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A grande aventura dos jesuítas no Brasil PDF

278 Pages·1.94 MB·Portuguese
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Copyright © Tiago Cordeiro, 2016 Copyright © Editora Planeta do Brasil, 2016 Todos os direitos reservados. Preparação: Marluce Faria Revisão: Simone Costa e Maurício Katayama Diagramação: Vivian Oliveira Capa: Compañia Adaptação para eBook: Hondana CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ C821g Cordeiro, Tiago A grande aventura dos jesuítas no Brasil / Tiago Cordeiro. - 1. ed. - São Paulo : Planeta, 2016. ISBN 978-85-422-0646-3 1. Jesuítas - Missões - Brasil. 2. Brasil - História - Período colonial, 1500-1822. I. Título. CDD 981.03 15-28948 94(81) 2016 Todos os direitos desta edição reservados à EDITORA PLANETA DO BRASIL LTDA. Rua Padre João Manoel, 100 – 21° andar Ed. Horsa II – Cerqueira César 01411-000 – São Paulo-SP www.planetadelivros.com.br [email protected] Para Wagner Barreira, pela oportunidade. Para Joyce, por tudo. Para Nina Morena, por fazer de mim um pai. Para Eunice, pela leitura criteriosa e amorosa. SUMÁRIO O EXÉRCITO CRISTÃO QUE FORMOU O BRASIL 1. INÁCIO DE LOYOLA E AS ORIGENS DA ORDEM 2. MANOEL DA NÓBREGA E A FUNDAÇÃO DO BRASIL 3. JOÃO DE AZPILCUETA NAVARRO E A VIAGEM POR MINAS GERAIS 4. JOSÉ DE ANCHIETA E O NASCIMENTO DA LITERATURA BRASILEIRA 5. JOÃO FELIPE BETTENDORF E A CATEQUIZAÇÃO NA AMAZÔNIA 6. ANTÔNIO VIEIRA E OS CONFLITOS COM OS COLONOS 7. ANTON SEPP E A EXPERIÊNCIA REVOLUCIONÁRIA DAS MISSÕES 8. GABRIEL MALAGRIDA E O FIM PROVISÓRIO 9. JORGE BERGOGLIO E A SOCIEDADE NO PODER BIBLIOGRAFIA NOTAS INTRODUÇÃO O exército cristão que formou o Brasil Ao longo de quase vinte séculos de história, a Igreja Católica autorizou a criação de centenas de ordens religiosas diferentes. Teve bons motivos para isso. Afinal, são organizações muito úteis. Oferecem infraestrutura para a formação de religiosos e religiosas. Colaboram para a inclusão da fé cristã dentro das sociedades em que estão inseridas. Instalam escolas para leigos, constroem igrejas que servem como centros de encontro e integração da comunidade, e influenciam o pensamento de políticos e juízes – consequentemente, contribuem para a formação de leis e políticas públicas, que determinam a maneira como vivemos e que tipos de comportamentos podem ser considerados criminosos ou criticáveis. Mesmo as ordens mais distanciadas dos centros urbanos e isoladas dentro de mosteiros ou conventos, como ainda hoje é comum, influenciam as regiões onde estão instaladas. Elas podem, por exemplo, multiplicar a distribuição de livros considerados recomendáveis pelo cristianismo e impedir a disseminação de todos os demais. Ou educar jovens que, mesmo quando desistem de ser religiosos, carregam consigo, para o resto da vida, toda a carga de formação que receberam. Quando se casam e têm filhos, ou mesmo nos ambientes em que convivem, levam adiante as instruções e posturas que fizeram parte de suas histórias pessoais. Influentes, as ordens religiosas são tão importantes que não é preciso ser católico para ter uma noção, ainda que vaga, de quem são os franciscanos, os vicentinos, os dominicanos, os capuchinhos e as carmelitas. Sem as ordens, o cristianismo não teria conquistado a capilaridade que alcançou. Sem sombra de dúvida, seria uma religião bem menos prestigiada e poderosa. Entre tantos grupos, alguns com mais de 1.400 anos de história (como a ordem dos beneditinos, fundada em 529), a Companhia de Jesus foi – e ainda é – um dos mais influentes. Em vários sentidos, sua trajetória foi única e marcou para sempre a história do próprio catolicismo, primeiro na Europa, mas de maneira muito especial na Ásia e nas Américas. Desde que surgiram, em 1534, os jesuítas eram diferentes. Nunca antes uma ordem conciliou tão bem a sólida formação religiosa e intelectual de seus membros com a disposição para participar de missões que exigiam resistência física, capacidade de articulação política e boas noções de administração e finanças. Por isso mesmo, rapidamente, os jesuítas se firmaram como a primeira ordem moderna do cristianismo, bem distante dos padrões medievais de comportamento. Seus membros se tornaram confessores de reis e líderes de expedições para qualquer lugar onde um navio europeu pudesse chegar. Assim, garantiram que a fé cristã deixasse o território do antigo Império Romano e alcançasse o resto do mundo, pela primeira vez desde o começo da Idade Média. Ainda fizeram tudo isso numa época em que o mundo conhecido se expandia progressivamente. As viagens de descobrimento abriram para os europeus horizontes que iam muito além do Oriente Médio e do norte da África. Das cerca de 450 milhões de pessoas que existiam na Terra naquela época, aproximadamente 12 milhões estavam nas Américas e 200 milhões, na Ásia. Somados, os dois continentes representavam quase metade da população total do mundo. Era uma novidade gigantesca: do dia para a noite, havia todo um novo universo para converter. Havia lugares distantes, com costumes bizarros aos olhares ocidentais, e habitantes que não conheciam o nome de Jesus, tampouco entendiam por que, para aqueles brancos sujos e cobertos de roupas escuras, um homem pregado a uma cruz era filho do criador de tudo e o líder espiritual capaz de guiar todos os momentos da vida, desde o batizado que se segue ao nascimento à extrema-unção que acompanha o moribundo. As novas viagens de conversão eram longas e arriscadas. O povo que ouvia as mensagens falava línguas estranhas e, com muita frequência, mostrava-se agressivo depois de um primeiro contato amigável e enganador. Por isso, os missionários tinham diversos motivos para se sentir de volta aos primórdios do cristianismo, uma época de martírio e incompreensão. Assim como os primeiros seguidores daquela nova seita judaica, os jesuítas iriam conhecer bem a sensação de ser minoria e as dificuldades em explicar uma religião para pessoas que não aceitavam suas próprias bases. A crise iniciada pela Reforma Protestante reforçou essa busca por um retorno às raízes mais heroicas da religião cristã: num momento em que os reformadores criticavam a passividade e o luxo excessivo da Igreja, os jesuítas voltavam a valorizar as viagens de conversão, a fome e o sacrifício. Dedicavam-se a usar o exemplo de vida e o próprio sangue para transformar as histórias dos moradores dos novos territórios, cheios de almas que, aos olhos cristãos, estavam dominadas pelo diabo e se mantinham no escuro, desconhecedoras da verdadeira fé. Como aconteceu nos primeiros séculos da era cristã, a disposição para o martírio não era simbólica. Centenas de missionários foram torturados e mortos nos mais diferentes cantos do mundo. Mesmo os que tiveram vida longa a muitos quilômetros de casa

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