ebook img

1499: O Brasil antes de Cabral PDF

216 Pages·2017·3.78 MB·Portuguese
Save to my drive
Quick download
Download
Most books are stored in the elastic cloud where traffic is expensive. For this reason, we have a limit on daily download.

Preview 1499: O Brasil antes de Cabral

Copyright © 2017 por Reinaldo José Lopes. Todos os direitos desta publicação são reservados por Casa dos Livros Editora LTDA. PUBLISHER: Omar de Souza GERENTE EDITORIAL: Renata Sturm ASSISTENTE EDITORIAL: Marina Castro ESTAGIÁRIO: Bruno Leite CAPA: Sergio Campante REVISÃO: Marília Lamas e Opus Editorial DIAGRAMAÇÃO E PROJETO GRÁFICO: Desenho Editorial Os pontos de vista desta obra são de responsabilidade de seus autores, não refletindo necessariamente a posição da HarperCollins Brasil, da HarperCollins Publishers ou de sua equipe editorial. CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ L855m Lopes, Reinaldo José 1499: a pré-história do Brasil / Reinaldo José Lopes. – 1. ed. – Rio de Janeiro: Harper Collins, 2017. il. ISBN: --- 1. Arqueologia - Brasil. 2. Homem pré-histórico - Brasil. 3. Brasil - Antiguidades. I. Título. CDD: 981.01 17-42332 CDU: 94(81) HarperCollins Brasil é uma marca licenciada à Casa dos Livros Editora LTDA. Todos os direitos reservados à Casa dos Livros Editora LTDA. Rua da Quitanda, 86, sala 218 — Centro Rio de Janeiro, RJ — CEP 20091-005 Tel.: (21) 3175-1030 www.harpercollins.com.br Sumário UMA EXPLICAÇÃO E ALGUNS AGRADECIMENTOS INTRODUÇÃO: O passado não é mais como era antigamente CAPÍTULO 1: Quem é você, Luzia? CAPÍTULO 2: As conchas e os mortos CAPÍTULO 3: Revolução agrícola made in Brazil CAPÍTULO 4: Os filhos da serpente CAPÍTULO 5: No reino das amazonas CAPÍTULO 6: Tupi or not tupi EPÍLOGO: Por que o Brasil pré-histórico foi derrotado BIBLIOGRAFIA SOBRE O AUTOR Para meus pais, Nádia e Reinaldo, meus elos vivos com o passado. Para os que estavam aqui antes de nós e nunca foram embora. From the ashes a fire shall be woken, A light from the shadows shall spring (J.R.R. Tolkien) Uma explicação e alguns agradecimentos Os nomes de grupos indígenas citados neste livro seguem a padronização adotada pelo excelente guia on-line “Povos Indígenas no Brasil”*, do ISA (Instituto Socioambiental), uma das mais respeitadas organizações do país por seu trabalho sobre o tema. Sei que é esquisito ler “os Tupinambá” em vez “os tupinambás”, mas tenha paciência, nobre leitor. Para começar, lembre-se de que a palavra “tupinambá” está longe de ser originalmente português e, portanto, colocar nosso singelo “s” no final dela para montar a forma plural não faz o menor sentido. Dizem por aí que o passado é outro país, não é? Então é bom ir se acostumando à estranheza desde já. Eu jamais teria tido a sorte de escrever este livro inteiro sozinho se não fosse pela generosidade de Claudio Monteiro de Almeida Angelo, meu ex-chefe (e eterno), um dos jornalistas de ciência e ambiente mais brilhantes do Brasil, quiçá da Via Láctea. Eu e o Claudinho devíamos ter “cometido” este volume juntos, com os capítulos irmãmente divididos meio a meio, mas ele se enrolou com outro livro (um épico sobre o efeito das mudanças climáticas nos polos, que acabou ficando com o título “A Espiral da Morte”), cabendo então o banquete à minha pessoa. Espero que você não repita o velho bordão “Eu não acredito em uma só palavra do que está escrito aqui!” quando finalmente ler estas linhas, chefinho! Por falar em chefes, seria uma profunda ingratidão se eu não prestasse reverência à infinita paciência da minha editora, a infatigável Carolina Chagas, que inacreditavelmente resistiu aos impulsos de me mandar uma carta temperada com antraz toda vez que eu pedia para adiar meu prazo por mais um mês. Obrigado de coração, Carol. Agradeço ainda não a uma pessoa, mas a uma entidade — não as do gênero sobrenatural, apresso-me a acrescentar, mas de um tipo bem concreto: uma biblioteca. Para ser mais exato, a biblioteca do IFSC-USP (Instituto de Física de São Carlos, da Universidade de São Paulo). Bibliotecas, em certo sentido, são templos: refúgios do saber, da paz de espírito e, no meu caso, da privação deliberada do uso da internet, algo extremamente útil quando o sujeito está tentando escrever um livro. A biblioteca do IFSC foi meu santuário enquanto escrevia boa parte destas páginas — e também as dos meus dois livros anteriores. Um grande obrigado a esse pequeno templo. Os cientistas que estão reconstruindo a saga dos primeiros brasileiros pacientemente, pecinha por pecinha, merecem um enorme “muito obrigado” de minha parte. Entre esses aventureiros, preciso reservar um lugar especial para o bioantropólogo Walter Neves, da USP, que tem aturado minhas perguntas bobas, feias e chatas desde 2002 com elegância, senso de humor e paciência. Foi graças ao Walter e aos seus colegas e alunos da USP e de outras instituições Brasil e mundo afora que pude andar pelas mesmas matas e cavernas que o povo de Luzia palmilhava há mais de dez mil anos. Outros ases da pesquisa que (quase) nunca hesitaram em me dar uma mão são Fábio Oliveira Freitas, Luís Beethoven Piló, Castor Cartelle Guerra, Mario Cozzuol, Maria Cátira Bortolini, Sandro Bonatto, Fabrício Rodrigues dos Santos, Eduardo Góes-Neves, Rolando González-José, Tábita Hünemeier, Sérgio Danilo Pena, Renato Kipnis, Dolores Piperno, Wenceslau Teixeira e Niède Guidon, entre outros – eu provavelmente provavelmente estou esquecendo alguém e peço desculpas, desde já, pela perda prematura de neurônios. Por último em ordem, ainda que não em importância, vêm os agradecimentos do coração: à minha família, em especial à minha esposa Tania e aos meus filhotes mequetrefes, Miguel e Laura; e aos amigos próximos e distantes (a lista dos segundos cada vez cresce mais, infelizmente): Salvador (que, mais uma vez, leu o livro antes de ele ser publicado), Daniel e Maria Claudia, Paula e Rafael, Mirella e Fernando, Rita e Ricardo, Mariana e Gabriel, Victor, Elaine, Giuliana, Sabine e tantos, tantos outros. Obrigado pela compreensão e pela paciência. Talvez eu volte a ser gente agora, pessoal. Nesta vila de São Carlos do Pinhal, setembro de 2016. * pib.socioambiental.org N ão é todo dia que membros de uma tribo indígena do Xingu (ou de qualquer outra tribo mundo afora, aliás) assinam um artigo na revista americana Science, um dos periódicos científicos mais conhecidos e respeitados do planeta. Pesquisadores de origem europeia são capazes de cortar algumas jugulares pelo privilégio de emplacar algo na velha Science, acredite — e são raros os cientistas brasileiros que podem se gabar dessa façanha. O feito xinguano data de 2003 (haveria um repeteco no mesmo periódico em 2008), e os membros do povo Kuikuro — Afukaka Kuikuro e Urissapá Tabata Kuikuro — não estavam na lista de autores da pesquisa só por uma concessão ao politicamente correto, ou por terem doado sangue para geneticistas interessados em estudar o DNA do grupo, por exemplo. A participação dos indígenas foi crucial para que antropólogos brasileiros e americanos conseguissem revelar ao mundo as obras monumentais dos ancestrais dos Kuikuro (e de outros povos do complexo multicultural do Xingu): uma densa rede de estradas com até dezenas de metros de largura; diques e fossos de fazer inveja a castelos medievais, com vários metros de profundidade; sinais de grandes paliçadas defensivas; restos de aldeias que um dia abrigaram milhares de pessoas ao mesmo tempo, unidas numa espécie de confederação regional que reunia uns 50 mil habitantes — tudo isso num território que, para a maioria dos brasileiros do século XXI, continua a ser sinônimo de natureza quase intocada. Este livro é uma modesta tentativa de tirar da sua cabeça a imagem, a um só tempo clássica e profundamente equivocada, do Brasil pré-Cabral como um paraíso terrestre tropical, no qual a mão do homem (e a da mulher, lógico) pouco havia mexido. Não é exagero dizer que você é um privilegiado por viver nesta década de 2010, gentil leitor. As últimas décadas foram marcadas por uma explosão de pesquisas — em áreas tão diferentes quanto a arqueologia, a genômica e a botânica — que estão ajudando a retratar uma pré-história brasileira infinitamente mais vibrante e complexa do que o estereótipo de imobilidade perpétua dos nativos que tivemos de engolir na escola. O caso dos Kuikuro e do Xingu é um microcosmo do que dá para enxergar com clareza cada vez maior em todas as regiões do país. Vai ser preciso trabalho duro e paciência para elucidar muitos dos detalhes, mas o novo quadro geral é inegável: boa parte do Brasil pré-cabralino chegou a contar com populações densas (provavelmente mais densas do que as que o país teria até as últimas décadas do século XIX, aliás), sociedades com hierarquias políticas complexas e multiétnicas, monumentos de respeito, redes de comércio que se estendiam por milhares de quilômetros e tradições artísticas espetaculares. Selvagens nus? Talvez seminus, mas dificilmente selvagens no sentido “adâmico” (a referência aqui é ao velho Adão bíblico, claro), de gente eternamente parada no tempo.

Description:
Saiba como uma mulher das cavernas azarada, caciques com mania de grandeza e conquistadores canibais estão revolucionando o que sabemos sobre o Brasil antes de Cabral Esqueça a velha ideia de que, antes da chegada dos portugueses, o Brasil não passava de uma vasta extensão de mato povoada por um
See more

The list of books you might like

Most books are stored in the elastic cloud where traffic is expensive. For this reason, we have a limit on daily download.