ebook img

A Primeira Dama da Reforma PDF

234 Pages·2.738 MB·Portuguese
Save to my drive
Quick download
Download
Most books are stored in the elastic cloud where traffic is expensive. For this reason, we have a limit on daily download.

Preview A Primeira Dama da Reforma

Título original Katie Luther, First Lady of the Reformation Copyright © 2017 por Ruth A. Tucker Edição original por Zondervan. Todos os direitos reservados. Copyright da tradução © Vida Melhor Editora, S.A., 2017. Todos os direitos desta publicação são reservados por Vida Melhor Editora, S.A. Publisher  Omar de Souza Gerente editorial  Samuel Coto Editor  André Lodos Tangerino Assistente editorial  Marina Castro Copidesque  Cleber Nadalu�i Revisão  Antônia de Fátima Fuini e Gisele Corrêa Múfalo Capa  Maquinaria Diagramação  Aldair Dutra de Assis Conversão para eBook  Letra e Imagem Os pontos de vista desta obra são de responsabilidade de seus autores, não re�etindo necessariamente a posição da �omas Nelson Brasil, da HarperCollins Christian Publishing ou de sua equipe editorial. CIP-B�SIL. CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ T826p Tucker, Ruth A. A primeira-dama da reforma: a extraordinária vida de Catarina von Bora / Ruth A. Tucker; tradução Marcelo Siqueira Gonçalves. - 1. ed. - Rio de Janeiro: �omas Nelson Brasil, 2017. : il Tradução de Katie Luther: �rst lady of the reformation ISBN 978-85-7860-137-9 1. von Bora, Catarina, 1499-1552. 2. Reforma protestante. 3. Cônjuges de reformadores - Alemanha - Biogra�a. I. Golçalves, Marcelo Siqueira. II. Título. CDD: 920.72 CDU: 929-055.2 �omas Nelson Brasil é uma marca licenciada à Vida Melhor Editora S.A. Todos os direitos reservados à Vida Melhor Editora S.A. Rua da Quitanda, 86, sala 218 – Centro Rio de Janeiro, RJ – CEP 20091-005 Tel.: (21) 3175-1030 www.thomasnelson.com.br SUMÁRIO Introdução:Catarina von Bora para todas as eras 1. “A Prisão de Jesus”: A Clausura em um Convento 2. “Eis-me Aqui”: A Revolução Religiosa na Alemanha 3. “Uma Carruagem Cheia de Virgens Vestais”: A Fuga do Convento 4. “Uma Vida Amarga”: A Vida Diária na Antiga Wi�enberg 5. “Tranças no travesseiro”: O Casamento com Martinho Lutero 6. “Nem madeira nem pedra”: Um Marido Reformador 7. “De Catarina Nasce uma Pequena Pagã”: Como ser Mãe na Casa Paroquial 8. “A Estrela da Manhã de Wi�enberg”: No Trabalho Antes do Sol Raiar 9. “Esculpindo da Pedra uma Esposa Obediente”: Forçando os Limites de Gênero 10. “Pare de se Preocupar, Deixe Deus se Preocupar”: O Excesso de Preocupação em Wi�enberg 11. “A Leitura Bíblica de Cinquenta Florins”: Espiritualidade Desvalorizada 12. “Nenhuma Palavra Pode Expressar a Minha Dor”: A Viuvez e os Últimos Anos Epílogo: A Marca de von Bora: Pensamentos Finais sobre Catarina Sobre a autora INTRODUÇÃO Catarina von Bora para todas as eras Catarina von Bora. Alta, esbelta, de cabelos escuros e olhar penetrante, voz apaixonada. Pisava forte em oposição, recusando-se a ser intimidada. Ela era forte e determinada; não era uma doce mulher submissa, subjugada, encolhida em um canto. Sabia o que queria e nem Martinho Lutero conseguiu pará-la. Cada palavra, riso, vibração e aplauso dela atraía a atenção do público. Fecho os olhos e ainda posso ouvir seu nítido sotaque queniano-britânico. Ela havia implorado pelo papel. Era a peça �nal da minha turma do curso de História da Igreja na Faculdade Bíblica Moffat, em Kijabe, Quênia. No ano anterior, tínhamos queimado Policarpo num poste de madeira � quase literalmente, quando sua túnica do coral, preta e gasta, pegou fogo. Ele foi derrubado por alguns colegas que, rapidamente, apagaram as chamas, e a peça continuou como se aquele “deslize” �zesse parte dos planos. Todo o corpo de estudantes, professores e funcionários aparecera para a performance, e havia uma grande expectativa esse ano. A publicidade boca a boca tinha dado certo � muito burburinho sobre Martinho Lutero e Catarina: estrelando Kotut e Beatrice. Tínhamos escolhido juntos o assunto, como turma. Os papéis foram designados � ou melhor, disputados, com os alunos mais barulhentos e mais articulados agarrando os papéis principais. De fato, a projeção vocal era importante. Se falasse alto, você estava dentro. Eu era a diretora, sem contestação, trabalhando com os alunos a coreogra�a e os eventos cronológicos. A partir dali, eles criaram os diálogos, e insisti para que mantivessem as falas sucintas. Nada de longos discursos. Eles estavam prontos e um pouquinho ansiosos naquela manhã fresca e ensolarada. O público era maior do que o do ano anterior, com o acréscimo, agora, dos estudantes da escola de enfermagem que �cava ali perto. Fiquei nos bastidores, atrás de uma pequena cortina lotada de atores, prontos para empurrar Tetzel ou o papa Leão X para o “palco” se eles não ouvissem a deixa. Refreando sua tendência natural de ser o palhaço da turma, Kennedy deu boas- vindas à multidão barulhenta e apresentou toda a informação contextual apropriada. Houve um silêncio momentâneo. Então, vestindo a túnica preta de Policarpo, gasta e agora chamuscada, saiu Martinho, todo pomposo, de trás das cortinas para a colina gramada. Sua atitude era a de um bom reformador do século XVI: pregando teses em uma porta, protestando contra indulgências, pregando a salvação pela fé e fazendo o que meus alunos mais amavam, acender uma fogueira � nesse caso, para queimar uma bula papal. Só que foi Catarina quem roubou a cena quando chegou em Wi�enberg em uma carruagem com as minhas outras duas alunas mulheres e vários homens vestidos de mulher � e foi o melhor que conseguimos para representar os trajes das freiras. Martinho logo encontra maridos para todas elas, menos para Catarina. Como já tinha sido enganada pelo homem que achava ser seu noivo, ela estava vulnerável e só ela �cou sozinha. Martinho procura um cavalheiro digno, com quem Catarina concorda em se casar (ou, como ela mesma enfatiza, o próprio Martinho), mas o homem se sente ameaçado por essa mulher forte e ousada. Pobre Martinho. Ele, um solteiro convicto, foi designado para encontrar maridos para todas elas. Então, sem outras perspectivas, ele traz Casper Glatz. Não! Não pode ser. Casper Glatz? Os alunos tinham escolhido, por unanimidade, nosso professor e missionário branco mais velho para o papel. Ele era perfeito: baixo, careca, tímido e sem noção. A arrogante Catarina o mede de cima a baixo e acaba com ele ali mesmo, na frente de todos. De maneira alguma ela se casaria com Casper. O público gargalhou alto. Não lembro exatamente para onde foi a peça depois disso, mas, com certeza, foi um grande sucesso, como provaram os agradecimentos �nais. Catarina, esposa de Martinho Lutero, foi, sem dúvida, a Primeira-Dama da Reforma. Entretanto, por mais importância que tivesse, ela teria permanecido desconhecida para nós, não fosse seu marcante marido. No entanto, ela se destaca por méritos próprios, ainda que mulher: primeira-dama, segundo sexo. Segundo sexo. Martinho vinha primeiro e Catarina, em segundo. De acordo com o relato da criação, Aristóteles, o apóstolo Paulo, Agostinho, Tomás de Aquino, e o próprio Lutero, o homem vinha primeiro e a mulher, depois. E é assim ainda hoje, seja no Quênia ou nos Estados Unidos. Ninguém precisa ler O Segundo Sexo, de Simone de Beauvoir, para saber disso. Porém, antes que tenhamos tempo para formular nosso lamento por esse tipo de discriminação, saltam da Bíblia uma Sara e uma Rebeca, ou de fora da Bíblia, Cleópatra ou Catarina von Bora. Ousadas, espirituosas e, às vezes, rindo alto daquele primeiro sexo desajeitado. Claro, Adão foi o primeiro. Mas será que foi mesmo? Pergunte a Eva. Pergunte a Catarina. Para mim, tornar Catarina von Bora relevante para meus alunos quenianos foi relativamente fácil. Para eles, os problemas relacionados a casamentos arranjados e famílias estendidas vivendo sob o mesmo teto são muito familiares. Eles cresceram em lares sem as conveniências modernas, como água encanada ou eletricidade. Entendiam a labuta exaustiva do trabalho no campo sobre os shambas, os lotes pequenos da sua família, e sabiam como era carregar fardos pesados de madeira para preparar a próxima refeição. Todos tinham um cho, um lavatório, do lado de fora, sem papel higiênico, e estavam familiarizados com os trapos ensanguentados que as mulheres usavam durante o período menstrual. Os pronto-socorros e os bons médicos estavam, na maioria das vezes, à distância de uma morte trágica. O parto era arriscado. A fome, real. De fato, os tempos eram difíceis para os meus alunos quenianos, que se identi�cavam com a vida diária de Wi�enberg, cinco séculos atrás. E, como os cidadãos de então, eles podiam apontar mulheres como Catarina � mulheres que não tinham medo de se posicionar em casamentos e comunidades dominados pelos homens. De fato, não tenho dúvida de que eles entendiam as mulheres, os costumes e a cultura daquele tempo muito melhor do que eu. Então, como tornamos uma Catarina de quinhentos anos atrás relevante para a cultura ocidental? Será que ela tem alguma coisa a dizer para os homens e mulheres ocidentais de hoje? Por que deveríamos separar um tempo para conhecê-la? De muitas maneiras, a voz de Catarina ecoa entre as mulheres contemporâneas, esposas e mães que construíram suas próprias carreiras. E, diferentemente de tantas mulheres reformadoras sobre quem lemos, sua vocação primária não era relacionada ao ministério. Ela era uma fazendeira e fabricante de cerveja com uma pensão do tamanho de uma pousada de férias. Tudo isso com uma família grande e a responsabilidade da criação dos �lhos. De muitas maneiras, Catarina poderia entrar no século XXI � e reivindicar como seu lema faça acontecer. Aqui nos concentramos nela, embora, ao mesmo tempo, apresentamos seus predecessores e contemporâneos, tanto reformados quando católicos. Como foi, para uma jovem, crescer em um convento? Será que elas eram as felizardas da época ou miseráveis rejeitadas, encarceradas em celas? Quais eram seus medos e suas esperanças? Será que a história de Williswind lança alguma luz sobre a vida

See more

The list of books you might like

Most books are stored in the elastic cloud where traffic is expensive. For this reason, we have a limit on daily download.