Em A espanhola inglesa, de Miguel de Cervantes, o filho de um corsário inglês se apaixona por uma jovem espanhola raptada por seu pai. Um grande amor que será posto à prova até mesmo pela rainha da Inglaterra. A partir desta singela história de amor proibido, o autor construiu uma narrativa saborosa, cheia de reviravoltas e de desfecho surpreendente que tornou-se uma das mais representativas entre as suas Novelas Exemplares – série de 12 obras breves publicadas em 1613 e escritas em diferentes épocas pelo autor de Dom Quixote de La Mancha. Na trama, aos sete ano, Isabela é sequestrada na cidade de Cádiz por Clotaldo, cavalheiro inglês e comandante de esquadra, pai de Ricaredo. Levada para Londres, a menina é criada pela família, como se dela fizesse parte, mas apresentada socialmente como escrava. O jovem Ricaredo, no entanto, se apaixona por Isabela. A espanhola inglesa é a história desse amor impossível, vivido por dois adolescentes que não esmorecem ao fazer valer seu sentimento diante dos preconceituosos costumes e comportamentos da Espanha do século XVI. Destacando a crítica social num tom satírico, Cervantes desenha ao longo dessa novela fascinante e movimentada o tom das aventuras e desventuras em que decorreu sua própria vida.