Alexandre Lima de Oliveira CONTRIBUIÇÃO PARA A DOSAGEM E PRODUÇÃO DE PEÇAS DE CONCRETO PARA PAVIMENTAÇÃO Tese de doutorado apresentada ao Curso de Pós-Graduação em Engenharia Civil da Universidade Federal de Santa Catarina, como parte dos requisitos para a obtenção do título de Doutor em Engenharia Civil. Florianópolis 2004 CONTRIBUIÇÃO PARA A DOSAGEM E PRODUÇÃO DE PEÇAS DE CONCRETO PARA PAVIMENTAÇÃO Alexandre Lima de Oliveira Tese de doutorado apresentada ao Curso de Pós-Graduação em Engenharia Civil da Universidade Federal de Santa Catarina, como parte dos requisitos para a obtenção do título de Doutor em Engenharia Civil. Área de Concentração: Construção Civil Orientador: Prof. Dr. Luiz Roberto Prudêncio Jr. Florianópolis 2004 Dedico este trabalho a minha família, principalmente, aos meus pais (José Valeriano e Janne), pelo constante incentivo e apoio. AGRADECIMENTOS Ao professor, orientador e amigo Luiz Roberto Prudêncio Jr., obrigado pela disposição, compreensão, incentivo e pela confiança que você sempre depositou em mim. A minha família; meu pai (Valeriano), minha mãe (Janne) e meus irmãos (André e Anne); sem vocês eu não estaria aqui. Aos membros do grupo GTec, minha segunda família; vocês estarão sempre dentro do meu coração. Em especial: Luca, Vaninha, Caseca, Arley (Marley) e Denis (Alemão); muito obrigado pela força nos trabalhos desenvolvidos dentro da Toniolo, serei eternamente grato. Ao corpo-técnico da Toniolo Pré-moldados: Engenheiro Carlos Augusto Bedin e Jaderson Luiz Barbieri, por terem acreditado e apoiado esse trabalho. Ao amigo Lourival, que desenvolveu toda a parte do equipamento protótipo, e todos os funcionários da produção de artefatos vibro- prensados (Ademir, Ceará, Sadir, Joarez,...); muito obrigado pela força pessoal. Aos membros do LVA (Laboratório de Vibrações e acústica), pelo apoio na parte de instrumentação de vibração do equipamento protótipo; em especial ao amigo e parceiro de surf Julio. À Professora Henriette Lebre La Rovere pelo auxílio na modelagem em elementos finitos. Aos Funcionários do LMCC (Laboratório de Materiais de Construção Civil) – Luiz, Renato e Roque, pela ajuda e compreensão durante o desenvolvimento do trabalho. Aos amigos: Cartana, Manara, Renato, Dú, Murilo, Chambs, Simon, Italo, Elington, Nardi, Enzo, Marcelo (Bilú), Julio (rato), pelos momentos de descontração e muita diversão. Sem esquecer do meu cachorro (Tobi), companheiro de madrugadas de estudo. À minha namorada Juliana Stramandinoli; muito obrigado pelo carinho, apoio, compreensão, alegria e companheirismo nas horas boas e ruins, fora e dentro d’água surfando; te amo. Por último, porém não menos importante, à Deus, por me iluminar, me dar forças e condições para viver com alegria. i SUMÁRIO LISTA DE FIGURAS.................................................................................................................vii LISTA DE TABELAS...............................................................................................................xiii LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS.............................................................................xvii GLOSSÁRIO...........................................................................................................................xviii RESUMO......................................................................................................................................xx ABSTRACT................................................................................................................................xxi 1 – INTRODUÇÃO.......................................................................................................................1 1.1 – OBJETIVOS DO TRABALHO......................................................................................6 1.2 – CONTEÚDO E DIVISÃO DO TRABALHO................................................................7 2 – CARACTERÍSTICAS E PROPRIEDADES DO CONCRETO E DAS PEÇAS PARA PAVIMENTAÇÃO........................................................................................................................8 2.1 – CONCRETO PLÁSTICO x CONCRETO SECO.........................................................8 2.2 – PRESCRIÇÕES NORMATIVAS DAS PCP...............................................................12 2.2.1 – RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO...........................................................................12 2.2.2 – RESISTÊNCIA À ABRASÃO....................................................................................15 2.2.3 – ABSORÇÃO.................................................................................................................16 2.2.4 – AVALIAÇÃO DA TEXTURA SUPERFICIAL DAS PEÇAS................................16 2.2.4.1 – Imagens digitais........................................................................................................17 3 – MATERIAIS CONSTITUINTES EMPREGADOS NA PRODUÇÃO DE PCP............20 3.1 – CIMENTO PORTLAND...............................................................................................20 3.2 – AGREGADOS GRAÚDOS...........................................................................................21 3.3 – AGREGADOS MIÚDOS...............................................................................................22 3.4 – ÁGUA..............................................................................................................................23 3.5 – ADITIVOS......................................................................................................................23 3.5.1 – ADITIVOS INCORPORADORES DE AR...............................................................24 3.5.2 – PIGMENTOS...............................................................................................................25 3.6 – ADIÇÕES........................................................................................................................26 4 – MOLDAGEM DAS PCP......................................................................................................27 4.1 – EQUIPAMENTOS DE VIBRO-COMPRESSÃO.......................................................27 4.1.1 – SILO DE ARMAZENAMENTO...............................................................................27 4.1.2 – GAVETA......................................................................................................................28 4.1.3 – SISTEMA DE COMPRESSÃO.................................................................................31 ii 4.1.3.1 – Sapatas.......................................................................................................................31 4.1.3.2 – Viga flutuante............................................................................................................32 4.1.3.3 – Pistão hidráulico ou pneumático.............................................................................32 4.1.4 – FORMA........................................................................................................................33 4.1.5 – VIBRAÇÃO.................................................................................................................33 4.1.5.1 – Medição de vibração.................................................................................................38 4.1.5.2 – Sistemas de vibração empregados em máquinas de vibro-compressão...............39 4.2 – CICLO DE PRODUÇÃO DAS MÁQUINAS VIBRO-PRENSAS.............................42 4.3 – PARTICULARIDADES QUANTO À PRODUÇÃO DE PEÇAS PARA PAVIMENTAÇÃO..................................................................................................................48 4.3.1 - DISTRIBUIÇÃO DE PESOS NA CHAPA................................................................48 4.3.2 – VARIAÇÕES DE PESO NO DECORRER DA PRODUÇÃO...............................48 4.3.3 – CUIDADOS COM A VELOCIDADE DE RECUO DA GAVETA E O RASPADOR DE PENTE........................................................................................................49 4.3.4 – QUANTIDADE IDEAL DE ÁGUA DAS MISTURAS PARA A PRODUÇÃO DAS PEÇAS PARA PAVIMENTAÇÃO..............................................................................49 5 – MÉTODOS DE DOSAGEM PARA PCP............................................................................51 5.1 – MÉTODO DE DOSAGEM PROPOSTO PELA COLUMBIA (COLUMBIA, 1986) ...................................................................................................................................................51 5.2 – MÉTODO DE DOSAGEM PROPOSTO POR DOWSON (1981)...........................52 5.3 – MÉTODO DE DOSAGEM PROPOSTO PELA BESSER COMPANY E ADAPTADO POR MEDEIROS (PFEIFFENBERGER, 1985; MEDEIROS, 1993)........54 5.4 – MÉTODO DE DOSAGEM PROPOSTO PELA ABCP (RODRIGUES, 1995a; PIOROTTI, 1989)....................................................................................................................56 5.5 – MÉTODO DE DOSAGEM DO IPT/EPUSP ADAPTADO (TANGO, 1994)...........58 5.6 – MÉTODO DE DOSAGEM PROPOSTO POR FRASSON (2000)............................62 5.7 – COMENTÁRIOS SOBRE OS MÉTODOS DE DOSAGEM.....................................66 6. PROGRAMA EXPERIMENTAL.........................................................................................70 6.1 – AVALIAÇÃO DO ENSAIO DE RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO PRESCRITO PELA NBR 9780 (1987) PARAS AS PCP.............................................................................73 6.1.1 – AVALIAÇÃO NUMÉRICA EMPREGANDO-SE O MÉTODO DE ELEMENTOS FINITOS........................................................................................................73 iii 6.1.2 – AVALIAÇÃO EXPERIMENTAL DA INFLUÊNCIA DA LARGURA DE PEÇAS DE CONCRETO NO RESULTADO DE RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO...87 6.2 – EQUIPAMENTO DE MOLDAGEM DOS CORPOS-DE-PROVA – PREVISÃO DE RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO DAS PCP, DETERMINAÇÃO DA ENERGIA DE COMPACTAÇÃO DOS CORPOS-DE-PROVA, AVALIAÇÃO DA TEXTURA E DEFINIÇÃO DA QUANTIDADE IDEAL DE ÁGUA DA MISTURA..............................92 6.2.1 – CONCEPÇÃO DO EQUIPAMENTO.......................................................................92 6.2.1.1 – Definição do formato do corpo-de-prova...............................................................92 6.2.1.2 – Equipamento de moldagem dos corpos-de-prova (9 x 8 cm)................................93 6.2.1.3 – Moldagem dos corpos-de-prova (9 x 8 cm)............................................................95 6.2.2 – PREVISÃO DA RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO DAS PCP EM FUNÇÃO DA RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO DOS CORPOS-DE-PROVA 9 x 8 cm......................97 6.2.2.1 – Moldagem das PCP e dos corpos-de-prova 9 x 8 cm.............................................98 6.2.2.2 – Cura das PCP e dos corpos-de-prova 9 x 8 cm......................................................99 6.2.2.3 – Seleção das PCP e coleta dos corpos-de-prova 9 x 8 cm.......................................99 6.2.2.4 – Determinação da massa específica saturada das peças.........................................99 6.2.2.5 – Determinação da resistência à compressão das PCP e dos corpos-de-prova 9 x 8 cm............................................................................................................................................106 6.2.2.6 – Correlação entre massa específica saturada e resistência à compressão – PCP 60 mm...........................................................................................................................................106 6.2.2.7 – Correlação entre massa específica saturada e resistência à compressão – PCP 80 mm...........................................................................................................................................110 6.2.2.8 – Correlação entre a resistência à compressão dos corpos-de-prova 9 x 8 cm e das PCP de 60 e 80 mm de altura................................................................................................112 6.2.2.9 – Influência do consumo de cimento nas correlações obtidas paras as PCP de 60 e 80 mm e os corpos-de-prova 9 x 8 cm..................................................................................117 6.2.2.10 – Avaliação da resistência de prismas serrados provenientes das PCP e dos corpos-de-prova 9 x 8 cm......................................................................................................120 6.2.3 – ESTUDOS DE CASO EMPREGANDO-SE O EQUIPAMENTO DE MOLDAGEM DOS CORPOS-DE-PROVA 9 X 8 cm.......................................................122 6.2.3.1 – Caracterização dos materiais................................................................................123 6.2.3.2 – Traços empregados.................................................................................................125 6.2.3.3 – Moldagem das peças...............................................................................................127 iv 6.2.3.4 – Apresentação e análise dos resultados..................................................................131 6.2.4 – CONCLUSÕES..........................................................................................................141 6.3 – AVALIAÇÃO DA INTER-RELAÇÃO EQUIPAMENTO DE VIBRO- COMPRESSÃO x CONCRETO..........................................................................................144 6.3.1 – CONCEPÇÃO DO EQUIPAMENTO PRÓTOTIPO DE VIBRO-COMPRESSÃO .................................................................................................................................................145 6.3.1.1 – Projeto e execução do sistema de vibração...........................................................145 6.3.1.2 – Projeto e execução do sistema de compressão......................................................150 6.3.2 – MOLDAGEM DAS PCP...........................................................................................153 6.3.2.1 – Procedimentos para a moldagem das PCP – Determinação da resistência à compressão e tempo de vibro-compressão..........................................................................154 6.3.2.2 – Procedimentos para a moldagem das PCP – Avaliação da textura...................157 6.3.3 – INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE MÁQUINA NO TEMPO DE VIBRO- COMPRESSÃO E NA RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO DAS PCP – ESTUDOS DE CASO......................................................................................................................................159 6.3.3.1 – Metodologia empregada.........................................................................................159 6.3.3.2 – Apresentação e análise dos resultados..................................................................166 6.3.4 – AVALIAÇÃO EM ESCALA REAL DA INFLUÊNCIA DO TIPO DE MISTURA NO TEMPO DE VIBRO-COMPRESSÃO DAS PCP........................................................183 6.3.5 – CONCLUSÕES..........................................................................................................186 6.4 – CORRELAÇÃO ENTRE O TEMPO DE VIBRO-COMPRESSÃO DE UMA MÁQUINA VIBRO-PRENSA REAL E A ENERGIA DE COMPACTAÇÃO DO SOQUETE / TEMPO DE VIBRO-COMPRESSÃO DO EQUIPAMENTO PRÓTOTIPO .................................................................................................................................................188 6.4.1 – METODOLOGIA EMPREGADA..........................................................................188 6.4.1.1 – Moldagem das peças...............................................................................................188 6.4.2 – APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS........................................190 6.4.2.1 – Tempo de vibro-compressão em função da massa específica verde das PCP - MONTANA............................................................................................................................190 6.4.2.2 – Energia de compactação em função da massa específica verde dos corpos-de- prova 9 x 8 cm........................................................................................................................191 6.4.2.3 – Tempo de vibro-compressão em função da massa específica verde das PCP – equipamento protótipo..........................................................................................................193 v 6.4.2.4 – Correlação entre o tempo de vibro-compressão do equipamento da MONTANA e a energia de compactação dos corpos-de-prova 9 x 8 cm................................................195 6.4.2.5 – Correlação entre o tempo de vibro-compressão do equipamento da MONTANA e o tempo de vibro-compressão do equipamento protótipo...............................................197 6.4.3 – CONCLUSÕES..........................................................................................................199 6.5 – AVALIAÇÃO QUANTITATIVA DAS CONDIÇÕES SUPERFICIAIS DAS PCP .................................................................................................................................................200 6.5.1 – METODOLOGIA EMPREGADA..........................................................................201 6.5.1.1 – Aquisição das imagens............................................................................................201 6.5.1.2 – Calibração do scanner............................................................................................202 6.5.1.3 – Definição da resolução............................................................................................204 6.5.1.4 – Comparação entre uma escala de textura de PCP definida pelo olho humano e o desvio padrão do histograma de freqüência........................................................................205 6.5.1.5 – Avaliação quantitativa da textura das PCP produzidas em uma máquina vibro- prensa real e no equipamento protótipo..............................................................................208 6.5.2 – CONCLUSÕES..........................................................................................................210 7 – PROPOSTA DE UM MÉTODO EXPERIMENTAL DE DOSAGEM PARA PCP.211 7.1 – DEFINIÇÃO DA RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO DAS PCP...........................211 7.2 – SELEÇÃO DOS MATERIAIS A SEREM EMPREGADOS...................................213 7.3 – PROPORÇÕES ENTRE OS AGREGADOS.............................................................214 7.4 – TRAÇOS E PERCENTAGEM DE VOLUME DE SÓLIDOS A SEREM EMPREGADOS NO ESTUDO DE DOSAGEM................................................................217 7.5 – MOLDAGEM DAS PEÇAS E DETERMINAÇÃO DA UMIDADE ÓTIMA.......217 7.6 –CONSTRUÇÃO DAS CURVAS DE DOSAGEM......................................................220 7.7 – CORRELAÇÃO DA ENERGIA OU DO TEMPO DE VIBRO-COMPRESSÃO PARA MOLDAGEM DAS PEÇAS COM O TEMPO DE VIBRO-COMPRESSÃO DA MÁQUINA VIBRO-PRENSA..............................................................................................221 7.8 – DEFINIÇÃO DO TRAÇO PRELIMINAR................................................................223 7.9 – AJUSTES FINAIS NA MÁQUINA VIBRO-PRENSA.............................................226 7.10 – EXEMPLO ILUSTRATIVO DO MÉTODO DE DOSAGEM...............................228 7.10.1 – Parâmetros da mistura antiga................................................................................228 7.10.2 – Determinação das proporções entre os agregados................................................228 vi 7.10.3 – Avaliação da textura no equipamento protótipo..................................................230 7.10.4 – Traços e porcentagens de volume de sólidos empregadas no estudo de dosagem .................................................................................................................................................231 7.10.5 – Determinação da umidade ótima...........................................................................232 7.10.6 – Moldagem das peças e construção do ábaco de dosagem....................................232 7.10.7 – Definição do traço preliminar................................................................................235 7.10.8 – Determinação da umidade ideal para o traço preliminar....................................237 7.10.9 – Resultado do estudo de dosagem para testes na máquina vibro-prensa............238 8 – CONCLUSÕES E CONSIDERAÇÕES FINAIS.............................................................239 9 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..............................................................................243 ANEXOS – RESULTADOS.....................................................................................................251 ANEXOS – PROCEDIMENTOS.............................................................................................264
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