Description:Este romance, que é mais o romance das dedicações do que mesmo o do amor, não é, entretanto, piegas, lamentoso, arrastadamente perdido em arrebatamentos de namorados. O "tonus" de Dumas fá-lo dinâmico, agitado, peripecioso, muitas vezes espirituoso e não raro respeitosamente malicioso. Com isto, evita o monótono, sem, no entanto, incorrer no dramalhão tão do gosto dos românticos de baixa extração senão naquilo e onde as escolas de Hugo, de Staël e Lamartine o exigem como conseqüência da própria ação fissionada. Mesmo quando, porém, em obediência a tal exigência de escola, Dumas acolhe o dramático exacerbado, fá-lo com um poder descritivo e representativo tal, que a verossimilhança se impõe soberana, salvando a cena de qualquer ridículo. "A Loura Huberta" é sem dúvida uma leitura que se impõe para um conhecimento mais íntimo de um dos romancistas mais romancista que conhecemos. ANTÔNIO D’ELIA São Paulo, 1° de dezembro de 1961