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A Guerra dos Emboabas PDF

35 Pages·1998·17.716 MB·Portuguese
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Taks - Re al Eduardo Jos asd — ENE IT— I r DOS EMBOABAS # ' ' j E.A OE m AE 0 tempo do conflito 7 A descodbo eourro tpealo s paulistas RE RE EE Paulistas € emboabas sy oe 11 aa AL -— 19 $ Comecam os conirontos nee ee EE EEEE E ER BR — Ee EE N EE EE Manuel Nunes Viana e os emboabas 20. 0 CapdoE deaRg EN T ErR aiEcE EëE o Dk ene 24: mm ME Emm mwmmememamm de meer se ROER ES ee N RE ee RE 97 ee os 0 fim do conflito mee ee eg eg oe eie eene ee ee ee N ee N Ee N Ee ee ee ee ee N war 0 sentiddoa Guerra dos Emboabas 30 Es EN RE " mee ai ee ele ieee ee ee Ee ei ooe ie ee meeee ee ee oe ee eeee ee oe ee ee ee ee ee ee ee ee eie el ek ee N “see Editor: Joë80 Guizzo e Editora-assistente: Maria lzabel Simêes Goncalves e Assessora BT 3 1 editorial: leda Estergilda de Abreu e Rievisêo: Hélia de Jesus Gonsaga (coord.) e Clêu- SPEK dia Carvalho Neves e Edicao de arte: Angra Com. Visual e llustrac6es: Joel Bueno e Z SPP Cartografia: Angra e Capa: Angra e Gisé. RE sk” ai D ons” ESSa carta fol escrita por um funcionario real a um amigo em LisDoa, em fevereiro de 1/09. Preocupado com a situacao, tenta mostrar a ele de gue maneira se n negdelo Jas MUimaa hE uuuitos das jue ala contfrontavam paulistas e “estrangeiros” na disputa pela pa Lado: Poe omdat Lie [es WoLa does COL regiao das Minas. 24 @URAs Mas wég, deididos em das Jaegdes setdo E a hist6ria desse confronto | —a Guerra dos Emboabas — gue caprlao de waa delaa IG si0 lodos os dte u&o s&o : vamos contar agora. j paalistas LU Iatel Iliues iaua. ualuta! dag tela vla Oe Paeld e motadoe uo setlio da ba . ) Gale 0e, geba COL HILLS Je L TN al bouens OLUU 2003 om oauspaikha bome due [eva apds 4 wuida geute pot det muile teo, Jaeintotoso ) ltépido Ef 6) gove ta dot desla prasa de, vesoloe id paasa L AO geles daa uas O VEL de pooe 0 ALA pesaoa dOMMEgat agueles iuotadoves, E) ueita Deus Je o couaga pel - ' y male due wupotla O dl diey MOSAO seubou. O tempo do conflito o a c u d o ) r p Se estudarmos a histéria economica Re do Brasil, vamos perceber gue nosso pais serviu aos interesses europeus e toi se adaptando a eles. Em sua histêria de do- minac&o por Portugal, o Brasil viveu mo- mentos econêmicos diferentes, gue tradi- cionalmente so chamados ciclos: o ciclo do pau-brasil, o ciclo da cana-de-agucar, o ciclo do ouro, o cicdlo do couro, etc. A Guerra dos Emboabas estê direta- mente ligada ao ciclo do ouro. Relaciona- se com os problemas econbmicos e politi- cos do dominio portuguêës no Brasil no século XVIIT, sobretudo com as guestoes de luta pela posse das terras e das rigue- - FI f . M - mm . * : - ad Medi Fundacêo de $&o Vicente, a primeira vila do Brasil, Zas minEralis. em 22 de janeiro de 1532. Oleo de Benedito Calixto. O Brasil colénia Para efetivar a colonizac&o do Brasil e torna-la lucrativa, os portugueses desen- volveram vêrias atividades econêmicas, das guais o cultivo da cana-de-acticar foi uma das mais importantes. Ouase todas as capitanias tentaram explorar a produ- CAO acucareira, mas apenas duas tiveram algum êxito e conseguiram seguir adiante: a de Pernambuco e a de Sao Vicente. De- vido a baixa producê&o e as dificuldades de venda do produto para a Europa, a capita- nia de Sao Vicente encontrou muitos obs- t&culos a& sua expansêo. Aos poucos, foi também se enfraguecendo. Uma das dificuldades enfrentadas pela capitania era a falta de mêo-de-obra. Nio havia possibilidade de adaguirir escravos negros, pois eles eram muito caros e, na primeira metade do século XVIL o trAfico tinha sido interrompido pelas mvasoes holandesas'. Para resolver o problema, os paulistas vinham or- ganizando expedicêes rumo ao interior — as bandeiras. Pre- tendiam aprisionar indios para trabalharem como escravos nas plantac6es de cana, nos engenhos de agtcar e nas lavouras de trigo, milho e mandioca. Parte dos indigenas apresados pelas bandeiras também era vendida para o Rio de Janeiro e para a Bahia, onde havia falta de escravos negros. No entanto, essa atividade ainda nao era suficiente para promover e sustentar o crescimento econêmico da regiao. Por isso, os paulistas decidiram intensificar a procura de metais pre- CIOSOS. ' Mapa da capitania de 5sa0 Vicente, com as vilas TE OCMPLELN EDE SVICEN 1 de Sao Vicente, Santos, Sao Paulo e alguns 37 engenhos (Joao Teixeira Albernaz, Lisboa, 1631). ' Invasoes holandesas: Gonaguista de grande parte do Nordeste brasiletro pelos holandeses, no iuicio do século XVII. Impedidos 1 , dt de conutinuar o comércio j vi 3 ' AE t$. do agucar, por causa da ! " id dy RE . # ed 8 - dominacdo espanhola no ( ad df he N rm ! -O N / NI ! ; '` n os 7 Brasil, os holandeses t NAN TO. AMARO, Os decidiram invadir nosso De. ' fe me F od id. R. Ë N territorio para dar Fi id ! CF e N dT 3 sy continuidade a sua maior ds my” od] jr] " ad er foute de lucro. Houve duas hd el ge VOER d Gode dere Invasoes: em 1624-1625, R rd na Bahia, e de 1630 a T ld Wuela ` 1654, em Peruambuco. EE " Reproducdo A caminho das Minas A histéria da busca de metais preciosos nao comega ap€nas com os paulistas e suas dificuldades. Comeca muito antes. Na verdade, iniciou-se junto com a propria colonizacao do Brasil pelos portugueses. Em 1524, foi organizada uma expedicêo por Aleixo Garcia, gue saiu do litoral de Santa Catarina rumo Aa regiëo do Peru. Procurava ouro, prata e as fabulosas riguezas gue, segundo as lendas, existiam nas regiëes mais longinguas da América. Em 1560, as expedicêes de Luis Martins e Brês Cubas partiram de S&o Vicente e demarcaram um trajeto rumo ao Peru, gue passa- va pelas cabeceiras do rio Sao Francisco. Esse trajeto seria usado regularmente pelos bandeirantes paulistas, a partir | k do século XVII. 4 ` Gracas & prêEtR. ica no apresamento de i- ndi.o s e a seu bo ee HA R R' E 3 grande conhecif mento dos sertêes brasilef eiers os, foram os byk er EM ME Ma Es IK ! : paulistas — de Sao Vicente, de S&o Paulo e de outras vi- df Ee di s MT F . od las da capitania — gue descobriram as primeiras jazidas My de ouro no Brasil, localizadas na regiao conhecida hoje ia % por Minas Gerais. j A regiëo das Minas foi sendo desbravada e organi- Zada aos poucos. A principio nao passava do “sertao bravo do Catagu4”, sem delimitacao definida. Na medi- da em gue descobriam indicios de ouro em diversas lo- calidades, os paulistas iam demarcando a regiao, due se estendia pelo territério de cinco capitanias: Ihéus, Porto Seguro, Espirito Santo, Sao Tomé e Sao Vicente, além de um trecho due avancava alêm da linha de Tordesilhas2. 2 Linha de Tordesilhas: Meridiano estabelecido gelo Tratado de Tordesilhas, assinado entre Portugal e Espanha em 1494. Passava a 370 léguas a oeste das ilhas de Cabo Verde e dividia o Novo Mundo entre essas nagoes. As terras gue estivessem a leste da linha pertenceriam a Portugal: as due estivessem a oeste, A Espanha. A descoberta do ouro pelos paulistas Fernao Dias Na segunda metade do sêculo XVII, com os lycros da cana- Nasceu em Sao Paulo em 1608, de uma familia de ilustres bandeirantes. Aos 18 de-acticar diminuindo por causa da crescente concorrência es- aNoS, empregou-se como fiscal da Ca- trangeira, Portugal resolveu estimular mais a procura de mi- mara Municipal e logo fez carreira na nerais. O rei dom Afonso VI recomendou especialmente aos administracao publica. bandeirantes paulistas gue se estorcassem para encontrar metais Em 1636, chefiou, juntamente com preciosos no interior do Brasil. Raposo Tavares, uma bandeira contra as missOes dos jesuitas na regiao do Tape, A expedicao de Fernao Dias — gue partiu de S&Ao Paulo em no atual estado do Rio Grande do Sul. 1674 e durou sete anos — `mapeou” o sertao e abriu caminho Entre 1644 e 1646, realizou outras expe- definitivo para os paulistas descobrirem ouro nas Gerais. Mas dicOes pelo sertao. foi Anténio Rodrigues Arzao o primeiro bandeirante paulista a Em julho de 1674, Fernao Dias iniciou registrar a descoberta de ouro na regiao mineira, em 1692. uma expedicao com a finalidade de des- Cobrir minas de prata e esmeraldas. Com 66 anos de idade, partiu de Sao Paulo a o a c frente de 674 homens. Durante sete u d a r p anos, a bandeira percorreu o sertao e R Ee mineiro: atravessou a serra da Manti- ba N ME no guelra, Chegou as cabeceiras do rio das Mortes e ao vale do Jeguitinhonha. Nes- se percurso, Fernao e seus homens fun- daram varios povoados, como Ibituruna, Paraopeba, Sumidouro. oem encontrar as minas de prata aue buscava, a expedicao embrenhou-se alnda mais pelo sertêo. Os recursos iam sendo gastos com municao e alimentos, endguanto o contingente diminuia com os atadgues dos indigenas e as doencas. Vitima da maleita, Fernêao Dias morreu em 1681, as margens do rio das Velhas, certo de ter encontrado esmeraldas na lagoa de Vupabucu, proxima ao arraial do Sumidouro. Mas as pedras verdes dgue estavam nas maos do velho ban- deirante nao passavam de simples tur- malinas, de pouco valor. Morte de Fernao Dias, oleo de Rafael Falco. - As primeiras jazidas Arzao e as pintas de ouro EE OE m O Ap6s a espetacular descoberta, organizaram-se muitas ex- Partiu Antênio Rodrigues Arzao, com m o e dd. cingtiienta homens, em direcdo a lla- pedicêes, e outras minas foram encontradas naguela area. A es- i d m verava. Lê chegando, decidiu prosseguir o sa altura, no principio do sêculo XVIII, toda a regiao mineira foi EE até & serra do Guarapiranga, de onde EE integrada & capitania paulista, chamada capitania do Rio de me pela manhé avistou o cume aas monta- nhas de Arrepiados. Descendo nessa di- Janeiro, Sao Paulo e Minas Gerais. rec&o, encontrou 0 rio Piranga, descen- A descoberta das jazidas de ouro de aluviao (encontrado no dente das serras auriferas e com indicios cascalho do leito dos rios) na verdade tinha ocorrido antes, esperancosos; guando tambeém deparou porém sem comunicacao oficial. com alguns indios da nacao Puri, gue lhe deram noticia de mais rico mananclal, Oo do Casca, originario da cordilheira, gue o vinha atraindo. [...] avancou chegando ao Casca, em cujas areias achou efetiva- mente as pintas de ouros, [...] Sua comi- tiva guase toda havia desaparecido, mor- ta de febres, de cansaco e de combates. Diogo de Vasconcelos. Historia antiga de Minas Gerais. 3. ed. Belo Horizonte, Itatiaia, 1974. v. 1, p. 147-8. Indios atravessando um riacho (O cacador de escravos). Oleo de Debret. 3 Pintas de ouro: Amostras de jazidas. df As Minas Gerais a mandar alguns dos granitos ao gover- nador [...] e, fazendo-se exame deles, se Ha POUCOS anoS gue se comecaram a achou gue era ouro finissimo. descobrir as Minas Gerais dos Cataguds, Em distêancia de meia legua do ribeiro governando o Rio de Janeiro Artur de Sê; de Ouro Preto, achou-se outra mina, gue e O primeiro descobridor dizem ague foi se chama a do ribeiro de Antonio Dias; um mulato gue tinha estado nas minas e dai a outra meia legua, a do ribeiro de Paranagua e Curitiba. Este, indo ao do padre Joëo de Faria; e junto desta, sertao com uns paulistas a buscar indios, pouco mais de meia lêgua, a do ribeiro e chegando ao cerro Tripui, desceu do Bueno e a de Bento Rodrigues. E dai abalixo com uma gamela para tirar 4gua a trés dias de caminho moderado ate do ribeiro gue hoje chamam do Ouro o jantar, a do ribeiro de Nossa Senhora Preto e, metendo a gamela na riban- do Carmo, descoberta por Joë0 Lopes o ceira para tomar agua, e rocando-a pela a c de Lima. [...] E todas estas tomaram o u d margem do rio, viu depois gue nela havia o r nome de seus descobridores, gue todos p e R granitos aa cor do aco. Sem saber o gue foram paulistas. eram, nem Os companheiros, aos guais mostrou os ditos granitos, souberam Cco- André Joao Antonil. Das minas de ouro, due cha- nhecer e estimar o gue se tinha achado mam Gerais e dos descobridores delas. In: Cultura e to facilmente |...] ate gue se resolveram opulência do Brasil, por suas drogas e minas. Cap. II. Um bandeirante paulista famoso, Manuel de Borba Gato, depois de assassinar um técnico espanhol em assuntos de mi- neracao, dom Rodrigo de Castel Blanco, em agosto de 1682, refugiou-se na regiao do rio das Velhas, onde descobriu grande guantidade de ouro de aluviao. Contam gue manteve o segredo desse achado até o Him do sêculo. Mas, como n&o perdeu todo o contato com Sao Paulo e o mundo exterior, é possivel gue noti- cias imprecisas sobre o caso tenham chegado ao Rio de Janeiro, por volta de 1695. O fato sê foi confirmado por Borba Gato de- pois gue o governador o perdoou pelo crime e ele propês ser o guia do governo na regiao. A descoberta de ouro pelos paulistas atraiu, guase de ime- diato, um grande ntimero de aventureiros e exploradores de to- do o Brasil e mesmo do exterior. “Nao hê duvida gue foram os paulistas os primeiros descobridores deste continente das Minas, e depois gue acharam nelas ouro, vieram concorrendo rein6is e brasileiros”, relata um aventureiro português da época. F “No século XV $50 Paulo era uma vila pobre e isolada, cuja Eks ui vd d NET o ' populac&o desenvolvia uma acanhada economia de subsistêncla. ER epi i A ilustracao de José Wasth Rodrigues (baseada num documento RE F ae” da de 1628) mostra o pago municipal. A construcao a0 centro era m- mi d a sede da Cimara e ali também se situava a cadela. k e re e o s e M ST E | h R ie s 7 Me Ee m ii MT ee wiEes e -. n TR iN Fi aas al "EP Os paulistas Sao Paulo foi tido durante muito tem- Po como lugar de bandidos, assassinos Muito se tem falado sobre OS paulistas. e foras-da-lei. Falava-se na regiëo muito Os bandeirantes sê0o sempre mostrados mais o tupi-guarani do gue o portuguës. como homens valentes, fortes e des- Autoridades coloniais gueixavam-se de temidos, com botas longas, gibao de gue em Sao Paulo nêo se podia aplicara COuro, chapêus de abas largas. A reali- lei, pois ali n&o se reconhecia “gue hê dade nêo era bem assim. Devido as Deus, nem lei, nem justica, nem obede- condicoes climaticas, a grande distência cem a nenhuma ordem”. tar acampamentos, cCacar e pescar. due separava a cCapitania da capital do Andavam bastante armados. Ouando Vestiam-se com calcas feitas de algo- Brasil, Salvador, e a sua fragueza eco- salam da vila em formacao de bandeira, da0, andavam descalcos e usavam um nomica — se comparada a outras capi- Costumavam ir acompanhados de es- CAPUZ OU Um cChapéu de aba caida. tanias —, Sao Paulo e os paulistas pas- Cravos indios e mesticos e sê viajavam Seus cCostumes eram semelhantes aos saram a se diferenciar do resto do Brasil. de manha, a tarde paravam para mon- dos indigenas. ZO

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