Alexandre Aksakof Animismo e Espiritismo Ensaio de um exame crítico dos fenômenos mediúnicos, especialmente em relação às hipóteses da “força nervosa”, da “alucinação” e do “inconsciente”, como resposta à obra do Dr. Eduard von Hartmann, intitulada “O Espiritismo”. (Trad. do russo por Berthold Sandow) Título original em Francês Alexandre Aksakof - Animisme et Spiritisme Librairiedes Sciences Psychiques Éditeur - P. G. Leymarie Rue du Sommerard,12 Paris (1895) 2 Conteúdo resumido Esta obra monumental foi escrita em resposta às idéias antiespíritas do famoso filósofo alemão Eduard von Hartmann. Segundo as próprias palavras de Aksakof, a obra teve como principal objetivo “preservar a doutrina espírita dos ataques sérios a que no futuro ficaria indubitavelmente exposta, desde que os fatos sobre os quais se baseia sejam admitidos pela Ciência”. Aksakof rebate com argumentos insofismáveis as hipóteses da “força nervosa”, da “alucinação” e do “inconsciente”, tão manipuladas e repisadas pelos contestadores dos nossos dias. Graças à análise conscienciosa e imparcial dos inúmeros casos expostos pelo autor, esta obra revela-se um valioso auxiliar no processo de distinção entre os fenômenos anímicos (produzidos pelo Espírito encarnado) e os fenômenos espíritas (produzidos pelo Espírito desencarnado). Com toda justiça, Animismo e Espiritismo impôs-se como uma das mais importantes e completas obras escritas acerca do Espiritismo, do ponto de vista científico e filosófico. Sumário Prefácio da tradução francesa ................................................... 7 Prefácio da edição alemã ........................................................ 10 Introdução............................................................................... 25 Resumo teórico das teorias antiespiríticas .............................. 31 CAPÍTULO I – Fenômenos de materialização » Insuficiência, no ponto de vista dos fatos, da hipótese alucinatória emitida pelo Dr. Hartmann. ............................. 47 1. Materialização de objetos escapando à percepção pelos sentidos. Fotografia transcendente. ..................................... 50 2. Materialização e desmaterialização de objetos acessíveis aos nossos sentidos ........................................................... 115 3 A. Materialização e desmaterialização de objetos inanimados .................................................................. 121 B. Materialização e desmaterialização de formas humanas. – Demonstração do caráter não alucinatório de uma materialização. ................................................ 139 B1 - Aparecimento de mãos visíveis e tangíveis .......... 140 B2 - Efeitos físicos ...................................................... 142 B3 - Efeitos físicos duradouros .................................... 143 a) Escrita direta ...................................................... 143 b) Impressão de mãos materializadas ..................... 145 c) Efeitos produzidos sobre a forma materializada (coloração, etc.) ................................................. 154 d) Reprodução de formas materializadas por moldagens em gesso .......................................... 159 e) Outros exemplos de moldagens de formas materializadas por meio da parafina ................... 173 1) O médium está isolado; o agente oculto fica invisível. ........................................................ 174 2) O médium está diante dos assistentes; o agente oculto conserva-se invisível. ............... 192 3) O agente oculto é visível; o médium está isolado. .......................................................... 203 4) O fantasma e o médium são simultaneamente visíveis aos espectadores. ... 207 f) Fotografia de formas materializadas .................. 210 1) O médium é visível; a figura materializada é invisível ao olho, mas aparece na chapa fotográfica. .................................................... 216 2) O médium é invisível; o fantasma é visível e reproduzido pela fotografia. ........................... 221 3) O médium e o fantasma são vistos ao mesmo tempo; apenas o último é fotografado. ........... 229 4) O médium e o fantasma são ambos visíveis e fotografados ao mesmo tempo. ...................... 255 5) O médium e o fantasma são invisíveis; a fotografia produz-se às escuras. ..................... 283 4 B4 - Pesagem das formas materializadas ..................... 285 » Insuficiência da teoria alucinatória do Dr. Hartmann no ponto de vista teórico ....................................................... 288 CAPÍTULO II – Fenômenos físicos ........................................... 307 CAPÍTULO III – Da natureza do agente inteligente que se manifesta nos fenômenos do Espiritismo » Exame do princípio fundamental do Espiritismo; ele apresenta fenômenos cuja causa deve ser procurada fora do médium? ...................................................................... 319 1. Manifestações que são contrárias à vontade do médium ... 327 2. Manifestações que são contrárias às convicções do médium............................................................................. 366 3. Manifestações contrárias ao caráter e aos sentimentos do médium............................................................................. 372 4. Comunicações cuja natureza está acima do nível intelectual do médium ...................................................... 375 5. Mediunidade das crianças de peito e das crianças muito novas ................................................................................ 396 6. Médiuns falando línguas que lhes são desconhecidas ....... 408 7. Diversos fenômenos de gênero misto-composto ............... 427 8. Comunicação de fatos desconhecidos do médium e dos assistentes ......................................................................... 441 A. A visão às escuras e em lugares fechados .................... 443 B. Fatos conhecidos independentemente dos órgãos que servem habitualmente à percepção .............................. 459 C. Comunicação de fatos desconhecidos das pessoas que tomam parte na sessão, e que não podem ser explicados pela transmissão de pensamentos, em razão das condições especiais nas quais essas comunicações são dadas .............................................. 471 5 9. Comunicações provenientes de pessoas completamente desconhecidas, quer dos médiuns, quer dos assistentes .... 492 10. Transmissão de comunicações a grande distância ........... 509 11. Transporte de objetos a grandes distâncias ..................... 515 12. Materializações ............................................................... 526 CAPÍTULO IV – A hipótese dos Espíritos 1. ANIMISMO – Ação extracorpórea do homem vivo, como que formando a transição ao Espiritismo .......................... 533 A. Ação extracorpórea do homem vivo, comportando efeitos psíquicos (fenômenos da telepatia – transmissão de impressões a distância) ........................ 538 B. Ação extracorpórea do homem vivo, sob forma de efeitos físicos (fenômenos telecinéticos – deslocamento de objetos a distância) ........................... 556 C. Ação extracorpórea do homem vivo, traduzindo-se pela aparição de sua própria imagem (fenômenos telepáticos – aparições a distância) .............................. 562 D. Ação extracorpórea do homem vivo manifestando-se sob a forma da aparição de sua imagem com certos atributos de corporeidade (fenômenos teleplásticos – formação de corpos materializados) ............................ 572 2. ESPIRITISMO – Manifestação de um homem morto, como fase ulterior do animismo........................................ 594 A. Identidade da personalidade de um morto verificada por comunicações em sua língua materna, desconhecida do médium ............................................. 607 B. Verificação da personalidade de um morto por comunicações dadas no estilo característico do morto, ou por expressões particulares, que lhe eram familiares, recebidas na ausência de pessoas que conheciam o morto ...................................................... 611 6 C. Identidade da personalidade de um morto desconhecido do médium, verificada por comunicações dadas em escrita idêntica à que era conhecida durante a sua vida ....................................... 614 D. Identidade da personalidade de um morto verificada por uma comunicação proveniente dele, com um conjunto de pormenores relativos à sua vida, e recebida na ausência de qualquer pessoa que conhecera o morto ....................................................... 628 E. Identidade da personalidade de um morto verificada pela comunicação de fatos que só puderam ser conhecidos pelo próprio morto e que somente ele podia comunicar .......................................................... 636 F. Identidade da personalidade verificada por comunicações que não são espontâneas, como as que precedem, mas provocadas por apelos diretos ao morto e recebidas na ausência de pessoas que conheciam este último ................................................. 656 G. Identidade do morto verificada por comunicações recebidas na ausência de qualquer pessoa que o tivesse conhecido, e que revelam certos estados psíquicos ou provocam sensações físicas, próprias do morto ........................................................................... 670 H. Identidade da personalidade de um morto atestada pela aparição de sua forma terrestre ............................. 678 H1 - Aparição de um morto atestada pela visão mental do médium, na ausência de pessoas que o conhecem ......................................................... 678 H2 - Aparição de um morto atestada pela visão mental do médium e, simultaneamente, pela fotografia transcendente ou pela fotografia só, na ausência de pessoas que conheceram o morto 680 H3 - Aparição da forma terrestre de um morto por via de materialização, apoiada por provas intelectuais .......................................................... 689 7 Considerações finais ............................................................... 699 » As hipóteses espiríticas, segundo o Sr. Hartmann .............. 703 Prefácio da tradução francesa Conforme um ajuste feito com o Sr. Alexandre Aksakof, conselheiro de Estado atual de S. M., o imperador da Rússia, assumi a responsabilidade de publicar em francês a sua obra tão conhecida no estrangeiro: Animismus und Spiritismus. O filósofo bávaro Sr. Carl du Prel me recomendava esta obra como indispensável a qualquer investigador consciencioso; eu era do seu parecer. Confiei a tradução da obra ao Sr. B. Sandow, nosso colaborador, em razão dos seus conhecimentos lingüísticos; acrescentarei que as provas definitivas foram submetidas à aprovação do autor. Deixo ao tradutor a incumbência de apresentar ao público francês algumas considerações sobre Animismo e Espiritismo e sobre as origens deste volume. O Editor: P.-G. Leymarie * * * A obra que apresentamos ao público não foi escrita com o intuito especial de defender a causa espírita, mas, sim, para preservar essa doutrina dos ataques sérios a que no futuro ficaria indubitavelmente exposta, desde que os fatos sobre os quais se baseia sejam admitidos pela Ciência. A leitura deste livro produzirá certamente impressão profunda no espírito de todos aqueles que se preocupam com o problema da vida e meditam sobre os destinos humanos. Sem dúvida, os espíritas só encontrarão aqui a confirmação, cientificamente formulada, de suas crenças; os incrédulos, quer o sejam de caso pensado, quer repousem apenas no quietismo de um cepticismo indiferente, ao menos serão levados à dúvida, que resume, apesar 8 de tudo, a suprema prudência no homem, quando este não tem, para sancionar as suas convicções, uma certeza absoluta. A uma pena muito mais autorizada do que a minha caberia apresentar Animismo e Espiritismo aos leitores franceses. Mas nenhuma necessidade deste gênero se impõe, porque o nome do escritor basta para recomendar sua obra e, demais, o seu Prefácio justifica amplamente, perante todos os pensadores, a publicação do livro: expõe de maneira admirável a profissão de fé do autor e faz conhecer claramente o fim que ele se propôs. Nada mais se poderia acrescentar aí. Meu papel deve, pois, limitar-se a mencionar rapidamente algumas particularidades referentes às origens deste trabalho. Conforme se pode ver no frontispício do volume, foi este uma resposta à brochura que o bem conhecido filósofo alemão Eduard von Hartmann – continuador de Schopenhauer – publicou em 1885, sobre o Espiritismo. A primeira edição original (alemã) de Animismus und Spritismus (Leipzig, 1890) 1 provocou da parte do Sr. Von Hartmann uma réplica intitulada “A hipótese dos Espíritos e seus fantasmas” (Berlim, 1891), na qual ele volta, com insistência, aos argumentos de que já se tinha servido. Desta vez foi o sábio Carl du Prel quem se encarregou de continuar, contra esse adversário tão temível, a polêmica que o Sr. Aksakof infelizmente não podia continuar, devido ao seu estado de saúde. Nem a resposta do Dr. Carl du Prel nem as duas publicações do Sr. Von Hartmann foram até agora traduzidas para o francês; esta lacuna, porém, não diminuirá sensivelmente o interesse que o leitor atento há de encontrar nesta obra, notando-se que o autor nela reproduz “in extenso” os principais argumentos de seu adversário. Resta-me dar algumas indicações sobre as fontes de que me servi para imprimir a esta tradução uma fidelidade tão escrupulosa quanto possível. Traduzi do próprio texto alemão as numerosas citações extraídas do livro do Sr. Von Hartmann. As indicações se referem, pois, naturalmente à edição alemã, porquanto, como já 9 o disse acima, nenhuma tradução francesa existe desse livro. A parte do texto primitivo de Animismo e Espiritismo, escrita em francês pelo autor, permitiu-me fixar na tradução uma terminologia já consagrada pelo próprio autor. No que respeita às alterações feitas na edição russa, que veio à luz em 1893, consultei cuidadosamente essa edição; quanto às citações de origem inglesa, não pude ter à vista todos os textos originais e vi-me assim obrigado, acerca de muitos deles, a limitar-me às traduções alemã e russa, as quais, apresso-me em dizê-lo, nada deixam a desejar. Tenho necessidade, depois desta documentação, de solicitar a indulgência do leitor? Conto que os meus esforços serão apreciados com retidão por aqueles que se interessam por estas questões de tão elevada importância. Concluindo, não posso deixar de exprimir o meu mais vivo reconhecimento ao meu sábio amigo, o Dr. H., pelo precioso concurso que generosamente me prestou. Recorri aos seus conhecimentos para a tradução de diversos trechos de ordem científica e técnica, e posso dizer que sempre recebi dele pareceres tão esclarecidos quanto benevolentes. Devo, finalmente, agradecer ao Sr. Leymarie haver-me confiado este trabalho tão delicado quanto interessante. B. Sandow 10 Prefácio da edição alemã Hoje, que afinal está pronta a minha resposta ao Sr. Hartmann, depois de quatro anos de trabalho realizado no meio de sofrimentos morais e físicos, não julgo inútil dar, às pessoas que lerem a minha obra, algumas palavras de explicação para guiá-las em sua leitura. Alexandre Aksakof O Sr. Hartmann, escrevendo a sua obra sobre o Espiritismo, imaginou, para explicar os seus fenômenos, uma teoria baseada unicamente na aceitação condicional de sua realidade, isto é, só os admitindo provisoriamente, com os caracteres que lhes são atribuídos nos anais do Espiritismo. Por conseguinte, o objetivo geral do meu trabalho não foi provar e defender a todo custo a realidade dos fatos mediúnicos, mas aduzir à sua explicação um método crítico, conforme as regras indicadas pelo Sr. Hartmann. É, pois, um trabalho comparável à solução de uma equação algébrica cujas incógnitas só tivessem um valor convencionado. O primeiro capítulo, que trata das materializações, é o único que se distingue, sob este ponto de vista, do resto da obra, porque aqui o Sr. Hartmann, admitindo completamente a realidade subjetiva ou psíquica do fenômeno, considerado por ele como uma alucinação, tinha exigido, para a aceitação de sua realidade objetiva, certas condições de experimentação, às quais eu tratei de satisfazer.
Description: