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A vida de Muhammad (Maomé) - Segundo Ibn Hisham PDF

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A Vida de Muhammad segundo Ibn Hisham Segundo Ibn Ishaq (falecido em 767 A.D.) Editado por Abd al-Malik Ibn Hischam (falecido em 834 A.D.) Tradução original editada a partir do árabe por Alfred Guillaume Versão brasileira por W. von Frieden Índice Parte I – O tempo da Ignorância 1. Os avôs de Muhammad 1.2 A discussão sobre o poço de Zamzam em Meca 2. O nascimento de Muhammad e sua infância (aprox. 570 A.D.) 3. O casamento de Muhammad e Khadija (cerca de 595 d.C.) Parte II – O profeta perseguido em Meca 4. O profeta Muhammad 5. A ascensão da primeira comunidade islâmica (começando em cerca de 610 d.C.) 6. A oposição dos mecanos (cerca de 613 d.C.) 7. A primeira migração à Abissínia (cerca de 615 d.C.) 8. O crescente boicote dos mecanos (cerca de 616 d.C.) 9. A visão de Muhammad de sua subida ao céu (cerca de 619 d.C.) 10. Muhammad parte de Meca (após 619 d.C.) Parte III – O governante em Medina 11. A migração de Muhammad a Medina (622 d.C.) 12. Estabelecida a cidade-estado de muçulmanos, judeus e animistas (após 622 d.C.) 13. A resistência e a zombaria dos judeus (depois de 623 d.C.) 14. A Guerra Santa entre em nova fase (Após a Primavera de 623 d.C.) 15. A batalha de Badr e suas consequências (de 15 de março de 624 d.C. em diante) 16. A derrota em Uhud e suas consequências (março de 625 d.C. até 626 d.C.) 18. Campanhas militares posteriores (627 d.C.) 19. O reconhecimento de Muhammad pelos coraixitas (628 d.C.) 20. Antes da conquista de Meca (629 d.C.) 21. A conquista final de Meca (janeiro de 630 d.C.) 22. A campanha de Hunain e suas consequências (janeiro a março de 630 d.C.) 23. A segunda campanha contra os bizantinos e seu desfecho (de outubro a dezembro de 630 d.C.) 24. As delegações das tribos beduínas honram a Muhammad (631 d.C.) 25. A peregrinação final de Muhammad e outras campanhas militares (antes e após março de 632 d.C.) 26. O último dia de Muhammad, sua morte e seu enterro (junho de 632 d.C.) Conclusão PARTE I – O Tempo da Ignorância 1. Os avôs de Muhammad 1.1 Abd al-Muttalib – o avô de Muhammad Um dia, quando Abd al-Muttalib Ibn Hisham dormia, em uma visão foi ordenado que cavasse novamente o poço de Zamzam. Os djurhumitas o haviam enchido de entulho quando deixaram Meca. Foi desse mesmo poço que Allah, outrora, permitiu que Ismael bebesse quando era uma criancinha e teve sede. Sua mãe havia procurado água e nada achado. Ela permaneceu na colina de Safa e orou, pedindo água para Ismael. Na colina de Marwa, ela novamente orou, pedindo por água. Então, Allah enviou o Anjo Gabriel. Ele pressionou um dos calcanhares de Ismael contra a terra – e, veja, surgiu água! Sua mãe ouviu o som de animais selvagens. Ela temeu por ele, correu até ele e o encontrou com seu rosto deitado ao chão, pegando água com a concha de sua mão, bebendo. Depois ela limpou o poço de toda areia. 1.2 A discussão sobre o poço de Zamzam em Meca Um dia, quando al-Muttalib dormia no santuário, ele recebeu uma visão na qual foi instruído a cavar o poço de Zamzam. Ele descreveu sua experiência da seguinte forma: “Enquanto eu cochilava à parede do sagrado santuário, alguém se aproximou de mim e disse: ‘Cave Tayba’ (o bom). Eu perguntei: ‘O que é Tayba?’, depois disso, a visão desapareceu. No dia seguinte, como eu dormi novamente no lugar de meu acampamento, a visão retornou e disse: ‘Cave Barra’ (o puro)! Eu perguntei: ‘O que é Barra?’ Novamente, a visão me deixou. No terceiro dia, a aparição retornou com as seguintes palavras: ‘Cave al-Madnuna!’ (o precioso). Eu perguntei: ‘O que é Madnuna?’ Novamente, a visão desapareceu. No quarto dia, apareceu a mim alguém que disse: ‘Cave Zamzam.’ Eu perguntei: ‘O que é Zamzam?’ E recebi a resposta: ‘É aquele que nunca acabou e que nunca ficou sem água, que dá de beber aos honoráveis peregrinos. Ele está entre o esterco e o sangue, perto do grasnar do corvo forte, ao lado do formigueiro.’ Assim, Abd al-Muttalib, sem mais dúvidas quanto à veracidade da mensagem e tendo recebido instrução sobre as condições do poço e sua localização aproximada, começou, no dia seguinte, a cavar o poço usando sua marreta. Al-Harith, que, naquele tempo, era seu único filho, o acompanhou. Quando o poço se tornou gradualmente visível, ele começou a louvar a Allah. Foi quando os Coraixitas se apressaram para o lugar. Eles observaram que sua missão foi bem-sucedida e disseram: “Esse poço pertenceu ao nosso progenitor Ismael. Temos ritos antigos para ele. Você deve nos dar uma parte dele.” Abd al-Muttalib se recusou e respondeu: “Ele foi dado a mim! Ele pertence apenas a mim!” Eles responderam: “Nos dê o que nos é de direito ou levantaremos uma acusação contra você!” “Ótimo, escolham um juiz!” Eles escolheram uma mulher vidente da tribo de Sa'd Hudham, que habitava nas terras superiores da Síria. Abd al-Muttalib foi até ela, acompanhado de alguns dos filhos de Abd Manaf. Os coraixitas também enviaram emissários de cada tribo. Quando chegaram à região selvagem, entre Hijaz e a Síria, a água de Abd al-Muttalib se acabou. Ele e seu companheiro pareceram estar quase morrendo de sede. Eles pediram aos emissários dos Coraixitas alguma água. Eles, no entanto, se recusaram, dizendo: “Estamos no deserto. Poderia acontecer conosco o mesmo que está acontecendo com vocês.” Abd al-Muttalib, então, discutiu com seus companheiros o que haveriam de fazer. Eles responderam: “Você deve dar as ordens. Ao que você mandar, nós obedeceremos.” Então ele respondeu: “Minha opinião é que cada um de nós, conforme ainda tiver forças, cave sua própria sepultura. Quando um de nós morrer, quem ainda estiver vivo pode jogar o outro para dentro da cova e enterrá-lo, até que a morte visite o último de nós. De fato, é melhor que nós morramos do que morra a caravana inteira.” Seus companheiros concordaram. Cada um cavou sua própria cova e aguardou pela morte que haveria de vir. Em seguida, Abd al-Muttalib, de repente, disse: “Por Allah, é muita fraqueza de nossa parte se nós estupidamente nos entregarmos à morte sem nem ao menos tentarmos salvar novas vidas. Talvez Allah nos mostrará água em algum lugar. Levantem-se!” Assim, eles recomeçaram, sendo observados pelos coraixitas. Abd al-Muttalib montou em seu camelo e partiu. Logo em seguida, começou a brotar água fresca sob os cascos de seu camelo. Abd al-Muttalib e seus companheiros começaram a louvar a Allah, desmontaram, beberam e encheram seus alforjes. Após isso, Abd al-Muttalib chamou o restante dos coraixitas para que viessem à nova fonte, dizendo: “Allah nos deu água. Bebam vocês também e encham suas vasilhas!” Quando fizeram isso, disseram: “Por Allah, a decisão já caiu sobre nós. Não vamos mais disputar com você por causa de Zamzam, porque aquele que te deu água no deserto também te deu Zamzam. Volte e dê aos peregrinos água para beber.” Após isso, Abd al-Muttalib voltou a Meca com aqueles que o acompanhavam, sem consultar a vidente. 1.3 O voto de Abd al-Muttalib É dito que – e somente Allah sabe o que realmente aconteceu –quando Abd al-Muttalib estava cavando o poço de Zamzam, ele foi tratado com hostilidade pelos coraixitas. Então, ele fez o seguinte voto: quando dez filhos lhe tivessem nascido e já tivessem a idade em que já tivessem mais ou menos sua altura, ele tomaria um deles e o sacrificaria a Allah na Caaba. Depois, quando dez filhos já lhe haviam nascido, quando alcançaram a idade de poder protegê-lo, os fez saber de seu voto, os convocando a cumpri-lo. Eles estavam desejosos de cumprir o voto e perguntaram como seria isso. Ele respondeu: “Que cada um escreva seu nome em uma flecha e a dê a mim.” Com essas flechas, então, ele foi ao ídolo Hubal, que fora erigido ao lado de um poço, no meio da Caaba. Lá, eram oferecidos os sacrifícios ao santuário. Hubal tinha sete flechas. Em cada uma havia uma inscrição. Em uma flecha estava escrito “expiação”. Se não havia consenso sobre quem deveria pagar a expiação, então aquele que tomava essa flecha era quem deveria. Em uma segunda flecha estava escrito “sim” e na terceira “não”. Se alguém tinha dúvida se deveria ou não fazer algo, a flecha com “sim” ou “não” decidiria. Também havia uma flecha escrita “água”. Se fosse tirada, se deveria cavar um poço. Por fim, houve outras três flechas. Em uma estava escrito “de vós”, na outra “restante” e na terceira “não de vós”. Se os beduínos (árabes) quisessem praticar circuncisão, culminar um casamento ou enterrar seus mortos, ou se tinham dúvidas sobre a origem de um homem, eles o levavam para Hubal e pagavam ao que lançava sortes um cento de dirhams e um camelo para o sacrifício. Então diziam, enquanto colocavam um homem diante de Hubal para questionamento: “Tu, nosso deus, aqui está o estranho sobre quem queremos saber isso ou aquilo. Faça-nos saber a verdade sobre ele!” Então, eles lançavam sortes. Se fosse destinada a flecha “de vós”, o homem desconhecido deveria ser contado como um deles. Se a flecha marcada “não de vós” fosse escolhida, ele era considerado um aliado. Se, no entanto, a flecha com a palavra “restante” fosse escolhida, o homem deveria permanecer em sua antiga condição, sem poder alegar ser um aliado ou irmão de sangue. Em outros casos, nos quais as respostas “sim” ou “não” eram esperadas, eles agiam de acordo, embora quando a flecha com o “não” fosse escolhida, eles adiariam o assunto até o ano seguinte, para poder finalmente agir conforme a sorte. Abd al-Muttalib foi ao lançador de sortes, que tomou as flechas e ao qual foi contado sobre seu voto. A cada um de seus filhos foi dada uma flecha, com seu próprio nome escrito. Então, o pai chamou o homem para tomar uma das flechas. A sorte caiu sobre Abd Allah, o pai do mensageiro de Allah. Ele era o filho preferido de Abd al-Muttalib e também o mais moço. Como a sorte caíra sobre Abd Allah, Abd al-Muttalib tomou sua espada e foi com Abd Allah aos ídolos “Isaf e Naila”, para sacrificá-lo ali. Nisso, os coraixitas saíram de sua assembleia e perguntaram: “O que você pretende fazer, Abd al- Muttalib?” Eu pretendo abatê-lo com um corte na garganta!” A isso, seus filhos e o restante dos coraixitas responderam: “Por Allah, você não pode sacrificá-lo sem razão alguma. Se você fizer isso, todo homem virá e sacrificará seu filho. Como então o povo será preservado? Então, também falou al-Mughira ibn Abd Allah, um dos tios de Abd Allah, dizendo: “Por Allah, você não o sacrificará até nos dar uma razão satisfatória para tal. Nós preferimos redimi-lo por meio de nossas posses.” A esse ponto, seus filhos e o restante dos coraixitas responderam: “Não faça isso! Vá com ele a Hijaz. Lá vive uma vidente que tem um espírito familiar e que obedece. Fale com ela que seu assunto será devidamente resolvido. Se ela te ordenar sacrificá-lo, então o sacrifique. Se ela te disser outra coisa, em que vocês dois serão ajudados, então obedeça a ela!” Juntos, eles viajaram a Medina e encontraram a vidente em Khaybar. Abd al- Muttalib revelou a ela seu voto, o que acontecera ao lançar sortes e sua intensão de sacrificar seu filho. Ela ordenou que a deixassem até que seu espírito familiar retornasse, para que ela pudesse questioná-lo. Eles a deixaram e Abd al-Muttalib orou a Allah. Quando foram ter com ela, na manhã seguinte, ela os disse: “Foi revelado a mim. Qual é o preço do resgate para expiação de um homem para vocês?” Eles responderam: “Dez camelos.” Ela respondeu: “Retorne ao seu país e coloque Abd Allah de um lado e os dez camelos do outro lado e lance sorte entre eles. Se a flecha com os camelos for tirada, sacrifique-os em vez do moço. Ele, então, será resgatado e seu senhor satisfeito. Se, no entanto, a flecha de Abd Allah for tirada, adicione mais dez camelos. Faça assim até que a flecha dos camelos seja tirada.” Sob essa palavra, eles retornaram a Meca, determinados a seguir suas instruções. Abd al-Muttalib orou novamente a Alla diante de Hubal. Então eles trouxeram Abd Allah e dez camelos para lançar sortes. Quando a sorte caiu sobre Abd Allah, eles trouxeram mais dez camelos. Ainda assim, a sorte continuou a cair sobre Abd Allah até que, finalmente, cem camelos estavam do outro lado. Foi então que a flecha com os camelos foi tirada. Os coraixitas e o restante dos presentes determinaram: “Agora o assunto foi decidido, Abd al-Muttalib! Seu senhor está satisfeito! “Abd al-Muttalib, no entanto, dizem eles, jurou não parar até que a sorte caísse mais três vezes. Somente quando a sorte caiu sobre os camelos mais três vezes é que eles foram sacrificados. Todos puderam tomar do sacrifício o quanto quiseram.

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