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A Odisseia Dos Deuses. A História Alienígena Da Grécia Antiga PDF

210 Pages·2003·9.237 MB·Portuguese
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PREFÁCIO Você sabe o que é uma orgia? No registro original apresentado pelas enciclopédias define-se o termo como a celebração de ritos religiosos na antiga Grécia.1 Hoje em dia, a palavra se refere a um tipo de extravagância, na qual o sexo desempenha importante papel. Mas, na verdade, esse também era o significado da palavra na antiga Grécia. Naquela época, os homens costumavam se reunir à tarde para debates filosóficos, seguidos algumas horas mais tarde por um "simpósio" ou festa com bebidas — que freqüentemente terminava em uma orgia. As esposas não estavam presentes, mas meninos e jovens estavam. A Grécia era livre de tabus a esse respeito: as pessoas pensavam e sentiam de uma maneira diferente na antiga Hélade. Todos sabem o que é uma história de ficção científica. Mas você provavelmente não sabe que histórias de ficção científica também circulavam na antiga Grécia, embora fossem muito mais fantásticas do que as nossas. A diferença entre elas repousa no fato de que os gregos não consideravam suas histórias de ficção científica fantasias utópicas; eles acreditavam que as histórias relatavam eventos que haviam realmente acontecido. Havia ainda outra diferença. Nossas histórias de ficção científica – como as aventuras da "Nave Estelar Enterprise" – têm lugar no futuro, ao passo que os antigos gregos olhavam para um passado nebuloso e distante, para milênios antes da sua época. Imagine apenas que a ilha de Creta está continuamente circundada por um guardião de metal, que possui a prodigiosa habilidade de monitorar todos os navios que se dirigem à ilha e fazê-los explodir na água. Nenhum estrangeiro tem a chance de desembarcar contrariando a vontade dos governantes da ilha. Se um barco tenta furar esse bloqueio, o monstro de metal pode lançar contra ele um calor intenso e consumir o invasor. Não obstante, esse robô guardião tem um ponto fraco: se um determinado pino no seu corpo metálico for solto, seu espesso sangue jorra para fora e ele fica imobilizado. É claro que somente aqueles que o construíram, e seus sucessores, conhecem a localização exata desse ponto vital. A história já existia há cerca de 2.500 anos e os gregos estavam convencidos de que ela contava a verdade sobre eventos ocorridos muito antes da sua época. O robô que patrulhava Creta era chamado de Talo, e os engenheiros que conheciam a posição exata do lugar onde o fluido hidráulico tinha de ser drenado, para tornar o monstro inativo, eram chamados de "deuses". Este não é um livro de história(s) da Grécia antiga e sim um livro a respeito das suas histórias. A Grécia de antigamente está repleta de contos extraordinários. As peregrinações de Ulisses realmente aconteceram? O que estava acontecendo em Delfos? Havia lá realmente uma profetisa que previa os principais acontecimentos políticos? As intensas descrições de Tróia se fundamentam na verdade? E a Atlântida? Todas as informações que temos sobre a Atlântida, às quais todos os que escrevem sobre o assunto se referem, procedem da Grécia. E quem eram os Argonautas que se propuseram roubar o Velocino de Ouro? A Grécia merece uma viagem de sonho. Eu o convido a se juntar a mim em um tipo especial de aventura. NOTA 1. Der grosse Brockhaus, Wiesbaden, 1953. AVENTURAS DA NAVE ESTELAR ENTERPRISE HÁ MUITOS MILÊNIOS Impuro significa conduzir a um objetivo impuro. MAHATMA GANDHI, 1869-1948 Era uma vez, há muito, muito tempo, um distante descendente dos deuses. Ninguém sabe seu nome original, mas os gregos o chamavam de Jasão. Terei de me arranjar com esse nome, visto que não conheço nenhum outro. Pois bem, Jasão não era um homem comum, porque em suas veias corria sangue azul. Seu pai era o Rei Esão de Iolco na Tessália. No entanto, como acontece com extrema freqüência na mitologia, Jasão tinha um meio- irmão perverso que o destituiu do trono quando ele ainda era bebê. O pai de Jasão tomou as providências necessárias para que sua pequena prole fosse criada por um centauro. Outros dizem que foi sua mãe que o levou até o centauro, mas não é isso que importa aqui.1,2 Os centauros eram uma curiosa raça cruzada, com cabeça, tronco e braços de homem, mas com corpo de cavalo. Um fenômeno realmente impressionante. E Jasão deve ter tido um tipo de criação um tanto ou quanto incomum! Jasão está relacionado com um oráculo, pois qualquer pessoa que era alguma coisa na Grécia antiga tinha alguma relação com o oráculo. Neste caso, a profecia fez uma advertência a respeito de um homem com uma sandália só. Um dia, quando o infame rei, o meio-irmão de Jasão, oferecia um bufê de celebração na praia, um jovem alto e belo se aproximou andando pomposamente. Tratava-se de Jasão, e ele vestia apenas uma sandália porque havia perdido a outra no lodo de um rio. Jasão vestia uma pele de leopardo e uma túnica de couro. O rei não reconheceu o desconhecido e perguntou, irritado, quem ele era. Jasão, sorrindo, respondeu que seu pai de criação, o centauro, o chamava de Jasão, mas que seu verdadeiro nome era Diomedes e ele era filho do Rei Esão. Jasão logo percebeu com quem estava falando e rapidamente exigiu o trono de volta, que por direito era seu. Surpreendentemente, o rei concordou, mas com uma condição, a qual, ele imaginava, não poderia ser cumprida. Ele disse que Jasão teria de libertar seu reino de uma maldição cjue havia sido lançada sobre ele e sobre todo o país. Ele precisava ir buscar o Velocino de Ouro que era guardado por um dragão em um lugar distante. O dragão nunca dormia. Somente quando essa proeza fosse realizada, o rei renunciaria ao trono. Jasão concordou, e assim teve início uma inacreditável história de ficção científica. Inicialmente, Jasão saiu em busca de um extraordinário construtor de navios para pedir a ele que construísse o mais incrível navio de todos os tempos. Esse homem se chamava Argos, e os estudiosos divergem quanto à sua origem. O certo é que Argos deve ter sido um engenheiro excepcional, pois ele construiu para Jasão um navio como nunca tinha sido visto outro igual. Sem dúvida, Argos possuía ligações fora do comum, pois a própria Atena o instruiu, e sob a orientação dela ele construiu uma embarcação com um tipo de madeira que "nunca apodrece".3 Não satisfeita com isso, Atena contribuiu pessoalmente com uma espécie de vau e o colocou na proa do navio. O vau deve ter sido uma peça de madeira impressionante, pois era capaz de falar. Quando o navio deixou o porto, o vau gritou de felicidade porque a jornada estava começando, e mais tarde ele advertiu a tripulação do navio de muitos perigos. Argos, o construtor de navios, batizou o poderoso navio com o nome de Argo, que em grego antigo significa aproximadamente "rápido” ou "possuidor de pés velozes".4 Os tripulantes do navio foram, portanto, chamados de "Argonautas", e a história é chamada de Argonáutica. (Nossos astronautas e cosmonautas derivam indiretamente seu nome dos Argonautas gregos.) O Argo tinha capacidade para abrigar cinqüenta homens, que devem ter sido especialistas em várias áreas. Foi por isso que Jasão havia enviado mensagens para todas as famílias reais quando procurava uma equipe de voluntários com habilidades particulares. E eles vieram, todos heróis e descendentes dos deuses. A lista da tripulação original está apenas parcialmente preservada, e os estudiosos afirmam que outros nomes foram acrescentados por autores posteriores.5, 6, 7 A tripulação deve ter sido extraordinária e incluía as seguintes pessoas:8, 9 Melampo, filho de Posídon; Anceu de Tegeg, também descendente de Posídon; Anfiarau, o vidente; Linceu o vigia; Castor de Esparta, um lutador; ífito, irmão do rei de Micenas; Augias, filho do rei de Forbas; Equíon, o emissário, filho de Hermes; Eufemo de Tainaron, o nadador; Héracles de Tirinta, o homem mais forte; Hilas, o amado de Héracles; ídmon, o Argivo, filho de Apoio; Acasto, filho do Rei Pélias; Cálais, o filho alado de Bóreas; Náuplio, o marujo; Polideuce, o pugilista de Esparta; Falero, o arqueiro; Fano, o filho cretense de Dionísio; Argos, o construtor do Argo e o próprio Jasão, líder da aventura. Os diversos autores que descreveram a jornada do Argo há mais de 2.000 anos acrescentaram outros nomes à lista. Em diferentes pontos da história grega, escritores ou historiadores envolvidos com os Argonautas supuseram que este ou aquele personagem famoso também deve ter estado lá. A lista mais antiga encontra-se no Poema Pítico IV, registrado por um escritor chamado Píndaro (aproximadamente 520-446 a.C.). Essa lista contém apenas dez nomes:10, 11 Héracles, Castor, Polideuce, Eufemo, Periclí- meno, Orfeu, Equíon e Éurito (ambos filhos de Hermes, o mensageiro dos deuses), Cálais e Zetes. Píndaro enfatiza sistematicamente que todos esses heróis eram de descendência divina.

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