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A Companhia Geral do Comércio do Brasil (1649-1720) - Subsídios para a História Econômica de Portugal e do Brasil PDF

44 Pages·1951·30.649 MB·Portuguese
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GUSTAVO DE FREITAS A COMPANHIA GERAL DO (OIilÉRqO r' '4 D0 BRASTL (1649 -1720]- ,o *- III COT,EEÃO DA .'R3Ñ'ISTÁ. DE HISTóBIÄ'' Sob a clireção de E. SIMöES DÊ Fá'I]LA e, ,.SÃO PAULO 1951 æMPROA/ENDO(Usade ¡6el',Û*rrrr,* Liv¡qs - LP's- CD's- DVD "o** Fitas-V ideo.Sr¡æ.TV-l$4-t PREF.ÃCIO .:li! Hâ em Histótia cerúäs pequenos 'trabalhos que, ptaças à fi- queza e precisão das fuiÍorza:.ações que veiqtlam c à'jus1,rlzi da ætm- preensão dos faúos que estudamo acabam por se tornar clássicos. Désses que diEere4t rru-titas dáczidas arúes de erwèIhecetem, e cuja otnissão, ao depois, passa a constituit f¡eresia biblioptáfica- PrcÍaciando êste Cader¡o em noûæ da REVISTA DE HIS- TÓRIA, senúinzqs gue o.estudo leito pelo PrcL. Gustavo de Frcitas sôbte a Companhia Geral de Comércio do B¡asil pertetrce a essa cate$oria de monoþtáfias lundamentais. Precisão e -se¡furança. no pesguisa¡ obstinada Aliâs, um impiedo- deo a render-se ås intenções do autor. E o resultado: ninþuén mais poder& estudar Å as r,elaç6es çometciais entre o Brasil e Pottugal no século XVII ¡i v¡\, æm teal conhecimento de causa sem úransiúat pela cuidadosa lei- qs tttra dêste trabalho. !''- qüe. nAta tH ais dtóer iaP odtotu pBaral sqilu esó é a o p soodleo bÍeecm-u nædom pornedeen dsee.r itqnupelatrnú afirme- .l "VL suas raízes, E também, a partir do século XVI e até a,ptirneita ttætade do século XIX, a História Pòttufiuêsa perd.e o s. oe e.scamoúeia a sei¡za æIonial que, através do Atlântico"e, rirrtrrid¿oa o ttonco mettoplitano. .Esúa si¡nbiose das duas .El¡rsúórias reclatna t\1 a diÍusão das pesguisas dos r'nvesfi¿iadorcs portu$uéses no Btasil, e, em Pottugal, as dos brasilertros. Bem como uma úIaboraçÁo l\\\j asúdua enfrê r¡ns e outroi. Comptova-o o ptesente ¿sluf,l \. expressiva atnostta da vipotosa historiopraÍia portu(uêsa de no-s- sos dias. \,t, _r, receu lastro gue assefrrrassè r¡Íra indispensável heSertania cantil pelo domigio das roúas narítimas contta a httan o d.a cottência. Em conseqüêtrcia, na península não iyld"l:ta ,- g:-99.9iútvi capaz de -à explor ?_ -5- -.4 - tidão capitalística de PottuSaI em conttaste com a exubetâàcia , das bur¡fuesr'as sefenfrionar's O insucesso da Cotnpanhia Getal do Btasilt apesar dos enor- mes serrrìços presfados, ainda.tfina vez ænÍinna a Iística da economiV portupuêsa. A tenta:tiva de capitais dos qìstão+novois, inspfuada por Vieita, c nômicas estão a pedit um estudo, frusfrou-se lamentàvelmente æ' mo um teste da imalutidade do capitalìvno portupuês. , Eis um ,âerúmeno capitat parà a cotnpreensão da história colonial do BrasiL Enotrne o'ptoblema do æmétcio entte a Colônia e a Me" quadtcis patatâmicos en$tenados rio corT,tplexo da vida de seu - tempo, e jamais æmo epísódios isolados que em si mesrzros pre' tetúem encontrar explicações. lVumoroqos 1contecìmentos gue an- I,o',,,,oA EDUARDT FRANÇA Professor de História lvloderna e Contemporânea da Feculclade de ¡'ilo-sofia da Universiãade ' de S' Paulo. nizaçÁq q p-essga{ ..Os..c-ornåo¡'os,, Sua. cog'tple¡ælelúa', ção em- .L.,i¡s4b4oidàa pQoers fuotas esúran¡leiras para a tedísttibuição ,dos- ptodutos pelos mercados eiropeus. E sobtetudo, sua erosão ine- xotâvel þela -piratatia e pelos desasú¡es. O mau Íwrcion4g3ente' do sistema de comunicações cnloniais,.talvez por c:a1êñcìa do ci- "--- J-rrml"seã4otto'à .q..pcict z-J¿ß."tna",,"qon.osft"isu fumae lalr.o Í¡e ned.q a:u ipg¡arrdcrg. sa,l æ4-çêaanbdo-ou-.9 e. ,.o pl e.alalu if1i:î ;t;* I I I Í J' I nj2açãç.. lina(, it:rcor,porada ) Cotôa em 7664. fnat@u urna te- ¡lressãg .ideliz.ao esúrerTo tporapolismo réEio, estilo .sécuúo. XVI. ñ - -.-r_ _.__:^1_:__ É^1A-^:^ ---¿l^1a61ì^^ I . OS AIVTECEDENTES (1640-1649) , . I . . .'Enião um dos,aasistentes (a conselho, na presença de-- - D. João fV), vestido da roupeta da Sociedade, em que o,puído. e es- verdeado contrastava com o brilhante dos trajos cortezãos, levantou- -se pâra adver.lir que da fé vivþn os inquiéidores, mas que os pa- dres da Companhia por ela' mó'rriam: entre os dois grêmios a di- ferença €ra essa. . Daquêle momento em diante a Inquisição por- tuguêsa tinha encontrado pode dizer-se que o seu primeiro adver- sário..." (1) Êsse adversário, tão poderoso que chegou pòt.- " perigo'h piópria existência, do Santro Ofício", era Antônio Vieira. -, A rive,lidade entre a fnquisição e a Companhia de Jesús vinha de longe dos primeiros tempos rri introdução em Portugal do - tribunal da f.é. "Queçtões de primazia" as dividiarr., diz o ilust¡e Lúcio de Azevedo. Sim, aparentemente. Mas o dissídio era ûrais profundo, tinha taizes na própria ¡atureza de cada um, dos institutos:,' Em primeiro'lugar, er€ún os dois mais èficientes fautores da Contra-Reforma oficiais do mesmo ofício... Rivais, pois. Co. - no objetivo, mas tão diferentes no espírito e nos métodos! -mungando LIma integrada em otdem antiga, brazonada de. velhas tradi- çóes de ptimana intelectual, séria, dogmá'lica; corr,o depositária da verdade que o Doutor Angélico para serrþre ordenara numa de- finitiva catedral. M,cdeina a Sociedade, em qu,e' so.b uma castçense disciplina, se fundem, como no caráter espanhol do seu criádor, os contrários: uma especulação metafísicâ desinteressada; um espírito missioná- rio que leva ao ánônimo sacrif(cio no sertáo e um realismo' que se adapta aos negócios do mundo como a pêle ao corpo. Quixote e Sancho.. . \ A uma e outra importava extinguir a he¡esia o Santo Ofício - cirùrgiðamentg extirpando-a como se corta e exúai um tr¡ào,r; o (1). - VII. D. 243, _ -8- -,9.: Jesuíta mèdicament", p"t" pe¡suação, pela doutrinaÇão, pela . E é também de admitir que, sem Antônio Vieira, a¡ Compa- ".pi.- ção e até, homeopàt*icamente, pela transigência e iniiltração no, nhia sie não atrevesse-a pâtrocinar a causa dos herejes, nem a afron- cempo âdv€rso. . . tar o SanteOfício ¡essar matéria, senão datgunìa forma tímida e O Tribunal era rígido, severo, cego e fatal, çomo a triste figu- indi¡eta. Já em tempo de Filipe IV cs defendera (5); mas os ra da Justiça que os homens inventaram. Não, decerto, proposi- documentos estudadcs pelo Pe. Francisco Rodrigues mostram que tevaa disnaifomle, exqníuvteee lec. xruRigeoialb. osEte imnasptéarce, i àámv seault,aé q rmuiaea pnnreãioimr 4pa ob.ie.li.na i gpFnaaor;za èmrd, aonsrê mdaeu mt ohmoeeráertj iecnoso,, oqasu oedf iereingrseainvmtae so.d sdc a ing qSrauonicsdiiededo ap.rdreees g aqanduteoesrm s( e6il a)a.dè usuzEst atan rãoaom s seqenu-meti m feuexnnudltatoam rn¿earncnti oocn,o amjál, impregnado dq sarro, medievo. diziam os inimigos A Co.mpanhia de Jesús, internacional g missionária, filosofava,. , Certo é que na questão das maçãs de Évora, que subiu a Roma pregava, -ensinava, confessava, jarmais àusen.te, sempre militante- e provocou uma enérgica intervenção do rei a'favor da Inquisição, foram os inaciaeros acusados de se socorierem.da aj.uda'.da gênte Dêsse seu espíri,to aberto a todos os horizontes, dessa sua vida mul- i tiforme e ativag lhe vinha certa tolerância nem sempre cautelosa, de nação (7); " que o Padre Antônio Vi,eira, atacando o Santo- I -', uma plasticidade tal que, por vêzes, escandalizava, corno no caso Ofício no mais vivgl{o seu cerne, fazia chegar às mãos de Ð. Toão i célebre dos ritos sínicos, e que o jansenisr'a Pascal implacàvelmen- fV um papel anôríirno advogando o perdão'geral d.os ! .,-.',,,, i,!.,.," 'utem l hhea cvíoenrbaelirsom.uo ,nvaibsr aPnrtoev in(c2i)a.f eAsn. te. s. , pOor qquuee i mniãsocu eídxoclsu ínao, psoércéumlo,, vpcros,c êas isguuáq. lidsS:ra--"dä'ieÊ-.rî -ï'daiÈre''i'. ¡dniraelri toI. .s apo-a rma eêslemso e t eam. mpôo qd,irf"i co. çAá=sor s¡."rre qa /1"" ,..: os jesuítas auscultavam, e sentiám, o sofrimento da naçãor'não sô Companhia junto' do Geral deligenciava. obter do Pontífice esta f ) \\l' '.r materialmente oprimida, mas moralnr,ente vexada, pelo domínio mesma .m-^lo:Íd:^if-i^cãa: ção xd^o^s ^e^s+ti:l1o^s^ :-in^,q-:-u:+is^i-t:^o:r^i a"i s /(\o"8.',\)f .. II castelhano. Daí o seu papel 4a reyolução de 1640 (3). Estavarn abertas as hostilidades. E, nelas, du¡ante a maiot' {Ni- Daí tambem que enquanto, o Santo Ofício fornecia um in-. parte da suâ larga' vida, não deiicu quase nunca Visira, ccm é quisidar às cabalas cas-t elhe,nas contra D. João IV tanto con- seu gênio impetüoSo, de atacar, reduzind.o. a fnquisição¡ ellâs€ SErn¡ ¡. corressem pata a consolidação da independência reco-n quiçtada: já i 'pre, a um.ã) defensiva mais ou menos ef.icaz, embora por fim ven- pela sua ação na defesa, recuperação, organizaç-ao e unificação do i -csdora. Brasil (a proteção do índio tinha, não só um caráte¡ humanitário, l( ) 'tudpero tsoemlítaicdoa,- rnnoa sr eiunmo praersau lctaodmo ousn cifriicsatánotse )n; ojváo sp, edlea cinotneglriagÇeanmtee nattoi-, i rlo go N2fo ei-s atace Olsu atga êg uneeinortr rade .e :eo Vn Stireeai nroato. T .O r.ifbícuinoa el ea aC o"gmepnesn"h hiae bdfaeç -êT,e. súés, que I ! mestra dos acontecimentos a personaìÍdaõ-,-d-ó p"e;" ét i aproxr'' k I Ilr iVieira. imedia- it Inaciano p-or vocação, Xbsolutamente dedicaclo à Companh : de Évora por mô¡ de saber-se quem teria preferência na compra ,I t!;: viveu, contudo, intensamenterno sécutro, e o seu grande fraco foi àlÍ r dum lote de maçãs; conflito que, aliás, não e¡a já, naquela cidade, 'Porque; i o primeirp, com idêntidos - e tão graves... -Jundamentos (4)- {l de eçáo (9)te, óIqougÞe aeo t rsiberuvniçoo, ed¡aa afçuãnod aprônse nota slmeue nptoed uermos hoo g,mêneimo 'l ¡¡erbal . f-i" r ij Homem de ação, sim, mas não à maneira, inglêsa ou america- na, do chefe de emprêsa ou do leadet parlamentar, que empìri- ,IJ camente se dobra e arnolda à realidade qüotidianar e com ela vai a¡Iclsetsoalrso a silro ploou Lclattsé -r¿ tuer od éTbcehièsq -u € c-a nDdeeisa so ralglola ecss Þáf r1it8o5 0rì, aPcalorDfsa, l1 (9V30., IpI.. 2J0e6l-t2n0eSk)., ((58)).. -- VriIIIrI,, pp.. 2848+:.8?. (7), - CX, 2;r sér'ie (1640-1647), p. 440. (8). - VII, p. 244-241; teor rlo papel em, I-XXXII, tomo II, p. 29-i1?. (1040(4-1)6. 4-7 ), Spô.b r4e4 0e-4s4tâ1.s questões V. VII, p.24:2-243; VIII, p. 321; gX, 2;r sérle (9). - d.¡et'arimdm ea Xçlriã¿n)oco(.Vi odnIIaef,l l s¡ptla$.,¡ 6ee9i r-7ue2ûd, ìo lna, srIltrsioste taa n"tl omq slureeáu,vs.eseul bdrJeeetsrêcatoitvnoibs meÞcsoel c'eeo lpcóoognricissoisd ode resa e-Vo p iee"lurrdame, X .$rf-r 10 lf- \I ./. - / 't3'' Ì \ tecendo a sua teia ou fazendo o seu jôgo. Homem de ação nu Tudo coisas que se adquirem co,m dinheiro. lNapoleã , gue devia Ë! -r-l \'' estilo aventu¡eiro e heróico dum_Cavaleirõ da Triste-i.igur;;;: sa'be¡ da matéria, três elementos só requeria t'qra gaf ar batalhas: i de criad.or de arquiteturas id.eaìs, q;; ;"d;";samente e¡gue na dinheirq dinheiro e dinhei¡o. . . L \. , :,u . .i idmaadggin adçeã op'e orssu palçaãnqo sd d.e d iinagléetnictae, rfbáubsriccaa , ime pl.c&groo,s a, fp^ozdúear dseulergniar cnio- Or4 posta-a questão em têrmos milita¡es: a "frente" depende { jr- lÌ l l¿rJ ',' s contra o rnundo das coisas seàsíveis. Éxtraordinário poeìa do Y- -¡\r l .\ r.í\',: ._; l1/nacteôohg odomir au,s se sa uaeas assfha muvu,aláhmo ropiiidualrdao seod epsuigr z iirsroteptesiara aêlei sdnaaaagctsdiaev enrpidtosaoa urlddí at-eoimc , a :e nspsn-upooomar uç sa doed i nscieptcoi lmoiosd¡maedo nâ áottntoe iccs midaeaa'up sqd o-g.euo êmi-stno s i oqeq euuüpmseel , , os eJoqfaém,ùnitmahipcoseoese., amb reeoru cdJaoédr oia1r 6ed4so0 e,m st'timrlaaagnnrgõdesairo o qstur ieeu noof qsC oaonn sRimeelhei,o pad-o arc odFneatciznreeunt¿odc a d oefa ç2sae4 u cd hceoa .dmmeéazrrec mioo,s- ( ,, ..þ1Ii., "' Cquoert eas ãRoe s(1ta0u)r avçeãioo' sae peôsrt ¡ni¡oiu nrao sssôob tr€em upmoa e rme aelivdiaddêen ceiac o-n.aôm icsaa,b e"ro, ,soeugtruorsasnidmo -alh etrsa ztoedt oa rorn abso,m p óalcvoolrhaim ee nmtuon ieçõ feasv, oar;s eq ugàri¡se soes tchoensv pidae- . base no garáo po,r justo preço nos direitos que deverem, além de se lhes :1gï "., fazer mercê" (L2). nsclencla Pouco depois, por provisão régia de 21 de janeiro de 1641, I ciência e a Yoz pro,fética que a expali cRitaaz ásoão as de Viei¡a declar¿: "Me pÍaz e hei por, berri de conceder. licença para gue tôdas.e quaisquer pessoas, de qualquer naçã-o, estado, profissão e rial de 1643, semþre o Jesuíta insistiu' condição que seja, possam livrementé vir a êstes Reinos com suas amento do comércio nos são indispen- naus, embarcações, mercad,crias e èrnpregos, de tôdas as sortes, procela e sobreviver como nação in- gêneros e-fábricas que forem, ou mandá-las debaixo de seus nomes mais largou e teimosamente foi pro. próprios ou dê out¡os tercei¡os e comissários, dirigidas aos corres- er vingar a suâ-.expFessão prática, na pondentes gue lhes parecer, e tirar dêstes Reinos o procedido das do Brasil ,ltt). i ; ditas mercadorias € empreg.os, quando e como lhes estiVer bem, pedir opinião_ gos fatos s .¿qs' ¡ír- sem èmbargo das proibições que :até agora havia, que levanto, e - hei por levantedag por esta minha Provisão, para que o comércio Porque, enfim, as nações, como os indivíduos, têm uma vida seja franco e geral a.lodos, sem que se lhes faça embargo, represália . €spiritual, moral, in.'electual e física, mas também uma vida eco- ou moléstia alguma; pagando sòmente à minha Fazenda os direitos ¡rômica. devidos e costumados. E,p¡or.neto debai=q de minha palavra e fé Quando D. João IV sobe ao poder, a grande, a, imediata rea_ Real de cumprir e mandar c{rmprir e guardar inteira e infalìvelmente lidade é a guerra" A guerra fazem-na os homens mas os homens tudo que nesta Provisão se contém..." (13) comem, bebem, vestem e, para lutar, precisam a-r mas e munições. A 22 de fevereiro reduz a um, de 500 rs. por moio, os 4 di' reitog que os estrangeiros pagavam pelo sal que lev'avam de Po¡- (10). -- xxrrr. tugal (14). Eis um,a das primeiras, mais instantes preocupações: rèatar, intensificar o tráfico com o es'tangeiro, sem c'qual a nação, defi- citária em alimentos (cereais, bacalhau) e sob¡etudo em produtos ¡ranufaturados, não poderia manter-se, viver, guerrear. Mas o que se compra, paga-se. Não tínl¡arnos tesouro escon- dido rnas utrn'e¡ário sugado; não tínhamos mioas de ouro ou de prata-; não tínhamos capitais a rende¡ no eStrangeiro; ainrl¡ se não inventara a exportação invisível pelo turismo...; só podíarnos :' impo.rtar-exportando. (12r. - Cx, t. tte 1G40.1047; p. ]2; qVII, t'. I,Il, p; 2. ((1134)).. - IIdileomm,, Pp.. 8?74.. - 12- -. -13- E que teríamos nós para expor.'ar? Larar¡'as, limões, lãs, amêndoas, figog passas, presuntos, Sebo, peixe salgad.c¡ sal, azeite : ; Se, pois; þodemos calcular, para ö úliimo quartel do séculq e vinho (15). uma exporteção total de cê¡ca de 18.000 pipas de vinho; bem pe : ,. äemog sem pessimismo supcr uma exportação de. 10:000 pipas Porém, de todos êstes gêneros, os mais importanteç (vinho à parte), - sal, frutas, sasi¡¿ - s4íam em diminuto valor (16). qanuuea ais 6e0n rtrse. a1 6c4a0n aed a1 6(2550). , Opure sfaezja tm8O 3 .ð0o00n.t0o0s0. Idseto céa,n oa dtaosle (l2 d4a)s' Do vinhq qge yeio mais tarde a exporter-se em quantidades 'saídas de prgdutcsr metropolitanos não deve andar muilo longe conside¡áveis, e que já seguramente eta, em tempo de D.. Jc,ãg lty, dcs 200 contos. t ô nosso principal produto, podemos fazer idéia do que'vendehía- Ora o valo¡ das nossas imporlações, no final do século XVII' mos, sabendo que, entre 1678 e 1687, enviamos para fnglaterra, em quando jâ em paz com a Espanha, cscilaria entre 250.000 e 450.000 média,7.700 pipas devinho doFôrto por ano (17). Ora pêlo mapã do librap (26). Bem maiores liaviam de ser es necessidades na quarta década da centúria; imaginemos que da ordem das 500.000 libras tão só. Assi¡n me,smo te¡emos uma importação de mais de mil contos (27). Para pagar a diferença enorme o, ativo e o passivo da "it"e þ¿lîn3a cor,nercial,' só um recurso ,havia: a venda dos produtos coloniais. ./ Não se disparatado c¿,lcular-a exportação de vinbos Para Da India, quase tol,?'lmente perdida, não nos vinham, contu- // s _re s-:_antes europeus em m.etade da que f.azíamos para do, maiS de,entre 1e 4 naus carregados por ano (o limite de 4 é . Essa Será a situação em 1731, p¿ra a totalidade de,¡.eino, segundo cômputo da época (20). Na ver- Fr e ftália, países produtores, nenhum comprariam [o quq te, se pode, aliás, deduzir des refe¡ências de D. Ltljz da Cunha (21)l e a Holanda (por cujo intermédio se faziam as saídas para os mais países do norte) sacava de Portugal muito mencs vinho do que.a fnglaterra (como p6¡ra um século passado, se infere dos têrmcs em que informa o mesmo dþlomata) (22). . - Atenie-sg porém, em que aquêle número de 11.800 pipas se refere ao último guartel do çéculo XVII.. Muitíssirno outra havia de ser a, situaéão' nos primeiros anos do reinàdo de D. João IV. Um indício nos é fornecido- pelo preço de vinho em Lisboa, que no 3.o q.uartel do século XVII se mantinha quase o mesmo que em 1605, havendo o custb da vida em geral iubido mais de IOO% (23). a um pleço a 1650 (o. ,XV(I1IIõ; ),m -a s I,o) wquIIa,d rop .a l8e6vl-a8 7s.e Rr eofe mree-ìs.:me,o éum cal,a croe nätú pliarl maneteirsa. metaale do século cogs n8's(õ((((12111tdi/90t?86du)) )))r..l... a e -----ms. t a vvDVanN,.Þto,e oceppsp.n ...sa r ? ee4s3648p8. 96¡93url8eD..i,sr 'dseno no Lttaõq&Vau oloa2 .dsr toep lot odrt qav llsn édhcaous -l(oe\2 x,X,p ÞoVr.tI aI4çI0,õ2 e-4os6 9sp)a.a l-i,à ,á -aVs .f Irnnugottlaaas te2 e3rr. ao, as;ezneditoe 41C0.2 +', , 2 ((((.22e22 4Cã7 0)n)).f.,.)oi '..---t. a -.-L, 'ILPXC2¡- oa,Yd pfr,heT..ap ô o3p'-.â4ll ì..oe. 3.f4lsi,4tb1i 5¡3tmr-.t3aa4a ,8dpd ea(oa a n2cSe op2xn8o.f 5.rItÖ r7ris)l01 it -.ôtcLl oodT mbvLoso. ¡r ¡.r trefl.rsrfûel¡toosu l,fd gaT lrä.el tcei!qr aóçsã :Doo mVo,n áet ápr:i aS ScAle, Dere(((n222t312ò)))r...l a---m eLLLnXXxtevVX IqIXIIu,, Ie ,p p €p..' .88I n967.-g79l0.a .-t errEam n o1s6 õn{ã; o.A c.notmôDplroa ,lvaqle oSuotursaa ,c tolels aM 'adcee dsou basftiârm,ncalvaa" - .((q(2B2s8O0t)l.)):¡:,. "¿-:-;: ,[l-xLeX)JäC(, ti,;rr Ir,pru;,. 1. -.c.1p.o ?,Iú 4l? f:rd.2ópo.¡:,, i ' t:vr1e ?or-0sl_.e i? f1.c'.o,-r n Vae rin Dfooftran a2e3.ão de Vielra. no LXXXII. t. que neo fôsse açúcer. (doc. 77). ïII, p. 1?0. l4': -:'15'"- - Quanto dêsse açúca,r seria so.lici:ado pel,o consumo mefropoli- Por ouirq lado, a parte do coñ-ércio brasileiro nas receitas fis- tan'q e quanto ficaria livre para a expor',::ação? cais do Estado era conside¡ável . ) O consumo atual é de menos de 12 quilos por pessoa e ano, em média. fsto sendo o preço de uns 5$00 por quilo, números re- dondos- (açúcar ¡acionado) . - O¡a o gasto do açúcar é hoje enorme em comparação com o de há 300 anos, pcr vários motivos, entre os quais avul.a a gene- iI.¡-....,+!.,,. ( ralizaçáo e popularização do uso do café. t. 'No meados do século XVII, sem tal solici.raçáo para o consu- moi acrescia que o preço era proibitivo para a maioria das gentes. Cotava-se a arroba em Lisboa em à volta de 2$00O rs. 130 rs, ¿s notícias dos dccumentos da época, conccrrem para se receber o qu'Ailsos.i rVrra; lacr caatpuiatal Çdãeo ddigea m3o ksg 2. 8p$o0r0 a(n3o3 j)á. ser'á , dec-e rto, ,bem çpcãosor idmvoep rodasantdôoensii,rm aao, b esa outartvrcni¡db odésma p Rpeealalraast icco'on n¡ es'diigen.na Iadaço óC edsoo,u. tR ,,denesã topa oucrthtauedpgoaar,lm, ad neâuS qnSuc€eaf: favo¡ecida (34). Para uma pcpulaçáo de 1.200.000 pessoas (35), até o Rei ou o Pcvo" (40). teremos 3.600.000 kg., cu.sejam 240.000 arrobas Para alívio desta pobreza muito concorrra o Brasil. Que fôssem 500.000; Ainda fic¿,ria entre 1 milhão e milhão e Segundo Figueiredci Falcão, na ¡eceita total de 1607, de mummeaii sov addsleo 4ra rdaroe b6 2a ms aipl 3acr oamn ticolhosól oedcseã rdr éneios l ibe(3rsa6trsa) .n--g eiisroto. Qéu, aalq puaerr tciro idsda cLo6m42o, e2én4 '.r rtdaçev'7a 8e .os0t 0aBn0rc$ao0s 0dil o¡ios p ¡a(n,a u62 bö)r .ac oEsnimlt)o s(1 46(41192) .d dEee m2re8 .n14d60i01m$8e0 jnOâ- Reduzamos ainda tudo .a' metade, desconfiando, com Lúcio de Azevedo (37), que haja exagêro nos números quer da produção qnuoe cr odma,éerxcpioo retxatçeãrnoo: ,a finicdaa coo nvsaidloerr adboil ísasçiúmcoa.r, como meio Çe troca guintNesã; om paoss sêusitmeo ssã od aednogsa neasdtaotríessti.cos idênticros para oò aRos se-, Acresce que o Brasil nos co'nsumie,, além de sal e azei'r-, vi- O regdim.ento do pau brasil rnanteve-se estacionário nos 24 "nho, : que, havendo navegação para levá-lq não seria exagêro contos por ano (44). -tabaco: computar em, nessa época, outro tanto como aquêle que podería- Acresceu d"pq¡ a receita do estanco do 12.800$OO mosìolocar nos mercados europew, ou quase vinho que não- em L642 (45). era jâ moed¿, de compra- nos países do norte,- ,p orque excedia a sua capacidade de absorçáq e que, t¡ocado pelo ouro branco ou Quanto aos dízimos, porém, lada pode significar o montante mascavado brasileiro, passava a valer, por via dês!e, como instn-* dêles - porque ficavam no tsrasil com tôdas as mais receilas que lá se arrecadassern" e nunca chegevam: nada sobrava para etttiât mento de troca. no lesourq nada vinha "à árca', como então se dizia (46): O lucro fiscal para-a Corôa so pode procgrar-se, poic, no que .,.¡ tze(v3e3t)lo. ,- 1 30.A r' sa.l' acloisr,rçeãeop oén apleerlloan b¡ aeb'1<4o$. 0S0è rdviend 1o9-n2o8s ( Val,o sp c. á4,l7cu0l)o.s O drea ,L oúc ptoo ddeer rendam as imposiçóes no Reino sôbre'as mercadorias importadas a,qulsitlúo do dinheiro ê hoje de nrenos de metaale que em 1924" E o preqo tio do Brasil . agrlcar no mercado livre (11$fi) o ke.) é mals tlo tlobro de 1928. Por outro ceararn idnheo . ic0h0e rgsam, q(LjsX aXo XmIe s, mpo. rnes) utl tautmlo: qou ilÞorgerçaom dae duem apçaúrc etlre vsaalplaa,t opso'eism, u1m&5a2, cçq&õuloca:uCr ltba3ard4 a)op.n sac-., ortseO ed îcoeo gnprsrgeusçn)o¡ o dd eme ép udountocs o b smm¿r apAiasnt ogasloe - la2 kéog u,h osclejeeJ aa("çc úohcnoasJrlet l,pe morarna pdiseàs dstoeOa ,dq aaun eau a oplsmo ep28nu$tlae00-. Juro((s33, 98t)e).. n -ç - aLd/,;X oVord.I2Ie,5n 7apd.; o4Xs3 L;e VL ,o, uppt..r a3Us?5 8c eo( n"s,se.i.gsasrr .a, nçLàõXzeeXsl¡.dX..a)I ;, r eLpaX.t X1to0Xt4å,I .,l3 mtp?e-.n8 t13e68 0,e -3xB6ãa19_u.rsta nos -Pea ml.mlrN ta((tou33as,5n6 :ln) o).)t.. i ioe-SL- 's iI3\ma,4¡ ft,õ4ôS egp0dpSo. o.. a 3q1N8s0u5s03o0et. tm!, ea nLa rornvs issoecoô Íl p.obp( 1e rVootõrldr, e-n Xea piAI t Iic.-sEz 1os3ecÍnC0,vo4r1e np3,stor)lee.omre ,eln dlpde eeAvlraor 8 q obou eleacmán al& cl nu,b flooian rlamI nOaçtl daePo d1 ca,mo3um0et0oel.tforric ) 0diat loael e'1iPls.a5tain0v,0oer.fs0lars0ote0t,' p. 19((((44448.¡120r)))).... ---- LCLLiXxXvx,Lr ol,xú of,dl l..e p6 IAI.1 ,. 2ô8pd..s 1ô99 :tr.szctrda o IÈ€Ðl PstrlDônlo, apud Itf, vol. II, Négociant", considerados ótimos clientcs, não só das sêtlas e velutlos de Tours (44). - Como se r'ê do L, p. 1!2. ref sL i(ãxox, xclo, mop .d 2e9 t0o).dos os "monos" que enchiam os armazens ale motlas tle Pa: ((446õ))., -- DVo, cÞ. .8 2180.. \ :l.Ft -t$- Ora, o açúcar dava à Fazènda, em direitos d alcavalas, diretos ni"r'i"tr... ó." par"""-nos que ämËas. as teses são parcialmente e indiretos, 25/o do seu valcr (47), vâlor; aliás, considerabilíssimo, e até que uma comprova a outra. , g como se mostrou. ressurgimento da frota meocänie nacional no primeiro qgar- , 4D o- raOcsio ncíúnmioe reosst aetíxs¡triocsoi. oàs ¡seãaol¡i dpaodréem in, temrepró.ae'¡mne-snete v páortioensc ioabiss.- -gtefal çdâos saé ccuolnot inXuVadIIa -f.á br..icoa*o ei 4C*_ogrtre,açisio'd_e puremtean ddeez e- na éd ed ee satdamleiirtoirs, ao longo da costa. pontinuada me táculos... - por todo o século, Sr¡ pelo menos (é Deixemos de parte a.insuficiência e ince¡teza dos dados (quan- meados dêle. Porque, de contrário, n tas vêzes contraditórios) sôbre que o historiador tem de t¡aba- ì i.r' lhar. Abstraiemos das calamidades que, por- vêzes, impediam ou manter-nos nas possessõês ultramarinas, .. ',J dimrnuiam a, produção do Brasil: as ¡nás saf¡as (48), as- epidemias unmcsa f eúintcicsa tãgroa mavau dltea daoçsúc parrê, scaosm ô naão m de varíola devastadoras de negros (49), ,os ataques de inimigoq - acompanhados de destruiçãp de engenhcs (50), etc. Trata-se,. afi- mfinairtain.h .a . inMicáiasl-, dveincdaad êdnec iqau ienxhiesntioto sn,o in nal, de causas fortr¡itas ou acide¡tais. d . Mas alguma coisa de constante ameaçava sè¡iamente o co- ,da nossa frota mercante tinha curtíssim fabrico e de querenas, já, sobretudo, pe perdas que nela causava o inimigo, abrindo b¡echas que se colma- tavam com novas const-r ucões; e o que isto onerava a economia ,", \t nacional pcde surpor-se. /-':), rü Quer dizer, de tôdas as soluções possíveis e tentadas .S¿. 'para impedir o desaparecimento da nossa navega-ç ão, só rrma re-a l- '\ ,1.. \r \I inimigos que a pirataria se organiza e que, sobretudo'c.om as mente era eficaz: construir novos barcos. t¡ companhia-s .coloniais, te.m' fôrça sufic,iente para; quqr. em etaques O remédio, sôbre caro, tinha contudo, ainda o incoveniente -" isolados, quer em expedições, destruir oe; âpr€sâr, sistemàticarnen- de não cura¡ outro mal concomitante: o da perda das mercado- t lC¡t.l "'. i, 1er."9¡ ffrroottaass,g queu_e ff.1azzesnrqy,.,9o-,pggr*ér.9io .q!31ap4rinTr ..,. : nriraesn qtPaucrer ias ôs soto ,n ndaeevlasiogdsee mtDr .ad -no ss Jpboaoãrrcoto aIsIs I(,s5 se5em) ,b u.d simcaimnu oiru tara tso nmeelazginehma sd: êalue-s l,*-'.-^y'tri- . j:' 1/".r;!:l ¡i (56), artilrarèm'€ os navios (57), navegarem de conse-rva (5g), I navegarem livremente (59). 'r'il ;: . ràm,,pqr- ação.,doS. boland,efes,"300,baroos,de. comércio (53).; u¡ativa er , pepo-is dè, 1640 náo þelhorou, a.i sitr¡açflo,. A4tes. piorou. -Já' bas rosa para erra, .mseanrãeos ve1efnos.adiante'emque.assustadorestêrmos:,.:.l tôd inimigas, d.os Para obv.iar a .estas pérdas :a que,¡ se somarvam as, causadas Pro oseasro forte para - . \ Esta atividade de estalei¡os portuguêses foi afirmada por Jaime Cortesão (54), com base pa "Descripción de las costas y puertos .* de Españat', de Pedro Teixeira Albernaz, esc¡ita cêrca de 1630, 1 em. ccr.rtraposição à vulgarizada tese de decadência da nossa - ' in L()4O?L( II-I LX, vol. I, p. 1E3; "l\fémoire Touchant le Conlinerce'de Portugal', '\i\IJr -' (((((l(v44555ár892013 ))))))...... ------ DPxAFfdoo-rpoo\crruxt.tv.urr r,.ln 1 v)aa1Q.tte4o Q;3 -e(cUftl\ce-'.,1 A68lpm1, ,e 1ii7tnl3a .,C EXl,6 1t667rtõa-1 6di 8g3 ,l opr.t u3r6a4l,; ett.e jI IL 'q . i439 e 5q3. i dt-ee' m 1p((455o-988 d)-).1.e 6-- 4D 8E.)r ;' gxJotlrgllãou:oincr -g.sI1rIelI0g ; å e.dL_rté,Dr ì h.pA a.St-.m1em9¡e-e1qtn.d.staoti, ã eoo) b;c .eX reXta Xt .Tt oVcnie,t rsad.o,,g cêp-.m .n .4p"J r92e 9ses6 u; 4pX4uC0D Ih(ìd-api s-ap.-o 2slZibigle õr(cectsaa rdntoao -.wrr1 ,^ ¡lo ñorrôÈoôã^ F !,Âr ñÀi^-+^ i^¿^ Otñ

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