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Abastecimento alimentar: redes alternativas e mercados institucionais PDF

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Abastecimento Alimentar Redes Alternativas e Mercados Institucionais ORGANIZADORES Julian Perez-Cassarino Rozane Marcia Triches Jose Giacomo Baccarin Carla Rosane Paz Arruda Teo Abastecimento alimentar redes alternativas e mercados institucionais Alberto Gómez Perazzoli Inés Gazzano Analía Cartelle Federico Bizzozero (orgs.) SciELO Books / SciELO Livros / SciELO Libros PEREZ-CASSARINO, J., TRICHES, R.M., BACCARIN, J.G., and TEO, C.R.P.A., eds. Abastecimento alimentar: redes alternativas e mercados institucionais [online]. Chapecó: Editora UFFS; Praia, Cabo Verde: UNICV, 2018,322 p. ISBN: 978-85-64905-72-6. https://doi.org/10.7476/9788564905726. All the contents of this work, except where otherwise noted, is licensed under a Creative Commons Attribution 4.0 International license. Todo o conteúdo deste trabalho, exceto quando houver ressalva, é publicado sob a licença Creative Commons Atribição 4.0. Todo el contenido de esta obra, excepto donde se indique lo contrario, está bajo licencia de la licencia Creative Commons Reconocimento 4.0. Reitora Judite Medina do Nascimento Vice-Reitor - Área de Integração Tecnológica e Inovação Reitor António da Cruz Semedo Varela Jaime Giolo Vice-Reitora - Área de Extensão Vice-Reitor Universitária Antônio Inácio Andrioli Astrigilda P. Silveira Diretor da Editora UFFS Pró-Reitor - Área de Ação Social, Valdir Prigol Assuntos Estudantis e Cultura Conselho Editorial Universitária Marlon Brandt (Presidente) Mário José Carvalho de Lima Tiago Vecchi Ricci Pró-Reitor - Área de Investigação e Gilmar Roberto Meinerz Pós-Graduação Demétrio Alvez Paz Aristides Lopes Silva Paulo Afonso Hartmann Bernardo Berenchtein Pró-Reitor - Área de Graduação e Thiago Bergles Bitencourt Formação Profissionalizante Gustavo Acrani João Gomes Cardoso Vanderleia Laodete Pulga Adelita Maria Linzmeier Administrador Geral Rozane Marcia Triches Iderlindo da Costa de Pina Antonio Marcos Myskiw Diretora das Edições Uni-CV Valdir Prigol Elizabeth Coutinho Diretor do Gabinete de Comunicação e Imagem Salif Silva Editora UFFS Edições Uni-CV Av. Fernando Machado, 108 E Praça Dr. António Lereno, s/n Centro, Chapecó, SC - Brasil Caixa Postal 379-C Praia, Caixa Postal 181 - CEP 89802-112 Santiago - Cabo Verde Telefone: (49) 2049-3100 Tel. (+238) 3340 441; Fax: (+238) 261 2660 CNPJ 11.234.780/0001-50 [email protected] – www.unicv.edu.cv TÍTULO Abastecimento Alimentar: Redes Alternativas e Mercados Institucionais ORGANIZADORES Julian Perez-Cassarino; Rozane Marcia Triches; Jose Giacomo Baccarin; Carla Rosane Paz Arruda Teo REVISÃO Marlei Maria Diedrich PROJETO GRÁFICO Mariah Carraro Smaniotto CAPA & DIAGRAMAÇÃO Edson Carvalho | GCI - Gabinete de Comunicação e Imagem da Uni-CV IMPRESSÃO Gráfica Editora Palloti TIRAGEM 1000 exemplares FORMATOS Impresso, ePub, mobi e PDF COORDENAÇÃO Elizabeth Coutinho, Direção dos Serviços de Documentação e EDITORIAL Edições da Uni-CV e Fabiane Sulsbach, Chefe do Serviço Especial de Publicações Editoriais da UFFS COPYRIGHT © Universidade de Cabo Verde, Universidade Federal da Fronteira Sul, organizadores e autores dos artigos Acordo de cooperação para coedição de obra 01/2018 Editora UFFS e Edições Uni-CV PRAIA, AGOSTO DE 2018 A118 Abastecimento alimentar e mercados institucionais. / Org. Julian Perez-Cassarino ... [et al]. -- Chapecó: Ed. UFFS; Praia, Cabo Verde: UNICV, 2018. – 322 p.: il. Acordo de cooperação para coedição de obra Editora UFFS e Edições Uni-CV. ISBN (Editora UFFS): 978-85-64905-71-9 (e-book). ISBN: 978-85-64905-72-6 (e-pub) ISBN: 978-85-64905-70-2 (mobi) ISBN: 978-85-64905-73-3 (impresso) ISBN (Edições Uni-CV) Impresso: 978-989-8707-47-5 Eletrónico: 78-989-8707-48-2 (Edições Uni-CV) 1. Agricultura familiar - Brasil. 2. Sistemas alimentares sustentáveis. 3. Abastecimento de alimentos. 4. Alimentação escolar - Brasil. 5. Agroecologia – Brasil. 6. Agroecologia – Uruguai 7. Produção de Alimentos – Modelos alternativos – Cabo Verde. 8. Abastecimento de alimentos. I. Perez- Cassarino, Julian. II. Universidade Federal da Fronteira Sul. III. Universidade do Cabo Verde. CDD 338.19 630.2745 Ficha catalográfica elaborada pela Divisão de Bibliotecas – UFFS Nelcy T. da Rosa Kegler CRB – 14/1311 Sumário PREFÁCIO Nilson Maciel de Paula .....................................................................................................................7 APRESENTAÇÃO Os organizadores. ..............................................................................................................................20 PARTE 1 - O ABASTECIMENTO NA PERSPECTIVA DE SISTEMAS ALIMENTARES SUSTENTÁVEIS Por uma nova ciência para a promoção de sistemas alimentares sustentáveis Cecilia Rocha ...............................................................................................................................23 Análise da transição ecológica de sistemas agrialimentares territoriais: ensinamentos de uma comparação franco-brasileira Claire Lamine; Giles Maréchal; Moacir Darolt ..........................................................................35 Equipamentos públicos de Abastecimento Alimentar no Brasil: trajetória e desafios Walter Belik; Altivo R. A de Almeida Cunha .............................................................................59 PARTE 2 - MERCADOS INSTITUCIONAIS Aquisição de produtos da agricultura familiar para a alimentação escolar nos estados de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul Rozane Marcia Triches; José Giacomo Baccarin; Carla Rosane Paz Arruda Teo; Vanessa Ramos Kirsten .................................................................................................................77 Dificuldades e recursos de superação mobilizados por atores sociais na aquisição de produtos da agricultura familiar para a alimentação escolar nos estados de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul Rozane Marcia Triches; Jose Giacomo Baccarin; Oscar Agustín Torres Figueredo; Aline Luiza Führ; Márcia Pozzagnol Mossmann; Denise Boito Pereira da Silva; Dienifer Heckler; Carla Rosane Paz Arruda Teo ......................................................................................................91 Agricultura e mercados institucionais em Cabo Verde: avaliação e seguimento do programa-piloto “compras locais” Vladmir Antero Delgado Silves Ferreira; Elsa Barbosa Simões .................................................106 Compras institucionales: estado del arte del proceso uruguayo Adriana Machado; Alejandro Pizzolon; Jorge Vaz Tourem .......................................................121 Programa Nacional de Alimentação Escolar e o atendimento à cultura alimentar em municípios do Paraná Carmine Marcon Piano; Camila Elizandra Rossi ......................................................................137 Grau de processamento dos gêneros alimentícios solicitados aos agricultores familiares para a alimentação escolar e a adequação das chamadas públicas: um estudo realizado nos estados de São Paulo, Santa Catarina e Paraná Cassiani Gotâma Tasca; Suélen Regina Lothermann ................................................................153 Programa de Aquisição de Alimentos e diversificação: possibilidades para a recampesinização e suas limitações estruturais André A. Michelato Ghizelini ......................................................................................................170 Os (des)caminhos do Programa de Aquisição de Alimentos na região semiárida: novas governanças, antigas armadilhas Cimone Rozendo ..........................................................................................................................185 Compra institucional de alimentos: uma estratégia para impulsionar sistemas alimentares saudáveis e sustentáveis Panmela Soares; Rafaela Karen Fabri; Suellen Secchi Martinelli;Vitória Uliana Bianchini; Suzi Barletto Cavalli ....................................................................................................................214 PARTE 3 - FORMAS ALTERNATIVAS DE ABASTECIMENTO Grupos de consumo responsável no Brasil: aproximando consumidores e produtores em redes agroecológicas e solidárias Juliana Gonçalves; Thais Mascarenhas ........................................................................................238 Rede Ecovida de Agroecologia: origens, princípios e sua concepção de comercialização Julian Perez-Cassarino; Laércio Meirelles ..................................................................................254 Comercialización y agroecología en Uruguay Alberto Gómez Perazzoli; Inés Gazzano; Analía Cartelle; Federico Bizzozero ........................283 AUTORES................................................................................................................298 Este livro é dedicado à Fabia Sowa Koziel, agricultora ecologista e geógrafa que dedicou sua vida à luta por um planeta mais justo e sustentável. PREFÁCIO Nilson Maciel de Paula Mais do que um fato momentâneo, a crise alimentar do início do milênio, que levou mais de um bilhão de pessoas à condição de fome e subnutrição, re- velou a essência da ordem alimentar global contemporânea. Como expressão de uma tendência em curso desde o início da década de 1970, aquela conjuntura de instabilidades explicitou mais claramente os traços estruturais de um sistema ali- mentar formado sob a égide das grandes corporações e regulado por uma intensa liberalização dos mercados. Tendo por referência a noção de regime alimentar corporativo financeiro, formulada por Phillip McMichael em suas valiosas inter- pretações sobre o regime alimentar atual, a alimentação se tornou um campo de sinergia entre capitais situados na indústria processadora, no sistema financeiro, pela conversão de alimentos em derivativos, e no sistema energético pelo uso de alimentos para obtenção de biocombustíveis. Mais ainda, não apenas a comercia- lização do alimento se dá na interface entre esses sistemas, mas o próprio capital se metamorfoseia assumindo posições em todas as frentes. Ou seja, empresas financeiras investem no comércio de alimentos e compra de terras, assim como empresas agroindustriais se envolvem em operações financeiras e investem na produção de biocombustível. Em suma, os capitais comercial, agroindustrial e financeiro se fundem na simbiose entre sistemas originalmente distintos, na qual os alimentos, convertidos em commodities, são consumidos ou processados de acordo com as expectativas de lucro e com as exigências impostas pelo processo de acumulação. Mais do que de abastecerem o mercado mundial de alimentos, o agronegócio e agricultura de alta escala, estão conectados àquela simbiose e, portanto, sujeitos às suas vicissitudes. Por outro lado, paralelamente à ampla capilaridade de uma estrutura indus- trial e varejista oligopolizada, conectando espaços produtivos a um mercado global ABASTECIMENTO ALIMENTAR 8 e estimulando o consumo de alimentos processados, um estado de insegurança alimentar se propaga mundialmente, tanto em regiões pobres quanto no interior de sociedades afluentes do mundo desenvolvido. Apesar da redução do número de famintos e subnutridos nos anos recentes, ainda é considerável o contingente populacional sem o acesso adequado aos alimentos, em termos quantitativos e qualitativos. A deterioração das condições de abastecimento alimentar passou a ocorrer tanto do ponto de vista da redução do poder de compra e insuficiência de oferta, quanto pela maior ingestão de produtos industrializados, cujo efeito mais dramático se manifesta no número de pessoas obesas ou com sobrepeso, o qual, tendo já dobrado entre 1980 e 2014, deve atingir mais 2,7 bilhões de pes- soas em 2025, um terço da população mundial, segundo informa a World Obesity Federation. Tal fenômeno é mais preocupante quando detectado em países do continente africano, onde o número de crianças com idade inferior a cinco anos com sobrepeso ou obesas correspondem a quase um terço de um total mundial de 41 milhões, tendo aumentado em aproximadamente 50% desde 2000, segun- do dados da Unicef. Impulsionada por variação positiva na renda de determi- nados segmentos sociais, essa tendência tem sido acompanhada por deficiências nutricionais que comprometem o crescimento, as quais estão associadas à subs- tituição de alimentos naturais de origem local por produtos processados. Mais ainda, numa replicação do que ocorre mundialmente, essa alteração não pode ser explicada sem levarmos em conta o contato da população africana com os gran- des supermercados globalizados, linha de frente da difusão de novos produtos que facilmente se tornam objeto de desejo dos consumidores, oriundos de uma indústria processadora também globalizada. Portanto, subnutrição deixa de ser apenas um sintoma de escassez e passa a ser consequência também do excesso e da alteração do padrão de consumo. Num plano mais geral, os sinais incontestáveis de insegurança alimentar são reverberações da essência do capitalismo neoliberal, no qual o papel regulador do Estado foi substituído pelo autocontrole do mercado, sob os falsos pretextos da eficiência e da capacidade de promover crescimento. Na realidade, as con- sequências do empobrecimento do trabalho e do desmonte de mecanismos de proteção social como alavancas competitivas nos mercados globais repercutiram diretamente na precarização das condições de vida, paralela à maior concentração de renda e riqueza. Se por um lado, as oito pessoas mais ricas do planeta detêm riqueza equivalente à da metade da população mundial, por outro mais de 70% PREFÁCIO 9 vivem desprovidos dos serviços básicos de proteção social. Diante desse quadro, governos nacionais são intencionalmente fragilizados através de ajustes estru- turais para reduzir o Estado ao mínimo, ao mesmo tempo em que se rendem à falaciosa superioridade da lógica do mercado. Assim, não se trata mais de uma oposição entre Estado e mercado, como visões maniqueístas sugerem, mas de uma unicidade entre os dois, na qual o primeiro se coloca a serviço do segundo. Nesse contexto, preocupações com segurança alimentar e nutricional passa- ram a exigir políticas de governos capturados pela falácia da eficiência dos mer- cados, a compor documentos de organismos multilaterais, e até mesmo a atrair o interesse de grandes corporações orientadas pela questionável necessidade de aumento de oferta. O entendimento de que o combate à fome requer maior produção preserva as bases da ordem alimentar, abrindo novas oportunidades para o grande capital encrustado numa espécie de reedição da revolução verde e validando uma governança formada pela liberalização dos mercados como vasos comunicantes entre situações de excesso e de escassez. Encobre-se assim a entropia desse sistema e suas contradições estruturais, através de uma agenda hegemônica orientada pela superficial relação entre oferta e demanda e pelo estí- mulo à propagação de tecnologias de alto rendimento, inclusive, nas áreas rurais mais vulneráveis. A inocuidade daquele receituário é observada nos discursos oficiais e de organizações, de baixa repercussão prática, amparados apenas por ações filantrópicas embutidas em programas de ajuda alimentar, incapazes de alterar o quadro de dependência de muitos países e de atingir os reais determi- nantes do agravamento da insegurança alimentar. Entretanto, ir além de soluções tópicas e panaceias elusivas envolve ampliar o campo de observação para além da alimentação, para o que é preciso entender que a fome está diretamente asso- ciada ao aprofundamento das desigualdades sociais e aumento da pobreza. Ou seja, os processos de distribuição de renda e riqueza estão na raiz dos problemas alimentares, tanto no que diz respeito ao limitado acesso quanto ao maior inte- resse pelos produtos processados, cujos atrativos, enaltecidos pelas estratégias de publicidade, estão no baixo preço, na facilidade de consumo, na aparência e no imponderável apelo de modernidade. Os efeitos nutricionais são negligen- ciados ou camuflados, contribuindo para o distanciamento do alimento de sua condição natural e de sua importância para o ser humano. A partir dessas observações, entende-se que a insegurança alimentar não se constitui uma falha de mercado ou um desajuste temporário do sistema, passível

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