Copyright © Marcos Eduardo Neves, 2015 Copyright © Alexsandro de Souza, 2015 Copyright © Editora Planeta do Brasil, 2015 Todos os direitos reservados. PREPARAÇÃO: Elisa Martins REVISÃO: Beth Gobbi e Pamela Oliveira DIAGRAMAÇÃO: Futura CAPA: Departamento de Criação Editora Planeta do Brasil IMAGENS DE CAPA: © Daryan Dornelles ADAPTAÇÃO PARA EBOOK: Hondana N425a Neves, Marcos Eduardo Alex, a biografia / Marcos Eduardo Neves. - 1. ed. - São Paulo : Planeta, 2015. ISBN 978-85-422-0632-6 1. Alex, 1977-. 2. Jogadores de futebol - Brasil - Biografia. I. Título. CDD: 927.96334 CDU: 929:796.332 15-27159 2015 Todos os direitos desta edição reservados à EDITORA PLANETA DO BRASIL LTDA. Rua Padre João Manoel, 100 – 21o andar Ed. Horsa II – Cerqueira César 01411-000 – São Paulo-SP www.planetadelivros.com.br [email protected] SUMÁRIO INTRODUÇÃO 1 O INÍCIO – 1977-1994 2 O MENINO DE OURO – CORITIBA 1994-1997 3 A AMÉRICA AOS PÉS – PALMEIRAS 1997-2000 4 VIA-CRÚCIS – PARMA 2000; SELEÇÃO OLÍMPICA 2000; FLAMENGO 2000; PALMEIRAS 2001; PARMA 2001; CRUZEIRO 2001 5 A DECEPÇÃO – PALMEIRAS 2002; SELEÇÃO BRASILEIRA 2002 6 A REVIRAVOLTA – PARMA 2002; CRUZEIRO 2002 7 A MAGIA – CRUZEIRO 2003-2004 8 A DESCOBERTA – FENERBAHÇE 2004-2006; COPA AMÉRICA 2004 9 ANOS DOURADOS – FENERBAHÇE 2006-2008 10 A CONSAGRAÇÃO – FENERBAHÇE 2008-2011 11 O TRISTE ADEUS – FENERBAHÇE 2011-2012 12 SONHO REALIZADO – CORITIBA 2012-2013 13 BOM SENSO FC - 2013 14 A DESPEDIDA – CORITIBA 2014 AGRADECIMENTOS CRÉDITOS DAS IMAGENS Dedico este livro à minha avó, aos meus pais, à minha esposa, aos meus filhos e a todos que, de alguma forma, participaram dessa trajetória. Alex INTRODUÇÃO Istambul, outubro de 2012. Redação do Hürriyet, um dos principais jornais da Turquia. Süleyman Arat, repórter com mais de trinta anos de profissão – um quarto de século a cobrir política, os últimos oito no esporte – é chamado pelo editor. A ideia é enviá-lo ao Brasil para receber o craque Alex, maior ídolo recente da história do Fenerbahçe. O jogador havia acabado de rescindir com o clube turco. – Todo mundo estava atrás do Alex depois que o presidente do clube, o Aziz Yıldırım, decidiu não contar mais com ele. Todos queriam vê-lo pela última vez. Como jornalista, eu também queria poder conversar com ele. Quando recebíamos notícias de que ele estava numa agência bancária, corríamos para lá, mas não o encontrávamos. A única vez que o vi foi em frente à sua casa, mas tinha tanta gente lá que não consegui entrevistá-lo – conta o jornalista. No “aquário”, a sala de reuniões de pauta da chefia, o editor pede sigilo absoluto. Süleyman pegaria Alex de surpresa no aeroporto brasileiro. De repórter, enviado da Turquia, ninguém além dele estaria no Brasil. Pelo plano estrategicamente traçado, o jornalista chegaria cerca de duas horas antes do desembarque do jogador. – Eu não sabia para onde o Alex iria, qual cidade, nem quando chegaria. Não consegui falar com ninguém do clube, nem com Samet Güzel, seu intérprete. Para piorar, não conhecia nada nem ninguém no Brasil e tinha que encontrar Alex de qualquer jeito – confessa Süleyman. O repórter pensou rápido e encontrou uma forma de “adivinhar” o paradeiro do camisa 10 do Fenerbahçe. Lembrou-se de um amigo que trabalhava no aeroporto de onde o ídolo partiria. Pediu para que tentasse descobrir em que cidade brasileira o jogador desembarcaria. Na redação, pairava a dúvida: Alex optaria por jogar a reta final da carreira no Coritiba ou no Cruzeiro? – Esse meu amigo me ligou em minutos dizendo que o avião fretado pelo Alex pararia para reabastecer em Dakar. E que ele iria para o Cruzeiro – diz o jornalista. “Houve um agito nos clubes do Brasil, quando rompi com o Fenerbahçe. Milhares de notícias chegavam à Turquia. No que aconteceu uma movimentação de cruzeirenses pelas ruas de Belo Horizonte, o que o povo turco pensou? Que, como o meu último clube no país foi o Cruzeiro, eu voltaria para lá.” – Pesquisei no Google a cidade de Cruzeiro – conta Süleyman. – Aqui na Turquia, a maioria dos times tem o nome da cidade. Realmente, não desconfiei de que o Cruzeiro ficasse em outro lugar. Falei com a agência para marcar a minha ida a essa cidade brasileira. Não conseguiram viabilizar um voo que o levasse a tal destino. A solução foi ligar para uma agência melhor. Ligação feita, o gerente garantiu: “Até se você me pedir para ir à lua eu te mando lá. Pode ficar sossegado”. Em pouco mais de meia hora, Süleyman recebia as passagens que o levariam a Cruzeiro. No mesmo dia, arrumou as malas. – Quando recebi o trajeto, pensei: “Caralho, o que é isso?”. Falei com o meu chefe e ele me incentivou: “Olha, você trabalhou com política durante anos, acompanhou várias guerras no Iraque, na Síria, em Kosovo… você vai conseguir. Não desista. Você chegará onde todos sonhamos” – relata o jornalista. Só restava acreditar. Iniciando a maratona aérea, Süleyman seguiu de Istambul a Paris. Cruzou o oceano e chegou a São Paulo. Do aeroporto de Guarulhos foi para Fortaleza. Da capital cearense, foi destino a Belém. De lá a Manaus. E do Amazonas voou a Porto Velho, de onde rumou a Rio Branco, no Acre. Tudo de avião. Por fim, de Rio Branco prosseguiu até a mínima Cruzeiro do Sul, num teco-teco caindo aos pedaços. Mesmo com tantas paradas, e esperando cerca de duas ou três horas a cada troca de avião, conseguiu desembarcar no Brasil antes de Alex. Estava fedendo. Não trocara de roupa em momento algum. Encontrava- se faminto. Levava dinheiro contado em dólar, mas ninguém trocava. Entregava as notas sem receber troco, fazer o quê? Digamos que um saco de batata frita valesse uma cédula de US$ 50 a quem o vendesse. Preocupado em economizar ao máximo, não comeu praticamente nada. Sequer bebeu café ou fumou. Foram praticamente três dias durante os quais mal se alimentou. Até então, as aeromoças só lhe deram biscoitinhos, que, mal ou bem, o impediram de morrer de fome. A certa altura, com dó, uma comissária ofertou-lhe um sanduíche. Seu bafo era insuportável – os dentes não viam escova fazia tempo. Sem ter como retribuir a gentileza, Süleyman catou um cortador de unhas e presenteou a boa alma, como forma de agradecimento. Prestes a aterrissar em Cruzeiro do Sul, do avião enxergou apenas um mundo verde e água, muita água. Pensou: Poxa vida, o Alex, morando em Istambul, agora vem morar aqui?”. Começou a desconfiar. – Saí do avião perguntando em inglês sobre o Alex, Alex de Souza, pois a cidade parecia ser pequena e pensei: “todos devem saber onde ele mora”. Aí um rapaz falou: “Alex? Alex de Souza? Quem é?”. Ao ouvir isso, praticamente desmoronei. “Não conheço Cruzeiro do Sul, deve ser uma cidadezinha pequena, com todas as dificuldades de uma cidade do interior do norte do Brasil. E o cara falando turco e só com dólar, sem um real no bolso, sem falar português e sem ninguém para falar inglês com ele. Imagino que deva
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