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A era do capital improdutivo PDF

320 Pages·04.922 MB·Portuguese
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A era do capital improdutivo Ladislau Dowbor A era do capital improdutivo 2ª IMPRESSÃO 2017 outras palavras & autonomia literária ©Outras Palavras & Autonomia Literária 2017, São Paulo, para a presente edição. ©Ladislau Dowbor 2017. A publicação deste livro contou com o apoio da Fundação Perseu Abramo, ins- tituída pelo Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores em maio de 1996. Coordenação editorial: Antonio Martins; Cauê Seignemartin Ameni & Hugo Albuquerque Revisão e preparação: Patricia Cornils Capa e fi guras: Gabriela Leite Diagramação: Manuela Beloni Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Vagner Rodolfo CRB-8/9410 D744e Dowbor, Ladislau, 1941- A era do capital improdutivo: Por que oito famílias tem mais riqueza do que a metade da população do mundo? / Ladislau Dowbor. - São Paulo : Autonomia Literária, 2017. 320 p. ; 14cm x 21cm. Inclui índice. ISBN: 978-85-69536-11-6 1. Economia. 2. Acúmulo de capital. 3. Capital. I. Título. CDD 330.9 2017-316 CDU 338.1 Índice para catálogo sistemático 1. Economia : Situações e condições 330.9 2. Economia : Desenvolvimento da estrutura econômica 338.1 editora autonomia literária Rua Conselheiro Ramalho, 945 01325-001 São Paulo-SP autonomialiterá[email protected] www.autonomialiteraria.com.br Sumário Introdução .............................................................................9 Capítulo 1 A Dimensão dos Desafios .......................................................17 Capítulo 2 A Rede Mundial de Controle Corporativo .............................39 Capítulo 3 Governança Corporativa .........................................................55 Capítulo 4 O Processo Decisório e a Diluição de Responsabilidade ........69 Capítulo 5 Oligopólio Sistêmico Financeiro ............................................77 Capítulo 6 Os Paraísos Fiscais .................................................................83 Capítulo 7 O Controle Financeiro das Commodities ...............................93 Capítulo 8 A Captura do Poder Político .................................................115 Capítulo 9 Thomas Piketty: Produção e Apropriação .............................139 Capítulo 10 Apropriação do Excedente Social pelo Capital Financeiro ....153 Capítulo 11 À Procura de Rumos: Caminhos e Descaminhos ..................169 Capítulo 12 A Dimensão Brasileira: os Quatro Motores da Economia .....187 Capítulo 13 A Cronologia do Desastre .....................................................221 Capítulo 14 Visão Geral: Recuperar a Produtividade do Sistema .............245 Conclusão ...........................................................................267 Anexo – Esboço de uma Agenda ........................................277 Glossário ............................................................................295 Bibliografia .........................................................................303 Em nenhum lugar estas conexões entre finanças, desigualdade e pobreza são mais evidentes que na provisão de serviços bancários para os pobres e para famílias em dificuldades financeiras. Roosevelt Institute, Epstein e Montecino, 2016 O Brasil tem há longo tempo algumas das mais altas taxas de juros do mundo. Há um vasto corpo de literatura buscando entender as razões de taxas de juros tão elevadas. World Bank, 2016 INTRODUÇÃO Todos temos as nossas crises prediletas. São as crises dos valores, das pandemias, da demografi a, da economia, da energia, da especulação fi nanceira, da educação, da pasteurização cultural, de identidades, da banalização da vida, da miséria que explode no mundo, da falta de água que já atinge mais de um bilhão de pessoas. A questão não é mais escolher a crise que nos pareça mais ameaçadora. A verdadeira ameaça vem de uma convergência impressionante de tendências críticas, da sinergia de um conjunto de comportamentos até compreensíveis, mas profundamente irresponsáveis e frequen- temente criminosos, que assolam nossa pequena espaçonave. O objetivo geral aqui não é fazer um muro das lamentações ou um elenco das nossas desgraças. O ser humano de hoje não é signifi cativamente melhor nem pior do que foram as gerações que nos precederam. O central é que as instituições que nos regem, as regras do jogo da sociedade, tanto podem nos levar a dinâmicas extremamente positivas – por exemplo a fase da social-democra- cia entre 1945 e 1975 nos chamados países desenvolvidos – como pode nos jogar em confl itos absurdos e destrutivos, por mais tec- nologia, conhecimento e riqueza que tenhamos. O caos que progressivamente se instala no mundo está direta- mente ligado ao esgotamento de um conjunto de instituições que já não respondem às nossas necessidades de convívio produtivo e civilizado. Criou-se um hiato profundo entre os nossos avanços tec- nológicos, que foram e continuam sendo espetaculares, e a nossa capacidade de convívio civilizado, que se estagna ou até regride. Trata-se de uma disritmia sistêmica, um desajuste nos tempos. Este desafi o tem sido corretamente conceituado como crise civilizatória. | 9 A Era do Capital Improdutivo Faz parte também desta crise civilizatória o desajuste nos espaços. A economia se globalizou, com corporações transna- cionais e gigantes financeiros operando em escala mundial, enquanto os governos continuam sendo em grande parte nacio- nais e impotentes frente aos fluxos econômicos dominantes. Os instrumentos políticos de regulação permanecem fragmentados em cerca de 200 países que constituem o nosso planeta político realmente existente. Com a desorganização que disso resulta, populações inseguras buscam soluções migrando ou apoiando movimentos reacionários que julgávamos ultrapassados. O mundo está claramente maduro para uma governança pla- netária, para que volte a haver um mínimo de coerência entre os espaços da economia e os espaços da política. Os fragmentos de governança global que surgiram com a Organização das Nações Unidas (ONU), o Banco Mundial, o Fundo Monetário Inter- nacional (FMI), a Organização Mundial do Comércio (OMC) e semelhantes, ou ainda as reuniões ad hoc como as de um G8, G20 ou BRICS, claramente apontam para uma necessidade de repensar a articulação dos espaços e a geração de um sistema diferente de governança. A política sendo o que é, a tendência mais geral é buscarmos os culpados, sejam eles à direita ou à esquerda. A mídia, que hoje penetra em quase todos os domicílios do planeta, saberá navegar nos ódios que se geram. Confirmar preconceitos rende mais, em pontos de audiência, do que explicitar os problemas. Isso nos leva a personalizar os problemas em vez de compreen- der as dinâmicas. Um pouco de bom senso sugere a busca de melhor compreensão do que está dando errado e de regras do jogo que nos permitam fazer o planeta funcionar. Antes de tudo, precisamos com bom senso restabelecer o cuidado com o mau senso na política. De forma geral, política 10 |

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