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A Campanha de Canudos PDF

149 Pages·2003·0.811 MB·Portuguese
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A C C AMPANHA DE ANUDOS Mesa Dir et or a Biê nio 2003/2004 Se na dor José Sarney Pre si den te Se na dor Pa u lo Paim Se na dor Edu ar do Si que i ra Campos 1º Vice-Pre si den te 2º Vi ce-Presidente Se na dor Ro meu Tuma Se na dor Alber to Silva 1º Se cre tá rio 2º Se cre tá rio Se na dor He rá cli to Fortes Se na dor Sér gio Zam bi asi 3º Se cre tá rio 4º Se cre tá rio Su plen tes de Se cre tá rio Se na dor João Alber to Souza Se na dora Serys Slhes sa ren ko Se na dor Ge ral do Mes qui ta Júnior Se na dor Mar ce lo Crivella Cons el ho Edit or ia l Se na dor José Sarney Jo a quim Cam pe lo Mar ques Pre si den te Vi ce-Presidente Con se lhe i ros Car los Hen ri que Car dim Carl yle Cou ti nho Ma dru ga João Almino Ra i mun do Pon tes Cu nha Neto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Ediç ões do Sen ad o Fed er al – Vol. 5 A C C AMPANHA DE ANUDOS Aris ti des A. Mil ton Bra sí lia – 2003 EDIÇÕES DO SENADO FEDERAL Vol. 5 O Cons el ho Edit or ia l do Sen ad o Fed er al, cria d o pela Mesa Di re to ra em 31 de jan ei r o de 1997, bus ca rá edi tar, sem pre, obras de va lor his tó ri co e cul tu ral e de imp ort ânc ia re le van te para a comp ree ns ão da hist ó ria po lí ti ca, eco nô mi ca e so ci al do Bra sil e re fle xão sob re os des ti nos do país. Pro je to Grá fi co: Achil les Mi lan Neto (cid:211) Se na do Fed er al, 2003 Cong ress o Na ci o nal Praç a dos Três Pod er es s/nº – CEP 70168-970 – Bra sí lia – DF CEDIT@ce graf.se na do.gov.br http://www.sen ad o.gov.br/web/cons el ho/cons el ho.htm . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Mil ton, Aris ti des Au gus to. A Cam pa nha de Ca nu dos / Aris ti des A. Mil ton -- Bra sí lia : Se na do Fe de ral, Con se lho Edi to ri al, 2003. 154 p. – (Edi ções do Se na do Federal ; v. 5) 1. Gu er ra de Ca nu dos (1897). 2. Bra sil, his tó ria. I. Tí tu lo. II. Sé rie. CDD 981.0521 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . A CAMPANHA DE CANUDOS, DE ARISTIDES A. MILTON, RELATO DIRETO, OBJETIVO, DOCUMENTADÍSSIMO DOS ACONTECIMENTOS OCORRIDOS NO ALTO SERTÃO DA BAHIA NO FIM DO SÉCULO XIX – JUNTO COM O LIVRO CANUDOS E OUTROS TEMAS, DE EUCLIDES DA CUNHA – MARCA A HOMENAGEM DO CONSELHO EDITORIAL DO SENADO FEDERAL AOS 100 ANOS DE PUBLICAÇÃO DE OS SERTÕES, OBRA-MESTRA DE EUCLIDES DA CUNHA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Aris ti des Mil ton N as ceu Aris ti des Au gus to Mil ton a 29 de maio de 1848, na cid a de da Ca cho e i ra. Seus pri me i ros es tu dos fo ram na ter ra na tal, sen do os se cun dá ri os no Gi ná sio Ba i a no, onde teve como com pa- nhe i ros a Cas tro Alves e Rui Bar bo sa. Se guin do, de po is, para Re ci fe, aí se for mou, pela Fa cul da de de Di re i to, em 1869. Em 1872, na Ba hia, tra ba lhou na im pren sa, como re da tor do Cor re io da Ba hia. Em sua ci da de na tal, fun dou o Jor nal da Ca cho e i ra, onde pug nou pelo de sen- vol vi men to da ci da de. Foi, tam bém, juiz mu ni ci pal, em Len çóis e em Ma ra cás, e de Di re i to, no Pi a uí. Em 1881, as su miu a pre si dên cia de Ala go as e, mais tar de, foi che fe de po lí cia de Ser gi pe. Ingres san do na po lí ti ca, fi li ou-se ao Par ti do Con ser va dor, sen do ele it o de pu ta do pro vin ci al e, de 1886-1889, de pu tad o ge ral. Pro cla ma da a Re pú bli ca, foi ele i to de pu ta do à Cons ti tu in te Fe de ral, sen do re e le i to na se gun da, ter ce i ra, quar ta e quin ta le gis la tu ras. A sua ação aí foi das mais pro fí cu as, es pe ci al men te na co mis são in cum- bi da do pro je to do Có di go Pe nal. Tam bém es cri tor, apre ci an do os es tu dos his tó ri cos, di vul gou tra ba lhos de va lor, como A Cam pa nha de Ca nu dos, A Re pú bli ca 10 Arist id es A. Milton e a Fe de ra ção no Bra sil, A Cons ti tu i ção do Bra sil, e, ain da, Efe mé- ri des Ca cho e i ra nas, onde es tão en fe i xa dos, com um cri té rio e ho nes ti da- de inex ce dí ve is, os fa tos mais pal pi tan tes ocor ri dos na his tó ri ca ci da de. Por sua ter ra, a que ti nha pro fun do amor, tra ba lhou mu i to, fun dan do, ali, o Mon te Pio dos Artis tas Ca cho e i ra nos. De po is de uma exis tên cia glo ri o sa, le gan do ao país um nome ima cu la do, fa le ceu Aris ti des Mil ton no Rio de Ja ne i ro, a 26 de ja ne i ro de 1904. ANTÔNIO LOUREIRO DE SOUSA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . I 1 Q U AN DO O PAÍS, dep oi s de ver jug ul ad a a rev olt a de 6 de se tem bro, se rep ut av a liv re do pes ad el o, que por long os mes es o oprim ir a, e, rest ab el ec id as afin al a tranq üil id ad e e a ord em, cria que a Rep úb lic a est av a def in it iv am ent e cons ol id ad a, grav es e orig in ai s acont e - cim ent os, ocorr id os no Estad o da Bah ia, vie r am sob ress alt ar o esp ír it o púb lic o, abrind o na hist ór ia do Bras il um novo sulc o de lág rim as e sang ue. A mes ma tend ênc ia rev ol uc io n ár ia que, desd e 1822 até 1848, troux er a pend ent e da sort e das arm as o fut ur o do Impér io, e, pred om i- nand o ora aqui, ora acol á, cel eb riz ar a esse quart o de séc ul o por uma agi- taç ão const ant e, e lut as frat ric id as de pung it iv a lemb ranç a, hav ia ress ur- gid o na plen it ud e de sua fun est a energ ia para pert urb ar o reg im e, que em 1889 tin ha sido inau g ur ad o. E se – dent re os prot ag on ist as dess es mov im ent os – dest ac a- vam-se car act er es que, ced end o a suas con vic ções pol ít ic as, eram est i- mul ad os pelo des ej o de bem-serv ir à pát ria, out ros obed ec ia m simp les - ment e às sug est ões do amor-próp rio ofend id o, e ao imp uls o de amb çi ões con tra ri a das. 1 Este tra ba lho foi es cri to por in cum bên cia do Insti tu to Hist ór ic o e Ge o grá fi co Bra si le i ro, como se vê da ata de sua ses são ce le bra da em 17 de ou tu bro de 1897. 12 Arist id es A. Milton Como quer que foss e, às inst it ui ç ões rec ent em ent e adot ad as imp ut av a-se int ei r a a resp ons ab il id ad e do prur id o de dep os iç ões, que aco - met er a os Estad os da União, bem como dos exc ess os e vio l ênc ia s, que em quas e tod os eles ao mes mo temp o se prat ic av am. Mas, a verd ad e é que sob a mon arq uia tam bém se ti nham test em un had o cen as de dep os i - ções e reb eld ia, que emp an ar am-lhe o prest íg io, comp rom et er am a paz pú bli ca e ger ar am – não raro – o des al ent o e o terr or. A cons eq üênc ia, port ant o, a ded uz ir daí é que a ne nhum dos dous sist em as de gov ern o se pode com just iç a atrib ui r os err os de que são culp ad os, unic am ent e, alg uns esp ír it os irr eq uie t os e cert as consc iên- cia s emp ed ern id as, que apar ec em aliás em tod os os temp os e sit ua ç ões. Opor-se-ia, além dist o, à raz ão e à just iç a est ab el ec er conf ron - to ent re uma époc a qualq uer que com eç a a es bo çar-se, atrav és das dif i- culd ad es próp ria s de tod as as inov aç ões, e out ra que se acha comp let a- ment e des en had a, por já ter ating id o a seu term o. Em todo caso, forç os o é conf ess ar que a camp an ha de Can u- dos, a desp ei t o de não rev el ar fei ç ão part id ár ia bem car act er iz ad a, ass i - nal a cont ud o um per íod o de grand es surp res as e rea i s tem or es para a re - púb lic a. E – o que mais é – tend o sido exp lor ad a por uma pol it ic ag em perv ers a, serv iu mui t as vez es de pret ext o para agress ões inj ust as ao Go - vern o, e afront as ins ens at as ao povo bai a n o. Antes de tudo, ent ret ant o, é prec is o rec on hec er que tão trist e luta civ il pod er ia ter irr omp id o dur ant e a mon arq uia, vist o como fora em 1864, aind a, que princ ip ia r am a se acum ul ar os inf lam áv ei s, cuja ex - plos ão prod uz iu o inc ênd io vor az de que foi tea t ro o sert ão de min ha terr a. Não há neg ar – que, no iníc io da camp an ha, prop al ou-se in - sist ent em ent e – que os inim ig os da re pú bli ca rem et ia m mun iç ões e ar - mas a Antôn io Con se lhe i ro, emb arc and o-as na est rad a de ferr o Cent ral do Bras il, com end er eç o à est aç ão das Sete Lag oa s, dond e seg uia m para seu dest in o. O Gov ern o de Min as Ger ai s pro vi den ci ou no sent id o de apur ar a exat id ão dess e fato, e a imp rens a deu not íc ia de que um dest a - cam ent o de pol ícia hav ia tir ot ea d o com os trop ei r os inc umb id os daq ue- le serv iç o. E por toda part e ent ão se esp al hou que Can ud os era o red ut o da mon arq uia e a guard a avanç ad a da rest au r aç ão.

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