1 1 INTRODUÇÃO É plenamente perceptível e cada vez mais evidente o despertar da consciência humana sobre a importância que têm as florestas para a manutenção da vida no planeta, em seu papel de “limpar” a atmosfera terrestre capturando o CO2. Já começa a se tornar de conhecimento popular a nobre missão das árvores de absorver e incorporar os gases de efeito estufa (gás carbônico e outros) e transformá-los em biomassa vegetal (madeira), utilizada pela espécie humana para os mais diversos fins, nos quatro cantos do planeta. A preocupação com o aumento da temperatura, resultante do efeito estufa provocado pelo lançamento de gases na atmosfera terrestre, o degelo dos pólos e as conseqüências que daí resulta, se acentuam cada vez mais. A previsão para 2007 era a de que o mercado mundial de carbono alcançaria a marca dos US$ 70 bilhões (www.carbonobrasil.com/news.htm). Segundo estimativas do Banco Mundial, o Brasil teria potencial para conquistar cerca de US$ 1,3 bilhão desse mercado em 2007. Os biocombustíveis como fonte alternativa de energia, para uso em substituição aos derivados de petróleo, como forma de minimizar os impactos negativos dos gases de efeito estufa, tornam-se cada vez mais importantes. Além do mais, já se tem plena consciência de que as reservas de petróleo são finitas. Os mais pessimistas defendem que as reservas não passarão de 2050 e os mais otimistas defendem que chegarão a 2100. O certo é que um dia irão se esgotar. O aumento no consumo dos derivados de petróleo e a redução nas descobertas de novas reservas de petróleo são os principais balizadores para as projeções feitas. A produção agrícola do país, a produção e exportação de álcool, soja e carne bovina preocupam pela extensão de áreas que ocupam e pelo avanço cada vez mais veloz em direção às áreas de floresta. As instituições públicas relacionadas com a área florestal, particularmente aquelas responsáveis pelas questões ambientais, tentam impor medidas que minimizem os 2 impactos, tentando frear o desmatamento, e até a opinião pública começa a se manifestar sobre o assunto, mostrando preocupação. O futuro da espécie humana no planeta vai depender de como as florestas vierem a ser tratadas a partir de hoje. O uso irracional e irresponsável dos recursos florestais não é mais admissível. O tripé da sustentabilidade, no uso de insumos vegetais para impulsionar o desenvolvimento, não pode mais ser ignorado: ele deve ser ecologicamente correto, economicamente viável e socialmente justo. Quanto maior e mais profundo for o grau de conhecimento sobre as florestas, maior será a possibilidade de que sejam usadas de forma correta, com menor dano sobre ela e maior longevidade de seus componentes. A proteção do solo e das espécies que ela abriga significará, numa visão mais ampla, maior bem-estar para a espécie humana. A Bacia Amazônica, com mais de seis milhões de km2 de área, abriga um número imenso de espécie animais e vegetais. A floresta tropical abriga um grande número de espécies arbóreas com emprego para os mais diversos fins. O rio Amazonas com mais de um quinto de toda a água doce fluvial do planeta, constitui outra riqueza fantástica para o país. Mesmo assim, a qualidade de vida dos habitantes da região não é das melhores. O Estado do Amapá faz parte desse cenário. Com uma população de pouco mais de 600 mil pessoas, distribuída em mais de 14 milhões de hectares, numa área onde mais de 90% das florestas naturais continuam preservadas, os habitantes vivem mal e sem perspectivas de futuro melhor. Os recursos madeireiros nas florestas de terra firme, até o momento, têm sido subutilizados. A atividade florestal no estado do Amapá, no ambiente estuarino, apresenta sua maior relevância na coleta de frutos de açaí (Euterpe oleracea Mart.). A exploração madeireira é praticada por um número considerável de serrarias pequenas, a maioria baseada na organização familiar, atuando de forma quase artesanal, comercializando pequenos volumes, 3 oriundos da extração seletiva das espécies, tendo como resultado o impacto de proporções reduzido, ou baixo impacto, permitindo a recuperação e a manutenção do equilíbrio ambiental. O Governo do Estado tem tentado mudar o quadro atual. No início do ano de 2007 foi criado e implantado o Instituto Estadual de Florestas, com a missão de transformar uma área de mais de dois milhões de hectares de florestas de terra firme em área de Floresta Estadual de Produção. A previsão do manejo sustentável das espécies arbóreas e da produção de madeira certificada cria a expectativa de que a atividade respeitará o tripé da sustentabilidade e aliviará a pressão de exploração madeireira nas florestas de várzea do estuário. Embora algumas espécies florestais da várzea do estuário amazônico tenham sido exploradas de forma quase predatória em passado recente, hoje voltam a apresentar densidades altas. Andiroba (Carapa guianensis Aubl.) e virola (Virola surinamensis (Rol.) Warb.) constituem excelentes exemplos. Graças à elevada produção de frutos, à facilidade de germinação das sementes e ao rápido desenvolvimento das plântulas, hoje apresentam altas densidades na área de estudo. O porte dessas espécies e de várias outras, entretanto, ainda deixa a desejar. Em razão da alta fertilidade dos solos e da dinâmica de recuperação da vegetação, a várzea se torna muito atraente para a instalação de roçados e para o enriquecimento com espécies frutíferas ou madeireiras, introduzidas após a colheita da cultura plantada. É comum também a condução da própria regeneração natural, atualmente com prioridade para o açaizeiro e espécies madeireiras como a macacaúba (Platymiscium filipes Benth.), a andiroba a virola e o pau-mulato (Callycophyllum spruceanum Benth.), entre outras. Dessa forma, além do potencial madeireiro e da capacidade do ambiente estuarino em repor a biomassa retirada, o conhecimento gerado sobre a área poderá orientar na realização de estudos mais detalhados sobre o potencial econômico da floresta de várzea do estuário 4 amazônico. Os estudos deverão ter como objetivo a manutenção dos estoques e sua capacidade de prover bem-estar para os habitantes, proporcionando alimentação, ocupação e renda para as populações ribeirinhas, sem afetar a diversidade das espécies que compõem a floresta. Pelos conhecimentos que se tem até o momento, estima-se que nas florestas de várzea do estuário amazônico, em razão do clima e dos aportes de nutrientes, a dinâmica seja intensa e contribua para o crescimento rápido das espécies vegetais. Entretanto, pouco, ou nenhum conhecimento gerado por pesquisas se tem. Assim, o presente trabalho iniciará, ainda que de forma localizada, a preencher esta lacuna, com informações resultantes de pesquisas, sobre a dinâmica da floresta de várzea do estuarino amazônico. Finalmente, pode-se considerar que os conhecimentos gerados no presente estudo são de grande importância para a região, para o país e para o planeta. Além disso, serão também importantes para a manutenção dos habitantes na própria área, evitando evasões e terão grande potencial para impulsionar o desenvolvimento da região, podendo contribuir para o fortalecimento econômico do país e para o seqüestro dos gases de efeito estufa, tão prejudiciais à vida humana no planeta. 1.1 OBJETIVOS O presente trabalho foi realizado com o objetivo principal de analisar a composição florística, a estrutura e a dinâmica de floresta em área de várzea estuarina amazônica. Os objetivos específicos foram: 1. Analisar a composição florística, a estrutura e a distribuição diamétrica. 2. Analisar a dinâmica da estrutura e da distribuição diamétrica. 3. Comparar a porção mais interna da foz do rio Amazonas (MRA), com a porção mais externa (FRA). 5 2 REVISÃO DE LITERATURA 2.1 O RIO AMAZONAS O rio Amazonas nasce no lago andino de nome Lauri, no Peru, em altitude de 5.597 metros e suas águas percorrem 6.868 km até desaguar no Oceano Atlântico. A bacia do Amazonas é a mais vasta do mundo; tem 5.846.100 km2, sem contar 992.000 km2 da bacia do Tocantins, em geral, erradamente adicionada à do Amazonas, embora não deságüe no mesmo, já que tem embocadura independente. A descarga do rio Amazonas é também, por larga margem, a mais volumosa. Em junho de 1963, o U.S. Geological Survey, associado à universidades e à marinha de guerra brasileira, mediu a vazão do Amazonas, no município de Óbidos/PA, encontrando um valor de 216.342 m3 de água por segundo (MINTER, 2004). Da foz até a cidade de Iquitos, numa distância de 3.700 quilômetros, o rio Amazonas é regularmente navegado por navios de grande calado, sem qualquer dificuldade, visto que, em seu talvegue, as profundidades só se tornam inferiores a 20 metros nas vizinhanças da fronteira peruano-brasileira. Em Óbidos, a profundidade máxima de sua secção tem mais de 50 metros. 2.2 O BRAÇO NORTE DO RIO AMAZONAS Em sua foz, o Amazonas se divide em duas vertentes: o braço norte é o mais largo e corresponde ao verdadeiro estuário; o braço sul é conhecido pelos nomes de rio Pará e baía de Marajó. Na realidade, esta é uma saída falsa, à qual o rio Amazonas se liga através de uma série de canais naturais (os furos de Breves), dos quais o mais importante é o furo de Tajapuru. As principais ilhas formadas pelo Amazonas são: Marajó, Caviana, Mexiana e Ilha 6 Grande de Gurupá. Fora da embocadura, a maior ilha é a de Tupinambarana, junto à confluência do rio Madeira (MINTER, 2004). A foz do rio Amazonas é alimentada pelas águas que descem dos Andes, pelas águas de seus inúmeros tributários e pelas chuvas que caem na área de captação de sua bacia. A repercussão das marés atlântica empurra de volta as águas do Amazonas, elevando seu nível e inundando as planícies, dando origem às várzeas de maré. Na praia-mar e na baixa-mar, momentos em que as águas ficam paradas, os sedimentos em suspensão vão precipitando, os mais pesados nas margens dos rios e os mais leves mais para o interior da floresta, dando como resultado a várzea alta, a várzea baixa e o igapó (QUEIROZ, 2004). O rio Amazonas banha e inunda mais de 400 quilômetros da margem sudeste do estado do Amapá, numa extensão que vai da parte mais externa de sua foz até a foz do rio Jarí, na divisa com o estado do Pará, toda ela navegável por navios de grande calado. Os solos das margens do rio Amazonas e de seus tributários abrigam a floresta de várzea, com destaque para os açaizais do estuário, que ali encontraram o ambiente ideal para se desenvolver. É possível perceber que a salinidade da água é maior na parte externa da foz do rio Amazonas (FRA). A esse respeito, Lima et al. (2001), em análise de água coletada na foz do rio Amazonas e adjacências, em 1995, encontraram maiores teores de cloretos nas amostras da parte mais externa da foz, com 12 ppm de cloretos na amostra coletada entre o Arquipélago do Bailique e a Ilha Caviana e 14 ppm na entrada do furo que divide a Ilha Caviana. Na foz do rio Mazagão, isto é, na parte mais interna da foz do rio Amazonas (MRA), a amostra registrou apenas 7 ppm de cloretos. No município de Santana, próximo à capital Macapá, fica o parque industrial do estado do Amapá. Fazendo parte de sua estrutura, às margens do rio Amazonas, foi construído o porto de Santana, a uma distância aproximada de 250 quilômetros da saída para o oceano 7 Atlântico. O porto recebe navios de grande calado, onde, atualmente, embarca cavaco de madeira de eucalipto (Eucalyptus sp) e minérios, principalmente o de ferro. O braço norte do rio Amazonas, no estado do Amapá, cria uma longa extensão de florestas de várzea estuarina, além de um imenso arquipélago em sua foz, denominado de arquipélago do Bailique onde, ainda hoje, milhares de pessoas vivem da pesca e dos recursos que a floresta de várzea proporciona, com grande destaque para os frutos da palmeira açaí. Os sedimentos transportados nas águas barrentas do rio Amazonas, que se acumulam nas áreas próximas à sua foz, e o surgimento de espécies vegetais oriundas de sementes que germinam no solo recém-formado, proporcionam o surgimento de ilhas novas que vão “crescendo” à medida que mais sedimentos vão sendo incorporados. Os efeitos do transporte e deposição de sedimentos e resíduos orgânicos na foz do rio Amazonas já podem ser percebidos até a distância de 400 quilômetros, permitindo a previsão de que, no futuro, outras áreas de floresta poderão se formar. 2.3 A VÁRZEA DO ESTUÁRIO AMAZÔNICO Na planície litorânea amapaense, os sedimentos do rio Amazonas são os principais formadores dos solos nas áreas inundáveis pelas marés. Inicialmente parte dos sedimentos se deposita formando baixios na própria foz do Amazonas, ao longo da costa, na foz e no baixo curso dos outros rios. A textura varia de um lugar para outro. Em certos trechos é argilosa, constituída apenas de tijuco, enquanto em outros é arenosa, havendo formações intermediárias. A consistência do tijuco varia desde a lama aquosa até se tornar firme, dependendo do tempo de sedimentação. Onde o depósito é recente, ele é sempre atoladiço, amarelo-pardacento quando úmido e pardo-claro depois de seco (LIMA et al., 2001). As várzeas são ambientes frágeis, com origem e funcionamento ligados à deposição de sedimentos geologicamente recentes, profundamente influenciados pelos regimes de marés e 8 de águas pluviais, solos férteis e estoques biológicos ainda precariamente conhecidos. A principal utilização desse ambiente ainda é o extrativismo vegetal, principalmente açaí (fruto e palmito), seringa, andiroba, madeira e a pecuária extensiva (AMAPÁ, 2000). De acordo com Lima e Tourinho (1994), o regime de inundação, as diferenças no teor de sedimentos na água, a intensidade da inundação e a influência da maré e da água do mar determinam desigualdades significativas no revestimento florístico, na formação dos solos, nas características físicas e químicas e na potencialidade agropecuária das áreas inundáveis pelos rios de águas barrentas. Para Conceição (1990), as várzeas apresentam um potencial elevado de recursos naturais que podem ser aproveitados para o desenvolvimento econômico e social do país. No entanto, para seu uso racional será necessário que a floresta seja mais bem conhecida e que tecnologias apropriadas ao trópico úmido sejam desenvolvidas. O estudo da composição florística e da estrutura da floresta será imprescindível e necessário para elaboração de sistemas de manejo adequado ao aproveitamento racional e constante dessas formações. 2.4 A FLORESTA DE VÁRZEA DO ESTUÁRIO AMAZÔNICO De acordo com estudos de macrozoneamento realizados no estado do Amapá, na representação dos domínios florísticos, os manguezais ocupam 278.497 ha (1,94%), a floresta densa de terra firme 10.308.158 ha (71,86%), a floresta de transição 390.592 ha (2,72%), o cerrado 986.189 ha (6,87%), os campos de várzea 1.606.535 ha (11,20%), as águas superficiais 79.474 ha (0,55%) e a floresta de várzea 695.925 ha (4,85%) (AMAPÁ, 2002). Ao todo são 14.345.700 ha, ocupados por uma população de mais de 600.000 pessoas, sendo que mais de 80% se distribuem na faixa marginal ao rio Amazonas. A floresta de várzea constitui o segundo maior ambiente florestado da região, considerando estrutura, diversidade e representatividade espacial. Sua área de abrangência e 9 maior concentração ocorrem principalmente em margens de rios de água barrenta onde, de certo modo, passa a ser regulada pelos regimes de marés. As maiores florestas de várzea do estado ocorrem ao longo da orla amazônica, adentrando pelos estuários e baixos cursos dos inúmeros rios que aí deságuam (AMAPÁ, 2002). A floresta de várzea do estuário amazônico caracteriza-se pela riqueza em palmeiras, tendo como destaque local o açaizeiro, espécie de importância fundamental para a população da região Norte. A floresta apresenta estrutura complexa e os solos, de formação recente – aluviões quaternários, são em geral de alta fertilidade, enriquecidos naturalmente pelos sedimentos transportados pelas águas, tendo como grupo representativo o Glei háplico (CONCEIÇÃO, 1990). 2.5 USO DOS RECURSOS DA FLORESTA DE VÁRZEA DO ESTUÁRIO Em diagnóstico sócio-econômico realizado no estuário do rio Amazonas, no estado do Amapá, foi detectado que a renda bruta das famílias daquela área correspondia, em termos mensais, a um valor igual a 3,0 vezes o salário mínimo vigente. As atividades ligadas ao extrativismo destacaram-se dos demais componentes, correspondendo a 67,5% do volume total da renda bruta familiar. A contribuição do extrativismo foi significativa (65,5%) na renda monetária, participando também com 75,7% na formação da renda representada pelo autoconsumo (KOURY et al., 2002, 2001). Segundo Anderson et al. (1985), o açaizeiro é uma das plantas mais abundantes e freqüentes nas áreas de várzea, constituindo-se na espécie nativa de maior importância econômica para a região do estuário amazônico. Estudos realizados na região têm demonstrado que a concentração de açaizeiros pode atingir até 25% da comunidade vegetal das áreas de várzea. 10 Em estudos realizados na região de Igarapé Miri/PA, Nogueira (1999) encontrou populações de açaizeiros até cinco vezes mais densas do que as verificadas por outros estudiosos, em áreas com a população original pouco alterada. O autor atribuiu os resultados à intensa exploração efetuada pelos habitantes locais, os quais eliminaram quase que por completo as espécies consideradas de baixo valor comercial, de ocorrência natural nas áreas de várzea. De acordo com Queiroz e Mochiutti (2000, 2002), a exploração madeireira e o aproveitamento dos frutos e palmito do açaizeiro são as atividades mais importantes e lucrativas praticadas nas várzeas do estuário amazônico. Entretanto, os produtores rurais das áreas ribeirinhas já perceberam que a exploração madeireira contribui para o surgimento e ampliação dos açaizais. De acordo com Calzavara (1972), Jardim e Anderson (1987), Bovi (1993) e Nogueira (1997), nas operações de manejo dos açaizais no estuário amazônico são eliminados das touceiras os estipes que apresentam baixa produção de frutos, diâmetro fino ou alturas que dificultem a coleta de frutos. As espécies arbóreas, sem valor econômico para os moradores locais e as que são utilizadas apenas como lenha, têm sua população reduzida artificialmente. De acordo com Queiroz e Mochiutti (2001), Montrichardia arborescens Scott (aningas), Macherium lunatum L.f. (aturiás), Nynphaea sp (mururés), Astrocaryum murumuru Mart. (murumurus), Mauritia flexuosa L. (buritis) e Pithecellobium sp (jarandubas) são algumas das várias plantas que protegem as margens dos rios e igarapés, impedindo a erosão e o desbarrancamento. Esta vegetação tem de ser preservada para que os açaizais tenham uma vida produtiva longa. A várzea alta, faixa que primeiro recebe os sedimentos transportados pelos rios, a mais fértil e de melhor aeração, é a preferida pelo ribeirinho para cultivar a banana, a melancia, o jerimum e o milho. Este último, além de ser usado na alimentação das pessoas, também
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