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Além da Civilização PDF

205 Pages·2008·0.569 MB·Portuguese
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ALÉM DA CIVILIZAÇÃO A Próxima Grande Aventura da Humanidade DANIEL QUINN Tradução Dinah de Abreu Azevedo 2 Sobre a digitalização desta obra: Esta obra foi digitalizada devido à sua incomensurável importância para a humanidade visando proporcionar de maneira totalmente gratuita o benefício de sua leitura àqueles que não podem comprá-la ou àqueles que necessitam de meios eletrônicos para leitura. Dessa forma, a venda deste e-book ou mesmo a sua troca por qualquer contraprestação é totalmente condenável em qualquer circunstância. A generosidade é a marca da distribuição, portanto: Distribua este livro livremente! Se você tirar algum proveito desta obra, considere seriamente a possibilidade de adquirir o original. Incentive o autor e a publicação de novas obras! Largadores Virtuais Agradecemos e valorizamos a Editora Peirópolis pela corajosa publicação desta e demais obras do autor. A Editora Fundação Peirópolis tem como missão contribuir na divulgação dos valores humanos e publicar livros cujos temas estejam afinados com o propósito de construir um mundo mais justo, ético e harmônico. Se você tiver dificuldade para encontrar nossos livros em sua cidade, entre em contato diretamente com a Editora Fundação Peirópolis pelo telefone (5511) 3816 0699, fax (55 11) 3816-6718, escrevendo para a Rua Girassol, 128 — Vila Madalena CEP 05433-000, São Paulo — SP ou pelo e-mail: [email protected] 3 Visite o site da Fundação Peirópolis: www.peiropolis.org.br E o site da Editora: www.editorapeiropolis.com.br Para aqueles que sentiram afinidade com esta obra e suas idéias poderão visitar na Internet o único site brasileiro que trata de temas aqui relacionados: http://www.largue.cjb.net ORELHA DO LIVRO: Uma das crenças mais fundamentais da nossa cultura é a de que a civilização deve continuar a qualquer custo, sejam quais forem as circunstâncias. Implícita nessa crença está outra: a de que a civilização é a mais importante invenção humana e jamais deve ser abandonada. Daniel Quinn, conhecido por seu transformador romance Ismael, adotado em escolas e universidades de mais de vinte países, questiona em Além da Civilização a forma como o homem se posiciona em relação ao restante da comunidade da vida, orientando-nos a viver como membros dessa comunidade, e não como senhores dela. Em uma prosa densa, mas leve e agradável, ele nos apresenta uma série de pequenos ensaios de uma página, com idéias e reflexões que nos fazem vislumbrar uma nova alternativa para salvar o mundo, que envolve a 4 desconstrução da civilização e a revisão de antigos paradigmas de nossa sociedade. Por que a civilização planta o alimento para trancá-lo e depois obriga os indivíduos a ganhar dinheiro para comprá-lo de volta? Por que não progredimos além da civilização e abandonamos o estilo hierárquico de vida que causa grande parte de nossos problemas sociais? Usando metáforas criativas e bastante eficazes, Quinn desfila para nós suas idéias sobre os problemas da sociedade humana e aponta caminhos rumo a um novo território, “além da civilização”. Esse território não é um espaço geográfico, mas um inexplorado espaço cultural, social e econômico situado “do outro lado” da organização hierárquica da civilização. A jornada que conduz a esse território não representa um modo de demolir a hierarquia da civilização, mas, antes, apresenta uma maneira de deixá-la para trás. É a “rota de escape” para um futuro no qual as pessoas comuns podem reinvidicar sua dignidade, alegria, igualdade e autoconfiança. Essa rota está, é claro, escondida; de outro modo, teria sido descoberta anteriormente. Mas, como Quinn demonstra, está escondida onde se encontram todos os grandes segredos: bem à vista de todos. O Autor Daniel Quinn nasceu em Omaha, Nebrasca, em 1935. Estudou na Universidade de St. Louis, na Universidade de Viena e na Universidade Loyola de Chicago. Em 1975, Quinn abandonou uma longa carreira de editor 5 para tornar-se escritor free lance. A primeira versão do livro que veio a ser Ismael — seu livro premiado — foi escrita em 1977. Seguiram-se seis outras versões até o livro encontrar sua forma final, como ficção, em 1990. Quinn passou a aprofundar as origens e experiências de Ismael numa autobiografia altamente inovadora, com o título: Providence — The Story of a Fifty Year Vision Quest. A respeito de sua nova obra de ficção, Quinn escreveu: “Durante anos, preocupei-me com a possibilidade de jamais igualar — muito menos ultrapassar — o que consegui em Ismael. Essa dúvida apagou-se, para mim, com A História de B. Ismael certamente aprovaria esse livro”. “A articulação de um modo de vida mais simples (feita por Quinn) vai conquistar aqueles que a globalização deixou de fora”. Publishers Weekly 6 O que aconteceria se forjássemos deliberadamente nossas soluções sociais nas chamas do caos criador? John Briggs e F. David Peat Para Rennie e para Hap Veerkamp e C. J. Harper, com agradecimentos especiais aos participantes do seminário realizado em Houston em 1998, que desempenharam um papel absolutamente crucial na criação deste livro, e para Scott Valentine e Sara Walsh, em particular — vocês nos dão força para continuar e mantêm minha sanidade mental. Os moradores de rua e os jovens estão convergindo rapidamente para o território sócio-econômico que identifiquei neste livro como um território que se encontra “Além da civilização”. A maior parte dos moradores de rua foram lançados nele involuntariamente, ao passo que muitos jovens anseiam inconscientemente por ele, como qualquer pessoa que deseja mais da vida do que apenas a chance de comer na manjedoura onde o mundo está sendo engolido. É a eles e a suas esperanças que este livro é particularmente dedicado. 7 PARTE UM Definição do problema “Ouvi essa história do meu avô, claro!, que a ouviu do seu avô, que também a ouviu do seu avô, e assim sucessivamente, voltando centenas de anos atrás. O que significa que essa história é muito antiga. Mas não vai desaparecer, porque a ofereço a meus filhos, que a contarão a seus filhos, e assim por diante.” Lazaros Harisiadis, cigano contador de histórias. Citado por Diane Tong em Gypsy folk tales. 8 Uma fábula para começar Há muito, muito tempo, a vida evoluiu num certo planeta, produzindo muitas organizações sociais — alcatéias, matilhas, cardumes, manadas, bandos, rebanhos, e assim por diante. Uma espécie cujos membros eram particularmente inteligentes desenvolveu uma organização social singular chamada “tribo”. O tribalismo funcionou bem para eles durante milhões de anos, mas chegou um momento em que decidiram experimentar uma nova organização social (chamada “civilização”), que era hierárquica e não- igualitária. Não se passou muito tempo e aqueles que ficavam no topo começaram a ter uma vida de grande luxo, usufruindo de um lazer perfeito e tendo o melhor de todas as coisas. Abaixo deles, uma classe formada por um número maior de pessoas vivia muito bem e não tinha do que queixar. Mas as massas que viviam na base da hierarquia não gostavam nem um pouco daquilo. Trabalhavam e viviam como animais de carga, lutando só para continuarem vivos. “Isso não está dando certo”, disseram as massas. “O modo de vida tribal era melhor. Deveríamos voltar a viver daquela forma”. Mas o chefe, que ficava no ponto mais alto da hierarquia, disse: “Abandonamos para sempre aquela vida primitiva. Não podemos voltar a ela”. “Se não podemos voltar”, responderam as massas, “então vamos em frente — na direção de algo diferente”. “Não, não pode ser”, disse o chefe, “porque nada diferente é possível. Nada pode existir além da civilização. A civilização é um invento final, insuperável”. “Mas nenhum invento é insuperável para sempre. A máquina a vapor foi 9 suplantada pelo motor a gasolina. O rádio foi suplantado pela televisão. A calculadora foi suplantada pelo computador. Por que seria diferente com a civilização?” “Não sei por que é diferente”, disse o chefe, “mas é”. Mas as massas não acreditaram — nem eu. 10

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