Universidade Federal de Santa Catarina Curso de P(cid:243)s-Gradua(cid:231)ªo em MatemÆtica Pura e Aplicada `lgebras de Hopf fracas: teoremas de dualidade e de Maschke Deividi Ricardo Pansera “ Orientadora: Prof. Dra. Virg(cid:237)nia Silva Rodrigues Florian(cid:243)polis Fevereiro de 2013 Universidade Federal de Santa Catarina Curso de P(cid:243)s-Gradua(cid:231)ªo em MatemÆtica Pura e Aplicada `lgebras de Hopf fracas: teoremas de dualidade e de Maschke Disserta(cid:231)ªo apresentada ao Curso de P(cid:243)s- Gradua(cid:231)ªo em MatemÆtica Pura e Aplica- da, do Centro de CiŒncias F(cid:237)sicas e Mate- mÆticas da Universidade Federal de San- ta Catarina, para a obten(cid:231)ªo do grau de Mestre em MatemÆtica, com `rea de con- centra(cid:231)ªo em `lgebra. Deividi Ricardo Pansera Florian(cid:243)polis Fevereiro de 2013 `lgebras de Hopf fracas: teoremas de dualidade e de Maschke por Deividi Ricardo Pansera1 Esta Disserta(cid:231)ªo foi julgada para a obten(cid:231)ªo do T(cid:237)tulo de (cid:16)Mestre(cid:17), `rea de Concentra(cid:231)ªo em `lgebra, e aprovada em sua forma (cid:28)nal pelo Curso de P(cid:243)s-Gradua(cid:231)ªo em MatemÆtica Pura e Aplicada. Prof. Dr. Daniel Gon(cid:231)alves Coordenador Comissªo Examinadora “ “ Prof. Dr. Virg(cid:237)nia Silva Rodrigues (Orientadora - UFSC) Prof. Dr. Antonio Paques (UniversidadeFederaldoRioGrandedoSul-UFRGS) “ “ Prof. Dr. DaianaAparecidadaSilvaFl(cid:244)res (UniversidadeFederaldeSantaMaria-UFSM) Prof. Dr. Licio Hernanes Bezerra (UniversidadeFederaldeSantaCatarina-UFSC) Florian(cid:243)polis, Fevereiro de 2013. 1Bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Cient(cid:237)(cid:28)co e Tecnol(cid:243)gico - CNPq ii (cid:16)A estrada avan(cid:231)a sempre, sempre, A partir da porta onde come(cid:231)ou. Agora a estrada chegou muito longe E tenho de segui-la, se puder. De percorrŒ-la com pØs fatigados, AtØ se fundir noutro caminho maior, Onde se encontram muitos caminhos e missıes. E depois, para onde? Nªo sei dizer.(cid:17) J. R. R. Tolkien iii Agradecimentos Primeiramente, agrade(cid:231)o (cid:224) Sant(cid:237)ssima Trindade, Pai, Filho e Es- p(cid:237)rito Santo, pela mera possibilidade da minha reden(cid:231)ªo. Aqui, houve a verdadeira mudan(cid:231)a signi(cid:28)cativa em minha vida, nªo apenas para sempre, mas para a eternidade. Parafraseando Sªo Paulo em At 17, 28 ’n’Ele sou, me movo e existo’. (cid:192) minha fam(cid:237)lia amada. Todos. Em especial ao meu Pai, minha mªe, meu irmªo e meus queridos av(cid:243)s. Muito melhores que as min- has, para uma tentativa de expressªo do que signi(cid:28)ca a fam(cid:237)lia, sªo as palavrasdeG.K.Chesterton: (cid:16)Quandoentramosnumafam(cid:237)lia,peloato denascermos, entramosrealmentenummundoqueØincalculÆvel, num mundoquetemsuaspr(cid:243)priaseestranhasleis,nummundoquepoderia passar sem n(cid:243)s, num mundo que nªo criamos. Em outras palavras, quando entramos numa fam(cid:237)lia, entramos num conto de fadas.(cid:17) “ (cid:192) minha orientadora, Prof. Virg(cid:237)nia Silva Rodrigues. Ela, certa- mente, Ø muito mais que uma orientadora no sentido acadŒmico. (cid:201) uma orientadora no sentido amplo da vida e de suas rela(cid:231)ıes. Uma verdadeira amiga e companheira. Aprendi e aprendo muito com ela. Jamaisesquecereique,emdeterminadomomentocr(cid:237)ticodaminhavida pessoal, ela ofereceu-me o cØu com um ato singelo e, confessadamente, inesperado por mim. O maravilhoso conforto de um abra(cid:231)o amigo e consolador. Muito obrigado! Ao professor Christian Lomp por ter aceito, ainda que informal- mente, orientar-me durante um poss(cid:237)vel futuro doutorado. Esse ato, motivou-meacontinuareprosseguircomosestudos,no(cid:226)mbitoacadŒmico. Aos professores Antonio Paques, Daiana Aparecida da Silva Fl(cid:244)res e Licio Hernanes Bezerra. Expresso minha profunda gratidªo por to- das as sugestıes, corre(cid:231)ıes e, principalmente, por terem dedicado um per(cid:237)odo de seus preciosos tempos para a leitura deste trabalho. Aos meus (cid:16)irmªos algebristas(cid:17). Luis Augusto Uliana e Sara Pinter. O ritual de um cafØ, o qual ultrapassou protocolos sociais, antes de iv nossas costumeiras (cid:16)aulas algØbricas(cid:17), jamais serÆ esquecido. Aos meus colegas de turma e matemÆtica. Em especial, Camila Fabre Sehnem e Soyara Biazotto. Boas risadas, cafØs, almo(cid:231)os e a(cid:28)ns. Aos meus eternos amigos, dos quais se incluem os jÆ citados nos parÆgrafos anteriores (cid:224) este. Em especial Denis Dalzotto, FÆbio Cam- pos, Lucas Betega, Rafael do Nascimento e Tcharles Roberto Bagatoli. Mostraram-meeaindamostramoqueØ,defato,vislumbraroqueestÆ para alØm de uma janela. Nada mais apropriado para este parÆgrafo do que citar C.S. Lewis: (cid:16)A Amizade Ø desnecessÆria - como a (cid:28)loso(cid:28)a, como a arte, como o pr(cid:243)prio universo (pois Deus nªo precisava criar). Ela nªo tem valor de sobrevivŒncia; ela Ø, antes, uma das coisas que dªo valor (cid:224) sobrevivŒncia.(cid:17) (cid:192) Elisa, secretÆria da p(cid:243)s, que, em sua extrema competŒncia, sem- pre apresentou prontidªo. Finalmente, mas nªo menos importante, agrade(cid:231)o ao CNPq (Con- selhoNacionaldeDesenvolvimentoCient(cid:237)(cid:28)coeTecnol(cid:243)gico)pelabolsa de mestrado fornecida, sem a qual nªo seria poss(cid:237)vel escrever esta dis- serta(cid:231)ªo. v Resumo O conceito de Ælgebra de Hopf fraca surge como uma generaliza(cid:231)ªo de Ælgebra de Hopf no sentido clÆssico, (veja [3]). Nosso objetivo neste trabalhoØapresentar,embasadosem[10],umaversªofracadoteorema de Maschke que caracteriza Ælgebras de Hopf fracas semissimples em termos de separabilidade e integrais normalizadas. AlØm disso, usando [9],de(cid:28)nimosano(cid:231)ªodea(cid:231)ªodeumaÆlgebradeHopffracaH emuma Ælgebra A e apresentamos um produto smash A#H nesse contexto. Finalmente, mostramosumageneraliza(cid:231)ªodoteoremadedualidadede Blattner-Montgomery(veja[1]),istoØ,seumaÆlgebradeHopffracaH agir em uma Ælgebra A entªo existe um isomor(cid:28)smo entre as Ælgebras (A#H)#H∗ e End (A#H) . k A vi Abstract TheconceptofweakHopfalgebraarisesasageneralizationofordi- naryHopfalgebra,see[3]. Ourgoalinthisworkistopresent,basedon [10],aweakversionofMaschke’stheoremwhichcharacterizessemisim- ple weak Hopf algebras in terms of separability and normalized inte- grals. Also, based on [9], it is de(cid:28)ned a notion of a weak Hopf algebra H which acts on an algebra A, and it is presented a smash product A#H in this context. Finally, we shaw a generalization Blattner- Montgomery’s duality theorem (see [1]), i.e., if we have a weak Hopf algebraactionH onanalgebraAthenthereisanalgebraisomorphism between (A#H)#H∗ and End (A#H) . k A vii ˝ndice Introdu(cid:231)ªo 3 1 `lgebras de Hopf fracas 4 1.1 BiÆlgebras fracas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 1.1.1 De(cid:28)ni(cid:231)ıes e exemplos . . . . . . . . . . . . . . . 4 1.1.2 Propriedades . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15 1.2 `lgebras de Hopf fracas . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26 2 M(cid:243)dulos de Hopf fracos e um teorema de Maschke 45 2.1 Integrais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45 2.2 M(cid:243)dulos de Hopf fracos . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48 2.3 Teorema de Maschke . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60 3 Produto smash fraco e um teorema de dualidade 63 3.1 Produto smash fraco . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63 3.2 Teorema de dualidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72 4 ApŒndice 80 ReferŒncias BibliogrÆ(cid:28)cas 82 1 Introdu(cid:231)ªo `lgebrasdeHopfebiÆlgebrassurgememmuitoscontextosmatemÆti- cos distintos como estruturas fundamentais. A teoria de Ælgebras de Hopf, atualmente, estÆ muito desenvolvida e possui aplica(cid:231)ıes em di- versas Æreas. Tais objetos surgiram, pela primeira vez, em topologia algØbrica, mais precisamente no estudo de anØis de cohomologia de grupos de Lie, posteriormente generalizado para H-espa(cid:231)os. `lgebras de Hopf possuem uma teoria de representa(cid:231)ªo rica e uma das razıes disso Ø que uma Ælgebra de Hopf H concede, naturalmente, uma estru- tura de m(cid:243)dulo no produto tensorial de H-m(cid:243)dulos. Quando H possui dimensªo (cid:28)nita, os ideais de H, que sªo chamados (cid:16)espa(cid:231)os integrais(cid:17), sªo unidimensionais e sªo fundamentais na teoria de representa(cid:231)ªo. Em meados de 1980, foram descobertas algumas conexıes, em de- terminados aspectos, entre Ælgebras de Hopf, topologia e f(cid:237)sica te(cid:243)rica, quedesenvolveram-senoquepodeserchamadodematemÆticaqu(cid:226)ntica (quantum mathematics). Nesse (cid:226)mbito, incluem-se os grupos qu(cid:226)nti- cos, a topologia qu(cid:226)ntica, a geometria nªo-comutativa e algumas cat- egorias com estruturas adicionais. As Ælgebras de Hopf encontradas nessescontextossªo,emsuamaioria,simultaneamentenªo-comutativas e nªo-cocomutativas. Um nœmero considerÆvel de generaliza(cid:231)ıes de Ælgebras de Hopf e objetos relacionados surgiram nos œltimos anos. Dentre essas gener- aliza(cid:231)ıes, uma, em espec(cid:237)(cid:28)co, Ø o objeto de estudo desta disserta(cid:231)ªo: Ælgebras de Hopf fracas ou grup(cid:243)ides qu(cid:226)nticos (cid:28)nitos. `lgebras de Hopf fracas foram introduzidas em [2,11,12]. As Ælge- bras de Kac generalizadas ((cid:28)nito dimensionais), em [14], sªo tambØm Ælgebras de Hopf fracas no sentido de [3,11], embora com uma an- t(cid:237)poda involutiva. Uma Ælgebra de Hopf fraca H Ø um espa(cid:231)o vetorial (cid:28)nito dimensional que possui uma estrutura de Ælgebra e de coÆlgebra simultaneamente, com uma certa rela(cid:231)ªo de compatibilidade entre es- sas estruturas, juntamente com um anti-homomor(cid:28)smo de Ælgebras e 2