Escrito em inacreditáveis 53 dias, no final de 1838, “A cartuxa de Parm”a narra as desventuras de Fabrice Del Dongo, um jovem idealista e imaturo que decide se unir ao exército de Napoleão Bonaparte. O notável tratamento dado por Stendhal à batalha de Waterloo, por onde o protagonista vagueia sem saber que está no meio de um acontecimento importante, entusiasmou autores como Liev Tolstói (que assume a influência sobre “Guerra e paz”) e Ernest Hemingway, e logo no lançamento a obra mereceu elogios até do conterrâneo Honoré de Balzac. De volta a Parma, Fabrice reencontra sua tia, a duquesa Gina Sanseverina, agora comprometida com um importante ministro, e acaba interferindo na política local. Uma sequência de amores irresponsáveis, brigas, fugas e processos jurídicos transportam o leitor à Itália do início do século XIX. A prosa ágil de Stendhal e a estrutura episódica da trama dão ainda mais charme às intrigas e conspirações de bastidores, potencializadas por recursos como cartas anônimas e envenenamentos.