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Adeus a Emmanuel Lévinas PDF

71 Pages·2004·6.311 MB·Portuguese
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Próximo lançamento e ates Platão: Uma Poética para aFilosofia ~elates e ates filosofia Paulo Butti deLima J~~~[~ilml~6~ir Adeus aEmmanuel Lévinas éajunção dedois momentos, lJOsteriores ao"alcei· mento dogrande pensador. O;primeiro deles, em1995,éodisclll"sOdo"AllolIs" dodiscípulo, dointerlocutor~ doadmirador pela mOl-tercccntc dcSCUIIICstre. O ensaio mais extenso, "A Palavra Acolhimento", 1'01I'clIlizudu nu UIIOsc· guinte, por ocasião deuma homenagem aLévinas noenconlro ''VISll!\CctSlnur'. abordando osconceitos das palavras "acolhimento" o"huSIJUulldmle" como pontos fundamj)ntalS' à'i~rem destacados na obl'll de.1,évIIlUN. Éadespedida de Jacques' Derrida - umdos nOllleSmuls l"el'I"'s!mf!Jllvos (lu jacques derrida contemporaneidade fJ.losófica- deumdeseus IJr1ueil)ulslIIou'm"'NIlIttlh'dlluls e,aomeSmo tempo, uma avaliação da impol'tllneiu dosell11l1l"(\IIA. 11IIhllcu ção, pela editOJ;aPerspectiva na coleção Debutes, dcstulJlllllllllIU uhm '"U'11I1l A emoção erazão seconjugam numa exp' AD,EUS IR nas relações pessoais'e;intelectuais enl. sÍvelocontato dos lllit~res comasanlll Tombo: 48690 ANUEL LEVINAs to destes dois gran~slexpoentes da j' 1111111111111111111111111111 ~~. 41\(04 Coleção Debates Dirigida por 1.Guinsburg e D" I..il Do .J .... 'J ..f) r.r ,~ '-' J q\I) jacques derrida ADEUS A , EMMANUEL LEVINAS " f _._.,-~-..., I ~\I/~ Equipe de Realização - Tradução: Fábio Landa com acolaboração de Eva Landa; Revisão: Cristina Ayumi Futida; Produção: Ricardo W. Neves e III\\~ ~ É PERSPECTIVA Raquel F.Abranches. Título do original em francês Adieu àEmmanuel Lévinas deJaeques Derrida © Éditions Galilée, 1997 iC14 4 , ~~1 Dados Internacionais deCatalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP,Brasil) Derrida, Jaeques, 1930-2004. Adeus aEmmanuel Lévinas /Jaeques Derrida ; [tradução Fábio Landa com acolaboração deEva Landa]. --São Paulo: Perspectiva, 2008. - (Debates; 296/ dirigidapor J.Guinsburg) Título original: Adicu àEmmanucl Lévinas. Iareimpr. da I. ed. de2004. Bibliografia. ISBN 978-85-273-0688-1 1.Filósofos judeus -França 2.Levinas, SUMÁRIO Emmanucl, 1906-19953. Lévinas, Emmanuel, 1906-1995 -Crítica cinterpretação I.Guinsburg, J.. 11.Título. m.Série. ADEUS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13 08-02678 CDD-194 APALAVRAAcOLHIMENTO........................ 31 Boas-vindas, Sim, Boas-vindas 33 Índices para catálogo sistemático: I.Filosofia francesa 194 I. ................... .... ............... 39 2.Levinas, Emmanuel :Obras filosóficas 194 11. 63 IH. ............... ................. ... .. 77 IV. 91 V....................................... 99 Iªedição - \ªrcimprcssão VI. ................... ............. ... .. 121 Direitos em língua portuguesa reservados à EDITORA PERSPECTIVA S.A. Av.Brigadeiro Luís Antônio, 3025 01401-000 - São Paulo - SP- Brasil Tclefax: (0--11) 3885-8388 www.editoraperspcctiva.com.br 2008 NOTA DE EDIÇÃO Por uma questão de fidelidade ao texto original, foram mantidos grifos entre aspas ehífens empalavras eexpressões que normalmente não se apresentariam dessas formas de acordo com ospadrões daspublicações daEditora Perspectiva eda língua portuguesa. "Adeus" foiumdiscurso pronunciado porocasião damorte deEmmanuel Lévinas, em27dedezembro de 1995,nocemité rio de Pantin. Jamais teríamos ousado publicar taispalavras, arrancadas apressadamente àtristeza eànoite, se ainiciativa não tivesse sido tomada por Vanghélis Bitsoris, com uma delicadeza ge nerosa e exigente, a princípio sob a forma de um pequeno livro editado em Atenas (Edições AGRA), em grego. Suas notas, que reproduzimos aqui, são mais do que "notas de tra dutor". Agradecemos a ele tê-Ias escrito e depois traduzido para nós. "A Palavra Acolhimento" é o texto de uma conferência pronunciada um ano depois, em 7 de dezembro de 1996, no Anfiteatro Richelieu da Sorbonne, na abertura de uma "Ho menagem a Emmanuel Lévinas". Organizado pelo Colégio Internacional deFilosofia, sob aresponsabilidade deDanielle Cohen-Lévinas, esse encontro durou dois dias e intitulou-se "Rosto e Sinai". I I i I ADEUS* I I I I *. As notas deste capítulo foram estabelecidas por Vanghélis BitsorÍs nasua tradução grega deAdeus para asEdições AGRA (1996). f f ~ Há muito tempo, há tanto tempo, eu temia ter de dizer Adeus aEmmanuel Lévinas. Sabia que minha voz tremeria no momento de fazê-Io, e sobretudo de fazê-Io em voz alta, aqui, diante dele, tão perto dele,pronunciando estapalavra deadeus, estapalavra "aDeus" que de uma certa maneira, recebi dele, esta palavra que ele me ensinou apensarlou apronunciar de outra forma. Ao meditar sobre o que Emmanuel Lévinas escreveu sobre a palavra francesa "adeus", e que evocarei dentro de I. Cf. J. Derrida, "Donner Iamort", em L'Éthique du dOIl,Paris, Éd. Métailié - Transition, 1992, pp. 50-51: "suponho que adieu ("adeus", em francês) possa significar ao menos três coisas: I. A saudação ou abênção dada (antes de toda linguagem constativa, "adeus" pode também significar "bom dia", "vejo você", "vejo quevocê está ar', falo com você antes dedizer qualquer coisa - eem francês, ocorre que emalguns lugares, sedizadeus no momento dq encontro e não no da separação). 2. A saudação ou abênção dada nomomento deseseparar, edesedeixar por vezes para sempre (enão se pode jamais excluir essa possibilidade): sem retorno aqui em baixo, no momento da mOlle. 3.Oa-deus (à-dieu), opara Deus ou odiante de Deus antes detudo eem toda relação com ooutro, emqualquer outro adeus. Toda relação com ooutro seria, antes edepois detudo, um adeus". 15 um instante, espero encontrar uma forma de encorajamento Porém, guardêmo-nos também de procurar, em tudo o para poder tomar apalavra aqui. Gostaria de fazê-Io com pa que sediz ser "mais forte do que amorte", um refúgio ou um lavras nuas, tão infantis einermes quanto minha dor. álibi, ou ainda um consolo. No "Texto do Tratado Schabat"3, A quem nos dirigimos num momento como este? E em paradefinir aretidão, Emmanuel Lévinas dizsobre aconsciên nome dequem nosautorizaríamos afazê-Io? Freqüentemente, cia, que ela éa"urgência de uma destinação levando ao outro aqueles que se apresentam então para falar, para falar publi enão um eterno retorno asi"4, ou ainda, camente, interrompendo assim omurmúrio animado, as tro cas secretas ou Íntimas que sempre nos ligam, em nosso foro inocência sem ingenuidade, uma retidão sem simploriedade, retidão absolu taque étambém crítica absoluta desi,lida nos olhos daquele que éoobjeto interior; ao amigo ou ao mestre morto, freqüentemente aque desta retidão e cujo olhar me coloca em questão. Movimento para o outro les que fazem então escutar sua voz num cemitério, dirigem que não retoma aoseu ponto deorigem como para aíretoma odivertimento se diretamente, em linha reta, àquele de quem sediz que não incapaz de transcendência. Movimento para além do cuidado c mais f0l1e está mais, que não está mais vivo, que nãoestá mais aqui, que doque amOl1e. Retidão que se chama Telllilllut, essência deJacob5 não responderá mais. As lágrimas na voz mostram uma certa intimidade com o outro que guarda silêncio, elas o interpe Como sempre, a mesma meditação desenvolvia, mas a lam sem desvios oumediação, elas oapostrofam, elas osaú cada vezdemaneira singular, todos osgrandes temas aosquais dam também ou se confiam aele. Não se trata forçosamente opensamento de Emmanuel Lévinas nos tinha despertado: o de uma necessidade convencional, nem sempre de uma faci tema daresponsabilidade em primeiro lugar, mas de uma res lidade retórica da oração. Trata-se sobretudo de fazer passar ponsabilidade "ilimitada"6 que ultrapassa e precede minha apalavra, lá onde as palavras nos faltam, eporque toda lin liberdade, a responsabilidade de um "sim incondicional"?, guagem que se voltasse sobre si-mesma, sobre nós, pareceria segundo esse texto, de um "sim mais antigo que a esponta indecente, como um discurso reflexivo que retomaria para a neidade ingênua"8, um sim em acordo com esta retidão que é comunidade ferida, para seu consolo ou seu luto, para oque "fidelidade original em relação auma aliança irresilível"9. E se denomina por essa expressão confusa e terrível o "traba as últimas palavras dessa Lição sereferem àmortelO, segura lho de luto". Ocupada consigo mesma, tal palavra correria o mente, mas,justamente, para não deixar-lhe aúltima palavra, risco, neste retorno, de desviar-se do que éaqui nossa lei - e nem a primeira. Elas nos lembram um motivo constante do a lei como retidão: falar diretamente, dirigir-se diretamente que foi, certamente, uma imensa e incessante meditação so- ao outro, efalar ao outro que amamos eadmiramos, antes de falar dele. Em princípio, dizer-lhe "adeus", aele,aEmmanuel, 3.Trata-se da "Segunda Lição" das Quatro Leituras Talmúdicas. e não apenas lembrar o que ele nos tinha ensinado sobre um 4.Idenl, p. 98. certo Adeus. 5.Idem, pp. 98-99. Comecei também aescutar de outra maneira eaapreen 6.Verporexemplo, idem, p. 101:"Certamente, minha responsabilida de por todos pode manifestar-se também através da limitação: em nome da der a palavra "retidão" quando esta me veio de Emmanuel responsabilidade ilimitada, o eu pode ser chamado a preocupar-se também Lévinas. Dentre todos os lugares em que ele fala da retidão, consigo". penso em primeiro lugar numa de suas Quatro Leituras 7. "Não acabamos de cometer a imprudência de afirmar que a pri Talmúdicas porque aíaretidão designa aquilo que é,segundo meira palavra, aquela que torna possível todas as outras e até o não da negatividade e o 'entre-os-dois' que é 'a tentação da tentação', é um sim ele, "mais forte que amorte"2. incondicional?" idem, p.99. 8.Ibidelll. 2. E. Lévinas. Quatre lectures talmudiques. Trad. bras., Quatro 9.Idem, p. 100. Leituras Talmúdicas. São Paulo, Perspectiva, 2003, p. 99. 10.Ver idem, p. 102. 16 17 bre amorte, mas por um caminho na contracorrente da tradi Sim, a ética antes e para além da odontologia, o Estado ção filosófica, de Platão a Heidegger. Noutro lugar, antes de ou da política, porém ética também para-além da ética. Um dizer oque deve ser oa-Deus, um outro escrito fala da "reti dia na rua Michel-Ange, nodecurso de uma dessas conversas dão extrema do rosto do próximo" como "retidão de uma cuja memória me étão cara, numa dessas conversas ilumina exposição àmorte, sem defesa"l). das pelo brilho do seu pensamento, abondade de seu sorriso, Não posso e nem mesmo quero tentar avaliar aqui algu ohumor graciso de suas elipses, ele me diz: "você sabe, fala mas palavras da obra de Emmanuel Lévinas. Não se distin se freqüentemente de ética para descrever oque faço, mas o guem nem mesmo oslimites desta, tanto elaéimensa. E seria que me interessa, afinal das contas, não é aética, não apenas necessário começar por reaprender com ele ecom Totalité et aética, éosanto, asantidade do santo". Epensei então numa Infini (Totalidade e Infinito), por exemplo, a pensar o que é separação particular, a separação única daquele véu dado, uma "obra,,12- eoque éafecundidade13. Então pode-se pre ordenado por Deus, aquele véu que Moisés devia confiar an ver, com certeza, que séculos de leitura serão empregados tes a um inventor ou a um artista que a um bordador, e que, nessa tarefa. Todos os dias, para além mesmo da França eda nosantuário, separaria ainda mais osanto dos santosl4, como Europa, já temos mil indicações - através de tantas obras em pensei também no fato de que outras Lições Talmúdieas afi tantas línguas, tantas traduções, tantos colóquios etc. - deque nam a necessária distinção entre asacralidade e asantidade, a repercussão deste pensamento mudou o curso da reflexão quer dizer, asantidade do outro, asantidade da pessoa sobre filosófica de nosso tempo, eda reflexão sobre afilosofia, so aqual Emmanuel Lévinas dizia em outro lugar que elaé"mais bre o que ordena a filosofia à ética, a um outro pensamento santa que uma terra, mesmo quando aterra éTerra Santa. Ao sobre aética, sobre aresponsabilidade, sobre ajustiça, sobre lado de uma pessoa ofendida, esta terra - santa eprometida o Estado, etc., a um outro pensamento sobre o outro, a um sóénudez edeserto, umamontoado demadeira edepedras,,15. pensamento mais novo que tantas novidades, porque ele se Esta meditação sobre aética, da transcendência do santo ordena àanterioridade absoluta do rosto do outro. em relação ao sagrado, isto é, do paganismo das raÍzes e da idolatria do lugar, foi indissociável, como sabemos, de uma reflexão incessante sobre odestino eopensamento de Israel, 11.E.Lévinas, "Lamauvaise conscience etI'inexorable", emExercices ontem, hoje e amanhã, não apenas através das heranças, re de lapatience, n. 2, inverno, 1981, pp. 111-112. interrogadas e re-afirmadas, da tradição bíblica e talmúdica, 12. Verpor exemplo, E. Lévinas, Totalité et!Jltini,Martinus Nijhoff, mas também da aterradora memória do nosso tempo. Esta La Haye,1980, pp. 149-153. Em "La Trace del'autre" (1963) Lévinas define assim aObra: "A Obrapensada radicalmente éefetivamente um movimento memória dita, de perto ou de longe, cada uma dessas frases, doMesmo em direçi/o aoOutro que ni/o retoma jamais aoMesmo. Aomito mesmo se possa ter ocorrido a Lévinas de protestar contra. de Ulisses retomando a Ítaca, gostaríamos de opor a história de Abrahão deixando para sempre sua pátria por uma terra ainda desconhecida e proi bindo ao seu servidor até mesmo de levar seu filho ao ponto de partida. 14.Êxodo, 26, 31: "E farás um véu àentrada datenda, detecido de lã AObra pensada atéasúltimas conseqüências exige uma generosidade radi azul-celeste, púrpura, carmesim e linho torcido, obra de bordador. [...] e cal doMesmo que naObra vaiem direção aoOutro. Ela exige conseqüente separará adivisória para vósentre asantidade easantidade das santidades" mente uma ingratidão doOutro. Agratidão seria precisamente oretorno do tradução Meir Matzliah Melamed, São Paulo, Ed. Sêfer, 2001, p. 240. A movimento asuaOIigem",Endécouvrant l'existence avecHusserl etHeidegger, abertura da tenda estava protegida por uma cortina (epispastron, segundo a Paris, Éd. Vrin, 1967, p. 191.Cf. também J.Derrida, "En cemoment même tradução grega Versi/o dos Setenta (Septuaginta), enquanto que no interior dans cet ouvrage me voice", em Textespour Emmanuel Lévinas, Paris, Éd. da tenda um "véu" (katapétasma) separava "o santo e osanto dos santos" Jean-Michel Place, 1980, pp. 48-53. (to hagion kai tohagion tôn hagiôn). 13.Verpor exemplo Totalité etInfini, op. cit.,pp. 244-247 esobretudo 15.Cf. oprefácio deLévinas aolivro deMarlene Zarader, Heidegger p.245 onde Lévinas põe em relação afecundidade eaobra. et lesparoles de ['origine, Paris, Éd. Vrin, 1986, pp. 12-13. 18 19 certos abusos auto-justificativos aos quais podiam por vezes ele. Em outro lugar: "existe aí um final que tem sempre a ceder esta memória eareferência ao holocausto. ambigüidade de uma partida sem retorno, de um óbito, po Porém, renunciando aos comentários eàsquestões, gos rém também de um escândalo ("é possível que ele esteja taria apenas de render homenagem àquele cujo pensamento, morto?") de não-resposta ede minha responsabilidade"22. cuja amizade, confiança, "bondade" (e dou a esta palavra Amorte: não em primeiro lugar oaniquilamento, onão "bondade" todo oalcance que lhe conferem as últimas pági ser ou o nada, porém uma certa experiência, para o sobre nas de Totalidade e Infinitol6) terão sido para mim, como vivente, do "sem-resposta". Já em Totalidade e Infinito ele para tantos outros, uma fonte viva, tão viva, tão constante, colocava em questão ainterpretação tradicional, "filosófica e que não consigo pensar oque lhe acontece ou oque me acon religiosa", damorte sejacomo "passagem aonada", seja como tece hoje, ouseja, ainterrupção, uma certa não-resposta numa "passagem auma existência outra"23.Identificar amorte com resposta que não terá, enquanto eu viver, um final para mim. onada éoque gostaria de fazer oassassino, Caim por exem A não-resposta: vocês sabem indubitavelmente que no plo, que, diz Emmanuel Lévinas, "devia possuir esse saber seu admirável curso de 1975-1976 (há precisamente vinte sobre a morte"24. Porém mesmo esse nada se apresenta en anos) sobre "A Morte eoTempo"l7, onde ele definiu amorte J tãocomo "umaespéciedeimpossibilidade" oumaisprecisamente como paciência do tempol8, eonde ele seengaja numa gran como uma interdiçã025. O rosto do outro me interdita matar, de enobre explicação crítica com Platão eHegel esobretudo ele me diz "tu não matarás"26 mesmo se esta possibilidade com Heidegger, Emmanuel Lévinas definiu em várias opor permanece suposta pelo interdito que atorna impossível. Essa tunidades amorte, amorte que "nós encontramos" "no rosto questão sem resposta, essa questão do sem-resposta seria en do outro" 19,como não-resposta20; "ela ésem-resposta"21, diz tão não-derivável, primordial, como a interdição de matar, 16. Ver Tolalilé el!l1!ini,op. cil., pp. 281-283. 22. Idem, p.47. 17.Trata-se deum dos dois cursos deLévinas naSorbonne (Paris IV) 23. "A morte é interpretada em toda a tradição filosófica e religiosa durante oano letivo de 1975-1976, que foi publicado pela primeira vez em como passagem aonada, oucomo passagem auma existência outra, prolon 1991 sob o título "La mOlt et le temps" no volume Emmanuel Lévinas gando-se num novo cenário", Totalité et h(!ini, op. cit., p.208. (Cahiers de I'Herne, n.60, pp. 21-75), depois em 1993 (com ooutro curso 24. Veridem, p.209: "Nós aabordamos [amorte] como nada de uma domesmo ano: "Dieu etl'onto-théo-Iogie" naobraDieu, Iamorlel lelemps, maneira mais profunda edecerta forma apriori, na paixão do assassinato. Paris, Éd. Grasset. A intencional idade espontânea dessa paixão visa o aniquilamento. Caim, 18."No decorrer dotempo, cuja significação não deve talvez refetir-se quando matou Abel, devia possuir da mOlte este saber. A identificação da mOlte ao nada convém àmorte do Outro no assassinato". ao par ser-nada como referência última daquilo que tem sentido, detudo o que tem sentido edetudo oque é pensado, detodo humano, amorte éum 25. Veribidem: "A identificação da morte aonada convém àmorte do ponto cujo tempo guarda toda sua paciência, essa espera recusando-se àsua Outro no assassinato. Porém este nada se apresenta aí, ao mesmo tempo, intencionalidade deespera - 'paciência elentidão do tempo', diz oprovér como umaespécie deimpossibilidade. Efetivamente, foradaminha consciên bio, paciência como ênfase dapassividade. Donde aorientação deste curso: ciamoral, oOutro não poderia seapresentar como Outro eseu rosto expres amorte como paciência do tempo", Dieu, Iamort elletemps, op. cit., p. 16. sa minha impossibilidade moral de aniquilar. Interdição que não equivale 19.Veridem, p. 122: "Reencontramos amOlteno rosto do outro". seguramente àimpossibilidade pura esimples eque supõe mesmo apossi 20. Cf. idem, p. 17:"A morte éo desaparecimento, nos seres, desses bilidade que ela precisamente interdita; porém, em realidade, ainterdição já movimentos expressivos que os faziam aparecer como viventes - esses mo secoloca nesta possibilidade, ao invés de supô-Ia; ela não se acrescenta no vimentos que são sempre resposlas. A mOlte vai tocar antes de mais nada IIpres-coup, porém meobserva dofundo dos olhos que euquero extinguir e essa autonomia ou essa expressividade dos movimentos até chegar aenco meobserva como oolho que natumba observará Caim". brir orosto. AmOlte éosem-resposta". 26. Cf. Dieu, Iamort et.le temps, op. cit., p. 123: "Fazer aparecer a 21. Cf. idem, p. 20: "A morte é desvio irremediável: os movimentos questão que amOltelevanta naproximidade do próximo, questão que, para biológicos perdem toda dependência em relação àsignificação, àexpressão. doxalmente, éminha responsabilidade por sua mOlte. Amorte éabeltura ao A morte édecomposição; ela éosem-resposta". rosto do Outro, oqual éexpressão do mandamento: "Não matarás". 20 21

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