A revolução farroupilha SandraJatahyPesavenio tudoé editora braslllense edição tudo é história 101 ColeçãoPrimeirosPassos EvoluçãoPolíticado Btasil OqueéRevolução CaioPradoJr. FlòrestanFernandes Da MonarquiaàRepública O queéParticipação Momentosdecisivos JuanE.D. Bordenave EmtiiaViotti OqueéHistória VavyPachecoBorges ColeçãoTudoéHistória O Escravo Gaúcho Resistênciae trabalho MárioJ. MaesttiF? A RevoltadosParceiros José SebastiãoWitter A EconomiaCafeeira J.R. do AmaralLapa O ContinentedoRioGrande JoséHonórioRodri^es SandraJatahyPesavento A REVOLUÇÃO FARROUPILHA 3?edição editora brasiliense Copyright©bySandraJatahyPesavento,1985 NenhumapaHedestapublicaçãopodesergravada, armazenadaemsistemaseletrônicos,fotocopiada, reproduzidapormeiosmecânicosououtrosquaisquer semautorizaçãopréviado editor. ISBN: 85-11-02101-9 Primeiraedição, 1985 3."edição, 1990 Revisão:José IV.S. MoraeseSilvanaVieira Capaeilustrações: Gilberto Miadaira Ruada Consolação, 2697 01416São PauloSP Fone (011) 280-1222- Telex: 1133271 DBIMBR IMPRESSONOBRASIL Índice Introdução 7 ORioGrandedeSãoPedro 14 Odifícilrelacionamentocom o Centro 30 Aguerradosdezanos 44 Noespaçodaconclusão 69 Indicaçõesparaleitura .....; 72 It INTRODUÇÃO A Revolução Farroupilha é, seguramente, o acontecimento mais festejado da historiografia ofi cialdoRioGrandedoSul,e sobreo qualmais se tem escrito, emtermosregionais. Ê aindaoepisódio atra vés-do qual a história rio-grandensetem a sua inser ção maisclarana "história do Brasil", ou, pelo me nos, é o acontecimento mais comumente lembrado emtermosdehistóriano qualse envolveo Rio Gran dedoSul. Dentro de uma tendência idealista, os arautos dahistoriografiaregionalcelebraramosfeitos de seus "heróis" e visualizaram esse prolongado conflito da província contra o Império como uma verdadeira "epopéia". Ê claro que a longa duração do conflito. (1835-1845) e o oferecimento de uma "paz honrosa" no finaldaguerra, sem que os farrapos tivessem sido vencidosnocampode batalha, foramelementosmui to fortes paraa construção do mitoou para a ideali- SandraJatahy Pesavento zaçãodomovimento. Para a historiografia tradicional, a Revolução Farroupilha tomou-se o símbolo do espírito de bra vura do povo gaúcho e de suas "tendências libertá rias". Quanto a seus principais vultos, converteram- se nos exemplos mais representativos da "raça" gaú cha, taiscomoaltivez, coragem, desprendimento. Todas estas idealizações se articulam dentro de umavisão mais global que vê na formação histórica sulina a "democraciados pampas", na sociedade da campanha a "ausência de classes" e no gaúcho o "monarcadascoxilhas", o "centaurodospampas". Este discurso, elaborado e difundido por histo riadoresno início do século, de tendênciapositivista- idealista, teve uma função orgânica muito precisa: legitimar e dar coesão ao sistema de dominação vi gente e à hegemonia do gmpo agropecuarista na so ciedadecivil. Note-se, nocaso, queestareconstmção idealiza da do passado ocorria justamente no momento em que a pecuáriagaúcha se encontrava em crise e des capitalizada e que, através de sua fração dirigente, queintegravao Partido Republicano Rio-grandense, buscava reforço junto aos grupos detentores de ca pital que despontavam em outros setores da econo miagaúcha(comércio, indústria, finanças). Atravésdareelaboração do seu passado, os gru pos dominantes buscavam fatos que os nobilitassem e destaformajustificassem seu predomínio na socie dade. Hoje, contudo, a partir de um novo enfoque —