0 1 1. INTRODUÇÃO Olá Alunos, começaremos a estudar as emergências e o atendimento respectivo. Hoje vamos detalhar as Hemorragias. Veja o que está incluído na aula de hoje: Hemorragia: classificação clínica, classificação anatômica, técnicas utilizadas no controle das hemorragias e muitas questões comentadas. Vamos animar! Pois esse tema é muito interessante. Vamos nessa! 2. 2 2. HEMORRAGIA Vamos conceituar? Hermorragia é o extravasamento de sangue dos vasos sanguíneos ou das cavidades do coração, podendo provocar estado de choque hipovolêmico (diminuição de volume sanguíneo) e óbito. A hemorragia pode ser externa (sangue sai para fora do corpo) ou interna (sangue sai de dentro dos vasos sanguíneos, porém fica preso no corpo). Classificação Clínica a) Hemorragia externa: ocorre devido a ferimentos abertos, onde o sangue é eliminado para o exterior do organismo. 3 IMPORTANTE! Quando o corpo perde sangue, ou seja, está com uma hemorragia, o corpo exerce um efeito compensatório redistribuindo o fluxo sanguíneo para os órgãos mais importantes como o coração e o cérebro. Dessa forma, as regiões periféricas (rins, pele e outros órgãos) sofrem com a falta de sangue e consequentemente oxigênio e nutrientes. Entendendo esse raciocínio podemos então conhecer os sinais e sintomas da hemorragia, que é secundário a essa falta de volume sanguíneo. Sinais e sintomas de hemorragia externa: - Agitação; - Palidez; - Sudorese; - Pele fria; - Pulso acelerado e fraco (acima de 100 bpm); - Hipotensão; - Sede; - Fraqueza; - Alteração do nível de consciência; e - Estado de choque. O pulso ou frequência cardíaca fica aumentada, tentando compensar o volume de sangue reduzido, ou seja, o coração bate mais vezes para tentar atender a demanda do corpo por nutrientes e oxigênio pela falta de sangue. b) Hemorragia interna: ocorre quando há lesão de um órgão interno e o sangue se acumula em uma cavidade do organismo, como: peritônio (cavidade abdominal), pleura (reveste o pulmão), pericárdio (reveste o coração), meninges (reveste o cérebro) ou se difunde nos interstícios dos tecidos. Geralmente não é visível. Sinais e 4 sintomas de hemorragia interna podem ser os mesmos encontrados na hemorragia externa, e, ainda: - Contusões; - Dor abdominal; - Rigidez ou flacidez dos músculos abdominais; - Eliminação de sangue através dos órgãos que se comunicam com o exterior, como: nariz e/ou pavilhão auditivo, vias urinárias, vômito ou tosse com presença de sangue. (VUNESP 2010 TJ SP) Geralmente não é visível, porém é bastante grave, pois pode provocar choque e levar a vítima à morte. Trata-se da hemorragia: a) arterial externa. b) interna. c) venal externa. d) externa. e) capilar externa. Comentários: Vamos revisar essas informações utilizando o Manual de primeiros socorros da ANVISA: Definição de hemorragia: É a perda de sangue através de ferimentos, pelas cavidades naturais como nariz, boca, etc; ela pode ser também, interna, resultante de um traumatismo. As hemorragias podem ser classificadas inicialmente em arteriais e venosas, e, para fins de primeiros socorros, em internas e externas. Hemorragias Arteriais: É aquela hemorragia em que o sangue sai em jato pulsátil e se apresenta com coloração vermelho vivo. Hemorragias Venosas: É aquela hemorragia em que o sangue é mais escuro e sai continuamente e lentamente, escorrendo pela ferida. Hemorragia Externa: É aquela na qual o sangue é eliminado para o exterior do organismo, como acontece em qualquer ferimento externo, ou quando se processa nos órgãos internos que se comunicam com o exterior, como o tubo digestivo, ou os pulmões ou as vias urinárias. 5 Hemorragia Interna: É aquela na qual o sangue extravasa em uma cavidade pré-formada do organismo, como o peritoneu, pleura, pericárdio, meninges, cavidade craniana e câmara do olho. Vamos analisar essa classificação utilizando o Manual do CBM-DF: Classificação Anatômica a) Arterial: quando o vaso atingido é uma artéria, caracteriza-se por hemorragia que faz jorrar sangue pulsátil e de cor vermelho vivo; a perda de sangue é rápida e abundante. b) Venosa: quando o vaso atingido é uma veia, caracteriza-se por hemorragia na qual o sangue sai de forma contínua, na cor vermelho escuro, podendo ser abundante. c) Capilar: quando o vaso atingido é um capilar, o sangue escoa lentamente, normalmente numa cor menos viva que o sangue arterial. (IADES 2014) Hemorragia é o termo que determina a perda maciça de sangue, podendo ser externa ou interna. Quanto à hemorragia externa do tipo arterial, é correto afirmar que ela pode ser identificada por sangue vermelho: a) escuro com fluxo constante b) vivo com fluxo constante c) escuro que sai em jato d) menos vivo com fluxo lento e) vivo que sai em jato e acompanha os batimentos cardíacos Comentário: Letra E O controle da hemorragia é incluído na circulação (etapa C do ABCDE do trauma) porque, se uma hemorragia não for controlada de imediato, o potencial de morte do doente aumenta consideravelmente. Há três tipos de hemorragia externa: - Hemorragia capilar: causada por escoriações que lesiona minúsculos capilares imediatamente abaixo da superfície da pele. Geralmente, terá diminuído ou mesmo cessado antes da chegada da equipe pré-hospitalar. - Hemorragia venosa: provém de camadas mais profundas do tecido e, em geral, é 6 controlado mediante uma pressão direta moderada no local. - Hemorragia arterial: é o tipo de hemorragia mais importante e também a mais difícil de ser controlada. Caracteriza-se por um SANGUE VERMELHO VIVO QUE JORRA DA FERIDA (em jatos de acordo com os batimentos cardíacos). Estimativa de perdas sanguíneas após fraturas em alguns ossos: Tíbia = 250 ml Pelve = 3000 ml Fêmur = 600 ml Costelas = 50 ml Úmero = 75 ml 7 3. TÉCNICAS UTILIZADAS NO CONTROLE DE HEMORRAGIAS É importante expor o local do ferimento e aplicar técnicas de controle de hemorragias conforme veremos abaixo. Atenção! O PHTLS recomenda que a pressão direta seja a técnica utilizada, seguida do uso de torniquete se não resolver com a compressão direta. A compressão dos pontos indiretos e elevação do membro não são recomendados por essa literatura, que por sinal, é bem referendado nas nossas provas de concursos. A justificativa consiste em que essas duas técnicas não são comprovadas cientificamente como benéficas. Além disso, a elevação do membro pode ser prejudicial caso haja fraturas no membro. O torniquete pode ser utilizado de forma segura se a pessoa for treinada para aplicar a técnica e o percurso ao hospital durar menos que 120 min. Vamos explicar o que é o PHTLS, antes de continuar nosso atendimento. 8 Vamos explicar o que é o PHTLS, antes de continuar nosso atendimento. Prehospital Trauma Life Support (PHTLS) É um programa de formação de técnicos de saúde que actuam ao nível Pré hospitalar, desenvolvido pela National Association of Emergency Medical Technicians (NAEMT) em parceria com o Comité do Trauma do Colégio Americano de Cirurgiões (ACS/COT). O PHTLS desenvolve e divulga material e informação científica, assim como promove a excelência na prestação de cuidados à vítima de trauma. Técnicas no controle de hemorragias: 1. Pressão direta sobre o ferimento. 2. Elevação de membro. 3. Compressão dos pontos arteriais. 4. Torniquete Vamos analisar essas técnicas de controle de Homorragias: 1. Pressão direta sobre o ferimento. Coloque sua mão com luva diretamente sobre o ferimento e aplique pressão apertando o ponto de hemorragia; a pressão da mão poderá ser substituída por um curativo (atadura e gaze), que manterá a pressão na área do ferimento. A interrupção precoce da pressão direta ou retirada do curativo, removerá o coágulo recém formado, reiniciando a hemorragia. Atenção! É importante não trocar as gases sujas de sangue, pois removerá o coágulo. As gazes limpas devem ser sobrepostas as sujas até a resolução completa da hemorragia e na chegada ao hospital. Vejamos a realização de compressão direta seguida de curativo compressivo nas ilustrações abaixo. 9
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