1. INTRODUÇÃO No processo de aquisição de uma língua como língua estrangeira (L2), percebem-se naturalmente diversas dificuldades na produção de certos fones/sons de seu inventário. Cunhou-se o termo interlíngua para designar a linguagem do aprendiz durante o processo de aquisição da língua alvo (L2), ou como coloca ELLIS (1994, p. 16): “[interlíngua é 1] um sistema de transição que reflete o conhecimento de L2 presente do aprendiz”. Especificamente no caso da fonologia, se aceita amplamente o fato de que a primeira língua do aprendiz influencia a aquisição da fonologia da segunda (ECKMAN, 2004, p. 515). Segundo Flege (1995), em seu Speech Learning Model (SLM), que baseia seu estudo em similaridades e equivalências entre duas línguas – língua mãe (L1) e língua alvo (L2), justamente os sons equivalentes ou similares são os mais difíceis de serem reproduzidos, pois o aprendiz os percebe como sendo os mesmos sons de sua língua mãe, e não como um som novo, ou de uma nova categoria. A produção dos fonemas /(cid:1)/ e /(cid:2)/ em posição de coda pode enquadrar-se nestes casos onde ocorrem dificuldades, se tomarmos o português como primeira língua ou língua mãe, e o inglês como a língua alvo. A falta de observação da diferenciação entre o inglês e o português na produção dos segmentos/sons [(cid:1)] e [(cid:2)] nesta posição (eles não ocorrem em final de sílaba em português; o que ocorre é que o grafema “m” ocorre em final de palavra, porém apenas marca a nasalização da vogal antecedente2) pode ser uma das causas dos problemas de pronúncia das seqüências vogal + consoante nasal. Segundo ELLIS, se constatados sistematicamente, constituiriam casos de “erros por transferência de estruturas”, ou simplesmente de “transferência”, “que ocorrem quando o aluno utiliza alguma característica de L1 (fonológica, lexical, gramatical ou 1 A tradução dos textos cujos originais estão em inglês é de responsabilidade da autora deste trabalho. Os originais aparecerão em nota de rodapé, em itálico. …a transitional system reflecting the learner’s current L2 knowledge. 2 A nasalidade no português é um aspecto ainda bastante controverso. Será abordada posteriormente neste trabalho, quando da revisão de literatura, no capítulo 2. 2 pragmática) ao invés daquela característica desejada da língua alvo”3 (ELLIS, 1994, p. 59). Outro aspecto a ser considerado, quando abordamos o problema de pronúncia de alunos de inglês, é o próprio processo de ensino-aprendizagem. Os livros didáticos de ensino de língua inglesa normalmente apresentam seções que privilegiam a pronúncia padrão. São comuns exercícios que mostram claramente o contraste, por exemplo, entre os sons de vogais (sheep [ovelha] x ship [navio]), consoantes consideradas “problema” (thin [magro] x tin [lata, no inglês britânico)], questões relacionadas à tonicidade, ritmo, entonação e outros aspectos relevantes de pronúncia, que melhoram tanto a compreensão auditiva, quanto a clareza do discurso em inglês. Há também alguns livros de apoio, que privilegiam especificamente a pronúncia. No entanto, no caso de [(cid:1)] e [(cid:2)] em codas, talvez por não serem considerados sons “problema”, muito pouco é dito. Os professores de língua inglesa, por sua vez, talvez também por não terem uma percepção clara de como se processa a produção destes sons quanto ao ponto e modo de sua articulação, especialmente em posição de final de sílaba, falham ao dar aos alunos o feedback necessário, e o problema persiste. Decorre destas observações a hipótese de que os alunos brasileiros de inglês transferem para esta língua o conhecimento que têm do sistema fônico do português e suas convenções ortográficas, tendendo a produzir vogais nasalizadas, sem fazer distinção entre [(cid:1)] e [(cid:2)] em final de sílaba. Uma palavra como “pin” seria, então, provavelmente realizada como [(cid:3)(cid:4)(cid:5)]. O presente trabalho busca, portanto, identificar através de análise acústica, o que é produzido por aprendizes de inglês de nível pré-intermediário, cuja língua materna é o português brasileiro, nas codas de palavras inglesas monossilábicas que possuem a seqüência: vogal + consoante nasal ([(cid:1)] e [(cid:2)]), utilizando-se pares mínimos cujo contraste reside exatamente no som nasal, em dois ambientes distintos de vogal precedente à nasal: [(cid:6)] e [(cid:7)], e havendo silêncio após a nasal para se evitarem problemas de co-articulação, muito comuns entre estas. Optou-se pela análise acústica de palavras onde ocorrem [(cid:1)] e [(cid:2)] em codas, ao invés da análise de outiva simplesmente, pois a caracterização de outiva do contraste 3 [ “ Transfer of structure” ] arises when the learner utilizes some L1 feature(phonological, lexical, grammatical , or pragmatic) rather than that of the target language. 3 entre tais segmentos parece ser difícil até mesmo para falantes nativos: “...crianças cegas têm dificuldade em aprender contrastes fáceis de ver e difíceis de ouvir como os de [(cid:1)] e [(cid:2)]”4 SCHWARTZ et al. (2002, p. 264). De 451 línguas estudadas por estes pesquisadores (UPSID-451 Database), 94% têm um contraste entre [(cid:1)] e [(cid:2)], porém eles concluem que é a alta “visibilidade” do contraste o que desempenha um papel importante no fato de que é quase universal (Ibid, p.279). KLUGE (2004, p. 42) em seu estudo de percepção e produção de nasais em final de sílaba, ao realizar testes de percepção entre falantes nativos de inglês em relação ao contraste [(cid:1)] x [(cid:2)], obteve em média 78.33% de acertos, o que também reitera a dificuldade de outiva de tal contraste até mesmo entre falantes nativos. Portanto, através da análise espectrográfica da produção de tais segmentos, espera-se verificar, se não o que está sendo produzido, a tendência dos alunos no seu processo de aquisição, isto é, sua interlíngua, comparativamente ao que falantes nativos produzem em situação similar. A análise que será realizada neste trabalho será, então, eminentemente comparativa, e para isto foi feita uma análise acústica mais detalhada da produção dos dois nativos que compõem o grupo controle, para que se obtivessem parâmetros confiáveis na análise da produção dos aprendizes. Então, o objetivo geral desta dissertação é observar e descrever, através da análise acústica, o que falantes nativos do português brasileiro estudando a língua inglesa em nível intermediário produzem ao realizar os sons relativos aos fonemas nasais /(cid:1)/ e /(cid:2)/ em codas de palavras monossilábicas, comparativamente ao que é produzido por falantes nativos de inglês. Os objetivos específicos, por sua vez, consistem em: a) verificar a existência de diferenças acústicas entre nasais bilabiais e aveolares em codas de monossílabos produzidas por falantes nativos de inglês (grupo controle) para a definição de parâmetros comparativos; b) comparar a produção dos alunos de nível intermediário no estudo da língua inglesa com a do grupo controle com base no(s) parâmetro(s) comparativo(s) definido(s) previamente, verificando a similaridade de sua produção com a do grupo controle; c) tentar estabelecer se há ou não efeitos de ambientes (vogal antecedente à nasal) diversos na produção das nasais, favorecendo ou não tal produção. 4 ...blind children have difficulty in learning easy-to-see and hard-to-hear contrasts such as [(cid:1)] vs. [(cid:2)]. 4 A estrutura desta dissertação está alicerçada em cinco capítulos. Além deste primeiro, introdutório, tem-se outros quatro. O capítulo 2 trata de uma revisão da literatura, com concentração na análise acústica, passando também por tópicos como a nasalização, tanto na língua inglesa, quanto na portuguesa, e estudos já realizados na interlíngua sobre nasais. O capítulo 3 desenvolve os aspectos metodológicos de como foi realizada a pesquisa. No capítulo 4 são apresentados os resultados da análise dos dados e discussão sobre os mesmos, e no capítulo 5 são apresentadas as conclusões do trabalho de pesquisa. 5 2. REVISÃO DE LITERATURA Uma das hipóteses deste trabalho de pesquisa é a de que os alunos brasileiros de inglês transferem para esta língua o conhecimento que têm do sistema fônico do português, isto é, este trabalho aborda a questão de transferência de características de L1 (língua mãe) para L2 (língua alvo). Segundo ELLIS (1994, p. 28), “transferência de L1 usualmente se refere à incorporação de características da L1 nos sistemas de conhecimento da L2 que o aluno está tentando construir” 5. Como o termo “transferência” estava relacionado a teorias behavioristas de aprendizagem de L26, há uma questão terminológica ainda em aberto, sendo que Sharwood Smith & Kellerman (SHARWOOD SMITH & KELLERMAN7, apud ELLIS, 1994, p. 301) sugerem o termo “influência inter- lingüística” (“crosslinguistic influence”), como sendo neutro, independente de teorias de aquisição. Porém como o uso do termo “transferência” tem persistido, a definição de Odlin é bastante pertinente para este trabalho de pesquisa: “transferência é a influência resultante da similaridades e diferenças entre a língua alvo e quaisquer outras línguas que tenham sido previamente (e talvez não corretamente) adquiridas.8( ODLIN, 1989, p. 27) A questão de transferência de características de L1 nos sistemas de L2 é considerada de relevância: “Apesar de contra-argumentos, entretanto, há um crescente e vasto campo de pesquisa que indica que a transferência é realmente um fator muito importante na aquisição de uma segunda língua ”(ODLIN, 1989, p.3-4)9. Esta transferência é evidente em todos os aspectos da língua – fonologia, sintaxe, semântica, pragmática. Reconhece-se, no entanto, que a transferência é mais pronunciada a nível fonético/fonológico - a existência de sotaques é inquestionável, e que é mais evidente nos primeiros estágios de aprendizado. Não se pode assumir, 5 L1 transfer usually refers to the incorporation of features of the L1 into the knowledge systems of the L2 which the learner is trying to build. 6 Teorias behavioristas de aprendizagem estão atualmente desacreditadas. Baseavam-se na idéia de que a aprendizagem de uma segunda língua era uma questão de formação de hábitos (as bases do behaviorismo encontram-se em: SKINNER, B. Verbal Behavior. New York: Appleton-Century-Crofts, 1957. Foram rechaçadas por Chomsky já em 1959). 7 SHARWOOD SMITH, M.; KELLERMAN, E. Crosslinguistic influence in second language acquisition: an introduction. In: KELLERMAN, E.; SHARWOOD SMITH, M. (Ed.), 1986. 8 Transfer is the influence resulting from similarities and differences between the target language and any other language that has been previously (and perhaps imperfectly) acquired. 9 Despite the counterarguments, however, there is a large and growing body of research that indicates that transfer is indeed a very important factor in second language acquisition. 6 no entanto, que os erros decorrentes da interferência10 de L1 que aparecem nos estágios iniciais de aprendizagem sejam subsequentemente eliminados, podendo se manifestar até em alunos com nível de aprendizado adiantado. (ELLIS, 1994, p. 331) A nasalização de sons, um potencial caso de transferência que ocorre nas duas línguas em estudo, será vista a seguir. 2.1 NASALIZAÇÃO A nasalização de alguns sons é característica tanto da língua portuguesa quanto da língua inglesa, porém ocorre em ambientes distintos e se manifesta de formas diferentes. Com relação ao português, constitui-se num dos aspectos mais desafiadores da língua (MATEUS & D’ANDRADE, 2000, p.130). 2.1.1 SONS CONSONANTAIS NASAIS Por definição, um som consonantal nasal ocorre quando o véu palatino ou velum encontra-se abaixado, forçando parte do ar que vem dos pulmões a dirigir-se à cavidade nasal. O restante do ar se encaminha à cavidade oral, onde dois articuladores produzem uma obstrução completa da passagem desta corrente de ar. Ladefoged (2001[b], p. 164), no entanto, pontua que “o ar não precisa realmente sair pelo nariz para um som ser nasal. Basta que o véu palatino esteja abaixado tal que as ressonâncias das cavidades nasais afetem o som”. 11 2.1.1.1 No Português Brasileiro12 Três são os tipos de obstrução dos articuladores, resultando nas três consoantes nasais que ocorrem em português: [(cid:1)], [(cid:2)] e [(cid:8)]. A figura 1, a seguir, representa a articulação mais usual de cada um destes sons no PB. 10 O termo “interferência”, associado às teorias behavioristas de aprendizagem, era utilizado quando ocorria “transferência negativa”, isto é, quando a língua alvo diferia de L1. Logicamente, há casos de “transferência positiva”. 11 Air does not actually have to come out of the nose for a sound to be nasal. It is just that the soft palate has to be down so that the resonances of the nasal cavity affect the sound. 12 Há dois dialetos principais de português: o português brasileiro (PB) e o português europeu (PE), tendo o ritmo como uma importante diferença entre eles. Concentraremos nossos estudos no primeiro. 7 FIGURA 1: SEÇÕES TRANVERSAIS MOSTRANDO OS PRINCIPAIS ARTICULADORES NAS FASES MEDIANAS DE PRODUÇÃO DAS NASAIS (PORTUGUÊS)13 FONTE: LAVER, 1994, p. 210 Para a produção do [(cid:1)], oclusiva bilabial, o obstáculo é formado na cavidade bucal pelo fechamento dos lábios. No caso do [(cid:2)], oclusiva alveolar, a 13 A figura é meramente uma ilustração, pois é estática, e não capta pequenas variações articulatórias existentes nas fala como decorrência de sua natureza dinâmica. 8 obstrução ocorre através da junção da ponta da língua com os alvéolos - região imediatamente posterior aos dentes incisivos superiores, condição mais usual, ou, dependendo do idioleto, diretamente com a parte posterior destes dentes: oclusiva dental. Estes dois segmentos ([(cid:1)] e [(cid:2)]) são uniformes em todos os dialetos do PB (CRISTÓFARO SILVA, 2003, p.33). Para a terceira consoante nasal [(cid:8)], a obstrução ocorre através da junção da coroa da língua com o palato duro – nasal palatal. A consoante nasal palatal [(cid:1)] ocorre na fala de poucos falantes do PB. Geralmente um glide palatal nasalizado [y(cid:1)] ocorre no lugar da consoante nasal palatal para a maioria dos falantes do PB.( Ibid, p. 39) Concentremos-nos, pois, na individualidade fonológica dos segmentos [(cid:1)] e [(cid:2)], que também estão presentes na língua inglesa. O segmento nasal bilabial [(cid:1)] ocorre em início de palavra (“mar”), e em meio de palavra, seja seguindo consoante em outra sílaba (“norma”), seja em posição intervocálica (“homeopatia”). Os ambientes de ocorrência do segmento [(cid:2)] são semelhantes aos do [(cid:1)], ou seja, em início de palavra (“novela”), seguindo consoante em sílaba distinta (“ornar”), e em posição intervocálica (“guinada”). Aqui é muito importante frisar que as letras m e n ocorrem ortograficamente em final de sílaba (tanto no interior de palavras -“limpo” e “tanto”, como no final delas –“tem”), não significando a articulação fonética dos segmentos [(cid:1)] e [(cid:2)]. [...] Neste caso [fim de sílaba e final de palavra] a letra m marca a nasalidade da vogal anterior e não a articulação de uma consoante nasal. [...] Neste caso [final de sílaba] a letra n marca a nasalidade da vogal anterior e não a articulação de uma consoante nasal. (Ibid, p.60) Este poderia ser um dos exemplos que ilustrariam a afirmação de AVERY & EHRLICH (1992, p. 145) de que “muitos dos problemas de pronúncia incorreta de falantes de português podem ser originados na influência do sistema de grafia do português, e não na falta de habilidade de produzir determinados sons.”14 14 Many of the mispronunciations of Portuguese speakers can be traced to the influence of the Portuguese spelling system rather than to an inability to produce particular sounds. 9 2.1.1.2 No Inglês No caso da língua inglesa, as consoantes nasais também são três. As formas de obstrução que fazem com que o ar se propague pela cavidade nasal são similares às do português para o caso dos segmentos [(cid:1)] e [(cid:2)] (oclusivas bilabial e alveolar, respectivamente). Para o terceiro caso, ocorre a obstrução através da parte posterior da língua contra o palato mole ou também chamado véu palatino, e tem-se a nasal velar: [(cid:9)]. Nossos estudos se concentrarão nas duas primeiras nasais consonantais. FIGURA 2 - PONTOS DE ARTICULAÇÃO DAS CONSOANTES NASAIS DA LÍNGUA INLESA FONTE: UNDERHILL, 1994, p.141 Segundo ROACH (1983, p.58) “as consoantes m e n são simples e diretas, com distribuição similar aos oclusivos correspondentes [para [(cid:1)]: [(cid:3)] e [(cid:10)]; para [(cid:2)]: [(cid:11)] e [(cid:12)]]. Há, de fato, pouco para descrever ”15. A maior atenção é dirigida à nasal velar, “um som que traz consideráveis problemas a alunos estrangeiros e que é tão 15 The consonants m and n are simple and straightforward with distributions like those of the plosives. There is in fact little to describe. 10 pouco usual no seu aspecto fonológico, que alguns discutem a sua existência enquanto fonema na língua inglesa. ”16 (Ibid, p.58). Na língua inglesa, portanto, o segmento [(cid:1)] é produzido como bilabial em qualquer posição que ocupe dentro da sílaba, assim como o segmento [(cid:2)] é sempre alveolar, ambos podendo ocorrer tanto em início de palavra como em posição mediana ou final. Um fato particularmente interessante é que as consoantes nasais no inglês mostram “timing” diferenciado entre os gestos17 que as compõem, quando estão no início ou em final de sílaba. Quando as nasais se encontram em início de sílaba (por exemplo, em see more [ver mais]), o final do abaixamento do véu aproximadamente coincide com o final do movimento de fechamento dos lábios, enquanto que as nasais em final de sílabas (como, por exemplo, em seem ore [parecem minério]) o final do abaixamento do véu coincide com o início do movimento de fechamento dos lábios (BROWMAN & GOLDSTEIN, 1995, p. 22), de onde se poderia prever uma nasalização da vogal antecedente, já que o abaixamento do véu começa durante a vogal. O fato das nasais em inglês poderem ocupar qualquer posição dentro da sílaba pode vir a causar problemas a falantes de português. AVERY & EHRLICH (1992, p. 147) deixam esta possibilidade clara: Falantes de português frequentemente omitem nasais em final de palavras. As vogais precedentes frequentemente assumem a qualidade nasal da consoante nasal omitida, e então a distinção entre /(cid:1) /, /(cid:2)/, e /(cid:9)/ é perdida no final de palavras. Palavras tais como “some” [algum/a], “sun” [sol] e “sung” [cantado] podem ser todas pronunciadas da mesma forma, com uma vogal nasal, mas sem uma consoante nasal.” 18 Este dado é bastante importante se levarmos em consideração a freqüência de uso das consoantes nasais em inglês: “Considerando as três juntas, as consoantes nasais [no inglês] são responsáveis por aproximadamente 10% dos sons na fala 16 …a sound that gives considerable problems to foreign learners, and one that is so unusual in its phonological aspect that some people argue that it is not one of the phonemes of English at all. 17 Assumindo-se, evidentemente, uma perspectiva que toma como unidades de análise fônica os gestos articuladores, como a Fonologia Articulatória de Browman & Goldstein (1986). Por esta perspectiva, as nasais bilabiais seriam constituídas de um gesto de abaixamento de véu, além de um gesto labial, que promove a oclusão dos lábios. Estes gestos sincronizam-se entre si de modo a resultarem na produção do segmento-alvo, sendo as diferenças nos padrões de sincronia responsáveis pelas variantes distintas – que neste caso das nasais se verificam em função de diferenças na posição silábica que a nasal ocupa. 18 Portuguese speakers often omit word-final nasals. Preceding vowels often take on the nasal quality of the omitted nasal, and thus the distinction between /(cid:1)/, /(cid:2)/ and /(cid:9)/ is lost word-finally. Words such as “some”, “sun”, and “sung” may all be pronounced in the same way, with a nasal vowel but without a nasal consonant.
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