4ª Prova Afonso Arinos de Melo Franco 4ª Prova A alma do tempo A AlmA do Tempo h 4ª Prova Afonso Arinos de Melo Franco 4ª Prova A alma do tempo Afonso Arinos de Melo frAnco A AlmA do Tempo h (A alma do tempo • A escalada • Planalto • Alto-mar Maralto • Diário de bolso) 4ª Prova Afonso Arinos de Melo Franco Copyright © 2018 Espólio de Afonso Arinos de Melo Franco editor José Mario Pereira editora assistente Christine Ajuz revisão Cristina Pereira produção Mariângela Felix capa Miriam Lerner / Foto do autor cedida pelos herdeiros diagramação Arte das Letras CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO NA FONTE. SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ. F894a Franco, Afonso Arinos de Melo, 1905-1990 A alma do tempo: memórias / Afonso Arinos de Melo Franco. – 1a ed. – Rio de Janeiro: Topbooks, 2018. 1779 p.; 23 cm. Inclui índice Inclui cadernos de fotos “Conteúdo: A alma do tempo; A escalada; Planalto; Alto-mar maralto; Diário de bolso” ISBN 978-85-7475-279-2 1. Franco, Afonso Arinos de Melo, 1905-1990. 2. Políticos – Brasil – Biografia. I. Título. 18-52170 CDD: 923.2 CDU: 929:32 Todos os direitos reservados por Topbooks Editora e Distribuidora de Livros Ltda. Rua Visconde de Inhaúma, 58 / gr. 203 – Centro Rio de Janeiro – CEP: 20091-007 Telefax: (21) 2233-8718 e 2283-1039 [email protected]/www.topbooks.com.br Estamos no Facebook e no Instagram. 4ª Prova A alma do tempo Sumário As memórias de Afonso Arinos — Afonso Arinos, filho ................................9 A alma do tempo — Alceu Amoroso Lima ....................................................17 A alma do tempo — Antônio Gontijo de Carvalho ........................................19 A escalada — Odylo Costa, filho .....................................................................21 Planalto — Francisco de Assis Barbosa ..............................................................25 Alto-mar/Maralto — Péricles Madureira de Pinho .......................................28 Alma do tempo — Pedro Nava .....................................................................30 Afonso Arinos, o último patrício — José Guilherme Merquior ..................32 A alma do tempo ...........................................................................................37 Rio de Janeiro, 16 de outubro de 1959 — Dia de Natal, 1960 A escalada .....................................................................................................525 Nova York, Natal, 1961 — 27 de maio, 1964 Planalto ......................................................................................................1087 Rio de Janeiro, Natal de 1965 — 25 de fevereiro, 1968 Alto-mar Maralto .................................................................................1435 Genebra, 19 de agosto, 1968 — 8 de maio, 1976 Diário de bolso .........................................................................................1619 9 de maio, 1977 — 16 de outubro, 1978 Índice onomástico ...................................................................................1739 4ª Prova Afonso Arinos de Melo Franco 4ª Prova A alma do tempo As memórias de Afonso Arinos h Afonso Arinos, filho É curioso que a um homem habituado a cultivar as letras desde me- nino, e com vida tão densa de ação e experiência, só aos 53 anos haja ocor- rido a ideia de redigir suas memórias. Foi o que sucedeu com o senador Afonso Arinos, indicado pelo Senado Federal para representá-lo, em 1959, na reunião do Conselho Executivo da União Interparlamentar, em Nice. Findo o encontro, e tencionando regressar ao Rio de Janeiro de navio, ele me escreveu, a 28 de maio, de Lisboa para Roma, onde eu trabalhava na Embaixada do Brasil: “Conto começar a bordo um novo livro: Mirante. Não são memórias, mas serão as reflexões de um cinquentão voltado sobre si mesmo. Você é a 2ª pessoa a quem confio este segredo (?).” Por outro lado, tornava-se justificável ao memorialista aguardar a publi- cação do seu testemunho até sentir que já possuía, notoriedade pública e obra reconhecida, além de maturidade espiritual e plenitude de formação in- telectual, para ter o que contar, e leitores interessados. Pois, ao transmitir sua intensa vivência cultural e política, o escritor de vocação que Afonso Arinos sempre foi quis produzir não apenas história, memórias ou diário, mas lite- ratura. Afirmou-o expressamente: “Pretendo fazer (...), antes de tudo, (...), uma obra de literatura. Escrito com forma literária, será sempre de um pon- to de vista cultural que (...) exporei e interpretarei a experiência de minha própria vida.” “A verdade — prosseguiu — é que tudo que sinto de mais espontâneo e natural no meu espírito tende a considerar intelectualmente, e mesmo literariamente, a vida.” Esta obra, para o crítico Wilson Martins, es- tava respaldada em “uma carreira literária das mais brilhantes, uma carreira política das mais marcantes, e uma história de amor”. 4ª Prova Afonso Arinos de Melo Franco Em 7 de janeiro de 1960, nova carta, do Rio para Roma, dava-me notí- cias do livro projetado, que iniciara em 16 de outubro do ano anterior (dia do nascimento do seu terceiro neto, Afrânio), e já avançava: “A ideia do Mi- rante — que penso lhe haver comunicado — evoluiu para uma coisa maior — muito maior — que eu chamei Autorretrato. São memórias, mas de tom predominantemente literário. Já fixei toda a infância e adolescência: a visão do mundo, as coisas e pessoas, a vida em volta. Agora estou em Roma, em 1925. Até agora só li algumas páginas ao Cassiano Ricardo, que aqui veio outro dia, e que se disse entusiasmado. Imagine que já tenho quase 400 páginas de caderno cheias! Não sei até onde irá este impulso. Escrevo todos os dias, sem parar, durante 2 a 3 horas. Imagino que o livro terá bem mais de 1.000 páginas. Penso em oferecê-lo ao Aguilar para sair num só volume. Imagino que a parte política leve mais tempo a ser redigida. Por isto, com a campanha que aí vem, nem sei se poderei acabá-lo.” Afonso terminou por escolher A alma do tempo como título definitivo do primeiro tomo das memórias, inspirado por uma frase de Carlyle, que o atraíra: “Nos livros reside a alma do tempo que passou; a voz articulada e sensível do passado, quando o seu corpo e a sua substância já se esvaí- ram de todo, como num sonho.” Meu exemplar tem a dedicatória datada de 14 de julho de 1961. E o volume seria o primeiro de uma série de cinco: A alma do tempo, A escalada, Planalto, Alto-mar Maralto e Diário de bolso. Que Arinos pensara em estender o título A alma do tempo ao conjunto das memórias, revela-o trecho de carta de 28 de junho de 1963, remetida a Bruxelas, meu posto diplomático na ocasião: “Também aproveito as manhãs para prosseguir na composição do segundo volume d’A alma do tempo.” Já se tratava de outro livro, A escalada, publicado em 1965, cujo exemplar a mim dedicado traz data de Brasília, 24 de novembro. Ali ele e eu exercíamos então, respectivamente, os mandatos de senador e depu- tado federal. A parte política, de composição mais demorada, a que aludira na carta de 7 de janeiro de 1960, e da qual constam suas lutas, por vezes dramá- ticas, na liderança da oposição, culminadas com o suicídio do presidente Getúlio Vargas, foi incluída, afinal, neste segundo tomo. Aqui, a impo- sição cívica prevaleceu sobre a aspiração do gabinete de trabalho. Nem assim, entretanto, seria apenas de vida pública a narrativa da “escalada de 4ª Prova