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A Revolução da Inteligência Artificial PDF

116 Pages·2015·2.27 MB·Portuguese
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A REVOLUÇÃO DA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL, PARTE 1 Por Tim Urban - 5 de agosto de 2015 http://ano-zero.com/ai1/ http://waitbutwhy.com/2015/01/artificial-intelligence-revolution-2.html Nota do autor: a razão deste artigo ter levado três semanas para ser concluído é que a medida em que me aprofundava em pesquisas sobre Inteligência Artificial, eu não conseguia acreditar no que estava lendo. E percebi bem rápido que aquilo que está acontecendo no mundo da Inteligência Artificial não é apenas um tema importante, mas é, DE LONGE, o tema mais importante para o nosso futuro. Então eu desejava aprender tanto quanto possível a respeito, e uma vez que feito isso, quis ter certeza de que escreveria um artigo realmente explicando toda a situação e porque o assunto é tão importante. Não é de surpreender que o artigo tenha se tornado absurdamente longo, então o dividi em duas partes. Esta é a parte 1. Nota do Tradutor: devido a sua extensão, decidimos dividir as duas partes do artigo de Tim Urban em duas partes. Na versão brasileira, portanto, este artigo terá 4 partes. Estamos à beira de uma mudança comparável ao surgimento da vida humana da Terra – Vernor Vinge Qual é a sensação de estar nesse lugar? Parece ser um lugar bem intenso de se viver — mas aí você tem que se lembrar de algo sobre o que significa situar-se em um gráfico de tempo: você não consegue ver o que está à sua direita. Então é essa a real sensação de estar ali: O que parece ser uma experiência bem comum… O FUTURO LONGÍNQUO – EM BREVE Imagine pegar uma máquina do tempo e retornar a 1750 — uma época em que o mundo estava em permanente luta pelo poder, comunicação a longa distância significada ou gritar bem alto ou disparar uma bola de canhão, e todas as formas de transporte comiam feno. Quando você chegar lá, você pega um cara, traz ele para 2015 e aí passeia com ele pela cidade, observando como reagirá a tudo que ver. É impossível para nós compreender o que seria para ele ver cápsulas brilhantes correndo em uma avenida, falar com pessoas que estiveram no outro lado do oceano na manhã daquele mesmo dia, olhar partidas que estão sendo jogadas há quilômetros de distância, ouvir uma performance musical que aconteceu 50 anos atrás, brincar com um retângulo mágico que ele pode usar para capturar imagens da vida real ou gravar um momento de sua vida, gerar um mapa com um ponto azul paranormal que mostra onde ele está, olhar o rosto de alguém e conversar com essa pessoa ainda que ela esteja do outro lado do país, e todo um mundo de inconcebíveis feitiçarias. E tudo isso antes de você mostrar a ele e a internet e explicar coisas como a Estação Espacial Internacional, o Grande Colisor de Hadróns, armas nucleares ou a Teoria Geral da Relatividade. Essa experiência, para ele, não seria surpreendente, ou chocante ou mesmo colapsante — essas palavras não são grandes o suficiente. Na verdade ele pode até morrer. Mas aqui temos algo interessante. Se ele retornar para 1750 e ficar com inveja de termos visto sua reação e decidir que quer tentar a mesma coisa, ele então entrará na máquina do tempo para regressar o mesmo período no passado, pegará alguém no ano de 1500 e o trará para 1750, a fim de mostrar seu mundo a essa outra pessoa. E o cara de 1500 ficará chocado com um monte de coisas — mas ele não morrerá. Será uma experiência muito menos insana para ele, pois embora o ano de 1500 seja bem diferente do período de 1750, há muito menos diferença do que entre 1750 e 2015. O cara de 1500 aprenderá algumas coisas doidas sobre o espaço e a física, ficará impressionado com o quanto a Europa ficou comprometida com essa moda nova de imperialismo, e precisaria fazer algumas revisões significativas no mapa que tem do mundo. Mas observando a vida cotidiana do ano de 1750 (transporte, comunicação, etc), ele definitivamente não morreria. Não, para o cara de 1750 ter tanta diversão quanto nós tivemos com ele, ele teria que voltar muito mais no tempo — talvez voltar até 12.000 AC, antes de a Primeira Revolução Agrícola dar origem as primeiras cidades e ao conceito de civilizaçã0. Se alguém de um mundo inteiramente nômade — de uma época em que os homens eram, de certo modo, apenas mais uma espécie de animal — visse os impérios humanos de 1750, com suas igrejas de elevadas torres, suas embarcações que cruzavam oceanos, seu conceito de estar “dentro” de uma construção, sua enorme montanha de conhecimento coletivo acumulado e suas descobertas — ele provavelmente morreria. E se, após morrer, ele ficasse também com inveja e desejasse fazer a mesma coisa? Se ele voltasse doze mil anos para 24.000 AC e pegasse um cara e trouxesse ele para 12.000 AC, e mostrasse a esse sujeito toda as coisas, esse cara diria algo como “certo, o que você está querendo me mostrar?” Pois para o cara de 12.000 AC ter a mesma diversão, ele precisaria retornar 100.000 anos e pegar alguém a quem pudesse mostrar o fogo e a linguagem pela primeira vez. Para que alguém do presente fosse transportado até o futuro e morresse de choque como eles morreram, seria necessário que navegasse anos adiante no tempo até o momento em que tenhamos atingido o “nível de progresso mortífero”, ou, em outras palavras, até que alcançássemos uma nova Unidade Fatal de Progresso (UFP). E se uma UFP levou 100.000 para ser atingida a partir da época do nomadismo, a próxima UFP, após a Revolução Agrícola, levou apenas 12.000 anos. Já o mundo posterior à Revolução Industrial mudou tão rapidamente que uma pessoa de 1750 precisa avançar apenas algumas centenas de anos no tempo para que uma nova UFP tenha acontecido. Esse padrão — o progresso humano desenvolvendo-se cada vez mais rápido ao longo do tempo — é o que o futurista Ray Kurzweil chama Lei dos Retornos Acelerados da história humana. Isso ocorre porque sociedades mais avançadas tem a habilidade de progredir em um ritmo mais veloz do que sociedades menos avançadas — justamente por serem mais avançadas. A humanidade do século dezenove sabia mais e tinha melhor tecnologia do que a humanidade do século quinze, logo não é surpresa que a humanidade tenha feito mais avanços no século dezenove do que no século quinze — a humanidade do século quinze não tem como se comparar à humanidade do século dezenove. [1] Isso também funciona em escalas menores. O filme De Volta para o Futuro estreou em 1985, e nele o “passado” ocorre em 1955. No filme, quando Michael J. Fox retorna para 1955, é pego de surpresa pela novidade que então era a TV, pelo preço dos refrigerantes, pela falta de interesse nas estridências da guitarra elétrica, e pelas gírias da época. Era um mundo diferente sim — mas se o filme fosse feito hoje e o seu passado ocorresse em 1985, o filme seria muito mais divertido devido às diferenças serem maiores. O protagonista estaria num tempo anterior aos computadores pessoais, à internet e aos telefones celulares — o Marty McFly de hoje em dia, um adolescente nascido no fim da década de 90, estaria muito mais deslocado em 1985 do que o Marty McFly do filme estava em 1955. E isso acontece pela mesma razão que acabamos de abordar: a Lei dos Retornos Acelerados. A taxa média de progresso no período 1985 e 2015 é superior a taxa entre 1955 e 1985 — pois o primeiro período ocorreu num mundo mais avançado — muito mais coisas aconteceram nos últimos trinta anos do que nas três décadas que lhe precederam. Portanto, o progresso ocorre em passos cada vez mais largos e cada vez mais rápidos. Isso nos faz pensar algumas coisas bem interessantes sobre o futuro, certo? Kurzweil sugere que o progresso do século vinte inteiro seria conquistado em apenas vinte anos se tivesse seguido a taxa de progresso do ano 2000 – em outras palavras, no ano 2000, a taxa de progresso era cinco vezes superior à taxa média de progresso de todo o século vinte. Ele acredita que outra taxa de progresso semelhante à do século vinte ocorreu entre 2000 e 2014, que outra taxa de progresso equiparável à do século vinte ocorrerá até 2021, em apenas sete anos. Algumas décadas mais tarde, ela ocorrerá em menos de um mês. No final das contas, graças à Lei do Retorno Acelerado, Kurzveil acredita que o século vinte e um terá mil vezes o progresso ocorrido no século vinte. Se Kurzveil e outros que concordam com ele estiverem corretos, então nós poderemos ter um enfarto em 2030 da mesma forma que nosso cara de 1750 teve um em 2015 – isto é, a próxima UFP pode ocorrer em apenas algumas décadas – e o mundo em 2050 pode ser tão enormemente diferente do mundo de hoje que nós mal o reconheceríamos. Isso não é ficção científica. É o que muitos cientistas mais espertos e com mais conhecimento do que eu e você firmemente acreditam – e se você olhar para a história, é o que você logicamente preveria. Então porque é que, quando você me escuta dizendo algo como “o mundo daqui a 35 anos pode ser totalmente irreconhecível” você pensa “Legal… mas fala sério!”? Três são as razões pelas quais somos céticos a previsões bizarras do futuro: 1) Quando se trata de história, nós pensamos em linha reta. Quando imaginamos o progresso dos próximos 30 anos, olhamos para trás e vemos o progresso dos 30 anos anteriores como um indicador de como provavelmente as coisas vão acontecer. Quando pensamos no quanto o mundo irá mudar no século vinte e um, nós simplesmente pegamos o progresso do século vinte e o colocamos no ano 2000. Esse foi o mesmo engano que o nosso cara de 1750 fez quando ele pegou alguém de 1500 e achava que iria deixá-lo em choque tanto quanto ele ficou em choque avançando o mesmo tempo no futuro. É mais intuitivo para nós pensar de forma linear, quando devíamos estar pensando de forma exponencial. Se alguém for mais esperto a respeito do tema, preverá o progresso dos próximos 30 anos não olhando para os 30 anos anteriores, mas pegando a atual taxa de progresso e baseando seu julgamento nisso. Ele será mais preciso, mas ainda estará longe da verdade. Para pensar no futuro corretamente, você precisa imaginar as coisas evoluindo numa taxa muito mais acelerada do que a atual. 2) A trajetória mais recente dos eventos em geral nos apresenta uma história distorcida. Primeiramente, mesmo uma íngreme curva exponencial parece linear quando você observa apenas uma pequena parte dela, da mesma forma que ocorre quando você olha para um pequeno segmento de um grande círculo bem de perto e ele parece quase uma linha reta. Em segundo lugar, o crescimento exponencial não é totalmente uniforme e sem acidentes. Kurzweil explica que o progresso ocorre em “curvas em S”: Um S é criado pela onda do progresso quando um novo paradigma surge no mundo. A curva então passa por três fases: 1) Crescimento lento (a fase inicial do crescimento exponencial); 2) Crescimento rápido (a fase posterior, explosiva do crescimento exponencial); e 3) Um nivelamento a medida em que o paradigma se consolida [3]. Se você olhar apenas para a história recente, a parte da curva em S na qual você está neste momento pode obscurecer sua percepção do quão rapidamente as coisas estão evoluindo. O período entre 1995 e 2007 viu a explosão da internet, a inclusão da Microsoft, Google e Facebook na consciência coletiva, o nascimento das redes sociais e a introdução dos celulares e depois dos smartphones. Depois houve a Fase 2: a parte da explosão de crescimento da curva em S. Mas de 2008 a 2015 houve menos avanço, ao menos no front tecnológico. Alguém pensando no futuro hoje examina os últimos poucos anos para estimar a atual taxa de progresso, mas isso significa deixar de ver o panorama mais amplo. De fato, uma nova e enorme Fase 2 de explosão do crescimento pode estar começando agora mesmo. 3) Nossas próprias experiências nos fazem velhos ranzinzas a respeito do futuro. Nós baseamos nossas ideias sobre o mundo em nossa experiência pessoal, e essa experiência enraizou a taxa de crescimento do passado em nossas mentes como “o modo como as coisas acontecem. Também somos limitados por nossa imaginação, que pega nossa experiência e a usa para elaborar as predições sobre o futuro – mas frequentemente, o que sabemos simplesmente não nos dá as ferramentas necessárias para pensar com exatidão sobre o futuro [2]. Quando ouvimos uma previsão sobre o futuro que contradiz nossa experiência baseada em como as coisas funcionam, nosso extinto tende a considerar essa previsão ingênua. Se eu disser a você, mais tarde neste artigo, que você pode viver 150 anos, ou 250 anos, ou pode nem mesmo morrer, você instintivamente pensará “isso é idiota – se tem uma coisa que sei sobre a história é que todo mundo morre”. E sim, ninguém do passado deixou de morrer. Mas ninguém do passado voou num avião antes do avião ser inventado. Então embora ceticismo possa parecer correto a medida em que você ler este artigo, provavelmente ele estará errado. O fato é que, se formos realmente lógicos e esperarmos que os padrões da história continuem, concluiremos que muito, muito, muito mais coisas mudarão nas próximas décadas do que intuitivamente esperamos que mude. A lógica também sugere que se a espécie mais avançada em um planeta continuar a dar saltos cada vez mais largos em uma taxa de aceleração cada vez maior, em algum ponto essa espécie dar[a um salto tão grande que alterará completamente a vida tal como é conhecida, bem como sua percepção do que

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