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A crise sistêmica - Teses para a atualização do marxismo PDF

777 Pages·2023·5.608 MB·Portuguese
by  J. P.
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1 A CRISE SISTÊMICA Teses para a atualização do marxismo J. P. 2 3 Agradecimentos: À Minha mãe, Ao meu pai, Ao meu irmão, À Iara Gomes. Dedicatória: À Marcia Veruska, quem me iniciou na ciência e na arte. 4 5 Estou convencido de que existe apenas um caminho para eliminar esses graves males, e esse é o estabelecimento de uma economia socialista, acompanhada por um sistema educacional orientado para objetivos sociais. Em uma economia tal, os meios de produção são propriedade da própria sociedade, e utilizados de modo planejado. Uma economia planejada, que ajusta a produção às necessidades da comunidade, distribuiria o trabalho a ser feito entre todos os capazes de trabalhar, e garantiria o sustento de cada homem, mulher e criança. A educação do indivíduo, além de desenvolver suas próprias habilidades inatas, se empenharia em desenvolver nele um senso de responsabilidade por seus companheiros de humanidade, em lugar da glorificação do poder e do sucesso, como temos na sociedade atual. (Einstein A. , 2007) Nossos sonhos são os mesmos há muito tempo, Mas não há mais muito tempo pra sonhar… (Humberto Gessinger) À unilateralidade de um princípio filosófico se costuma contrapor a unilateralidade contraposta [de outro princípio filosófico]... (Hegel, Ciência da Lógica - a Doutrina da Essência, 2017, p. 203) Uma nova verdade científica não triunfa convencendo seus oponentes e fazendo com que vejam a luz, mas porque seus oponentes finalmente morrem e uma nova geração cresce familiarizada com ela. (Max Planck) 6 7 GLOSSÁRIO Apresentação, 09 A última era do capital, 13 Crise do sistema de valor, 21 A empiria dos limites internos, 41 Os macrociclos do capital, 53 A crise do dinheiro, 75 A urbanização, 99 A crise das classes, 109 O sujeito revolucionário hoje, 119 Elementos específicos da revolução permanente, 127 A função histórica dos ex-Estados ―socialistas‖, 131 China: imperialismo sui generis, 157 O fim latente das fronteiras nacionais, 177 Meio ambiente e socialismo, 181 Risco de pandemias, 185 A superestrutura subjetiva, 189 Crise da família monogâmica, 301 O despotismo esclarecido burguês, 311 Crise do Estado burguês, 319 Syriza, Podemos, Psol: o que é um partido anticapitalista, 325 Crítica ao regime leninista proposto por Moreno, 333 Reflexões sobre o partido comunista, 345 8 Esboço para um balanço do comunismo no Brasil, 363 Guerras, não crises, estimularam revoluções sociais, 377 Crise latente do aparato de repressão, 381 O partido territorial?, 397 Sobre a prática da educação, 399 A etapa histórica pós-queda do muro: em qual etapa histórica estamos?, 411 Contribuições para um programa de transição no século XXI, 415 Compreender as variações da luta de classes: categoria ―momento‖, 421 As pautas democráticas, 425 Uma só crise, 429 A transição ao socialismo, 435 A nova dialética, 447 Ensaio: Por uma dialética marxista (cosmologia), 465 Reflexões sobre O Capital, 523 APÊNDICES APÊNDICE I: Nova dialética da natureza – Crítica da Metafísica – Uma teoria de tudo, 595 APÊNDICE II: Como será o socialismo? – Manifesto de transição ao socialismo – Por um novo manifesto comunista, 707 APÊNDICE III: O Brasil está maduro para o socialismo, 743 APÊNDICE IV: Esboço sobre arte marcial e dialética, 755 Bibliografia, 763 9 APRESENTAÇÃO Esta obra é fruto de algo em torno de 15 anos de estudo. Sua produção partiu do fato de que uma resposta geral sobre o mundo contemporâneo era necessária. Ademais, valeria a pena escrever um novo livro, ainda que com conclusões iniciais e gerais, apenas se oferecesse respostas qualitativamente novas. As teses as quais cheguei parecem autorizar tal empreitada. O método utilizado foi o dialético: ir ao conjunto do material necessário e, então, rastrear seu nexo interno. Em momento algum partiu-se de hipóteses ou postulados. Pode-se dizer, em linguagem menor, que se usou procedimento empírico-dedutivo ao procurar nos dados, a partir destes, aquilo que não é dado, a verdade impalpável. Como somos frutos de nossa realidade, deve-se destacar aqui o papel do perfil nacional. Diferente do que ocorre na literatura brasileira, focada provincialmente em sua própria terra, os marxistas nacionais absorvem com voracidade toda a produção mundial no campo teórico. Forma-se um meio cultural propenso à renovação das ideias. Apesar disso, tem-se o vício de abraçar alguma importante conclusão como se fosse uma bandeira que exclui previamente outras interpretações e atualizações. Há ainda outra característica no meio brasileiro: a sua divisão entre os práticos, concentrados no resgate dos clássicos quase inquestionáveis, tendendo ao dogmatismo, e os teóricos, como erro oposto, mais ativos na renovação das ideias, tendendo ao impressionismo, ao revisionismo, ao jogo de palavras, etc. Este livro pretende, portanto, superar o sectarismo intelectual e almeja oferecer uma primeira resposta unificada sobre os temas mais caros ao marxismo. Como cenário para tal tarefa, o Brasil, talvez, é, hoje, o país mais dialético ideal e materialmente. Minha tarefa foi, por tal ponto de vista, muito mais simples. Na medida em que as polêmicas caiam em oposições – se há crise do valor ou seu maior domínio, se há estagnação secular ou crises cíclicas, se a essência humana é natural ou histórica, etc. –, deram as bases da própria superação dos problemas, ofereciam caminho para a descoberta da resolução dos opostos. Em geral, bastou abordar o objeto do debate de modo histórico para encontrar a solução; A=A e… não-A. Tratou-se, portanto, de descobrir o grau de verdade das diferentes produções, na medida em que estavam fincadas na realidade, mais do que apenas perceber erros e limites. Por outro lado, serve de mérito particular da obra reunir em um todo artístico, em totalidade, o que havia sido tratado antes apenas de modo monográfico, separado. Por isso também foi um trabalho um pouco mais fácil, embora amplo. 10 Esta obra trata da crise sistêmica do capitalismo. Tal como o escravismo e o feudalismo encontraram o limite histórico, o capital também o alcança. Assim, seja por qual ângulo observado, o sistema atual encontrou sua crise derradeira – contradição entre o grau de desenvolvimento das forças de produção e as relações de produção (e superestruturais) existentes. Mais: oferece em si próprio os elementos da primeira fase da próxima sociabilidade. Este é o primeiro sentido de transição: estamos na época de passagem possível e necessária para o modo de produção socialista. Também focamos na transição no sentido de primeira fase do socialismo: debatemos as revoluções do século XX, os aspectos gerais da transição social no regime, etc. De um lado, fazemos balanço do passado e, de outro, tentamos esboçar possíveis aspectos do futuro. No decorrer do livro, uma categoria destaca-se: a ficção, o falso. As categorias avançam para categorias fictícias. Vários autores focaram este ou aquele caráter ficcional do capitalismo contemporâneo, mas lhes faltou uma visão geral, unificada e categorial consciente. Na produção deste livro, surgiu como necessário partir da economia para, em seguida, as classes, depois a subjetividade (superestrutura subjetiva) e, então, para as organizações (superestrutura objetiva). Do contrário, teria de maneira constante de antecipar conteúdos, de remeter a outros assuntos, no lugar de uma absorção e uma exposição que avançasse e progredisse. É, enfim, o mesmo proceder de uma análise de conjuntura em uma ―análise de estrutura‖ e assim é porque a realidade social, que é histórica, tem tal hierarquia. A dialética estrutura-conjuntura também se faz presente de maneira natural e, além de formar oposição e contradição das categorias, forma principalmente a unidade entre elas, embora esta costume estar implícita no texto. A ideia de compor este livro começou quando soube que minha antiga organização política internacional, a LIT-QI, havia aprovado um debate de atualização programática; mais do que levantar novas palavras de ordem, isso significa chegar a uma concepção do que o mundo é hoje. Tal empreitada motivou o autor dessas páginas a publicar alguns de seus esboços na internet, porém, quanto mais pesquisava, mais precisei ir a fundo, aos fundamentos. Embora reivindique o partido político citado, mas não sua representação nacional, o processo de minha expulsão partidária, em base a uma dura luta de frações, foi bastante traumático e me impediu de ter qualquer participação nos debates internos. Anos depois, espero ter concluído o central da tarefa a que me propus, ou seja, dar uma explicação geral e unificada, ainda que sempre incompleta, do mundo.

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