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A Origem do Desespero PDF

111 Pages·2009·0.69 MB·English
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CAIO FÁBIO D´ARAÚJO FILHO VIVER: DESESPERO OU ESPERANÇA? Fora do Caminho da Graça em Cristo, não há caminho a ser feito! www.caiofabio.com | www.vemevetv.com.br Índice PARTE 1 – Genealogia do Desespero 1. A Origem do Desespero 2. O Sistema Religioso 3. O Sistema Filosófico 4. O Sistema Científico 5. Um Universo Criado de um Princípio de Pluralidade 6. A Constituição do Desespero PARTE 2 – Genealogia da Esperança 7. A Esperança 8. A Convergência do Tempo de Sua Vinda ao Mundo 9. A Vinda de Cristo 10. A Redenção 11. Vivendo na Esperança Fora do Caminho da Graça em Cristo, não há caminho a ser feito! www.caiofabio.com | www.vemevetv.com.br PARTE 1 GENEALOGIA DO DESESPERO Fora do Caminho da Graça em Cristo, não há caminho a ser feito! www.caiofabio.com | www.vemevetv.com.br 1 A Origem do Desespero Quem, com bom senso, e depois de profunda e acurada análise da espécie humana, de suas reações, de seus anseios, de sua história e de sua cultura, pode, coerentemente com as evidências, afirmar que a humanidade vai bem e que o homem é bom e feliz? A história do homem está salpicada de sangue e rasgada pela violência. Temos informações de achados arqueológicos, antropológicos e de estudos etnológicos que, no interesse de conhecer nossas raízes como espécie, têm achado restos de antiqüíssimas culturas humanas que nos revelam o egoísmo, as disputas, as guerras e códigos de leis, na tentativa de reprimirem os abusos do próprio homem contra o seu próximo! Desde quando se tem conhecimento histórico do homem, suas atitudes de sensatez se têm constituído como que exceções na regra geral de sua insensatez. O egoísmo, o desamor, a violência, a perversão, o homicídio, o roubo etc... não têm sido problema de um chamado estado de NÃO- CIVILIZAÇÃO. Pelo contrário: tanto numa tribo primeva como numa grande cidade moderna, os delitos se repetem, sendo hoje, de uma incidência proporcionalmente bem maior. É ingenuidade afirmar-se que o homem é um ser que, mediante lento desenvolvimento evolutivo, consegue erguer-se do teor primitivo e da ignorância tateante de uma origem animalescamente rude até as alturas de sensibilidade e introspecção religiosa e filosófica. A História não mostra o homem como criatura que está evoluindo mas, antes, como criatura rebaixada a cada dia pelas suas incursões num mundo interior de rebeldia e selvageria. Há um relacionamento de total insegurança do homem com o homem. Um bicho confia noutro bicho mais do que o homem tantas e tantas vezes confia noutro homem. Como disse o Rev. J.R.W. Stott, "Uma promessa não é suficiente; precisamos de contrato. Portas não bastam; temos que fechá-las a chave a aferrolhá-las. O pagamento de taxas não é suficiente; temos que ter recibos que são perfurados, inspecionados e recolhidos. A lei e a ordem não 1 chegam; precisamos de polícia para reforçá-la". Por outro lado, conquanto o homem possua consciência do bem e do mal, parece possuir uma tendência incompreensivelmente forte para praticar o mal. Por que será que as coisas são assim? Será que o homem é, de fato, obra das mãos de um Criador bom? E se Deus é bom, como criou um ser tão desajustado e mau como o homem? Foi sempre o homem como nós o conhecemos, ou ele já existiu numa outra contextura originalmente boa? Dependendo das respostas que dermos a essas perguntas, todo nosso rumo pode mudar na vida. Fora do Caminho da Graça em Cristo, não há caminho a ser feito! www.caiofabio.com | www.vemevetv.com.br Pense-se, por exemplo, que o homem é obra das mãos de Deus, e que ele é hoje tal qual Deus o fez, e, certamente, seremos conduzidos pela coerência a pensar de acordo com o poeta Baudelaire: "Se há um Deus, este é o 2 diabo" ; e a conclusão final nesse conceito é a de Archibald Macleish: "Se Ele é 3 Deus, não pode ser bom; se é bom, não pode ser Deus" . Se se entende que o homem não mudou em seu estado de origem e que tal como é, o é pela vontade de Deus, esse Deus, por criar o homem já nesse estado de corrupção moral e espiritual, certamente seria maior em crueldade e indignidade do que o próprio homem! Não. Deus não é o responsável por este obstinado e violento homem. A real compreensão do problema teve o sábio Salomão quando, depois de muito meditar sobre os caminhos do homem em relação ao "ato criativo" de Deus, disse: "Eis que tão-somente achei: Que Deus fez o homem reto, mas ele se 4 meteu em muitas astúcias." Se partirmos da premissa de que o homem caiu de um estado original de santidade e virtude, sentiremos total impulso para amar o Criador. Mas, se partirmos do pressuposto de que o homem não mudou desde a sua origem, tem-se que, em nome da razão, assumir de duas, uma posição: a primeira, é a de que Deus é mau por criar o homem mau; a segunda, é a de que o homem é "filho do acaso" e está simplesmente manifestando, em seus atos de violência, reservas de instintos guardadas em seu subconsciente. No entanto, somos levados pela coerência, pela sensibilidade, pela harmonia e pelas evidências notadas ao nosso redor, a crer que Deus é, ou seja, que Ele está aí, está presente. E se Ele está presente, faz-se necessário que admitamos a realidade de Sua perfeição, de Sua santidade, de Seu amor e, contrastantemente, da nossa inteira destituição de verdadeiro amor e auto-doação espontâneos. Deus não nos fez como somos. A natureza foi corrompida e distanciou-se do padrão original. Talvez a pergunta necessária ao momento, seja: Como adquiriu o homem essa natureza? É sobre isso que passaremos a discorrer. A Bíblia narra em Gênesis 2:4 a 7, o evento histórico da criação do ser humano. Em seu complexo orgânico, o ser humano foi formado de elementos simples unicamente por causa da ordem e do "ato criativo" de Deus. Porém, maravilhosamente, em seu mundo interior de consciência e de valores morais e espirituais, foi dotado da imagem e da semelhança de Deus, que é um ser pessoal e, consequentemente, consciente. Por causa disso, o homem é consciente de si mesmo, do seu mundo contemporâneo e circunstancial, e de sua história. O plano de Deus, ao fazer o homem, não foi outro, senão o de revelar-se a si próprio a ele numa relação de amor. Fomos criados para Deus. Para o louvor e a admiração profunda das realidades indeléveis do ser de Deus. Um ambiente perfeito foi criado, nele o homem foi posto, e a ele foram dadas a autoridade para governar as demais criaturas e o incentivo para que se reproduzisse e enchesse a terra (Gênesis 1:28). Entretanto algumas coisas precisam ser observadas. A primeira é que o mal sempre existiu - mesmo antes da queda de Satanás e da do homem - Fora do Caminho da Graça em Cristo, não há caminho a ser feito! www.caiofabio.com | www.vemevetv.com.br como antítese conceitual do bem. Deus é o padrão da santidade e a santidade é o padrão de Deus. Nesse sentido, o mal existia como alternativa abstrata e conceitual, pois tudo quanto Deus era em expressão concreta de Sua santidade determinava a existência do mal como conceito alternativo, oposto à maneira real de Deus ser. Donde concluímos que o "bem real" é eterno como expressão da santidade de Deus, mas que o "mal conceitual" também é eterno como antítese do "bem real". A segunda é que o mal moral já existia , antes da queda do homem na forma da desobediência, perversão e soberba de Lúcifer, anjo decaído de seu original estado de perfeição angelical (Ezequiel 28: 14,15 e Isaías 14:12,15). A terceira é que Deis mão cria robôs, máquinas de executar a sua vontade. E isso certamente inclui o homem na sua livre vontade de ser o que quer ser. Deus criou o homem para louvá-Lo, mas esse louvor seria ridículo, se o homem fosse um andróide. Por isso, Deus nos deu livre arbítrio, liberdade para escolher. No entanto, não há liberdade que se caracterize como tal, sem critérios e sem referências. No caso do homem, essa disposição de louvar a Deus por vontade própria tinha que ser demonstrada. O amor que não é provado não se revela plenamente. A obediência que não é testada não se revela na forma maravilhosa da fidelidade. Deus então determina um mandamento para a referência da obediência e da livre vontade do homem. O mandamento é simples, o objeto posto como referência é mais simples ainda, porém os efeitos oriundos da desobediência seriam trágicos porque revelariam o livre desejo de "viver para o eu" ao invés de "viver para Deus". É, pois, assim, que Deus determina: "De toda árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás." (Gênesis 2: 16,17) Mas o homem não estava só na sua decisão de obedecer ou não a Deus. Mostra-nos a Bíblia que Lúcifer entra em cena com intento destruidor de, junto consigo próprio, arrastar também o homem para o estado de rebelião e desobediência. Foi assim, como lhe é peculiar, que se disfarçou no interior de uma serpente, até então bela, como bem revela o texto hebraico de Gênesis. É interessante como a inteligência de Lúcifer se faz notória na narrativa da queda do homem. Os elementos dialéticos usados por Lúcifer atingem a essência da mais inteligente sutileza. Eis como formulou a sua tentação: "É assim que Deus disse: Não comereis de toda árvore do jardim?" Notemos a malícia. Primeiro Lúcifer afirmou que Deus havia dito um mandamento: "É assim que Deus disse". Depois ele sugere a dúvida no que Deus disse, acrescentando uma interrogação: "Não comereis de toda árvore do jardim?" Não estava o mandamento sendo atacado frontalmente, mas, sim, sendo colocado em dúvida. O mais perigoso de todos os métodos de ataque contra a verdade e indução para a mentira está na dúvida que se possa colocar no pressuposto da verdade. O que lúcifer propôs assemelha-se à estrutura da dialética hegeliana: "Tenho uma nova idéia. De agora em diante pensemos da seguinte maneira: em vez de causa e efeito (ou seja: "se dela comeres morrerás"), pensemos na tese ("Deus disse para não comer"), e na oposição à tese, a antítese Fora do Caminho da Graça em Cristo, não há caminho a ser feito! www.caiofabio.com | www.vemevetv.com.br ("é certo que não morrereis"). E a resposta quanto à relação entre as duas não está no movimento horizontal de causa e efeito, mas sempre na conclusão triangular, na síntese ("como Deus, sereis conhecedores do bem e do mal".) SÍNTESE = “Como Deus, sereis conhecedores 3 do bem e do mal” (Gn. 3:5) . 1 2 . . “Dele não comereis” ANTÍTESE (Gn. 3:3) “É certo que não morrereis” (Gn. 3:4) A resposta que se fez ouvir por parte da mulher foi: "Do fruto das árvores do jardim podemos comer, mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: Dele não comereis, nem tocareis nele, para que não morrais." Lúcifer anteriormente sugeriu que o que Deus disse poderia ser posto em dúvida e a sua seta mentirosa penetrou mais profunda do que se poderia esperar, quando vemos sua conseqüência imediata na resposta dada pela mulher. Quando foi posta em dúvida a verdade absoluta de Deus, foi aberta a porta para que ela pudesse ser alterada. Foi assim que aconteceu, quando a mulher acrescentou ao mandamento de Deus algo que ele não havia declarado: "Nem tocareis". Deus não havia dito isso, ma antes: "De toda árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás." Se se põe dúvida no que Deus disse, pode-se perfeitamente alterar tanto o que Ele disse como negar o que ele disse. Esse foi o final daquele trágico diálogo, porque então disse a serpente à mulher: "É certo que não morrereis. Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se vos abrirão os olhos e, como Deus, sereis conhecedores do bem e do mal". A verdade agora já havia sido negada, taxativamente e mentirosas promessas estavam sendo feitas. Observemos as propostas de autonomia e soberba: "se vos abrirão os olhos" e, "como Deus, sereis..." Terrível malogro. A divinização do homem rebaixa-o mais do que qualquer outra coisa. Com a morte do desejo de obedecer a Deus, vem automaticamente a glorificação do "eu", o que leva o indivíduo "a viver para si". Isso aconteceu primeiramente com a mulher, pois, " vendo que a árvore era boa para se comer, agradável aos olhos e árvore desejável para dar entendimento, tomou-lhe do fruto e o comeu, e deu também ao marido, e ele comeu". (Gênesis 3:6) Daquele ato de desobediência foi que se desencadeou todo esse sistema de morte reinante no mundo, e ainda a cobiça concebida no Éden é a Fora do Caminho da Graça em Cristo, não há caminho a ser feito! www.caiofabio.com | www.vemevetv.com.br mesma que caracteriza o consumismo dos nossos dias. A queda trouxe consigo as mais catastróficas conseqüências, que são notadas em todas as reações do homem e do seu ambiente. Entre as inúmeras conseqüências da queda, queremos, na presente postulação, apresentar apenas cinco. Vejamo-las: Em primeiro lugar, houve a depravação da natureza humana: "Viu o Senhor que a maldade do homem se havia multiplicado na terra e que era continuamente mau todo desígnio do seu coração". (Gênesis 6:5) O homem feito ereto, no princípio comparado ao homem caído do resto da História, é, na verdade, uma aberração, um desfigurado, um irreconhecível. À semelhança de um morto que, apresentado para identificação e não a obtendo, seria enterrado como um não-identificado, como um indigente. Com a queda, repetimos, o homem se tornou um ser desfigurado e irreconhecível. O Salmo 14:3 diz: "Todos se extraviaram e juntamente se corromperam: não há quem faça o bem, não há nenhum sequer." É assim que Deus vê o homem caído! Em segundo lugar, houve a separação entre Deus e o homem. Faz- se necessário, para que se tenha um vislumbre da realidade dessa separação, compreender, antes de tudo, a santidade de Deus. Mais de 555 vezes na Bíblia, lêem-se os termos Santíssimo e Santo, mostrando o caráter santo da natureza divina. A principal palavra do Velho Testamento é GADHÔSH que, em sua origem semítica, significa "separação". A santidade de Deus pode ser considerada como a síntese de todos os seus atributos, ou ainda pode ser chamada de "o atributo dos atributos". A santidade é o padrão da conduta de Deus, padrão esse que é a Sua própria natureza intrínseca. Podemos então dizer que santidade é o padrão de Deus e que Deus é o padrão da santidade. De fato, é importante saber que Deus é santo, e que em sua natureza santa há total repulsa pelo pecado e pela desobediência. Foi a natureza santa do Criador que levou Adão e sua mulher a se esconderem de Deus; a se sentirem nus, mesmo depois de já terem tecido vestes de folhas de figueira para se cobrirem. Mas, essa santidade só se mostra condenadora diante do pecado. Antes de haver pecado, esse confronto não se manifestava. Um dos grandes exemplos da Bíblia, da manifestação da consciência de pecado do homem em relação ao caráter santo de Deus, é-nos apresentado no livro de Isaías, capítulo 6, quando da narrativa da visão que aquele profeta teve da glória de Deus. A progressão da narrativa mostra-nos que, quando a santidade de Deus foi proclamada e manifestada, Isaías exclamou: " Ai de mim! Estou perdido! Porque sou homem de lábios impuros, habito no meio de um povo de impuros lábios, e os meus olhos viram o Rei... o Senhor!..." O pecado se embrenhou na natureza humana, legou ao homem um desgraçado estado de separação de Deus. O que antes da queda não se fazia, passou a ser feito depois dela, ou seja: a invocação de Deus ( Gênesis 4:26). A relação do homem com Deus, anterior à queda, era natural e constante, não Fora do Caminho da Graça em Cristo, não há caminho a ser feito! www.caiofabio.com | www.vemevetv.com.br havendo, portanto, necessidade de uma invocação, pois Deus não estava separado do homem em relacionamento e comunhão. Quando o homem pecou, um grande abismo surgiu entre ele e Deus, no sentido da comunhão e do relacionamento entre ambos. A santidade de Deus é incompatível com estado de pecaminosidade da criatura humana. Anteriormente à queda, Deus estava separado do homem e de sua criação apenas no que diz respeito à sua infinitude como Criador e pessoa independente: O diagrama daquele estado pode ser assim representado: DEUS Abismo promovido pela infinitude 5 Homem e o resto da criação, incluindo a parte mecânica do Universo Conquanto houvesse aquela divisão em função da Infinitude do Criador como ser pessoal, havia por outro lado, uma indivisível comunhão pessoal entre Deus e o homem feito à sua imagem e semelhança. No entanto, o diagrama que hoje se tem que apresentar para significar o que aconteceu depois da queda difere contundentemente do primeiro. DEUS-CRIADOR pessoal e infinito Abismo em razão de sua infinitude Q Homem e Criação U E Abismo criado pelo pecado do homem D A Homem e o resto da Criação (Romanos 8:22-25 ) No primeiro diagrama, ficou patente o fato de que, em razão da infinitude de Deus, o homem, por ser finito, nunca compreenderia totalmente o Criador. Mas isso nada significava porque havia entre eles uma linguagem espiritual inerente à perfeita comunhão pessoal, pois ambos são seres pessoais. No segundo diagrama, evidencia-se que, depois da queda, o homem ficou totalmente separado de Deus pela infinitude do criador e pelo pecado, não havendo para ele, por causa do pecado, possibilidade de manter comunhão com Deus. Podemos então dizer que o que acontece hoje de maneira natural na vida de todos os homens é a separação de Deus, "pois todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus" (Romanos 3:23). Em terceiro lugar, houve uma divisão interior no homem. A grande Fora do Caminho da Graça em Cristo, não há caminho a ser feito! www.caiofabio.com | www.vemevetv.com.br mentira engolida pelo homem na sua queda trágica foi a de que seria, como Deus, conhecedor do "bem e do mal". Todo homem tem conhecimento desses valores e é capaz de dizer que a consciência o assombra com seu rigor e com seus critérios. Mas a grande mentira esteve nesta comparação: "Como Deus, sereis conhecedores". Esta é uma terrível mentira. Deus conhece o bem e o pratica de modo absoluto. Conhece o mal e o rejeita e odeia, e nele não há injustiça. Destarte, tal não aconteceu com o homem, que conhece o bem e não o pratica, conhece o mal e não o rejeita. Eis o drama de todos os homens: "Não faço o bem que prefiro, e, sim, o que detesto. Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem nenhum: pois o querer está em mim; não, porém, o efetuá-lo. Porque não faço o bem que prefiro, mas o mal que não quero, esse faço. Mas, se eu faço o que não quero, já não sou eu quem o faz, e, sim, o pecado que habita em mim. Então, ao querer fazer o bem, encontro a lei de que o mal reside em mim" ( Romanos 7:15 a 21.) Sobre esta dicotomia entre o que o homem "é" e o que ele quer "ser", diz-nos o Dr. Francis Schaeffer: "A queda não só originou uma divisão entre Deus e o homem primeiramente, mas dividiu o homem contra si mesmo. Estas são as divisões psicológicas. Estou convencido de que esta é a psicose básica: que o homem, individualmente falando, encontra-se dividido em sua 6 própria estrutura de personalidade como resultado da queda." O estado de rebelião do homem legou-lhe uma atrofia também na mente, na sua possibilidade de percepção, e o colocou numa total impossibilidade de usar o seu intelecto com a pujança primária, não havendo portanto, depois da queda, a autonomia que hoje tanto se pretende para o intelecto humano. Isso pode ser confirmado em nossos dias, com o conhecimento de que somente 10% da mente do homem é que são usados por ele mesmo. O livro de Gênesis, nos seus três primeiros capítulos, mostra-nos o homem em total integração com a natureza. Dir-se-ia que havia um diálogo instintivo entre os seres da natureza (Gênesis 2:19 e 20). Há, também, o significativo fato de que as plantas vibram e sentem, e isso não lhes foi dado por Deus em vão. Pensamos que, anteriormente à queda, o ser humano podia relacionar-se com os vegetais, sendo uma espécie de comunicador tanto consciente, no nívve com Deus, quanto instintivo, no seu relacionamento com os animais e os vegetais. temos igualmente como certo, que os 90% da mente do homem que, hoje em dia não são utilizados, tanto servem para esacima, como também foram atrofiados e embotados pela queda. Anelo pelo dia em que uma criança meterá a mão na cova do basilisco, e um pequenino conduzirá um leão. Naquele tempo, a mente do homem terá sido redimida. Anteriormente à queda, não havia uma autonomia intelectual proveniente das elucubrações do pensamento no que diz respeito ao conhecimento de Deus, pois as relações do homem com Deus eram feitas com base em uma completa comunhão espiritual, praticada com toda racionalidade e santidade. Havia uma razão superior inerente ao estado original de obediência que proporcionava ao homem um relacionamento intelectual com Deus, promovido pela racionalidade perfeita em face da isenção do pecado. A queda, no entanto, daí precipitou o homem. Fora do Caminho da Graça em Cristo, não há caminho a ser feito! www.caiofabio.com | www.vemevetv.com.br

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