Em Paris, uma mulher de aspecto simples, de 50 anos, ao se dirigir para o trabalho é subitamente abordada por um desconhecido que lhe fala da filha, que ela deixara na Rússia quando atravessou a Cortina de Ferro para vir cuidar do marido, asilado e gravemente enfermo.
Quase simultaneamente, em Londres, outro homem no exílio, o ex-chefe de um grupo de dissidentes bálticos, é assassinado após um telefonema, quando diz que tem um recado referente ao Homem da Areia.
Na Alemanha, o dono de um “clube do sexo” grava e fotografa, a pedido, coisas sensacionais.
Em um pequeno povoado da Suíça, uma jovem é confinada em nome de uma lenda e recebe a visita de um misterioso Tio Anton.
Que relação existe entre essas situações e, igualmente, entre Ostrakova, o General, Herr Kretzschmar e Tatiana, aliás Alexandra?
Para tentar ligar os fios da meada — partindo de um maço velho de cigarros Caporal Gauloises e um pedaço de giz amarelo — George Smiley resolve sair do anonimato em que a aposentadoria o colocara. Sem ajuda oficial do Circus, mas impelido por implacáveis recordações e com o auxílio de seu pequeno mundo de fiéis seguidores, ele novamente enfrenta o homem que lhe arruinou a vida: Karla, o temível superagente soviético.
Ainda mais absorvente do que Sempre um Colegial, este novo livro de John le Carré é outra obra-prima em matéria de romance de espionagem e apresenta um ângulo que lhe confere interesse todo especial: a humanização não só dos heróis, como também dos vilões. E Smiley acabará se questionando sobre o valor de um triunfo com sabor amargo.