão do cachorro.” (p. 47). Pergunte a seus alunos se já leram ou ouviram pessoas utilizarem essas mesmas expressões. De onde elas vêm? Qual será o processo de criação de um escritor para imprimir uma linguagem característica em seus personagens? Pesquisa? Invenção? Pergunte a seus alunos se lembram de alguns outros trechos do livro em que essas peculiaridades de linguagem ficam bem evidentes. • Informe os leitores de que a poesia pode estar contida em diversos tipos de textos, e que o autor de um romance, de uma novela, de um conto, pode, muito bem, utilizar-se dela para aprimorar sua obra. Pergunte a seus alunos em que momentos de Alguém para amar a vida inteira eles puderam perceber toques de poesia. Comente que a atmosfera aparentemente “dura” do enredo não impede que a poeticidade brote entre as imagens da fábrica, entre os acontecimentos mais tórridos e as tristezas de Jacinto. Muitas vezes, inclusive, a poesia nasce justamente dos sentimentos mais tristes. Roniwalter Jatobá conseguiu unir a linguagem poética à crueza com que apresenta os fatos narrados, criando belas imagens. Você pode ler com seus alunos alguns trechos, destacando o trabalho árduo do escritor ao “lapidar” as palavras: “O sol se confunde com a fumaça e mais se amarela, amarelo-ouro, doentio e bonito. Domingo.” (p. 25); “O sol quente foi apagando as lembranças da fábrica e trazendo devagarzinho a figura de Emília Emiliano.” (p. 43); “As ruas pareciam sangrar depois da chuva. A Alguém para amar Roniwalter Jatobá a vida inteira lama vermelha era como um sangue escorrendo de um corpo ainda vivo.” (p. 75);” ...a madrugada chegando ao quarto de Emília Emiliano; o carinho; a busca de alguém para amar a vida inteira.” (p. 94). Medo • Pergunte a seus alunos em que momentos do livro eles conseguiram identificar resquícios desse sentimento. Proponha uma atividade: cada um deverá escrever, com suas palavras, algum acontecimento da história que foi desencadeado pelo medo, ou algum relato em que o autor do livro deixa explícito o medo. Após a escrita dos textos, peça a seus alunos que os leiam em voz alta e, depois, tentem se colocar no lugar dos personagens. Como cada um agiria diante do medo nas situações expostas no livro? O medo, na história, desencadeia que outros tipos de sentimentos? • Releia com os alunos o trecho: “Mas João sabia do respeito das pessoas por Filinto que ele invejava para si próprio.” (p. 19). Questione: João tinha medo de quê? Era o mesmo medo que tinha Zuza Emiliano? Leiam também o trecho: “Então ali eu via como se comandava a natureza com tanta terra ou como se comandava um homem lhe obrigando a trabalhar de sol a sol, como se estivesse lhe fazendo favores, assim como era meu pai, Zuza Emiliano meu pai, um homem sempre medroso; aquela soneira preguiçosa parecendo doentia; [...]” (p. 44).

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Alguém para amar a vida inteira. Roniwalter Jatobá. SINOPSE. Nesta narrativa breve e intensa, Roniwalter Jatobá, consagrado escritor que tem se
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