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A Bibliotecaria de Auschwitz PDF

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Título original: La bibliotecaria de Auschwitz Copyright © Antonio G. Iturbe, 2012 Copyright © Editorial Planeta, S.A., 2012 Todos os direitos reservados. Direitos de edição da obra em língua portuguesa no Brasil adquiridos pela AGIR, selo da EDITORA NOVA FRONTEIRA PARTICIPAÇÕES S.A. Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser apropriada e estocada em sistema de banco de dados ou processo similar, em qualquer forma ou meio, seja eletrônico, de fotocópia, gravação etc., sem a permissão do detentor do copirraite. EDITORA NOVA FRONTEIRA PARTICIPAÇÕES S.A. Rua Nova Jerusalém, 345 – Bonsucesso – 21042-235 Rio de Janeiro – RJ – Brasil Tel.: (21) 3882-8200 – Fax: (21)3882-8212/8313 O fragmento de A montanha mágica que aparece na página 99 foi extraído da tradução de Herbert Caro (Nova Fronteira, 2011). CIP-Brasil. Catalogação na publicação Sindicato Nacional dos Editores de Livros, RJ I87b Iturbe, Antonio G. A bibliotecária de Auschwitz / Antonio G. Iturbe; tradução Dênia Sad. – 1. ed. – Rio de Janeiro: Agir, 2014. 368 p.; 23 cm. Tradução de: La bibliotecaria de Auschwitz ISBN 9788522030064 1. Ficção espanhola. I. Sad, Dênia. II. Título. CDD: 863 CDU: 821.134.2-3 14-10775 A Dita Kraus Enquanto durou, o bloco 31 (no campo de extermínio de Auschwitz) abrigou quinhentas crianças e vários prisioneiros conhecidos como “conselheiros”, e, apesar da estrita vigilância a que estava submetido, contou, contrariando todos os prognósticos, com uma biblioteca infantil clandestina. Era minúscula: consistia em oito livros, entre eles Uma breve história do mundo, de H.G. Wells, um livro didático russo e outro de geometria analítica [...]. Ao fim de cada dia, os livros, com outros tesouros, tais como remédios e alguns alimentos, eram confiados a uma das meninas mais velhas, cuja tarefa era escondê-los toda noite num lugar diferente. ALBERTO MANGUEL, A biblioteca à noite O que a literatura faz é o mesmo que acender um fósforo no campo no meio da noite. Um fósforo não ilumina quase nada, mas nos permite ver quanta escuridão existe ao redor. WILLIAM FAULKNER, citado por Javier Marías SUMÁRIO Capa 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 Epílogo Etapa Final Anexo Bibliografia principal consultada Créditos 1 Auschwitz-Birkenau, janeiro de 1944 Esses oficiais, que se vestem de negro e veem a morte com a indiferença de coveiros, ignoram que, sobre essa lama escura em que tudo se afunda, Alfred Hirsch levantou uma escola. Eles não sabem, e é preciso que não saibam. Em Auschwitz, a vida humana vale menos que nada; tem tão pouco valor que já nem se fuzila ninguém, pois uma bala é mais valiosa do que um homem. Há câmaras comunitárias onde se usa gás Zyklon porque barateia os custos, e com um único barril dá para matar centenas de pessoas. A morte se tornou uma indústria que só é rentável se trabalharem por atacado. No galpão de madeira, as salas de aula não passam de rodas de tamboretes amontoados. As paredes não existem, os quadros-negros também são invisíveis, e os professores traçam no ar, apenas com o movimento das mãos, triângulos isósceles, acentos circunflexos e até o curso dos rios da Europa. Há cerca de vinte pequenas ilhas de alunos, cada uma com seu tutor, tão perto uma da outra que os professores têm de dar as aulas sussurrando para que a história das dez pragas do Egito não se misture com a cadência da tabuada. Alguns não acreditaram que isso fosse possível; pensaram que Hirsch era um louco ou um ingênuo: como escolarizar crianças num brutal campo de extermínio, onde tudo é proibido? E ele sorria. Hirsch sempre sorria, enigmático, como se soubesse algo que os demais desconheciam. Não importa quantos colégios os nazistas fechem, respondia. Cada vez que alguém se detiver num canto para contar algo e algumas crianças se sentarem ao redor para escutar, ali terá sido fundada uma escola. A porta do barracão se abre bruscamente, e Jakopek, o assistente de vigilância, corre até o quarto de Hirsch, o chefe do bloco. Os tamancos do assistente salpicam o chão com a terra úmida do campo, e a bolha de plácida segurança do bloco 31 estoura. Do canto onde está, Dita Adlerova olha hipnotizada para as minúsculas marcas de barro: parecem insignificantes, mas contaminam tudo de realidade, tal como uma única gota de tinta mancha uma tigela inteira de leite. — Seis, seis, seis! É o sinal que indica a chegada de guardas da SS ao bloco 31, e murmúrios alvoroçados se espalham por todo o barracão. Nessa fábrica de destruição de vidas que é Auschwitz-Birkenau, onde os fornos funcionam dia e noite com um combustível de corpos, o 31 é um barracão atípico,

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