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A necessidade histórica da educação física na escola: os impasses atuais PDF

208 Pages·2014·1.294 MB·Portuguese
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Rosângela Aparecida Mello A NECESSIDADE HISTÓRICA DA EDUCAÇÃO FÍSICA NA ESCOLA: OS IMPASSES ATUAIS © do autor Creative Commons - CC BY-NC-ND 3.0 Diagramação: Rafael João Mendonça de Albuquerque, Mariana Alves de Andrade e Sergio Lessa Revisão: Fernando Cândido e Sandra Regina Davanço Capa: Luciano Accioly Lemos Moreira e Maria Cristina Soares Paniago Catalogação na fonte Departamento de Tratamento Técnico do Instituto Lukács Bibliotecária Responsável: Fernanda Lins M527n Mello, Rosângela Aparecida. A necessidade histórica da Educação Física na escola : os impasses atuais / Rosângela Aparecida Mello.– São Paulo: Instituto Lukács, 2014. 204 p. Bibliografia: p. 193-201. ISBN: 978-85-65999-24-3. 1. Educação Física. 2. Capital. 3.Necessidade histórica. I. Título. CDU: 355.233 Esta obra foi licenciada com uma licença Creative Commons - Atribuição - NãoComercial - SemDerivados 3.0 Brasil. Para ver uma cópia desta licença, visite creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/ ou en- vie um pedido por escrito para Creative Commons, 171 2nd Street, Suite 300, San Francisco, California, 94105, USA. Esta licença permite a cópia (parcial ou total), distribuição e transmissão desde que: 1) deem crédito ao autor; 2) não alterem, transformem ou criem em cima desta obra e 3) não façam uso comercial dela. 1ª edição: Instituto Lukács, 2014 INSTITUTO LUKÁCS www.institutolukacs.com.br [email protected] Rosângela Aparecida Mello A NECESSIDADE HISTÓRICA DA EDUCAÇÃO FÍSICA NA ESCOLA: OS IMPASSES ATUAIS 1ª edição Instituto Lukács São Paulo, 2014 A Ademir, minha família; a Billy e Lili; a Maria Rosymary Coimbra Campos Sheen (in memoriam) Sumário Introdução .............................................................................................9 Capítulo 1 - A práxis legitimadora da educação física na esco- la ............................................................................................................17 Capítulo 2 - A gênese ontológica da educação física .............51 2.1 – O desenvolvimento contraditório do ser social .....................67 2.1.1 – A relação corpo e consciência ...............................................69 2.1.2 – A relação teoria e prática ........................................................74 2.2 – A Educação Física como um dos complexos do ser social .85 Capítulo 3 - A natureza da educação ...........................................91 3.1 – A Natureza da educação: educação é trabalho? .....................95 3.2 – Educação: “trabalho não-material”? ........................................98 3.3 – A natureza e a especificidade da educação ...........................105 Capítulo 4 - A gênese e o desenvolvimento da educação física moderna .............................................................................................111 4.1 – Os Sistemas Nacionais de Ensino .........................................113 4.2 – A Educação Física no século XIX .........................................127 4.3 – A especificidade brasileira .......................................................131 Capítulo 5 - A educação física e a reestruturação produtiva contemporânea.................................................................................143 5.1 – O movimento crítico na década de 1980 ..............................154 5.2 – O ordenamento legal da Educação Física na escola ...........164 Capítulo 6 - Mudar para que tudo permaneça como está? .173 6.1 − Síntese geral do GTT – epistemologia e do GTT – escola ...... ...............................................................................................................178 Considerações finais .......................................................................187 Bibliografia ........................................................................................193 Rosângela Aparecida Mello Introdução Quando anuncio a “necessidade histórica” da Educação Física, não se trata nem de uma defesa incondicional da Educação Física “na e da” escola, nem de uma determinação histórica de transfor- mação social fundamentada um uma posição utópica. No século XIX, Marx e Engels mostram cientificamente (on- tologicamente) a possibilidade de superação do modo de produ- ção capitalista. Mostram que essa possibilidade não é uma utopia, mas que faz parte das alternativas postas para a humanidade, e que emancipação humana1 como alternativa pode ou não se concretizar. Marx, ao desvelar como se processa o desenvolvimento humano, esclarece que cada uma das instituições formadoras de uma deter- minada sociedade corresponde, na verdade, à forma assumida por essa sociedade. Isso significa postular que não havia a necessidade dessa forma em sociedades anteriores e que, possivelmente, não ha- verá numa outra forma societária. Com isto quero enfatizar que as instituições, os complexos sociais, toda a práxis humana, são frutos das relações sociais estabelecidas em determinados períodos históri- cos, respondendo a determinadas necessidades humanas. Partindo desse pressuposto, é fundamental compreender que a 1 É imprescindível frisar que a “emancipação humana” (produtores livres associ- ados/comunismo) é a emancipação real e não a “emancipação política” (cidada- nia/capitalismo), tão aclamada hoje. 9 A necessidade histórica da educação física na escola Educação Física não é um fenômeno social isolado, mas faz parte da totalidade social através da qual a história dos homens se realiza. À medida que a sociedade é transformada pelos homens, transforma- se a forma da Educação Física. Esta, portanto, não é um produto natural, mas sim o resultado do processo histórico através do qual os homens, a partir do seu trabalho, constroem a si mesmos e a so- ciedade em que vivem, como afirmou Marx: A um nível determinado do desenvolvimento das forças produtivas dos ho- mens corresponde uma forma determinada de comércio, de consumo; cor- respondem formas determinadas de organização social, uma determinada organização da família, das camadas ou classes: em resumo: uma determinada sociedade civil. A uma sociedade civil determinada corresponde uma situação política determinada que, por sua vez, nada mais é do que a expressão oficial dessa sociedade civil (1985, p. 245). Assim, a Educação Física2 tal qual a conhecemos hoje expressa, de alguma maneira, a forma como os seres humanos se relacionam no modo societário capitalista. As modificações do seu conteúdo e da forma de aplicá-los, bem como as disposições legais dessa disci- plina no âmbito escolar, tendem a obedecer à lógica das modifica- ções dessa organização social. Neste sentido, sabemos que a Educação Física nasce antes da proposta da “escola para todos” e, portanto, fora do ambiente esco- lar. Ela foi nele incorporada no final do século XIX, momento em que se tentava organizar os Sistemas Nacionais de Ensino em vários países, inclusive no Brasil. Em nosso país, desde as primeiras discussões sobre essa disci- plina como conteúdo escolar e suas primeiras concretizações até o final dos anos de 1970, o seu conteúdo esteve pautado pelo para- digma das ciências biológicas, voltadas para a aptidão física, higiene e formação moral do trabalhador. A partir da década de 1980, essa área entra no processo que ficou conhecido como “crise de identi- dade” e começa a manifestar preocupações com a resolução dessa crise. Muitos pesquisadores passam a discutir a especificidade de seu conhecimento, a sua legitimidade e a sua obrigatoriedade, fun- damentados em algumas vertentes teóricas das ciências humanas, tecendo críticas diversas à sociedade capitalista. Após reflexões e propostas, alguns teóricos incorporam à visão de Educação Física o sentido da prática social, de disciplina peda- gógica que na escola tematiza os elementos da cultura corporal. 2 O termo “Educação Física” é utilizado com iniciais maiúsculas quando se refere especificamente a uma disciplina escolar. 10

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