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A ciência como profissão: médicos, bacharéis e cientistas no Brasil (1895-1935) PDF

2006·0.76 MB·Portuguese
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A ciência como profissão médicos, bacharéis e cientistas no Brasil (1895-1935) Dominichi Miranda de Sá SciELO Books / SciELO Livros / SciELO Libros SÁ, D.M. A ciência como profissão: médicos, bacharéis e cientistas no Brasil (1895-1935) [online]. Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ, 2006, 216 p. História e Saúde collection. ISBN: 978-85-541-308-1. https://doi.org/10.7476/9788575413081. All the contents of this work, except where otherwise noted, is licensed under a Creative Commons Attribution 4.0 International license. Todo o conteúdo deste trabalho, exceto quando houver ressalva, é publicado sob a licença Creative Commons Atribição 4.0. Todo el contenido de esta obra, excepto donde se indique lo contrario, está bajo licencia de la licencia Creative Commons Reconocimento 4.0. A Ciência como Profissão médicos, bacharéis e cientistas no Brasil (1895-1935) 1 FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ Presidente Paulo Marchiori Buss Vice-Presidente de Ensino, Informação e Comunicação Maria do Carmo Leal EDITORA FIOCRUZ Diretora Maria do Carmo Leal Editor Executivo João Carlos Canossa Pereira Mendes Editores Científicos Nísia Trindade Lima e Ricardo Ventura Santos Conselho Editorial Carlos E. A. Coimbra Jr. Gerson Oliveira Penna Gilberto Hochman Lígia Vieira da Silva Maria Cecília de Souza Minayo Maria Elizabeth Lopes Moreira Pedro Lagerblad de Oliveira Ricardo Lourenço de Oliveira Coleção História e Saúde Editores Responsáveis: Jaime L. Benchimol Flavio C. Edler Gilberto Hochman A Ciência como Profissão médicos, bacharéis e cientistas no Brasil (1895-1935) Dominichi Miranda de Sá Copyright © 2006 da autora Todos os direitos desta edição reservados à FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ / EDITORA ISBN: 85-7541-077-6 Capa e projeto gráfico Angélica Mello, Guilherme Ashton e Daniel Pose Ilustração da capa Posse de Oswaldo Cruz na Academia Brasileira de Letras em 26 de junho de 1913, Rio de Janeiro. Acervo da Casa de Oswaldo Cruz, Departamento de Arquivo e Documentação [IOC (OC) 5-4]. Editoração eletrônica Guilherme Ashton Supervisão editorial Janaina S. Silva Catalogação-na-fonte Centro de Informação Científica e Tecnológica Biblioteca da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca S111c Sá, Dominichi Miranda de A ciência como profissão: médicos, bacharéis e cientistas no Brasil (1895-1935). / Dominichi Miranda de Sá. – Rio de Janeiro: Editora Fiocruz, 2006. 216 p. il. (Coleção História e Saúde) 1. Médicos-história. 2. Ciência-história. 3. Ciências da saúde. 4. Ocupações em saúde. 5. História do século 20. I. Título. CDD - 20.ed. – 362.10230981 2006 EDITORA FIOCRUZ Av. Brasil, 4036 – 1o andar – sala 112 – Manguinhos 21040-361 – Rio de Janeiro – RJ Tel.: (21) 3882-9039 e 3882-9041 Telefax: (21) 3882-9006 e-mail: [email protected] http://www.fiocruz.br/editora Aos meus pais, Carlito e Marilda, e ao Fernando com todo o amor que houver nessa vida! S umário Prefácio................................................................................................9 Apresentação..................................................................................... 13 1. Os Intelectuais: história e polêmicas............................................. 21 2. A Sociedade Culta da Capital Federal ............................................. 33 3. Entreato: os expoentes da cultura literária..................................... 61 4. A Generalidade em Crise................................................................ 73 5. Uma Multidão de Idéias Novas...................................................... 89 6. A Crítica da Razão Pomposa........................................................ 107 7. Academias e Sociabilidades ......................................................... 143 Conclusão ....................................................................................... 183 Referências Bibliográficas................................................................ 189 Índice Onomástico .......................................................................... 209 7 P refácio Venho das últimas gerações da monarquia. Assisti aos cinco anos às primeiras festas da República. Penso que o país deve um grande serviço à minha geração: foi a primeira a descrer das "fabulosas riquezas" do Brasil, para começar a crer nas "decisivas possibilidades do trabalho". Recebemos a noção de que um moço bem nascido e bem criado não devia precisar trabalhar... Ouvimos ainda o eco dos eitos. Diziam-nos que nosso céu tem mais estrelas que os outros... Minha geração começou a contar as estrelas. E foi ver se era verdade que nos nossos bosques havia mais vida. E começou a falar claro aos concidadãos. Com minha geração, o Brasil deixou de ser tema de lirismo. Roquette-Pinto (depoimento ao periódico Vamos Ler, 23 mar. 1939) O depoimento de Roquette-Pinto apresenta a auto-imagem profes- sada por sua geração, ressaltando a busca pela afirmação de novas identi- dades profissionais em um contexto marcado pelo recente passado escravista e colonial. Refere-se também à crítica corrente, e que se esten- deu aos períodos que se seguiram aos primeiros anos da República, ao ufanismo e ao que era apontado como tradição retórica e bacharelesca do ambiente intelectual do país no início do século XX. Tal processo de auto-construção de identidade e imagem pública não foi uma peculiaridade da história intelectual brasileira, como vêm demons- trando importantes trabalhos nos campos da história das idéias e da his- tória das ciências. Entre outras contribuições, destaca-se Entre a Literatura e a Ciência, obra de Wolf Lepenies sobre o processo de especialização do discurso das ciências sociais. Neste texto, o autor refere-se a um estilo intelectual que, para se afirmar, deveria afastar as emoções e a subjetivi- dade, e que contribuiu inclusive para a mudança na conotação da palavra literatura. Esta foi sendo progressivamente alterada - de sinônimo da ex- pressão escrita do conhecimento e da ilustração próprios a diferentes do- mínios do saber passou a se referir essencialmente à prosa de ficção e à poesia. Questão semelhante pode ser apontada para o conjunto das ciênci- as, com a progressiva padronização de linguagem, conceitos e estilos de trabalho, verificando-se simultaneamente a especialização do conhecimento 9 e a afirmação da autonomia da categoria cientista nos mais diferentes contextos nacionais. O estudo desse processo no caso do Brasil ganha agora novas luzes a partir deste admirável livro de Dominichi Miranda de Sá. A autora analisa a especialização do trabalho científico e a afirmação do cientista como categoria profissional nas três primeiras décadas do século XX, com ênfa- se na geração que criou em 1916 a Academia Brasileira de Ciências. Em destaque, as campanhas voltadas para a valorização da ciência e de seu papel, no que se entendia como processo civilizatório e de construção na- cional, empreendidas por personagens como Edgard Roquette-Pinto, Henrique Morize, os irmãos Miguel e Álvaro Ozório de Almeida, Alberto Paes Betim Paes Leme, Oswaldo Cruz, Carlos Chagas, Cardoso Fontes e Juliano Moreira - todos vinculados a importantes movimentos intelectu- ais e políticos e à criação de instituições científicas cuja trajetória repre- senta importante, mas ainda pouco estudada, face da história do Brasil republicano. A Ciência como Profissão apresenta consistente análise em que sobres- sai a relação tensa, mas não necessariamente antagônica, entre cientificismo e humanismo. A abordagem escolhida privilegia as vertentes mais criati- vas da história das idéias e dos conceitos, o que se evidencia tanto nos capítulos de discussão teórica e cotejamento com a experiência européia quanto nos que se dedicam ao estudo do processo de especialização da categoria social do cientista no Brasil. Entre os pontos fortes do livro, destaca-se a compreensão de como, em alguns contextos culturais, coube aos próprios cientistas a crítica ao otimismo científico e à associação entre inovação tecnológica e progresso social. No caso do Brasil, a despeito da valorização positiva do papel dos intelectuais/cientistas, evidencia-se, como um dos aspectos mais proble- máticos de seu legado, o processo de construção da imagem que associa tradição retórica e origem ibérica, proposta, pelo menos desde fins do sé- culo XIX, por intelectuais como Sílvio Romero e reforçada pelos cientistas do início do século XX. Tal interpretação foi amplamente divulgada em estudos clássicos da história das ciências, como nas obras de Fernando de Azevedo, e fixou-se na matriz de análise que, ao longo de décadas, postu- lou a coincidência entre a criação das universidades nos anos 1930 e o efetivo desenvolvimento das ciências e do espírito científico no Brasil, tese que começou a ser mais fortemente questionada na década de 1980 pelas novas tendências historiográficas. Ao mesmo tempo em que se acentuava a importância da explicação científica para os problemas do país, verificava-se a presença dos cientis- 10

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