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Adolescência Normal: Um Enfoque Psicanalítico PDF

93 Pages·1981·50.398 MB·Portuguese
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,. ADOLESCÊNCIA NORMAL '~BO só LER , :'~~;\.VENDE· TR9CA .':os Rr;v,stas •G" S •. > ')'Jd's, C,j'S e Lp S . ,::Iiciano ,! l)Q(li :: 'n\fO •i-'orto Aleg .,,2n\;;: â Santa Casa} .. \51} 3228·~205 ~# ADOLESCÊNCIA NORMAL Um enfoque psicanalítico Arminda Aberastury Mauricio Knobel Colaboram: Adolfo Dornbusch Néstor Goldstein Gela Hosenthal Eduardo Salas Tradução de SUZANA MARIA GARAGORAY BALLVE Revisão da tradução JULIO CAMPOS Psicanalista, Membro da Associação Psicanalítica Argentina ~ ART~ E o 1 T o R A PORTO ALEGRE, 1981 Aviso ao leitor Acapa original deste livro foi substituída por esta nova ver- são. Alertamos para ofato de que oconteúdo éo mesmo e que esta nova versão da capa decorre da alteração da ra- zão social desta editora eda atualização da linha de desígn da nossa já consagrada qualidade editorial. ARTI\EDEDITORA LTDA. A143a Aberastury, Arminda Adolescência normal, por Arminda Aberastury e Mauricio Knobel. Trad. de Suzana Maria Garagoray Ballve. Porto Ale- gre, Artes Médicas, 1981. 92p. 22 cm. 1. Adolescência-psicologia. I Knobel Mauricio. 11. Ballve, Suzana Maria Garagoray trad. IITítulo. CDU 159.922.8 CDU 155.5 (Bibliotecária responsável: Patricia Figueroa CRB 10/542) ISBN 85-7307-238-5 Obra publicada, originalmente, em espanhol, sob o título La adolescencia normal ©de Editorial p'~idÓS,Buenos Aires, 1970 Capa: Ângela B. Fayel eJanice Alves - Programação Visual Coordenação editorial: Paulo Flávio Ledur Composição, diagramação, artes: AGE - Assessoria Gráfica e Editorial Lida. Reservados todos os direitos de publicação em língua portuguesa à ARTMED EDITORA LTDA. Av. Jerônimo de Ornelas, 670 - Fone (51) 330-3444 FAX (51) 330-2378 90040-340 Porto Alegre, RS, Brasil SÃO PAULO Rua Francisco Leitão, 146 - Pinheiros Fone (11) 883-6160 05414-020 São Paulo, SP,'Brasil IMPRESSO NO BRASIL PRINTED IN BRAZIL Sumário Prefácio . 7 Introdução o........ . . . . 9 1 O adolescente e aliberdade. 13 2 A síndrome da adolescência normal 24 3 Adolescência e psicopatia - Luto pelo corpo, pela identidade e pelos pais infantis . 63 4 Adolescência epsicopatia - Com especial referência às defesas 72 5 O pensamento no adolescente eno adolescente psicopático 80 6 O adolescente e o mundo atual. 88 Apêndice . 91 Prefácio Numa comunhaõ de idéias verdadeiramente significativa e gratificante, vimos há muitos anos trabalhando juntos. O trabalho especttico sobre adolescência começou com osgrupos de estu- dos preparatórios para colocar e acrescer idéias e experiências ao 1'? Congresso Interno e ao IX Simpósio da Associação Psicenelttice Argentina, realizado em Buenos Airesem fins de 1964. A ação diretriz e a exposição de idéiasbásicas esteve acargode um de nós (A. Aberastury) e encontrou nos grupos de trabalho não só colegas comuns, mas colaboradores que souberam interpretar fielmente asteorias propostas, validadas pela prática psicenelttice de todos osque intervieram nestes estudos. Assim surgiram vários trabalhos que apareceram publicados num livro, ver- dadeira ata desse Simpàsio, intitulado Psicanálise da mania e a psicopatia, edi- tado pela Paid6s em 1966,de acordo com arecompilação que realizaram A. Ras- covskye D. Liberman. Consideramos que esses trabalhos são básicos para um estudo psicanal/tico da adolescência e resolvemos reproduzi-Ias neste volume, com ligeirasmodifica- ções de caráter formal. Refletem uma linha de pensamento que bem pode denominar-se, conforme nos manifestaram nossos próprios colegas e colaboradores, assim como psicana- listaseautores nacionais eestrangeiros, a "escola de Arminda Aberestury". .. 7 Portanto, acreditamos conveniente acrescentar aesses trabalhos básicos al- gumas contribuições mais recentes que, entendemos, completam uma parte do vasto panorama do enfoque psicanalitico daadolescência, que precisa ser estuda- do profundamente e ao qual logicamente deverão ser acrescidas mais experiên- cias. Esta temática provoca, na atualidade, o interesse de diversos setores de es- tudiosos da conduta humana e exige todas as contribuições das diferentes disci- plinas cientificas. Como psicanalistas, consideramos que é um compromisso oferecer nossa contribuição, que, desde já, implica o compromisso de continuar investigando e transmitir posteriormente nossas conclusões. ARMINDA ABERASTURY MAURICIO KNOBEL Introdução MAURICIO KNOBEL Os fatores intrínsecos relacionados com a personalidade do adolescente são os que determinam, na realidade, as diferentes manifestações do comporta- mento que interessam para o tratamento de qualquer tipo - mas fundamental- mente do psicodinâmico - etambém para a compreensão dos problemas psiquiá- tricos epsicopatológicos em geral deste período da vida. Para isto, basear-me-ai num trabalho anteriormente publicado e no qual considerava aadolescência como uma verdadeira experiência clínica. Anna Freud diz que é muito difícil assinalar o limite entre o normal eo pa- tológico na adolescência, e considera, na realidade, toda acomoção deste perfo- do da vida como normal, assinalando também que seria anormal a presença de um equilíbrio estável durante o processo adolescente. Sobre esta base, e levando em consideração o critério evolutivo da psicologia, é que podemos aceitar que a adolescência, mais do que uma etapa estabilizada, éprocesso edesenvolvimento. Deve, portanto, compreender-se para situar seus desvios no contexto da realidade humana que nos rodeia. O adolescente passa por desequihbrios e instabilidades extremas. O que configura uma entidade semipatológica, que denominei "smdrorne normal da adolescência", que é perturbada eperturbadora para o mundo adulto, mas neces- sária, absolutamente necessária, para o adolescente, que neste processo vaiesta- belecer a sua identidade, sendo este um objetivo fundamental deste momento da vida. 9 Para isso,o adolescente não sódeve enfrentar o mundo dos adultos para o qual não está totalmente preparado, mas, além disso, deve desprender-se de seu mundo infantil no qual ecom o qual, na evolução normal, viviacômoda epraze- rosamente, em relação de dependência, com necessidades básicas satisfeitas e pa- péis claramente estabelecidos. Seguindo as idéias de Aberastury, podemos dizer que o adolescente realiza três lutos fundamentais: a) o luto pelo corpo infantil perdido, base biológica da adolescência, que se impõe ao indivíduo que não pou- cas vezes tem que sentir suas mudanças como algo externo, frente ao qual seen- contra como espectador impotente do que ocorre no seu próprio organismo; b) o luto pelo papel e a identidade infantis, que o obriga a uma renúncia da depen- dência e a uma aceitação de responsabilidades que muitas vezes desconhece; c) o luto pelos pais da infância, os quais persistentemente tenta reter na sua persona- lidade, procurando o refúgio e a proteção que eles significam, situação que se complica pela própria atitude dos pais, que também têm que aceitar o seu enve- lhecimento e o fato de que seus filhos já não são crianças, mas adultos, ou estão em viasde sê-lo. Une-se aestes lutos o luto pela bissexualidade infantil, também perdida. Estes lutos, verdadeiras perdas de personalidade, vão acompanhados por todo o complexo psicodinâmico do luto normal e em ocasiões, transitória efu- gazmente, adquirem as caractensticas do luto patológico. Esta situação do ado- lescente frente sua realização evolutiva, baseada nas relações: interpessoais de â sua infância, a qual deverá abandonar, leva-o instabilidade que o define, cons- à tituindo uma espécie de entidade nosológica cujas características essenciais - conforme assinalei - descreverei como "smdrorne da adolescência normal". Esta síndrome, produto da própria situação evolutiva, surge, logicamente, da intera- ção do indivíduo com o seu meio. O mundo dos adultos, como os pais, não aceiJ ta as flutuações imprevistas do adolescente sem comover-se, já que reedita nos adultos ansiedades básicas que tinham sido controladas até certo ponto. Sabemos muito bem - esirva isto apenas como exemplo ilustrativo - da angústia que cos- tumam manifestar os pais frente aos primeiros sinais de conduta genital de seus filhos adolescentes. O adolescente isolado não existe, como não existe ser algum desligado do mundo, nem mesmo para adoecer. A patologia é sempre expressão do conflito do indivíduo com a realidade, sejaatravés da inter-relação de suas estruturas psí- quicas ou do manejo das mesmas frente ao mundo exterior. Em virtude da crise essencial da adolescência, esta idade éa maisapta para sofrer os impactos de uma realidade frustrante. Acreditamos que as modificações do meio vão determinar a expressão da normal anormalidade do adolescente, mas de nenhuma maneira podemos condi- cionar toda a realidade biopsicológica deste processo evolutivo às circunstâncias 10

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