ebook img

A Nova Aurora de uma Antiga Manhã PDF

216 Pages·2015·0.854 MB·Portuguese
Save to my drive
Quick download
Download
Most books are stored in the elastic cloud where traffic is expensive. For this reason, we have a limit on daily download.

Preview A Nova Aurora de uma Antiga Manhã

A Nova Aurora deA u NmOaVA A AnUtiRgOaR MA aDnEh ã UMA ANTIGA MANHÃ Philippe Bandeira de Mello PHILIPPE BANDEIRA DE MELLO A Nova Aurora A NOVA AURORA DE de uma Antiga Manhã UMA ANTIGA MANHÃ Surpreendentes diferenças entre as Plantas Sagradas e as drogas – As propriedades misteriosas dos Enteógenos Surpreendentes diferenças entre as Plantas Sagradas e as drogas – As propriedades misteriosas dos Enteógenos ÍNDICE ________________________ u ____________________________ I – O Problema das Drogas na Atualidade ou o Início do Despertar . . . . . . . . . . . . 7 a) A Crise para a Totalidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7 b) No Sintoma está a Mensagem da Cura – A Decifração Indispensável . . . . 23 II – A Nova Aurora de uma Antiga Manhã . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33 a) A Redescoberta dos Enteógenos e a Revolução da Consciência . . . . . . . . . . 33 b) As Religiões dos Enteógenos – A Via da Experiência Imediata: Uma Nova Gnose . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38 c) Distinção entre Alucinógenos e Enteógenos – Ilusão ou Percepção de Realidades? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41 III – As Propriedades Misteriosas das Plantas Sagradas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61 a) Vinho Novo em Odres sempre Renovados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61 b) As Propriedades Misteriosas do Santo Daime – O Avançado e Decisivo Salto Qualitativo em Relação às Drogas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66 1- O caráter pedagógico da experiência – a orientação proveniente de uma “Inteligência Superior”; as fantásticas dimensões do real, dentro e fora de nós . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 68 2- O caráter ético-religioso da experiência – confronto com a sombra e a purifi cação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 88 3- Propriedades terapêuticas – uma revolução em Psiquiatria e Psicoterapia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 109 4- “Paranormalidade” – experimentando e explorando as “novas” fronteiras da Psicologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 128 5- Propriedade de dinamizar o desenvolvimento psicológico (desde a infância até as maduras esferas do processo de individuação) . . . . . . . . 137 c) A Questão da Consciência e os Enteógenos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 142 d) Conheciam os Antigos essa Ciência Sagrada? A “outra” História . . . . . . . . 151 e) Irradiações Sagradas da Luz Divina – Repercussões do Saber Transpessoal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 171 f) A Nova Aurora – O Desafi o de Sermos Parteiros do Amanhã . . . . . . . . . . . 188 IV – Conclusão – A Revolução da Consciência – Os Passos no Futuro . . . . . . . . . . 201 Posfácio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 207 Bibliografi a . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 211 I O PROBLEMA DAS DROGAS NA ATUALIDADE OU O INÍCIO DO DESPERTAR ________________________ u ____________________________ a) A Crise para a Totalidade “Somos viciados em nossas crenças e agimos como viciados quando alguém tenta arrancar de nós o poderoso ópio de nossos dogmas.” Michael Talbot “Como meios para sentir e pensar de forma original, os veículos ilícitos de ebriedade são coisas capazes de afetar a vida cotidiana, e em um mundo onde a esfera privada se encontra cada vez mais tele- dirigida, qualquer mudança na vida cotidiana constitui potencialmente uma revolução”. Antonio Escohotado “Nosso intelecto fez conquistas tremendas, mas ao mesmo tempo nossa casa espiritual se desmoronou”. C. G. Jung O problema das drogas na atualidade é o grande bode-expiatório atrás do qual se escondem muitos “fantasmas”, assuntos decisivos, que urgem ser tratados com imparcialidade e sabedoria, e que devemos le- var a fundo em suas últimas consequências e mais amplos desdobra- mentos. Aqui demonstraremos como essa questão pode ser emblemá- tica da solução a ser buscada em novos horizontes de consciência e de compreensão de nós mesmos e do mundo que nos cerca. Recorda-nos o grande psiquiatra Ronald Laing: “Não consideramos um desvio patológico explorar uma fl oresta ou galgar o Monte Everest. Achamos que Colombo tinha o direito de enganar-se na ideia daquilo que havia descoberto ao chegar ao Novo Mundo. Estamos muito mais fora de contacto com os pontos mais próximos das amplitu- des infi nitas do espaço interior do que as do espaço exterior. Respeitamos o viajante, o explorador, o alpinista, o astronauta. Para mim faz muito mais 8 A Nova Aurora de uma Antiga Manhã • Philippe Bandeira de Mello sentido como projeto, na verdade projeto de urgência desesperada em nosso tempo, explorar o espaço e o tempo interiores da mente. Talvez isto seja uma das poucas coisas que ainda fazem sentido no nosso contexto histórico.” Continua ele: “Estamos a tal ponto desligados do reino interior, que muita gente se pergunta a sério se ele existe. Não é, pois, de admirar que a exploração deste reino perdido seja uma coisa perigosa.” Acres- centaríamos que tal exploração parece especialmente arriscada quando percebida à luz do paradigma newtoniano-cartesiano ou de alguns de nossos parâmetros ocidentais modernos. Este paradigma, porém, está desmoronando em face dos avanços da Ciência e, sobretudo, dos acha- dos da Psicologia Transpessoal. A crise que permeia o atual momento da nossa história e que se caracteriza pela descrença, pela dessacralização da existência, pela con- fusão moral e perceptual acerca do sentido da vida humana, é diagnos- ticada acuradamente pelo psicólogo suíço C. G. Jung, quando afi rma, já em 1934, que “o problema psicológico de hoje é um problema espiritual, um problema religioso.” Sedentos e famintos de uma relação mais har- mônica e proveitosa com os recursos e as forças que habitam sua psique, os homens modernos em geral, e especialmente os jovens, anseiam e necessitam de uma experiência original, rechaçando as verdades tradi- cionais e os pressupostos, numa “resistência invencível contra todas as opiniões pré-fabricadas que se pretende impor”. Em sintonia com esta posição, relembramos a lúcida apreciação de Aldous Huxley. Ele considera que “o problema da dependência à droga e da bebida em excesso não é apenas uma questão de química e psicopatologia, de alívio da dor e da conformação com uma sociedade ruim. É, também, um problema metafísico – um pro- blema, poder-se-ia quase dizer, de teologia.” Atualmente, após detectarmos as múltiplas disfunções, crises e do- enças que a “sede de plenitude” (também denominada procura do Paraíso ou de anseio inconsciente pela Unidade) opera em nosso mundo a partir de nossa psique, empenhar-mo-nos em desvendar os sentidos, em vários níveis e manifestações, saudáveis ou não, que o anseio pelo “Paraíso” per- dido produz para, sobretudo, nos desvelar caminhos escondidos, para nos levar à “Estreita Porta” da plenitude do desenvolvimento da psique. Cap. I – O Problema das Drogas na Atualidade ou o Início do Despertar 9 A “Porta” mencionada refere-se à penetração no âmago do nos- so ser, nossa identidade mais profunda, o Si-Mesmo, que é uma das chaves deste estudo. Esse conceito intuitivo junguiano nos auxiliará a decifrar importantes dimensões do universo das drogas e da própria alma humana, descortinando-nos valiosas indicações terapêuticas para inúmeros problemas do mundo moderno relacionados com a psique e a consciência. Crise e oportunidade, esta é a lição do novo paradigma, que sempre e sempre revisitada, guia muito de nossa investigação. Para começar, vamos relembrar alguns mestres e conceitos, re- conhecendo as primícias, assumindo o fato de que refl exões basilares estão há muito presentes, e já confrontam a sociedade moderna desde algum tempo. É interessante observar como o ilustre psiquiatra que citaremos a se- guir vai ao âmago da questão, quando, partindo de uma perspectiva com- plexa, não reducionista, realiza uma saudável e oportuna crítica social. Visitaremos então as opiniões de uma das maiores autoridades da psiquiatria clássica, o Dr. Eugen Bleuler. Em seu Tratado de Psiquiatria, iniciado em 1911 e publicado em 1916, ele apresenta uma perspectiva, que consideramos inteiramente atual sobre o assunto: “Tem-se tornado hábito culpar os ‘jovens’, mas crianças e adultos incorpo- ram-se, cada vez mais, ao círculo dos que as drogas colocam em perigo. Os jovens ameaçados pelo uso de drogas, geralmente, têm anseios de se liberar, de alguma forma, da maneira tradicional de viver, do contacto com a famí- lia, com a pátria; da formação profi ssional e do exercício de uma profi ssão nos moldes tradicionais.” Demarcando a tarefa da Psiquiatria em relação ao problema, ele sugere que o psiquiatra “deve enxergar claramente que no julgamento dos motivos e das maneiras do combate ao perigo das drogas as atitudes e as experiências das sociedades desempenham um papel mais impor- tante do que as experiências médicas. Não deve ter a pretensão de res- ponder, como se soubesse tudo, a perguntas como as seguintes: “Existem situações prejudiciais na nossa vida em sociedade que podem ser combatidas, por julgar que causam a dependência das drogas? Que situações são estas? Como podemos melhorar nossas condições de vida? Podemos ou devemos impedir os jovens de se liberar de nossa ordem social e procurar obter novos sentimentos vitais? Podemos utilizar medidas compulsórias, e quais são? O que podemos responder a um jovem fumante de haxixe quan- 10 A Nova Aurora de uma Antiga Manhã • Philippe Bandeira de Mello do ele nos joga na cara: Vocês me proíbem de fumar haxixe, mas a sua socie- dade não reconhece o álcool, que é muito mais perigoso?” Aqui no Brasil, poderíamos substituir o que ele fala do haxixe pela Cannabis Sativa, popularmente denominada maconha. É importante observarmos aí que as drogas “lícitas”, legalizadas e acessíveis a todos, são as que mais matam, geram criminalidade e pro- vocam acidentes. Precisamos assinalar que a legalidade ou a ilegalidade das substâncias psicoativas, utilizáveis pelas pessoas, não corresponde a sua destrutividade: aí temos uma falha, uma lacuna na avaliação do grau de periculosidade das substâncias alteradoras da mente utilizadas pelo homem, que demanda, inicialmente, informações mais precisas e menos contaminadas pelos preconceitos ou pela manipulação ideoló- gica. Em seguida, urge a formulação de nova jurisprudência acerca do altamente relevante assunto. As “drogas” lícitas que mencionamos são: o tabaco e o álcool. Con- forme nos relata Valdemar Angerami-Camon, psicoterapeuta e profes- sor de Psicologia da PUC-SP: “O tabaco mata 100 vezes mais do que todas as outras drogas juntas, ex- cluindo-se o álcool, que provoca muitas vítimas em ocorrências que pode- mos defi nir como ‘efeitos colaterais’, como acidentes automobilísticos pro- vocados por embriaguez, além de brigas, esfaqueamentos etc. Mas, em relação a danos de doenças provocadas ao organismo, é o tabaco que se mostra soberano, embora também seja arrasadora a destruição pro- vocada pelo álcool no organismo”. Ressalta ele que o tabagista, além dos sérios danos causados aos ou- tros pelo tabagismo passivo, compartilha com o alcoólatra uma respon- sabilidade a mais: a de “(...) infl uenciar diretamente seus descendentes (e, acrescentaríamos, seus circunvizinhos e amigos) no hábito de fumar”. O curioso é que estamos falando de drogas lícitas, anunciadas na mídia e que, conforme assinala Valdemar, “(...) sua propagação somente agora começa a ser proibida nos grandes veículos de comunicação?!”. Sendo evidente o nível de hipocrisia, de preconceito ou de distor- ções nas abordagens de nossas sociedades modernas em relação a tais assuntos, não é de admirar a desconfi ança dos usuários destas drogas em relação a quaisquer intromissões em sua liberdade de escolha, da parte de autoridades que se julgam competentes. As questões e as solu-

See more

The list of books you might like

Most books are stored in the elastic cloud where traffic is expensive. For this reason, we have a limit on daily download.