ebook img

A invenção da modernidade literária PDF

105 Pages·1.426 MB·Portuguese
Save to my drive
Quick download
Download
Most books are stored in the elastic cloud where traffic is expensive. For this reason, we have a limit on daily download.

Preview A invenção da modernidade literária

constantino_15x22.indd 1 29/11/2017 17:11:19 A invenção da modernidade literária constantino_15x22.indd 2-3 29/11/2017 17:11:19 CONSTANTINO LUZ DE MEDEIROS a invenção da m o der n d a Friedrich Schlegel e o romantismo alemão d e literária constantino_15x22.indd 4-5 29/11/2017 17:11:19 Copyright © 2018 Constantino Luz de Medeiros SUMÁRIO Copyright © desta edição Editora Iluminuras Ltda. Capa e projeto gráfico Eder Cardoso / Iluminuras APRESENTAÇÃO, 11 Roberto Acízelo de Souza Preparação Jane Pessoa Revisão I. HISTÓRIA Iluminuras “Esta obra conta com o apoio da Faculdade de Letras da 1. Os anos de aprendizado, 17 Universidade Federal de Minas Gerais (Fale/UFMG) para sua publicação”. A formação crítico-literária , 17 O Winckelmann da poesia, 24 A constelação romântica, 30 2. O antigo e o moderno, 37 CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ Os escritos sobre a Antiguidade clássica, 37 M438i O ideal e o real, 43 Medeiros, Constantino Luz de O clássico e o romântico, 50 A invenção da modernidade literária : Friedrich Schlegel e o romantismo alemão / Constantino Luz de Medeiros. - 1. ed. - São Paulo : Iluminuras, 2018. 208 p. : il. ; 23 cm. 3. A história da literatura, 57 ISBN 978-85-7321-574-8 1. Romantismo - História. 2. Romantismo - Alemanha - História. 3. Literatura e O surgimento da história literária moderna, 57 filosofia. 4. Arte e filosofia. 5. Estética moderna. I. Título. As conferências sobre a literatura europeia, 63 17-46025 CDD: 801 CDU: 82:1 II. CRÍTICA 1. Crítica literária e perfectibilidade infinita, 73 2018 Crítica e formação: Bildung como missão, 73 Editora Iluminuras Ltda. Rua Inácio Pereira da Rocha, 389 Crítica literária e aperfeiçoamento infinito, 80 05432-011 - São Paulo - SP - Brasil Diaskeuase, 87 Tel./ Fax: 55 11 3031-6161 [email protected] www.iluminuras.com.br constantino_15x22.indd 6-7 29/11/2017 17:11:19 2. A ironia romântica, 91 Ironia socrática e ironia romântica, 91 Parábase, 100 Ironia e ininteligibilidade, 104 3. Caracterização, 109 Caracterização: A obra de arte crítico-literária, 109 O Meister, de Johann Wolfgang Goethe, 118 A universalidade de Georg Forster, 124 As obras poéticas de Giovanni Boccaccio, 128 Crítica e polêmica: Gotthold Ephraim Lessing, 132 III. TEORIA À Rejane, síntese de amor absoluto e amizade filosófica. 1. A poesia romântica, 141 O conceito de romântico, 141 A poesia romântica, universal, progressiva, 145 Poesia transcendental, 154 2. A teoria do romance, 159 O romance no século XVIII alemão, 159 O romance enquanto teoria, 167 O romance absoluto, 179 3. O fragmento romântico, 183 Originalidade e herança, 183 A universalidade fragmentária, 189 Referências bibliográficas, 195 Bibliografia geral, 197 constantino_15x22.indd 8-9 29/11/2017 17:11:19 APRESENTAÇÃO Roberto Acízelo de Souza O Romantismo, no Brasil, durante o longo período em que se desdobrou, da década de 1830 à de 1860, constituiu claramente uma vertente da proverbial francofi- lia que se instalou no país no século XIX. Veja-se, a propósito, entre inúmeras outras evidências desse fato, o que preconizava o jovem poeta Junqueira Freire, num curso ministrado por volta de 1850 e depois publicado num pequeno tratado de retórica e poética no ano de 1869: “A França é tudo. Sigamos [...] a França nas ciências, nas artes, na literatura [...]. Porque é ela que ilumina todo o mundo civilizado”. Assim, as ideias românticas, instrumentalizadas para promover nossa emancipação literária, tida como correlato necessário da independência política recém-conquistada, os escritores brasileiros as foram buscar quase exclusivamente em fontes francesas, mal se dando conta das contribuições inglesas e alemães, de resto, como se sabe, anteriores à difusão do movimento romântico na França. Inclu- sive a voga de Byron entre os poetas que despontaram nos anos 1850, caracterizável muito mais como um fenômeno de idolatria juvenil do que como sintoma de inte- resse intelectual, não foi suficiente para abalar a avassaladora hegemonia entre nós AGRADECIMENTOS das concepções e práticas literárias de origem francesa, o mesmo se podendo dizer de esforços isolados de aproximação com a cultura literária alemã, como o de Gonçalves Agradeço a todos os que contribuíram de algum modo para a realização deste Dias, por exemplo, ao traduzir a peça A noiva de Messina, de Schiller. livro. A Roberto Acízelo de Souza, primus studiorum dux, pela generosidade de espí- Ora, essa noção de um Romantismo unificado pela perspectiva da França por rito. A Márcio Suzuki, pelas importantes contribuições. A Márcio Seligmann-Silva, muito tempo quase nos interditou o acesso ao vigoroso processo de modernização Karin Volobuef, Regina Lúcia Pontieri, Marta Kawano, Renata Philipov, Wilma das letras que se observa na Alemanha a partir de fins do século XVIII, conduzido Patricia Maas, Cilaine Alves Cunha, João Adolfo Hansen, Manoel Mourivaldo inicialmente por autores como Goethe e Schiller, e logo em seguida pelos cha- Santiago de Almeida, Marcus Mazzari, Márcio Scheel. mados primeiros românticos, em que se destacaram figuras como Novalis e os A Ulrich Breuer, presidente da Sociedade Friedrich Schlegel na Alemanha. irmãos August e Friedrich Schlegel. Tal estado de coisas configurado no Oitocentos Aos novos amigos e colegas da Faculdade de Letras da Universidade Federal de persistiria por quase todo o século XX, e, até onde alcançamos, só dá sinais de Minas Gerais (UFMG), em especial a Georg Otte. reverter em fins da década de 1980, em boa medida graças à disponibilização em Às instituições que apoiaram a pesquisa e a publicação do livro: Fundação de português de alguns textos fundamentais dessa linhagem de pensamento estético, Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), Fundação de Desenvolvimento publicados na Coleção Pólen, da Editora Iluminuras, em edições que se distinguem da Pesquisa (Fundep), Faculdade de Letras da Universidade Federal de Minas pela qualidade das traduções, bem como pelas notas e pelos estudos introdutórios. Gerais (Fale-UFMG). Inaugura o conjunto o volume Pólen, de Novalis, cuja primeira edição é de 1988, À diretoria da Faculdade de Letras da Universidade Federal de Minas Gerais, ao qual se seguem dois títulos de Friedrich Schiller – A educação estética do homem Graciela Inés Ravetti e Rui Roth-Neves. À Câmara de Pesquisa, especialmente na (1989) e Poesia ingênua e sentimental (1991) – e outros tantos de Friedrich Schlegel: pessoa de sua coordenadora, Sara Rojo. Conversa sobre a poesia (1994) e O dialeto dos fragmentos (1997). Este livro é uma versão modificada de minha tese de doutorado, defendida na A invenção da modernidade literária: Friedrich Schlegel e o romantismo alemão Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, vem agora integrar-se a esse conjunto, para enriquecê-lo com um estudo crítico em 2015. 11 constantino_15x22.indd 10-11 29/11/2017 17:11:19 de alto nível. A obra nos oferece, além de um esclarecedor panorama da trajetória intelectual de Schlegel, uma excelente via de acesso a uma das matrizes do Roman- tismo que, como assinalamos, até pouco tempo permanecia quase desconhecida no Brasil, a despeito da fecundidade de certas questões que formulou, como os contrapontos clássico/romântico e antigo/moderno, a ideia de fragmento, a noção de ironia, a concepção de autonomia da arte em relação a outras esferas da cultura, a transformação do novo gênero do romance em objeto de reflexão, a reconcepção das relações entre filosofia e poesia, bem como a postulação de uma reflexão sobre o literário apta a integrar as instâncias crítica, teórica e historiográfica, na linha do que se lê num dos representantes desses primeiros românticos alemães, August Schlegel, na primeira lição do seu Cours de littérature dramatique, publicado em Paris em 1814: “A história das artes nos ensina o que se fez; sua teoria, o que se deve fazer. Esses dois estudos permanecem isolados e imperfeitos sem um intermediário que os reúna. É a crítica que ilumina a história das artes e com isso torna a teoria fecunda”. Justamente essa proposição fundamental de conceber os estudos literários A INVENÇÃO DA como confluência entre história, crítica e teoria não só constitui um dos núcleos temáticos do estudo de Constantino Luz Medeiros sobre Schlegel e a revolução MODERNIDADE modernizante promovida pelo Romantismo alemão, mas, sobretudo, inscreve-se na própria estruturação da obra, ao ser tomada não simplesmente como conteúdo, porém como princípio organizador da exposição, não à toa segmentada em três LITERÁRIA grandes partes, ditas História, Crítica e Teoria. Assinale-se que o autor nos oferece seu estudo credenciado por longo e intenso convívio intelectual que vem mantendo com a obra de Schlegel – e, através dela, com o rico e complexo universo do Romantismo alemão –, e do qual são testemu- nhos diversos outros estimáveis trabalhos seus, entre os quais destacaríamos um livro recém-publicado no qual traduz e analisa um importante ensaio do escritor da sua eleição: Friedrich Schlegel: “Relato sobre as obras poéticas de Giovanni Boccaccio” (São Paulo: Humanitas, 2015). O convite, então, especialmente dirigido a nós leitores brasileiros, é nos acer- carmos, por via da leitura de Schlegel empreendida por Constantino Luz Medeiros, de um Romantismo que talvez ainda não conhecemos bem, pois constituído por um repertório de questões em que tópicos como religiosidade, caráter nacional, paisagem tropical e indianismo cedem vez a discussões de índole filosófica e uni- versalista sobre a natureza e o papel da literatura na modernidade. Rio de Janeiro, 21 de agosto de 2017 12 constantino_15x22.indd 12-13 29/11/2017 17:11:19 I. HISTÓRIA “Mesmo o maior sistema é apenas um fragmento.” Friedrich Schlegel1 1 Fragmentos sobre poesia e literatura (1797-1803) seguido de Conversa sobre a poesia. Trad. Constantino Luz de Medeiros e Márcio Suzuki. São Paulo: Editora Unesp, 2016, p. 207 [930]. constantino_15x22.indd 14-15 29/11/2017 17:11:19 1. OS ANOS DE APRENDIZADO A formação crítico-literária Nessa época, alguns de seus experimentos artísticos despertaram nova con- fiança em seu peito, e a aprovação por parte de grandes mestres o encorajara; e, como a arte lhe conduzira a lugares notáveis e lhe colocara entre as pessoas desconhecidas e alegres, seu sentimento se abrandou e começou a fluir de um modo poderoso, como ocorre com uma grande torrente quando o gelo se derrete e quebra, arrastando as ondas com nova força pelo antigo caminho. Friedrich Schlegel1 A ocupação dos românticos alemães com a arte literária insere-se no paradigma de alterações sociais, econômicas, políticas e culturais ocorridas durante o século XVIII, na Europa. A época da crítica, como foi definida por Immanuel Kant (1724--1804), teve como uma de suas consequências a busca pela liberdade e pela autonomia em todos os âmbitos do conhecimento humano, influenciando igual- mente a maneira de conceber a criação e a crítica de literatura.2 Em sintonia com seu tempo, a teorização crítico-literária de Schlegel almejava concretizar uma revo- lução estética no campo literário, de modo a encontrar o que o crítico considerava ser a correta direção para a literatura moderna. A ruptura com a poética normativa, dogmática e atemporal faz com que o juiz de arte, o Kunstrichter, seja substituído pelo crítico de arte, o Kunstkritiker. A partir de então, a crítica de literatura – herdeira dos estudos fundadores de Johann Joachim Winckelmann (1717-1768), Gotthold Ephraim Lessing (1729-1781) e Johann Gottfried Herder (1744-1803) – passa a levar em consideração os aspectos intrínsecos e extrínsecos das obras literárias. O que toma corpo no primeiro romantismo alemão é o processo de reconfigu- ração dos discursos da teoria, da crítica e da história da literatura. Esse processo acompanha o surgimento de obras que apontam para a própria constituição ou que refletem sobre o fazer artístico, como Lucinde (1799) e Conversa sobre a poesia 1 SCHLEGEL, Friedrich. Lucinde. In: KA-V, p. 51. 2 “A época em que vivemos é a época da crítica, à qual tudo tem de submeter-se. A religião, pela sua santidade, e a legislação, pela sua majestade, querem da mesma forma desligar-se dela. Contra elas levantam então justificadas suspeitas e não podem aspirar ao sincero respeito, que a razão só concede a quem pode sustentar o seu livre e público exame.” KANT, Immanuel. Crítica da razão pura. Trad. Alexa Martins. São Paulo: Martin Claret, 2001, p. 17. 17 constantino_15x22.indd 16-17 29/11/2017 17:11:19 (1800), de Friedrich Schlegel, exemplos de literatura que produz a própria teoria. filosófica, ele não é procurado além do mundo: ele nos envolve por todos os lados, Como reconhecem Philippe Lacoue-Labarthe e Jean-Luc Nancy, com os românticos não podemos nunca escapar dele; nós vivemos, operamos e somos no infinito”.6 ocorre não apenas a descoberta do conceito de literatura, em termos modernos, O desejo de completude nas criações dos jovens do primeiro romantismo alemão mas também o processo de reconfiguração dos discursos sobre a literatura. Os aponta para a utopia de unidade que Schlegel chama de ânsia de infinito, Sehnsucht autores definem esse processo de renovação da teoria, da crítica e da história da nach dem Unendlichen.7 Toda a atuação de Schegel, seja enquanto historiador, teó- literatura como uma elevação do literário ao Absoluto: “O romantismo não é apenas rico ou crítico de literatura caracteriza-se por essa ânsia de infinito. literatura (são eles os que inventaram o conceito), nem tão pouco mera teoria da Um dos primeiros críticos de literatura, na acepção moderna do termo, Schlegel literatura (antiga e moderna), mas a própria teoria enquanto literatura, ou, o que é dedicou grande parte de sua existência ao estudo da literatura dos mais diversos o mesmo, a literatura produzindo-se e produzindo sua própria teoria”.3 povos e épocas. Suas concepções teóricas e seus escritos são exemplos de abor- A consciência histórica sobre as épocas da arte herdada de Winckelmann está dagens inovadoras dos fenômenos literários. Incansável estudioso de línguas e por detrás da antinomia entre o clássico e o romântico estabelecida por Goethe e culturas, juntamente com seu irmão August Wilhelm, contribuiu para a renovação Schiller, e tem grande importância para os irmãos Schlegel. Essa antinomia, deli- dos discursos da teoria, da crítica e da história da literatura. neada por Winckelmann ainda na passagem da primeira para a segunda metade do Seus escritos são da maior importância tanto para a história do romantismo século XVIII, fundamenta os principais conceitos do primeiro romantismo alemão. quanto para a história da crítica moderna, principalmente porque renovou o debate No ciclo de palestras realizadas em Berlim no começo do século XIX, cuja primeira sobre os antigos e modernos, que a interpretação de seu irmão difundiu, literal- parte foi publicada com o título de Die Kunstlehre [Doutrina da Arte] (1801-1802), mente, através do mundo inteiro.8 August Wilhelm Schlegel reconhece o papel de Winckelmann para a história da Karl Wilhelm Friedrich Schlegel nasceu em Hanover, em março de 1772, no arte e afirma que a oposição entre o gosto antigo e o moderno é essencial para toda mesmo ano em que Johann Wolfgang Goethe terminou sua obra Götz von Berli- a história da literatura europeia.4 chingen. Segundo Ernst Behler, Friedrich e August Wilhelm Schlegel pertenciam a Por outro lado, alguns conceitos introduzidos por Schlegel em sua crítica de uma família tradicional de protestantes, composta por pastores, juristas, funcioná- literatura são influências da filosofia fichteana, como a concepção da exegese lite- rios públicos, historiadores, poetas e críticos de literatura, cuja atuação em diversos rária enquanto aperfeiçoamento infinito, a utilização do conceito de “aproximação âmbitos da vida pública alemã remontava ao século XVII.9 O pai dos românticos, recíproca” para compreender as épocas da poesia, ou mesmo a teorização sobre Johann Adolf Schlegel (1721-1793), professor de teologia, pastor e superintendente a poesia transcendental. Fichte afirma que “ninguém é tão instruído que não de Hanover, traduziu para o alemão a obra de Charles Batteaux (1713-1780), As possa aprender”,5 do mesmo modo, Schlegel postula que a crítica literária deve belas-artes reduzidas a um mesmo princípio (1746), enquanto o tio, Johann Elias auxiliar a obra de arte a proporcionar a possibilidade de reflexão, de autocrítica, Schlegel (1719-1749) foi um grande dramaturgo da primeira metade do século de crescimento e aperfeiçoamento espirituais, pois, de acordo com o filósofo XVIII. Amigo de Moses Mendelssohn, Jakob Bodmer, Jakob Breitinger, Christian da doutrina-da-ciência, a liberdade não significava nada mais do que tornar-se Gellert, Ephraim Gotthold Lessing, entre outros, Johann Elias Schlegel antecipou, consciente de si mesmo. Através dos ensinamentos de Fichte sobre a atividade do de certo modo, diversas teorizações de Friedrich Schlegel, como a questão da sujeito pensante em seu processo reflexivo, os românticos incorporam às suas teo- impressão da obra sobre o espírito e a criação imaginativa do leitor (Essa questão do rias o conceito de arte enquanto reflexão potenciada. Esse movimento foi captado efeito estético e da imaginação surge igualmente no Laocoonte (1766), de Lessing); mais tarde por Walter Benjamin (1892-1940) ao considerar a arte romântica um a problematização sobre a dessemelhança na ficção e seu efeito irônico, ou ainda a medium-de-reflexão. Para os românticos, a obra de arte propicia o conhecimento questão da representação do maravilhoso na literatura. imediato (Unmittelbar), o acesso ao sensível que é ao mesmo tempo intelectual, Schlegel foi educado em uma família onde o pai era um grande simpatizante ao infinito no finito. No entanto, August Wilhelm Schlegel alerta para que não se das concepções de Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) sobre a pedagogia natural, e, tome esse infinito como algo metafísico: “Não se toma o infinito como uma ficção seguindo sua visão, educara os filhos no amor pelos estudos e pela arte, e no exercício do espírito crítico. Ainda assim, de acordo com Carl Enders, a educação familiar 3 LACOUE-LABARTHE, Philippe; NANCY, Jean-Luc. El absoluto literario. Buenos Aires: Eterna Cadencia Editora, 2012, p. 35. 4 BEHLER, Ernst. Frühromantik. Berlim: Walter de Gruyter, 1992, p. 135. Há uma excelente tradução da Doutrina da 6 SCHLEGEL, August Wilhelm. Doutrina da Arte, p. 35. Arte de August Wilhelm Schlegel realizada por Marco Aurélio Werle. Cf. SCHLEGEL, August Wilhelm. Doutrina 7 BEHLER, Ernst. Friedrich Schlegel mit Selbstzeugnissen und Bilddokumenten. Hamburgo: Rowohlt, 1966, p. 24. da Arte. São Paulo: Edusp, 2014. 8 WELLEK, René. História da crítica moderna, v. II. São Paulo: Editora Herder, 1967, p. 5. 5 FICHTE, Johann Gottlieb. O destino do erudito. Trad. Ricardo Barbosa. São Paulo: Hedra, 2014, p. 71. 9 BEHLER, Ernst. Friedrich Schlegel, p. 7. 18 19 constantino_15x22.indd 18-19 29/11/2017 17:11:19

See more

The list of books you might like

Most books are stored in the elastic cloud where traffic is expensive. For this reason, we have a limit on daily download.