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A vida secreta da Idade Média PDF

618 Pages·2.493 MB·Portuguese
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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Percivaldi, Elena A vida secreta da Idade Média : fatos e curiosidades do milênio mais obscuro da história / Elena Percivaldi ; tradução de João Batista Kreuch e Leonardo A.R.T. dos Santos. – Petrópolis, RJ : Vozes, 2018. Título original: La vita segreta del medioevo : tutto quello che volevate sapere sul millennio più buio della storia Bibliografia ISBN 978-85-326-5773-2 – Edição digital 1. Idade Média – História I. Título. 18-12071 CDD-909.07 Índices para catálogo sistemático: 1. Idade Média : História     909.07 © 2013 Newton Compton editori s.r.l. Título do original em italiano: La vita segreta del medioevo – Tutto quello che volevate sapere sul millennio più buio della storia 2018, Editora Vozes Ltda. Rua Frei Luís, 100 25689-900 Petrópolis, RJ www.vozes.com.br Brasil CONSELHO EDITORIAL Diretor Gilberto Gonçalves Garcia Editores Aline dos Santos Carneiro Edrian Josué Pasini Marilac Loraine Oleniki Welder Lancieri Marchini Conselheiros Francisco Morás Ludovico Garmus Teobaldo Heidemann Volney J. Berkenbrock Secretário executivo João Batista Kreuch ______________________________ Editoração: Leonardo A.R.T. dos Santos Diagramação: Sheilandre Desenv. Gráfico Revisão gráfica: Nilton Braz da Rocha / Nivaldo S. Menezes Capa: WM design ISBN 978-85-326-5773-2 (Brasil – edição digital) ISBN 978-88-541-6726-1 (Itália – edição impressa) Editado conforme o novo acordo ortográfico. A meus filhos Riccardo e Jacopo. A história é um grande presente, e nunca apenas um passado. Émile-Auguste Chartier, dito Alain (1868-1951) S UMÁRIO Introdução 1 A mulher, a criança, o ancião 2 No quarto de dormir (e não apenas) 3 O hábito faz o monge 4 Viajando 5 Na cozinha e à mesa 6 Artistas e intelectuais – escrita e invenções 7 Medos, terrores, tabus 8 A medicina medieval 9 A morte na Idade Média 10 Festas e folclore no quotidiano da Idade Média 11 Na Igreja 12 Contra a Igreja: a heresia 13 O ofício das armas 14 Feudatários e servos da gleba 15 Os excluídos Bibliografia essencial Agradecimentos Índice geral I NTRODUÇÃO Poucos períodos da história foram tão vitimados por lugares-comuns quanto a Idade Média. Para referir-se a ela há expressões de todo tipo: Idade das Trevas, séculos negros, milênio da superstição e do obscurantismo, e assim por diante. Mas foi realmente assim ou se trata de um colossal preconceito? Tudo começou entre o final dos anos 300 e o início dos anos 400 com o Humanismo, uma nova corrente filosófica e literária que, como a própria palavra diz, pretendeu pela primeira vez, após a Idade Clássica, colocar o ser humano novamente no centro do cosmos restituindo-lhe a dignidade que parecia ter perdido. Obviamente, foram parar no banco dos réus os séculos de predomínio do catolicismo que tinha teorizado uma sociedade fechada, rígida, dividida em três “classes” (os famosos oratores, bellatores, laboratores) e formada dentro de um sistema filosófico e religioso em que tudo, mesmo o incomensurável, era definido e explicável recorrendo sempre à supremacia da fé sobre as dúvidas da razão. Mais tarde, no século XVIII com o Iluminismo, explodiu o ódio pela Idade Média como época bárbara. Os philosophes, devolvendo a dignidade à razão desvinculada da fé, tacharam como retrógrados e antiprogressistas os séculos precedentes a ponto de inventar até mesmo termos depreciativos que, em seguida, entraram no uso comum. Um exemplo geral: a palavra “gótico” indica a arte produzida nos séculos centrais da Idade Média, que foi acusada pelos pais do neoclassicismo e da arte útil à razão como sendo feia e disforme, barbárica e irracional. Não por acaso, o termo deriva do povo germânico dos godos, responsável pelo saque a Roma e que causou a ruína do Império Romano. Hoje, embora ainda se aceite a definição da Idade Média como “Idade do Meio” e, portanto, de transição entre o mundo antigo e o moderno, não se tem mais disposição para aceitar o corolário depreciativo que pretende apresentá-la como um período de regressão da civilidade, da arte e do pensamento da história europeia. A maior parte dos estudiosos, ao contrário, considera hoje a Idade Média como a base do nascimento da Europa moderna, uma Europa de povos autônomos e politicamente definidos, mas, ao mesmo tempo, bastante conscientes de pertencerem a uma entidade político-cultural, religiosa e social mais ampla, que tinha como denominador comum o mesmo sistema de valores e os mesmos fundamentos religiosos. Basta dizer que o próprio termo europeenses (“europeus”) nasceu no século VIII em plena Alta Idade Média, para definir as tropas francas que, sob a liderança de Carlos Martel, derrotaram os árabes na célebre batalha de Poitiers (732), um claro sinal de uma identidade que estava nascendo e se configurando em contraposição à outra considerada estranha e portadora de um mundo e de valores opostos. Este livro pretende deixar em segundo plano os grandes feitos militares e os desencontros epocais entre império e papado, as guerras e os grandes movimentos populares, os nomes e as datas que fizeram a história e que se encontram nos manuais clássicos. Fiel a uma linha mais “divulgativa”, tem a ambição de “trazer” os homens e as mulheres da Idade Média para o alcance de todos nós, cidadãos do segundo milênio, apresentando aspectos menos conhecidos, mas, certamente, mais interessantes de sua vida. O que comiam? Como se vestiam? Como se divertiam? Em que acreditavam? Como faziam amor? Que relação tinham com a morte? Quais os seus temores e os seus terrores, para além do fatídico e desgastado conceito de milenarismo? É mesmo verdade que sua religiosidade era onipresente e carola e recobria praticamente todos os instantes da vida diária? É um período longo – mil anos desde a queda do Império Romano no Ocidente (476) até a descoberta da América (1492). Mas, exatamente por isso, esse período foi tudo, menos monolítico. Talvez, ao contrário, nenhum período histórico tenha sido tão diversificado, contraditório, rico e fascinante do que esse – mesmo com seus momentos obscuros e obscurantistas. A Idade Média é um forno de elementos fascinantes de todo tipo, capazes de atingir o imaginário e, quem sabe, permanecer na memória coletiva. Como a célebre descrição, obra do cronista Rodolfo o Glabro (autor, ademais, da famosa expressão “parecia que o mundo se sacudia, deixando de lado toda a sua velhice e revestindo-se de um branco manto de igrejas”), dos horrores desencadeados pela carestia do ano 1003: Quando não havia mais animais para comer, os homens, impelidos pelos ataques terríveis da fome, se arranjaram com carcaças e raízes, chegando inclusive ao canibalismo (“Os andarilhos acabavam sendo agredidos por pessoas mais fortes do que eles e seu corpo, feito em pedaços, era cozido e devorado”), ao infanticídio e à necrofagia, retirando mortos de seus sepulcros e alimentando-se de sua carne. Ou ainda, o famoso episódio em que Alboíno, rei dos lombardos, obrigou a mulher Rosmunda a beber em uma taça feita com o crânio de seu pai, que ele acabara de derrotar e assassinar. Além disso, a grande cruzada desencadeada pela Igreja em 1306-1307 contra Frei Dolcino de Novara e seus seguidores que – considerados hereges – foram assassinados na fogueira após indescritíveis torturas. E, por fim, todos os mitos e as lendas em torno dos templários e associados com o Graal e o Santo Sudário...

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