O que representa esquerda em Alagoas? Ou 1 desempenho dos partido progressistas nestes últ1rn"' l anos? Como sobrev1v u esquerda após 647 Ou 11 <> ~ 11 1 dos movimentos soc1c v, 1 11 ,r.,,,,.,., política alagoana? Ou, 1 1 , 1 da crise na esquerda no 1 .1,1 1 > A eleição de Ronaldo l s · ; representa uma vitória pc r esquerda em Maceió? Ou,il futuro dos partidos pro r t , I em Alagoas? Estas são 11 11111 das questões levantad,J cf C rv lho 11 ,,.., t 1 11sa, de forma pion-eira, a atuaçao do 1 1, , , 11 11 1 1 /1 1 , 1 ...,,Jo , PSB, PDT e PSDB em Alagoas . e 1 , ndo na formação histórica nos ind1 ,1(l<,1 1Jr ci micos da atualidade a explicação para mtJrt l 111 1 obre a realidade política alagoana, o aut r 1 1 • 1 11 ,, ções, personagens e opiniões que ajL1 J r, , , dificuldades atuais da esquerda alago, 11 r 11 1lt11 de "ALAGOAS 1982-1992: A ESOUf I AI M r) 1 1 1 • 1111J1 nsável para todos aqueles que qu 11, 1r 1 pouco do Brasil usando como pano d l I ' \'.l"' ll111 ,, 1 11111 11 rn nores estados. O texto ágil e envolvi 111 , r muito de perto todas as pessoas qul ci, t , 1 ,, t1v ram envolvimento partidário, 1 11, 1a 1101 ,11 1 últ ,mos dez anos da história recent cl AI, 11'"·,.. '" '"" 11 111 of or Cícero Péricles, com este livro, p 11,111 v z - Já stá na sua terceira obra quo, 1111 n t 1 1 ostudrosos do tema enriqueçam su,..,.., Ir 111 11 , t 1l>l1ogr af ,a, no assunto, é praticamente 1n , t 1, t • 1 I I Piofessor do Depa,1aJ1V:nto de F.conomfa ti e,,, • ldest1e Sociologia pela UFSC 1 1 i 1 o 1 Cícero Pérlcles de Qirvalbo • • MACEIÓ, AL 1993 Lumen/Engenho/Edufal Apoio TEOT4•NIO fll.EI.A 1ª Edição 1ª Impressão 1.000 exemplares l111pr sso no Brasil/printed in Brazil 1 © 1993 Projeto Primeira Prova (Convênio Lumen/Engenho) e Cícero Péricles de Oliveira • TODOS OS DIREITOS RESERVADOS Créditos Editoriais Projeto Primeira Prova Prof. Luiz Dantas Vale (Editor) SUMÁRIO Projeto gráfico e capa: Engenho de Comunicação Ltda. Jorge Pfau, Luiz Dantas Vale (Direção de arte) e Jorge Alves (arte final). Composição eletrônica e finalização a laser: Lumen Editoração Eletrônica Ltda. Prof. Salomão A. de Barros Lima, Nadia Regina L. de Barros Lima (diretores) e Ana Paula Cavalcante Loureiro (digitação). Comercialização e distribuição: Edufal Editora Universitária. Conselho Editorial: Prof. Eduardo Magalhães Júnior (Presidente), Bibl. Silvia APRESENTAÇÃO ............................ . 9 INTRODU Ã ..................... . Regina Cardeal, Profll Branca Rosa Silveira de M. Fragoso, Profª ç o ........................ . 11 O GOLPE DE 64 E O MDB .............................. . Lindoya Martins Correia, l'rof. José Bento Pereira Barros, Prof. Alberto 15 A ESQUERDA E O VOTO .................................. . Eduardo Cox Cardoso, Prof. l1dson Mário de Alcântara, Prof. José 21 Peixoto dos Santos, Prof. llclbl•rlo Jorge V. dos Santos e Prof. Paulo OS ANOS OITENTA .......... ~~:~:~······························ 23 OS MOVIMENTOS SOCIAIS ······························ Vanderley Ferreira 27 A PRESENÇA DA "TRIBUNA.DE.ALAGOAS;;· 31 Impressão e acabamento: Grófica <.I(> Senado Federal f9~7~R~~~~3~s~ 33 PMDB ······················· Apoio: 34 1985: A PRIMEIRA DERROTA······························ 37 1986: A SEGUNDA DERROTA ···························· 43 1988: A TERCEIRA DERROTA ···························· 51 1989: A QUARTA DERROTA ···························· 55 1990: A QUINTA DERROTA ······························· 58 1992: A SEXTA DERROTA? ................... ············· 62 A ESQUERDA EM CRISE · ................................. . Cntal1111,1,; 1,,1111· 11, 1111 70 a) A Herança Coloni~i············,···················· Universldnú,• 11 .. ,1,,,,,I d1 t\lllf\<1uq 1 71 lllhll<>II•, ,t ( 1'1111 ,l 1 b) A Sociedade Civil ·· ······························ 72 Divis,111 dt• '1'1,11111111·1111, l ,·,•111, n ====== = ==-- c) A Fragilidade Políti·~~······························ -========il 86 d) A Fragilidade Orgânic~··.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-. 94 ,li• C331a Carvalho, C!cer<1 l'~rl, lt· t lllv, li,1 Alagoas 1980-191)2: 11 1•11,1111•1tl,1, 111, 11,11• / NOTA ~IAA Conjuntura Regional ........................ . 97 Cícero Pórlcl,•H lh' l lllvP11,1 1 ,11 ,111111 M11,Pl(1 N L ............. . 100 BIBLIOGRAFIA ............................................ . EDUFAL / l,UMI IN / 11,NI ,1 ,NI ll 1 111111 106 p.110: 1111,, •••••••••••••••••••• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • Bibliogra f111 1 1. Partldc1~ p111flh ,, t\ l,1111111 l'lHII / 11112 2. Participo, ,, l',,1111t ,, 1 l11r1111~ l'JHO / 111'l2 3. Alag<>,1H 1',,lllh li" 1•11111 l•IHO 111112, 11 ,, 4. Esqu1•r1l11 (l 1 ,,, l11 l',,I Ih 1) 1 ltt1tlo 1 C l>IJ, 1 1111 '(lit 1 ~)''1 11111/1''º:l." 1,, AI . 11111·~11111111 1 11,1 111111·1111,111,11· l'11h111•h·,1 ,111, 1111 ,111 ', 11~1I ~1,1, 1 l Ili )hllíl ti Alagoas 1980-1992: a esquerda em crise - APRESENTAÇAO • presente ensaio sobre a trajetória da esquerda alagoana entre 1980 e 1992 não é um trabalho conclusivo, na medida em que este processo ainda está em curso e s(>bre ele existe um reduzido volume de material disponível para consultas. A ausência de uma maior reflexão acerca dos , ignificativos acontecimentos da década de 80 em Alagoas 111,plica na necessidade de uma produção de novos estudos e ll(>vas investigações para a compreensão deste período. Este ensaio surge dessa preocupação e é resultado de Jll'S<Juisas em periódicos locais e de circulação nacional, 1, 111entos de órgãos públicos, partidos políticos e sindicatos, ll' U l'ltt·sos de parlamentares alagoanos, bem como de análises (li. ,L,st•rvações do autor que participou da política alagoana no • e J> •rl<>ti<) estudado. Reveste-se, desta forma, em uma tentativa 1 ' t l•ílclir sobre um período recente e atual da vida alagoana, 1 • ,I ·,111do a atuação das correntes de esquerda no Estado. () objetivo central é contribuir para o preenchimento de 11111, 1,, 1111 c xistente na produção intelectual de Alagoas, onde • 1111111111l1tlL't'\lC as análises políticas são feitas de forma memoria li 1 1,1, 11111r1 distanciamento que nos faz compreender melhor 1 ,1, •111olos do passado, mas que pouco ajudam no 1, 1· l 111 •1•11111•11l(> da realidade presente. () ' - Alagoas 1980-1992: a esquerda em crise Alagoas 1980-1992: a esquerda em crise O parâmetro que orienta todo o trabalho, servindo _de base para a análise da trajetória da esquerda alagoana~ e a representação parlamentar e a presença no poder executivo e nos movimentos populares alcançados pelos partidos progres sistas naquele período. A seqüência de derrotas acumuladas _no plano político entre 1985 e 1992 justificam o título do ensaio. O espaço de um ensaio não comporta o aprofundamento de muitos temas e por isso certos aspectos importantes da - recente vida política alagoana serão tratados de forma breve. INTRODUÇAO As indicações bibliográficas tentam cobrir essa limitação e, além dos trabalhos citados ao longo do texto, outras pesquisas que se encontram em fase de conclusão farão, em breve, parte desta bibliografia, como a do jornalista Jorge Oliveira sobre a trajetória política do ex-governador Muniz Falcão e a versão do ex-deputado Djalma Falcão sobre o período Collor em xatos dois séculos de existência da polarização esquer e Alagoas (1978-1989). A produção universitária está representa da/ direita, continua esta dicotomia sendo a razão de um da nas teses de mestrado de Alberto Saldanha, que historia o intenso debate. Oriunda da disposição dos parlamentares movimento estudantil em Alagoas, depois de 64, a de José franceses na Assembléia Nacional, onde do lado esquerdo do Nascimento de França a.nalisando o movimento comunitário plenário ficavam os representantes das classes populares e do nos anos 80 e a de Paulo Décio Arruda que discorre sobre o lado direito os deputados da aristocracia refratários às mudan movimento sindical rural em Alagoas, entre 1961 e 1986. ças, esta terminologia passou a representar as correntes Sem objetivar produzir um texto de intervenção, espero divergentes na luta política em relação ao futuro da sociedade que este ensaio possa contribuir na discussão sobre as formas apitalista. de participação política nos partidos, sindicatos e outras Hoje, para os liberais e conservadores de todos os modalidades de organização social que buscam ultrapassar o 11,alizes, depois da derrubada do Muro de Berlim e da quadro político vigente, numa perspectiva de mudança q':e LiL·t·rocada do socialismo nos países do Leste Europeu, o resulte na ampliação dos atuais limites impostos à democracia l'l>11f1·onto esquerda/ direita deixou de ter sentido. Mesmo a política. llL rmanência de economias centralmen,te pl~nificadas e de 1 ~, ,vernos socialistas em vários países da Asia, Africa e América 1, 1ti11a, parece significar muito pouco na discussão sobre o "fim ,1., t,islória". 1 Neste momento em que a esquerda assiste à quebra de 1 (. 111,rl a crise Leste europeu e seus desdobramentos verificar o 110 11IIK11 "'<. 'rlMt> (to socialismo', teoria marxiana e alternativa comunista" de 1'1111111 N1•ttc1 11a Revista Serviço Social & Sociedade, n 37, dez/91) 2 ),, 1 11 10 Alagoas 1980-1992: a esquerda em crise Alagoas 1980-1992: a esquerda em crise alguns de seus paradigmas e daquilo que o sociólogo José sociedade capitalista. Este é um debate tão atual que, polemi Paulo Netto chama de "cruzada antimarxista"(Netto, 1992:10), zando com o escritor Rodolfo Konder, a filósofa Marilena insisto nos termos esquerda e direita, concordando co~ o Chauí, respondeu (FSP, 13/12/92) à idéia de que não mais pensador italiano Noberto Bobbio o qual, em recente entre~sta existe distinção entre esquerda e direita, da segui11te forma: ''.à (Isto É 11/12/91), afirma 9-ue parte o fato_de que, c~ntrarzand? aquilo que se lê amiúde nos 1ornazs: nas entre~zs~as com zntelectuazs ". .. a distinção esquerda/direita é imorredoura. Co ~110 te1·minolo- • desorientados, a distinção semântica entre dzrezta e esquerda nada gía ela é datada. Qual é data? E a grande assentúléia geral da Revolução Francesa em que os jacobinos estão sentados à perdeu no seu valor". . _ , esqu~da e os gírondinos à direita. Portanto, a ter111inología é A ofensiva neoliberal insiste em que a polar1zaçao esta datada para exprimir algo que vai além dela e o Clai,de Lefort na dicotomia arcaico/ moderno, sendo "moderno" o país/ eco percebeu isso de forma luminosa. O que diz Lefo1·t? [/e diz que nomia que acelere/restaure os mecanismos d~ mercado: existe ao longo da história uma polarização po/{tica entre um apague os traços deixados pela presença estatal, 1n~egre-se a "alto" e um "baixo" da sociedade e que ela se dá 110 insta1ite ordem capitalista inte1·nacio11al de forma su~~rdmada ou em que o "baixo" da sociedade diz que o "alto" 11ão é 1iatu1·al, competitiva. A lógica d o 1nercado passa a ser a umca forma de mas existe pela ação política. Então, no dia er11 qite 11ão l1ouver auto-regulação da sociedade, mesmo quan~~ s: sabe que eJa sociedade porque a sociedade se caracteriza por uma divisão originária - e é Maquiavel quem diz isso e não Marx -, nesse leva a um aumento das desigualdades soc1a1s, a manutençao dia ficará fora de moda falar em "alto" e "baixo", radicais e das injustiças e ao distanciamento do Estado da defesa da conservadores, reacionários e progressistas, esque1·da e di,·eita ". cidadania. ; d" · Mas a permanência da dicotomia esquerda 1re1ta, Mantendo o sentido da permanência 11a distinção apesar destes novos argument?s,. insiste e1:1- aparecer. Es_tas l'Squerda/ direita, o quadro democrático sob a hegemonia das categorias políticas têm uma intima relaçao com o antigo Íl>rças conservadoras exige uma esquerda co1nbativa, um confronto entre progressistas e conservadores. Esquerda prl)jeto claro e definido para as várias esferas públicas, representa desde o século pa~s~~o. um, p_rojeto de ~u~ança iifcrenciando-se dos projetos conservadores que, ao mesmo cujo centro é a abolição dos pr1v1leg1os t1p1cos do cap1ta:_l1s~o, l ·1npo em que afirmam defender os interesses gerais, na identificando-se com as conquistas que representavam J_ust1ça lica excluem sistematicamente os interesses políticos, ~li', social, numa perspectiva sociali~ta. como forma, s~per1or de 111ô1nicos e sociais das classes subalternas. 't'< organização da so~iedade. d_1re1ta, ao contrario, _sempre ~ A luta, dentro de um quadro democrático, exige a esteve associada a permanenc1a das estruturas vige~t_es, ·~>,11·ação entre esses dois projetos políticos para que a priorizando a eficiência na administração. dos negocios 11t·it•<lade 1nelhor compreenda suas diferenças e faça sua opção privados e públicos, cedendo no campo s_oc~al s:mpre _que ,1s duas concepções de organizar a sociedade; pois, •11t1·t• pressionada pelos "de baixo". Esquerda e d1re1ta sao _pr?Jetos distintos de desenvolvimento associados a metas e pr101·zdades ". .. contrariamente ao que vem sendo reforçado pelo debate diversas" (Diniz & Boschi, 1990: 17). . . JJOlítico, ou seja, que a distinção esquerda/direita te1·ia perdido É por essa razão que a divisão esquerda/ drr~1ta mantém o ser1tido, pode-se afirmar que é precisamente a definição clara sua razão política de ser, assumindo formas d1ferent:s d e 1/e se11s / imites o que poderia garantir, não apenas a formulação apresentar as alternativas para o futuro e/ ou superaçao da 1/1• 110/ílicas eventualmente eficazes, como a própria consolidação ,/ri de1noc1·ático. Sem uma oposição clara e uma direita /ll'cJ!'l'SSO 12 13 Alagoas 1980-1992: a esquerda em crise Alagoas 1980-1992: a esquerda em crise assumida, fica difícil romper com o círculo do populismo e com tantos problemas mas rinci o vezo oportunista das classes dominantes b,rasileiras, que julgam possível o enfrentamento de crises ganhando sempre" :r:isl~ntação ~olítica_ ~rogressista no estado. Ao coi:::i~ d: (Diniz & Boschi, 1990:20) ~~~~a~ crença ete~m1n1st~ do processo histórico, baseada na O conceito "esquerda" fica limitado à definição dada por vitória final : ~ ~~ex?;avel" do ~o-~alismo, no fatalismo da Cesare Galvan quando diz que ". .. esquerda só se pode entender retrocesso ; da esta ~a1r_ a poss~b!l1dade da regressão, do como opção política por alguma transformação, ou seja, algo históricos não aceitag esf: º~tia ~1sao ~bert~ dos pr~ce~s_os totalmente incompatível com dogmas. Na medida em que a mudança evidentemente, não caminha em~:nm? _simplis~a. A h1stor1a, (desfazer-se dos dogmas) acontecer, isso significaria a própria ta da Pre · . , · unico sentido. A con uis- gestação a geração de alguma esquerda que mereça este nome" (Galvan, 1991:46). da vida regional som~:Joª~; leumtadd1reçaolao avanço político Esquerda e mudanças são termos evocados simultanea aque es que em todo , A ' • pai~ mantem a esperança utópica na constru - o mente ao longo das décadas. Neste ensaio convencionamos sociedade alternativa ao capitalismo. çao de uma chamar "esquerda" ao conjunto dos partidos políticos progres sistas PT, PCdoB, PCB/PPS, PSB assim como, em determina das situações, os partidos de "centro" - PDT, PSDB e parte do PMDB -, ou seja, o conjunto de forças empenhadas no aprofun O GOLPE DE 64 E O MDB damento da democracia política e na institucionalização de uma nova cidadania. Mudança em Alagoas como em todo o Brasil, a partir da metade dos anos 60, é sinônimo de democratização, de participação de Alagoas no e;i~óâ:~ Bandeira assim relata ampliação da participação popular na administração pública, de abertura de espaços de atuação política para a sociedade li • civil com suas entidades funcionando sem o cerceamento l~ .. comerczantes e latifundiários formaram um exército particu- imposto pelo regime militar, como ocorreu até o advento da S r de 10.000; omens, sob a supervisão do próprio Secretário de Nova República. s:ftrança, loronel João Mendonça, todos treinados para o agem e uta de guerrilhas Dos 28 u o . . Este ensaio aborda um período, dentro do qual a organizados no Estado 22 d.' h ~d P s empresarzazs h . , zspun am e pelo menos 150 esquerda conheceu várias etapas de uma trajetória que teve omens e 15.000 lztros de combustíveis cada um p d seu início em 1980, afirmou-se em 1982 para declinar a partir meh·alhadora foram distribuídos 1 000 t. E . ara ca a fi · · M · d zros. a esse Estado- de 1985. Seis eleições aconteceram durante o período conside . az~r e _azendezros e comerciantes se somaram 1.800 produto- rado (1982, 85, 86, 88, 89 e 90) e a esquerda continua sendo , es e a~ucar e pequenos proprietários, levando cada um pelo residual, em termos de votos e representação política, tal como ine~os cznco homen~ armados. O Governador Luís Cavalcante ,o,nva o empreendimento que se inseria , . há uma década atrás. flf 1•,<;t1·atécria glob l · Al ' , ~em duvzda, numa a , pozs agoas, pela sua sztuaç - ,f· Esse resultado, evidenciado pelas dificuldades d e o ,.,,,,stiti,iria, como Estado-tampão h ao geogra1zca, S<)b1·cvivência da esquerda durante as eleições municip ais de , e; . . , uma cun a entre Perna•Y1bu '.,, , . , l'1·g1pe, cu;os Governadores Arraes e S . , '. - l l)<J 2, l{•va-nos a não apenas procurar descobrir as razões d e ,,l,•11/ ,fi<·11vn111 com o procrrama de r~formas A ezxa~ D~rta, se organzzaçao desse o· :1• • 1'1 1 Alagoas 1980-1992: a esquerda em crise Alagoas 1980-1992: a esquerda em crise legais até 1965 são obrigados a escolher entre a ARENA e o Exército clandestino, com know-how da CIA, custou cerca de MDB e o segundo turno entre Muniz Falcão e Rui Palmeira 100 milhões de cruzeiros" (Bandeira, 1978:60). não acontece mais. Alagoas passa a ser governada, durante Passado o vendaval de cassaçõe~ e prisões que caracteri quase todo o ano de 1966, por um interventor: General João zaram o primeiro ano do golpe militar, acontece a eleição p~~a José Batista Tubino. governador em outubro de 1965. A espinha dorsal do que viria Com a decretação do Al-4, toda a U.nião Democrática a ser o MDB em Alagoas, a coligação reformista PSP/ PTB, Nacional/UDN, a maioria do Partido Social Democrático/PSD, venceu o pleito mas, como não obt~ve a maiori~ abs_oluta ~e além do Partido De1nocrata Crislão/PDC, Partido Liberal/PL votos (ver Quadro 1) necessitava, a luz da l~~islaça? e~tao e Partido Trabalhista Nacional/PTN vão compor a ARENA em vigente, de prévia homologação da Assembleia Legisla~iva, Alagoas. A oposição legal em Alagoas, o MDB, ficou basica sobretudo daqueles que se opunham às propostas populistas mente formado pelo Partido Social Progressista/PSP, Partido do ex-governador Mu11iz Falcão. A Assembléia Legislativa, em ' Trabalhista Brasileiro/ PTB, Partido Socialista Brasileiro/ PSB, votação secreta, po1· u1na maioria de 21 deputados contra 11, Partido Social Trabalhista/PST e pela parte minoritária do desconheceu o resultado das urnas e negou a posse do Partido Social Democrata/PSD. candidato vencedor. Em 1966 acontece a primeira eleição disputada entre as ,,ovas frentes eleitorais. ARENA e MDB se enfrentam numa l'Scolha que incluía uma vaga no Senado, renovação da QUADRO 1 - RESULTADO DAS ELEIÇÕES PARA bancada alagoana na Câmara Federal e a eleição para a GOVERNADOR/1965 - ALAGOAS Assembléia Legislativa. Como não poderia deixar de ser a <>posição fragilizada perde para o partido governista. A Votos Candidato AllENA faz seis deputados federais contra três do MDB e 23 59.285 Muniz Falcão / PSP / PTB / PSB lll•pu tados estaduais contra 12 da oposição. A situação elege 43.584 'l'l'<)lônio Vilela (ver Quadro 2) e fica com os três representan Rui Palmeira / UDN / PSD / PL ,1lagoanos no Senado. ll111 27.391 Arnon de Mello / PDC / PTN 3.271 Geraldo Sampaio / MTR 1.466 QUADRO 2-RESULTADO DA ELEIÇÃO PARA João Uchôa/PST O SENAD0/1966 - ALAGOAS Fonte: Diário de Alagoas. 09/10 / 95. ~ Candidato / Partido Votos • Ao final de 1965, os militares decretam o Ato Institucio l'1•t1I Vilela - ARENA 11i<.> 66.162 nal Nº 2, que extingue os partidos políticos no país; logo l 'ilv,• Ir• I éricl es - MDB 54.441 depois decreta o AI-3, que determina a realizaçã? de eleições indiretas para governador; e no começo de 1966 e decretado o Fonte: Gazeta de Alagoas 26/ 11 / 66 AI-4, que institui o sistema bipartidário. Estes três decreto~ d a. l) Ml)13 até 1968 contava com um órgão de imprensa ditadura atingem em cheio a política alagoana. Os partido. 11 111 I )i, rit> de Alagoas", que tivera importante papel na 11 11 IG 17 Alagoas 1980-1992: a esquerda em crise Alagoas 1980-1992: a esquerda em crise vitória de Muniz Falcão em 1956 e que desde sua morte, em PCR entrou em colapso e não mais voltou a atuar em l> 1966, era mantido com recursos de políticos oposicionistas Alagoas. O Movimento Revolucionário 8 de Outubro/MR-8 liderados pelo deputado Rubens Canuto, morto em acidente i;urgiu em Alagoas no final dos anos 70, através da distribui de carro em 1968. A saída de circulação do "Diário de Alago do jornal "Hora do Povo" sem, no entanto, criar estrutura Çíl<) as", único espaço aberto à oposição, representou um enorme ~'ll•rmanente. Entre 64 e 75 estas organizações tinham por tática prejuízo para o MDB que perdia assim seu único espaço de ,1tuar fora do MDB. comunicação social. A mudança desta posição somente se daria após a A partir do Ato Institucional Nº 5 que, assinado em 1968 l'(>tnpleta derrota das propostas das organizações rcvolucion.á dava poderes ditadoriais à Presidência da República, o MDB rl,1s que defendiam outras vias que não a parlamc11tar e de foi vítima de uma repressão sistemática - cassações de manda 111.1ssas para derrubar a ditadura. O final deste período tos, censura, etc., chegando a cogitar sua autodissolução. Nesse L'<1l11cide com a inflexão política no quadro nacional quando da período (1964 - 1975) parte da oposição brasile~a, sua ala •. 111nga.dora vitória oposicionista em 1974, inclusive em esquerdista e radical não se integra ao MDB, considerado ~or All1goas, onde o pequeno e frágil Movimento Democ1·ático ela instrume11to de legiti1nação da ditadura (a ARENA era tida l\r11silciro conseguiu captar uma imensa votação e vencer em 2 ·d d " · " MDB d " . h ") Em como o parti o o sim e o o sim, sen or . ·ió. M,1<.' Alagoas a Ação Popular/ AP, organização da esquerda cr~stã, A conjuntura política alagoana a partir de 1974 refletia foi a primeira corrente esquerdista a di~I?utar espaços po~íticos , ]ttt1d ro brasileiro onde: com o PCB nos anos 60. A AP parti·cipou da fundaçao . da FETAG e tinha forte influência no movimento estudantil. ". .. a abertura promovida pelo governo Geisel tinha como uma Passado o golpe de 64, a AP continuou o ,trabalho no campo de suas metas a revalorização das eleições como fonte de legitimidade do regime, em parte baseado em falsas expectativas alagoano, onde, em 1968, foi preso em Agua Branca, Aldo extraídas da vitória que seu pa1·tido - a A1·ena - obtivera no Arantes, um dos seus dirigentes. Na fusão da AP com o pleito de 1970. Em que pese a fo1·te repressão política e a PCdoB em 1973, os militantes daquela organização engajaram- censura à imprensa, a relativa liberdade concedida à propagan se no novo partido. . . . da eleitoral possibilitou ao MDB, o partido de oposição, obter Entre 1968 e 1973, o Partido Comunista Brasileiro ttma significativa vitória nas eleições de 1974, fato que surpre Revolucionário/PCBR e a Vanguarda Armada Revolucioná endeu os próprios dirigentes e militantes do partido, invertendo ria/VAR - Palmares mantiveram contatos esporádicos em ,1s expectativas de todos os que estavam atentos ao momento Alagoas, que cessaram com o desmant:lamento d~ss~s 110/ítico ". (Nunes, 1987:88) organizações. Outro grupo, o Partido Comunista Revoluciona A1111. ilr1lcs, em 1970, o MDB tinha sido derrotado pela rio / PCR atuou no Estado entre 66 e 73. Liderado por um 1 1N A lf ltl' vc11ceu a disputa para as vagas ao Senado (ver alagoano - Manoel Lisboa de Moura -, o _PCR chego~ _a . gcr1do quatro deputados federais contra apenas 1111 . ), t•lt1 comandar o trabalho no Movimento Estudantil. Com a prisao MI >I\ 10 deputados estaduais contra cinco do MDB. v de seus dirigentes em Recife e de vários militantes em Maceió, 111 l(1111 da oposição defendendo o voto nulo, o 111 • t)tlrlc 1 li 11,·1· Ma ció. l'l>l l 11>7• 1, MDB melhora o desempenho, elege dois 111 2 (sobre a luta da esquerda nesse período ver "A Revolução Faltou t) ,1,, 1 li e se te estaduais e vence a ARENA na ac> Encontro" de Daniel Aarão Reis, Ed. Brasiliense, 1990). l1•1lt•r,1is l (1 19 ,