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A Filosofia e a Visão Comum do Mundo PDF

135 Pages·1981·6.437 MB·Portuguese
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) a raa I e A Filosofia e a- lsao Comum . a Visão Comum do Mundo Este livro reúne sete textos de três autores, sobre o fundo de uma discussão antiga mas que, no entanto, mal começa a definir seus termos. A dispersão dos textos no tempo e a diversidade das perspectivas - já que o discurso de Oswaldo Porchat é atravessado criticamente, e segundo estilos diferentes, pelos escritos de Bento Prado de Almeida Ferraz Júnior e de Tércio Sampaio Ferraz Júnior - não roubam ao livro sua unidade. Ao contrário, é nessa divergência (na diâspora dos três) que o livro encontra sua mais funda unidade: a questão sempre reposta, em crise crescente, da natureza da filosofia. r Bento Prado Oswaldo Porchat Pereira I Tercio a I editoro brqsiliense Z g#' <5ÀLQ.ÀO i iil I I t I I A FIIJOSOFIA t E i A VISÃO COMUM DO MUI{DO I I l I I BENTO PRADO JR. OSWALDO PORCHAT PEREIRA TÉRCIO SAMPAIO FERRAZ JR. A FILOSOFIA E A VISÃO COMUM DO MUNDO Coleção Almanaque @ {.jtp. t98t, Copyright @' Bento Prado Jr., Oswaldo Porchat Pereira, lr. Tércio Sampaio Ferraz Capa: Lilian Osmo Revisão: Marly Gomes de Moura o C t, o .ô editora brasiliense s.a. O1O42 - rua barão de itapetininga,93 sâo paulo - brasil Indice Apresentação 7 I_ O conflito das filosofias, Oswaldo Porchat Pereira . . ,, , . 9 II_ A filosoÍia como discurso aporético, Tércio Sampaio Fer- raz Jr. 23 III _ Breve resposta, Oswaldo Porchat Pereira 37 IV- Prefácio a uma filosofia, Oswaldo Porchat Pereira . -.,., 4t V_ Por que rir da filosofia? , Bento Prado lr. 59 VI_ Sobre a filosofia do senso comum, Bento Prado lr. 99 _ VII A filosofia e a visão comum do mundo, Oswaldo Porchat Pereira 101 a Apresentação Este liwo reúne sete textos de ffis autotts, redigidos ao longo de doze anos, sobre o fundo de uma discussão ainda mais antiga e que, no entanto, mal começa a definir seus termos' Àbrindo-se com a aula inaugural proferida no Departamento de Filosolia da USP em 196E por Oswaldo Porchat Pereira, enoerra-se com um ensaio do mesmo autor, escrito em 19E0. A dispersão dos textos no tempo e a diversidade das perspectivas - já que o discurso de Oswaldo Porchat é atravessado criticamente, e segundo estilos diferentes, pelos escritos de Bento Prado de Almeida Ferraz lúnior e de Tércio Sampaio Ferraz lúnior - não roubam ao livro sua unidade. Ao contrârio, é ryttg-{!*tgê$ (o" mffiÉTiiiiíde: diáspora dos tÉs) que o livro encontra sua a questão sempre reposta, em crise crescente, aa eg!§za.-da Íilosofia. "O Conflito das Filosofias", de Oswaldo Porchat, Íoi originalmente publicado pela Revista Brasileira de Filoso/ía; "A FilosoÍia como Dis- curso Aporético", de Tércio Sampaio Ferraz Ir., bem como a "Breve Resposta", de Oswaldo Porchat Pereira, que a segue, aParecerâm na Revista Latinoameicano de FilosoÍía; "Prefácio a uma Filosofia", de Oswaldo Porchat, veio a público através da reústa Drlsclrso; "Por que Rir da Filosofia?", de Bento Prado Jr., Íoi editado pela revista Manuscrtto, além de aparecer, como parte da Homenagem a Antonio Candido, no livro Esboço de Figura, da Ed. Duas Cidades; "Sobre a Filosolia do Senso Comum", do mesmo, Ioi pubücado pela primeira a E APRESENTAçÃO vez na revista Drscurso. Finalmente, "A Filosofia e a Visão Comum do Mundo", de Oswaldo Porchat, estâ publicado em Manuscrito. Aos editores e revistas em tela agradecemos a gentil autorização de repro- dução de tais textos, o que tornou possível a composiçÃo do presente volume. Sobrc o Autorcl {a Filho do ProÍ. Bento Prado de Almeida Fenaz e de Dona Scintilla do Amaral Prado, Bento Prado de Almeida Ferraz Jr. nasceu em Jau, SP, a 21 de agosto de 1937. Licenciado em Fi- losofia pela USP em 1959, torna-se, na ocasião, assistente de História da Filosofia na mesma Universidade. De 1961 a 1963 estuda na França, onde começa a preparar uma tese sobre Bergson, com a qual obtém, em 1965, o título de Livre Do- cente de Filosofia pela USP (Bergson: Presença e Represen' tação, a ser publicado brevemente). No início de 19ó9, quan- do dirigia o Departamento de Filosofia da USP, é precoce- mente aposentado,, por decisão do então Presidente da Repú- blica e aplicaçâo famoso AI-5. Dessa data até o fim de 1974, permanece na França como attaché de recherche do Centre National de la Recherche ScientiÍique. Nesse período, escreve um livro sobre,,tl Retórica de Rousseau, do qual apenas alguns capítulos já vieram a lume em revistas brasileiras. De retorno ao Brasil lecionou.na PUC-SP, antes de tornar-se professor da UFSCar. Ponto de Fuga e Que é a Filosofia? são dois livros seusjá anunciados pela Editora Brasiliense, Coordena, junto com Walnice Nogueira Galvão, o Almanaque - Cadernos de Literatura e Ensaio, publicado desde 1976 pela mesma edi- tora. Poeta bissexto, reúne alguns poucos e maus poemas, na maioria inéditos. É autor de inúmeros ensaios de filosofia, publicados no Brasil e na Europa. Casado com Lúcia Seixas Prado (Docteur ês Sciences pela Universidade de Paris V, Sorbonne), é pai de Raquel, Cristina e Bento Neto. t*. Oswaldo Porchat Pereira nasceu em Santos, SP, em 1933. Bacharelou-se na'USP em IJtras Clâssicas no ano de 1956. Em 1959, bacharelou-se em FilosoÍia na Universidade de Rennes (FrançaL prosseguindo por mais dois anos estudos de filosofia grega na então Sorbonne e na École Normale Supé- rieure, na qualidade de aluno residente. Regressando ao Brasil, passou a lecionar no Departamento de Filosofia da Faculdade de Filosofia, lrtras e Ciências Humanas da USp, a partir de 1962. Em 1967, doutorou-se em Filosofia com uma tese, ainda i1e_{ita, sobre "A noção da ciência em Aristôteles". De 1969 a 1170, Íez um estágio pós-doutoral na Universidade da Califór- IIia em Berkeley, realizando estudos de especialização na ârea de Lógica e Filosofia da Ciência. Em 1975, transferiu-se para a UNICAMP, onde fundou o Centro de Lógica, Epistemoúgia e História da Ciência (C.L.E.), do qual é o Càordenadór. Também criou na UNICAMP o Departamento de Filosofia, cuja chefia exerceu até 1980, e ô Curso de úestrado e Doutorado em Lógica e Filosofia da Ciência. Criou também a rcvista Manuscrr'Ío, sendo membro de sua Comissão de Reda- ção. E autor de vários artigos de lilosofia e suas preocupações filosóficas atuais dizem respeito ao tema do tromem comum e da linguagem ordinária. ttt Tércio Sampaio Ferraz Jr. é professor titular do Depar- tamento de Filosofia e Teoria Geral do Direito da Faculdade de Direito da USp. Nasceu em São paulo, em ite julfro Oe 1941. Bacharelou-se em Direito em 1964 e licenciou-se em filosofia no mesmo ano, respectivamente pela Éacutaade de Direito da USP e pela antiga Faculdade deiilosofia, Ciências e ktras da USP. Ê doutor em filosofia pela Universidade Gutenberg, de Maiz - Alemanha -, dtulo obüdo em 196g, e em direito, pela Faculdade de Direito da USp (1970). Livíos publicados/Dl'e Zweidimensionalitaet des Recàrs iMeisenheim 19701, Direito, Retórica e Comunicação «§"r"i"i, 3a. p"ri", 1973\, Conceito de Sistema no Direitó tniia" Éâ"b, 1976), Teoria da Norma lurídica (Forense, Rio'de Janiiro, lg77)', leryo9racy e Paaicipação (UnB, Brasíüa, 1979), Funçil Social da Dogmáticalurídica(RT, paulo, São 19E0). a I O conflito das filosofias* Oswaldo Porchat Pereira l. "Eu afirmo que a Verdade é tal como a escrevi: cada um de nós é medida das coisas que são e das que não são, de mil modos entretanto um do outro diferindo por isto mesmo qul e, paÍa um, umas coisas sllo e parecem, mas outras, para outro." Dessas palavras, proÍeridas por Sôcrates em nome de Protâgoras na Íamosa Apologia de Protâgoras que se encontra 1o Teeteto de Platão, não creio seja incor- reto dizer que elas antecipam, de algum modo, na história do pensa- mento, a reflexão crítica sobre o problema de que nos vamos ocupar' E é verdade, entretanto, que, ao constatar o conflito das opiniões e das verdades dos homens, umas com as outras, ao procurar mostrar que o verdadeiro é sempre, para cada homem, o que tal lhe parece e o que como tal, portanto, assume e propõe aos outros, Protâgoras não visava especificamente as oposições e divergências que dividiam o pensamento filosóIico anterior ou contemporâneo; conlotme a sua doutrina, ao contrário, tal dilerença de perspectivas sobre a verdade e o saber não configuraria mais do que um caso particular da infinda e ineduüvel (r) Aula ineugur&l do Depsrtamcnto de Filosofia da Universidode dc SÃo Paulo' proÍerida em março de 1968. Publicada na Retisto Brasileiru de Filosofio, vol' XIX, Íasc' 73, janeiromarço 1969. (1) Pletão, Teetero 166d.

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