ebook img

A agenda teórica dos liberais brasileiros PDF

45 Pages·1997·2.299 MB·Portuguese
Save to my drive
Quick download
Download
Most books are stored in the elastic cloud where traffic is expensive. For this reason, we have a limit on daily download.

Preview A agenda teórica dos liberais brasileiros

Antonio Paim A AGENDA TEÓRICA DOS LIBERAIS BRASILEIROS I r f í g 1 | í £ I ■I Cadernos Liberais - 1 V) < tr m INSTITUTO TANCREDO NEVES Uma Instituição jurisdicionada ao PFL - Partido da Frente Liberal Edifício do Senado Federal -Anexo I - 26 - andar Brasília - DF - CEP 70165-9000 - Brasil Telefones: (061) 311-4304, 311-4305, 311-4306 e311-4308. Fax: (061) 224-1912. Antonio Paim © by Antonio Paim A AGENDA TEÓRICA DOS Cadernos Liberais -1 LIBERAIS BRASILEIROS I I Permitida a divulgação dos textos contidos neste livro, I desde que citados autor e fonte. I I | Massao Ohno Editor II I Rua da Consolação, 3676 I São Paulo, SP I Cep 01416-000 I | Composição: Estúdio Iara Lopez I' I Fotolito: Ajato Impressão: Lis Gráfica 1997 Massao Ohno Editor Impresso no Brasil Printed in Brazil ITN INSTITUTO TANCREDO NEVES Diretoria 1996/99 Diretor Presidente: Deputado Vilmar Rocha Membros da Diretória: Senador Hugo Napoleão Deputado Inocêncio Oliveira Deputado João Mellão Neto (Diretor Secretário) Deputado Eliseu Resende (Diretor Tesoureiro) Deputado Manoel Castro (Diretor de Relações Internacionais) Cláudio Lembo (Diretor de Atividades Culturais) Assessoria Executiva: Romero Azevedo (Coordenador de Administração) Cadernos Liberais Mauro Salles Esta nova série dá continuidade ao esforço de publicação (Coordenador de Eventos) de 57 Cadernos Liberais editados pelo Instituto Socorro Vasconcelos Lima Tancredo Neves, desde a sua fundação até 1992. (Coordenadora de Secretaria) i I i “Para copiar as instituições de um país e aplicá-las a outro, no todo ou em parte, é preciso, primeiro que tudo, conhecer o seu jogo perfeita e completamente... e não copiar servilmente, como temos copiado, muitas vezes mal, mas sim acomodá-lo com critério, como convém ao País.” Paulino José Soares Visconde de Uruguai (1807/1866) - Ensaio sobre o direito administrativo (1862) I I I I I I il i ) SUMÁRIO APRESENTAÇÃO I - RECUPERAÇÃO DOS VÍNCULOS COM O PENSAMENTO LIBERAL OCIDENTAL a) O caminho percorrido 13 b) Iniciativas em curso 20 II-AGENDA TEÓRICA I I a) Hipótese geral 23 I b) Como designar as principais vertentes liberais 24 I c) O problema social 31 d) A família e a empresa como instituições nucleares da sociedade 36 e) Posicionamento do Estado em face das atividades económicas 40 f) A representação polítiça e seu aprimoramento 39 g) Problemática atual do Estado em geral e do Estado brasileiro em particular 47 h) Repressão ao terrorismo e ao narcotráfico, assegurada a preservação das liberdades democráticas 58 i) Segurançajjúbljca e redefinição jo papel jas Forças Axmadas 59 j) As culturas nacionais em f-a ce da f**o rmaçã— o d1os grandes blocos económicos 61 k) Agenda contemporânea da educação liberal 64 l) O liberalismo e a questão religjosa 75 ANEXO - A OBRA E A PERSONALIDADE DE SILVESTRE PINHEIRO FERREIRA 80 y APRESENTAÇÃO O movimento liberal melhor sucedido, entre nós, até o presente, foi aquele que desembocou no Segundo Reinado, assegurando ao País quase meio século ^de ^estabilidade política, fato que não mais se repetiria. O segredo desse sucesso foi examinado de forma brilhante por Paulino José Soares, Visconde de Uruguai (1807/ 1866) no livro Ensaio sobre o direito administrativo (1862). Na verdade, o conteúdo do livro consiste na teoria das instituições imperiais, isto é, da forma de que se revestiram no Brasil as instituições do sistema representativo. Uruguai parte do registro de que, quando empreendemos o caminho para estruturá-las a Inglaterra já o havia feito com êxito e, desde a Revolução Liberal de 1830, a França seguia o mesmo caminho. Embora com menor grau de sucesso, outros países europeus empreendiam a mesma direção, enquanto nos Estados Unidos o novo regime ia de vento em popa. De sorte que, insiste Uruguai, a primeira coisa de que se ocupou a liderança liberal do Império foi inteirar-se da forma de funcionamento daquelas instituições em sua origem e das respectivas doutrinas. O passo seguinte consistiu em determinar quais as circunstâncias locais que facilitavam ou dificultavam aquele propósito. Em conseqiiência, a liderança não só chegou a dominar plenamente a doutrina liberal de seu tempo como foi capaz de elaborar a Agenda Teórica apta a refletir as singularidades e preferências brasileiras. É possível hoje ter conhecimento daquela agenda a partir dos intensos debates então travados. I. A RECUPERAÇÃO DOS VÍNCULOS COM Ao longo da República, os liberais brasileiros foram O PENSAMENTO LIBERAL OCIDENTAL progressivamente perdendo os laços com os grandes centros do pensamento liberal. A nossa geração, a duras penas, conseguiu reconstitui-los. E, desde mais ou menos a) O caminho percorrido os anos setenta, temos procurado definir a Agenda Teórica que nos permitisse adotar uma atitude autónoma Durante a República, o Brasil perdeu sucessivamente e criativa diante da doutrina liberal. Ao assumir aqui a os vínculos com o pensamento liberal no Ocidente. O prin­ responsabilidade de explicitá-la, louvo-me dos vários cipal introdutor da temática liberal em nosso país, Silvestre escritos de autores liberais em que expressam a sua Pinheiro Ferreira (1769/1846), na condição de exilado preferência por esse ou aquele tema. em decorrência dos propósitos absolutistas que então se configuraram, em Portugal, obrigando-o a deixar a chefia I Antonio Palm do governo, em 1823, participou ativamente, em Paris, I na década de trinta do século passado, da elaboração de São Paulo, maio de 1997. importantes aspectos da doutrina liberal, a começar da 1 representação A liderança imperial, como se pode ver a dos livros então editados, acompanhou atentamente com vistas a evolução do pensamento liberal europeu, a prática retirar ensinamentos que pudessem aprimorar política nacional. Com a República, interrompeu-se abruptamente o processo de aprimoramento do sistema representativo que vínhamos trilhando. De todos os modos, na República Velha, homens como Rui Barbosa (1849/1923) ou João I Arruda (1861/1943) trazem a debate temas e autores liberais de seu tempo, achando-se entre os primeiros que perceberam o significado daquela vertente que mais tarde 11 se denominou de liberalismo social. (1) Em anexo, inserimos uma breve nota sobre a obra e a perso­ nalidade de Silvestre Pinheiro Ferreira. 13 12 Com a avalanche autoritária subsequente aos anos passagem pela direção da Editora da UNB, Carlos trinta, os liberais foram sendo acuados para circunscrever Henrique Cardim conseguiu editar muitos autores sua ação à defesa da liberdade. Dizia-se no interregno liberais contemporâneos, como Nisbet, Dahrendorf, democrático posterior a 45 - em tom de blague mas Robert Dahl etc. Essa iniciativa não teve continuidade refletindo uma realidade profunda - que a Constituição naquela instituição mas surgiram diversas outras. de 46, para sobreviver, teria que ser impressa em amianto. O Instituto Liberal editou, desde sua fundação até No ciclo autoritário pós-64, proclamou-se enfaticamente inícios de 1993, 45 livros, um terço dos quais autores que o liberalismo havia acabado. No livro Legislativo e ligados à Escola austríaca. Os brasileiros comparecem com Tecnocracia (Rio de Janeiro, 1975), o prof. Cândido oito títulos (pouco menos de 20%). Os cinquenta por Mendes avançou o entendimento de que na sociedade cento restantes compreenderam a tradução de pensadores complexa de nosso tempo o Parlamento perderia as suas liberais ligados a outras vertentes que não a Escola funções tradicionais, devendo transformar-se num foro Austríaca. de debates. Entre os austríacos, a preferência é por Ludwig Von A década de oitenta marca uma reviravolta completa Mises e Friedrich Hayek, tendo aparecido cinco livros na evolução política do Ocidente desde o último pós- do primeiro e quatro do segundo. O Instituto Liberal guerra. Até então, o socialismo parecia acumular vitórias sucessivas. Estas, entretanto, haviam levado alguns países patrocinou a tradução dos principais livros de Von Mises a uma redução sem precedente dos padrões de vida e à - Ação Humana; A mentalidade; As seis lições; perda de horizontes, sendo a Inglaterra o exemplo mais Liberalismo e O mercado, além de uma síntese do seu flagrante. A reação de Mme. Thatcher conseguiu não só pensamento: O essencial Von Mises, de Murray Rothbard — e algumas obras de Hayek (Desemprego e reverter o quadro em seu país como revelar aos habitantes do Leste a grande mentira que representava o socialismo, política monetária; Desestatizaçao do dinheiro e O caracterizado, em contraposição ao que alardeava, pelo caminho da servidão), bem como uma exposição sobre sucessivo empobrecimento e pela destruição do meio suas idéias: A contribuição de Hayek às idéiaspolíticas I ambiente. de nosso tempo, de Eamon Butler. Também dedicado à I A subseqiiente queda do muro de Berlim, o divulgação das idéias dessa vertente é o livro: O que é o I abandono do socialismo pelos satélites soviéticos e o Liberalismo, de Donald Stewart. Hayek já se havia tor­ I nado autor conhecido no Brasil graças à publicação, pelas I aparente fim do Império Russo, tudo isto originou amplo Editoras UNB e Visão, dos seus livros considerados mais renascimento das correntes liberais, tanto na Europa Ocidental como nos Estados Unidos. importantes. O esforço de reaproximar-nos do pensamento Das outras vertentes do liberalismo contemporâneo liberal no exterior vinha de muito antes. Em sua no exterior, sobressaem os livros de Guy Sorman (A nova riqueza das nações; A solução liberal; O Estado 14 15 e a última obra de José Guilherme Merquior (1941/ mínimo; Os verdadeiros pensadores de nosso tempo e 1991): O liberalismo antigo e moderno (Nova Fronteira, Sair do socialismo), que se tornaram best-sellers em 1991). Evolução histórica do liberalismo é uma exposição diversos países do mundo por se dedicarem à sistemática das principais obras do pensamento liberal, popularização, em linguagem jornalística, do fenomeno associada à diferenciação temática que apresenta su da ascenção do neoconservadorismo desde os anos seqiientemente. Assim, está caracterizada a fundação do setenta, que culminou com o desmoronamento do liberalismo por Locke e Kant, nos fins do século XVII ao socialismo no Leste, embora a nossa aproximação com século XVIII, bem como a consolidação do sistema essa vertente deva ser considerado insuficiente, como representativo na Inglaterra, no mesmo período, procuramos enfatizar, logo adiante. Outro autor muito fenômeno isolado nessa época. O ciclo seguinte e importante cuja obra o Instituto Liberal divulga no Brasil, denominado de “processo de democratização da idéia em caráter pioneiro, é Paul Johnson (Tempos Modernos). liberal”, com destaque para a obra de Tocqueville e as Posteriormente, desse mesmo estudioso, a Imago reformas inglesas, onde sobressai a figura de Gladstone. divulgou uma obra o Instituto Liberal divulga no Brasil, Segue-se a emergência da problemática social, em caráter pioneiro, é Paul Johnson (TemposModernos). evidenciando-se o grande papel que tiveram os liberais Posteriormente, desse mesmo estudioso, a Imago divulgou no seu adequado equacionamento. O livro compoe-se uma obra muito importante: Os intelectuais. A Imago de oito ensaios, de diferentes autores, inserindo em seu também editou a História Intelectual do Liberalismo, de Pierre Manent, e a obra coletiva; A Europa e a ascensão anexo um roteiro para estudo das principais obras liberais, do mesmo modo que para a organização de cursos. São do capitalismo. Nos anos mais recentes, a Editora Jorge Zahar tem os seguintes os ensaios que o integram: A formação incluído autores de obras liberais em sua linha editorial. inicial do liberalismo na obra de Locke (Antonio Acham-se neste caso: Omito da decadência dos Estados aim); A fundamentação do Estado Liberal segundo Unidos de Henry Nau e dois livros de Ralf Dahrendorf ^nt (Francisco Martins de Souza); O liberalismo (Conflito social moderno e Reflexões sobre a revolução doutrinário (Ubiratan Borges de Macedo); O na Europa), relativamente divulgado no Brasil por ter ^sarnento de Tocqueville (J. O. de Meira Penna)- figurado na Coleção Pensamento Político, organizada por Zj . eIe,corais inglesas (Antonio Pajm). Carlos Henrique Cardim em sua passagem pela direção 0 rgenaada questão social eposição anterior a Keynes da Editora UNB. Cabe mencionar, ainda, a divulgação ^.nesian.smo (Antonio Paim); A crítica dn das obras de Michael Novak pela Editora Nórdica. Nessa mesma linha de reconstituição dos vínculos com o pensamento liberal no exterior, sobressaem os B- Macedo). P'nnil ' livros Evolução histórica do liberalismo (Itatiaia, 1987) 16 17

See more

The list of books you might like

Most books are stored in the elastic cloud where traffic is expensive. For this reason, we have a limit on daily download.