Marx e Enga ·s A IDEOLOGIA ·LEMA 1 .. t E D liTiO F.11 A: l! P.R ESENC1' • l!IN'F.lARI~ M~RililNS F.ONliES IDEOLOGIA ALEMÃ 1. O MEIO DIVINO, por Teílhard de Chardin 2. O EXISTENCIALISMO ~ UiM HUMANISMO, por Jean -Paul Barlre e VergUio Ferreira 3. A ORIGEM DA ~A•MJT,lA, DA PROPRIEDADE PRIVADA E DO ESTADO, por Friedrich Engels 4. DO AMO~ por Btendhal 5. O LUGAR DO HOMEM NO UNIVERSO, por Teilhard de Ohar4'n a. ASSIM FALAVA ZARATUSTRA, por F. Nietz.,che 7. 8. A SOCIEDADE PRIMITIVA I, por Le1l1M H. Morgan .9. NAPOLEAO I, por E"~ Tark! 10. NAPOLEÃO ~ por Euguém TarU 11. HUMANO DEHASIA:00 HUJ,lANO, por 11'. Nietuche 12. OS DOOE CZSARES, por B1'6t6nio 13. O ·PENSAMENTO EUROPEU NO ~CULO XVIII, I, por Paul Hazard 14. O PENSAMENTO EUROPEU NO S&CULO XVIII, II, por Patal Hazard 15. A SOCIEDADE PRilfITl'VA II, por Letoi., Morgan 16. A IDEOLOGIA ALEKA. I, por Karl Mar:,: e ll'Tí-1rick E,age'la KARL MARX • FRIBDRICH ENGELS A IDEOLOGIA ALEMA~ CRITICA DA FILOSOFIA ALEMÃ MAIS RECENTE NA PESSOA DOS SEUS REPRESENTANTES FEUERBACH, B. BAUER E STIRNER, E DO SOCIALISMO ALEMÃO NA DOS SEUS DIFERENTES PROFETAS VOLUME 1 Tradução de CONCEJÇAO JARDIM e EDUARDO lúCIO NOGUEIRA B>ITORIAl PRESENÇA• LIVRARIA MARTINS FONTES PORTUGAL BRASIL Capa de F. e. Reservados todos os direitos para esta edição à EDITORIAL ·PRESENÇA, -LDA. -Av. João XXI, 56-1.º LISBOA PREFACIO Até agora, os homens formaram sempre ideias falsas sobre si mesmos, sobre aquilo que são ou deveriam ser. Organizaram as suas relações mútuas em função das rejJre senJações de Deus, do homem normal, etc., que aceitavam~ Estes produtos do seu cérebro acabaram por os dominar; apesar de criadores, inclinaram-se perante as suas próprias criações. libertemo-los portanJo das quimeras, das ideias, dos dogmas, dos seres imaginários cujo jugo os faz degenerar. Revoltemo-nos contra o império dessas ideiar- Ensinemos os homens a substituir essas ilwões por pensamentos que co"espondam à essência do homem, afirma um; a ter perante elas wna atitude crítica, afirma outro; a tirá-las da cabeça., diz um terceiro - e a realidade existente desaparecerá. Estes sonhos inocentes e pueris formam o núcleo da filosofia actual dos Jovens Hegelianos; e, na Alemanha, são não só acolhidas pelo público com wn misto de respeito e pavor como ainda apresenJadas pelos próprios heróis filo sóficos com a solene convicção d,e que tais ideias, de uma virulência criminosa, constituem para o mundo wn perigo revolucionário. O primeiro volwne desta obra propõe-se des mascarar estas ovelhas que se julgam a si mesmas e que são tomadas como lobos mostrando que os seus balidos apenas repetem numa ünguagem filosófica as represe,µações dos burgueses alemães e que as suas f arrfarronadas apenas refl ec tem a pobreza lastimosa da realidade alemã; propõe-se ridi cularizar e desacreditar esse combate filosófico contra a., 7 somhrm da retMidotle que tanJo agrada à sonolência sonha dora do povo alemão. Em tempos, houve quem pensasse que os homens se ajogavam apenas por acreditarem na ideia de gravidade. Se tirQS3eln esta ideia da cabeça, dedarando por exemplo que não era mais do que uma represeniação religiosa, supersticiosa, ficariam imediatame.nJe livres de qualquer perigo de afowi mento. Dwante toda a sua vida, o homem que assim pensou viu-se obrigado a lute, conJra todas as estatísticas que de monstram repetidamenJe as consequências perrúciosas de uma tal ilusão_ Este homem constituía um exemplo vivo dos actuais fiú5sofos revolucionários alemães 1 • [Passagem cortada no manuscrito:] Nenhuma diferença 1 especlflca distingue o idealismo alemão da, ideologia de todos os outros povos. Esta última considera igualmente que o mundo ~ dominado por idela.s, que estas e os conceitos são prtncipios determinantes, que o mistério do mundo material, apenas aceasivel aos filósofos, é constttuido por determinadas Ideias. Hegel levou ao mã.xtmo o idealismo positivo. Para ele, o mundo material não se llmltara a meta.mor!osear-se num mundo de Ideias e a história numa história de ideias. Hegel nAo se contenta com o registo dos factos do pensamento; pro cura tarobéru anaUsa-r o acto de produção. , Quando são obrigados a saJr do seu mundo de sonhos, os tu6sofos alemães protestam contra o mundo das ldelas que lhe.s [ ... ] a representação do [mundo] real, tls[tco] ... Todos os criticos alemães afirmam que as ideias, re.pre sentações e conceitos domlna.ra.m e determinaram até ag-ora os homens reais e que o mundo rea.l é um produto do mundo das ideias. Todos pensam que assim aconteceu até agora, mas que a situação se vai modificar; e é aquJ que se di!erenclam entre s~ pois ,têm opiniões diferentes sobre a forma como se deve libertar o mundo dos homens, o qu.a.l, segundo eles, gemeria sob o peso das suas próprias idela.s fixas, e sobre aquilo que cada um cons.ldera como Ideia fixa. Mas todos acreditam no dominlo das ideias e julge.m que o seu raciocínio provocan1. necessariamente a queda do estado de coisas existente, quer pelo simples poder do seu pensamento lndtvtdual quer por tentarem conquistar a consciêncla de todos. A crença de que o mundo rea.l é o produto do mundo ideal, de que o mundo das idela.s [ ... ] Alucinados pelo mundo hegeliano das ideias, que se tornou o deles, os :tllõsotos alemães protestam contra o dominlo doe 8 peDB&meotos, Ideias e representações que até agora, no seu parecer, ou melbor, de acordo com a Uuaãio de Hegel, deram origem ao mundo real. o determinaram, o dominaram. Exalam um último protesto e sucumbem [ ... ] . No sistema de Hegel, as ideias, peDs&ll\entds e conceitos produziram, determinaram e domiDaram a vida real dos homens, o seu mundo ma~ as suas relações reais. Os seus dJ.scfpulos revoltados assenhorearam-se deste postulado [ ... ] 9