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Sílvia Portugal Novas Famílias, Modos Antigos As redes sociais na produção de bem-estar PDF

740 Pages·2006·5.02 MB·Portuguese
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Faculdade de Economia Universidade de Coimbra Sílvia Portugal Novas Famílias, Modos Antigos As redes sociais na produção de bem-estar Tese de doutoramento apresentada à Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra para obtenção do Grau de Doutor em Sociologia, na especialidade de Sociologia das Desigualdades Sociais e da Reprodução Social, orientada pelo Professor Doutor Pedro Hespanha Coimbra 2006 Índice Agradecimentos............................................................................................................1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................3 I PARTE Capítulo 1 OS MUNDOS DE BEM-ESTAR Introdução.......................................................................................................................15 1.1 │ Três mundos ou mais? .........................................................................................17 1.2 │ Portugal: que modelo? .......................................................................................32 Capítulo 2 A DÁDIVA, A FAMÍLIA E AS REDES SOCIAIS Introdução.......................................................................................................................57 2.1 │ A dádiva.................................................................................................................60 2.2 │ A família..................................................................................................................76 2.3 │ As redes................................................................................................................101 Capítulo 3 O ROTEIRO DA PESQUISA Introdução.....................................................................................................................133 3.1 │ O modelo analítico............................................................................................136 3.1.1. │ As hipóteses.......................................................................................................137 3.1.2. │ A operacionalização.......................................................................................139 3.1.3. │ O objecto empírico..........................................................................................148 3.2 │ A metodologia....................................................................................................152 3.3 │ A entrevista..........................................................................................................160 II PARTE Capítulo 4 AS HISTÓRIAS DA(S) FAMÍLIA(S) Introdução.....................................................................................................................177 4.1 │ Quem contou a sua história.............................................................................179 4.2 │ As histórias de amor: o casamento e o namoro...........................................188 4.3 │ Histórias de cuidados: os filhos.........................................................................203 4.4 │ Histórias novas com enredos antigos..............................................................210 Capítulo 5 AS COISAS E OS MODOS (I) – A HABITAÇÃO Introdução.....................................................................................................................217 5.1 │ Os proprietários...................................................................................................219 5.1.1 │ A compra.............................................................................................................221 5.1.2 │ A autoconstrução...............................................................................................237 5.1.3 │ A doação.............................................................................................................253 5.2 │ Os não proprietários...........................................................................................258 5.2.1 │ O arrendamento.................................................................................................258 5.2.2 │ O empréstimo......................................................................................................262 5.2.3 │ A coabitação......................................................................................................268 5.2.4 │ A habitação social.............................................................................................271 5.3 │ A habitação e as redes sociais........................................................................274 Capítulo 6 AS COISAS E OS MODOS (II) – O EMPREGO Introdução.....................................................................................................................277 6.1 │ O primeiro emprego..........................................................................................280 6.2 │ As trajectórias......................................................................................................294 6.2.1│ A carreira...............................................................................................................296 6.2.2│ O emprego seguro..............................................................................................307 6.2.3│ A mudança...........................................................................................................311 6.3 │ As diferenças.......................................................................................................330 6.4 │ O sobretrabalho..................................................................................................346 6.5 │ O emprego e as redes sociais..........................................................................358 Capítulo 7 AS COISAS E OS MODOS (III) – OS CUIDADOS DE SAÚDE Introdução.....................................................................................................................363 7.1 │ Os serviços públicos............................................................................................367 7.2 │ Os serviços privados...........................................................................................381 7.3 │ Os cuidados informais........................................................................................387 7.4 │ Os cuidados de saúde e as redes sociais......................................................393 Capítulo 8 AS COISAS E OS MODOS (IV) – OS BENS MATERIAIS Introdução.....................................................................................................................397 8.1 │ A poupança........................................................................................................402 8.2 │ O crédito..............................................................................................................407 8.3 │ A dádiva...............................................................................................................412 8.4 │ Os bens materiais e as redes sociais...............................................................435 Capítulo 9 AS COISAS E OS MODOS (V) – CRIAR E CUIDAR Introdução.....................................................................................................................439 9.1 │ As crianças...........................................................................................................441 9.2 │ Os idosos...............................................................................................................455 9.3 │ O trabalho doméstico.......................................................................................462 9.4 │ Criar e cuidar no interior das redes sociais....................................................479 Capítulo 10 AS PESSOAS Introdução.....................................................................................................................483 10.1 │ Os nós..................................................................................................................484 10.1.1 │ Os parentes.......................................................................................................490 10.1.2 │ Os outros............................................................................................................516 10.2 │ Os laços..............................................................................................................531 10.3 │ As redes..............................................................................................................537 10.4 │ Quanto valem as pessoas? As redes como capital social.......................553 Capítulo 11 AS NORMAS Introdução.....................................................................................................................559 11.1 │ Reciprocidade, mas... ....................................................................................563 11.2 │ Obrigação, mas... ...........................................................................................577 11.3 │ Igualdade, mas... .............................................................................................592 11.4 │ Autonomia, mas... ...........................................................................................607 11.5 │ As normas e os problemas .............................................................................620 CONCLUSÃO................................................................................................................623 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..............................................................................643 ANEXOS.........................................................................................................................679 AGRADECIMENTOS O primeiro agradecimento dirijo-o ao Prof. Doutor Pedro Hespanha, que orientou esta tese com a disponibilidade e a generosidade que lhe são conhecidas. O seu papel na minha carreira académica e científica vai muito para além da função de orientador dos meus trabalhos científicos. Ao longo dos anos tenho tido o privilégio de poder beneficiar da sua sabedoria em inúmeras ocasiões e de poder partilhar com ele muitas outras aventuras para além desta tese. Em segundo lugar, gostaria de mencionar os homens e as mulheres que me acolheram em suas casas e aceitaram contar-me as suas vidas. Sem a sua generosa dádiva esta pesquisa não teria sido possível. Este trabalho é também devedor do contributo que muitos deram para ser possível chegar até às famílias entrevistadas. Durante meses, persegui familiares, amigos, colegas, conhecidos, familiares de conhecidos, amigos de familiares, conhecidos de conhecidos… em busca de um contacto. Ao fazer a lista das pessoas que me ajudaram nesta fase do trabalho de campo conclui que ela daria um bom estudo de redes sociais… Esperando não ter esquecido ninguém entretanto, aqui ficam os nomes de quem que me deu uma inestimável ajuda: Ágata Midões, Alexandra Mendonça, Amélia Ricardo, Ana Antunes, Ana Maria Palhares, Ana Raquel Matos, Ana Seixas, Cristina Milagre, Fernando Padilha, Ita Carreira, José Palhares, Laurinda Gamboa, Luís Guerra, Luís Januário, Luís Peres Lopes, Margarida Antunes, Maria do Céu Seixas, Nuno Moita, Nuno Serra, Paulo Rodrigues, Rosa Lopes, Rosalina Santos, Rosário Dias Ferreira. Durante o trabalho de campo, pude contar, de Norte a Sul do país, com uma vasta rede de apoio que tornou mais quente o inverno frio e longo em que realizei as entrevistas. As agruras da pesquisa foram menorizadas pelo acolhimento e pelo afecto de muitos dos que acima referi. Gostaria de destacar, no entanto, pelo apoio que constituiram durante as minhas deslocações, os mimos inigualáveis das primas Rosalina e Mélinha, o acolhimento amigo da Ita e do Heitor, a recepção “cinco estrelas” das famílias Antunes e Seixas, as provas de iguarias regionais com o Luís Guerra, o imbatível coelho do Nuno Serra e as inesquecíveis histórias da sua mãe. Esta tese foi realizada no quadro de dois projectos de investigação: As solidariedades familiares em época de mudança dos sistemas de protecção social, coordenado pelo Prof. Doutor Pedro Hespanha (Projecto PRAXIS / P /SOC / 13154/ 1998) e Novas gerações e solidariedades familiares (Programa SAPIENS/ Projecto 39206 /SOC / 2001). Todo o meu trabalho académico é devedor de duas instituições – a Faculdade de Economia e o Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra. Na FEUC dirigo uma palavra especial aos colegas do Núcleo de Sociologia e um agradecimento particular ao Presidente do Conselho Científico, Prof. Doutor Carlos Fortuna, pelo apoio que me tem dado desde o início da minha carreira. No CES, ao qual devo condições de trabalho estimulantes e enriquecedoras, gostaria de agradecer, em especial, ao seu Director Prof. Doutor Boaventura de Sousa Santos, pelos seus desafios constantes que nos fazem querer ser e fazer melhor, aos colegas do Conselho de Redacção da Revista Crítica de Ciências Sociais, e particularmente, ao seu Director, Prof. Doutor António Sousa Ribeiro, aos meus colegas da Direcção – Paula Lopes, Tiago Santos Pereira e, em especial, ao Hermes Costa, pela sua solidariedade e apoio na fase final da tese. Devo múltiplos agradecimentos àqueles que partilham comigo a esfera do trabalho e da amizade. Agradeço ao José Manuel Mendes e à Paula Abreu a sua disponibilidade e paciência perante as minhas dúvidas sobre a análise estatística. À Lina Coelho pelas suas leituras de vários capítulos, bem como pelas inúmeras conversas estimulantes sobre um mundo de outras coisas. À Virgínia Ferreira pelos seus úteis comentários a diversos capítulos, mas sobretudo, por tudo aquilo que não cabe nesta tese, mas faz parte dela – o constante estímulo e apoio ao meu trabalho, a partilha cúmplice de interesses e projectos. À Teresa Tavares pela leitura minuciosa da tese. Sendo ela (re)conhecida como a melhor pessoa do mundo, ter-se-á que acrescentar o sub-título de melhor revisora de texto. As redundâncias e erros gramaticais que resistiram à sua feroz perseguição são da minha inteira responsabilidade. Ao Claudino Ferreira pela sua leitura atenta e estimulantes comentários, bem como pelo apoio incondicional na produção final da tese. Devo, ainda, um agradecimento aos colegas do grupo R.E.D.E.S – Paulo Henrique Martins, Breno Fontes, Eliane da Fonte, Cristina Reigadas e Adriana Marrero, com quem nos dois últimos anos pude partilhar e discutir ideias que contribuiram para o enriquecimento deste trabalho. Esta tese não teria sido possível sem o apoio da minha família e amigos. Quase todos já foram nomeados acima, resta-me agradecer aos que não tiveram tarefas concretas distribuídas. Pelos pais que sempre foram, mas, sobretudo, pelos avós que são, à minha mãe e ao meu pai. Por serem os meus amigos da vida toda, ao Rui Tavares de Almeida e à Guida Fernandes. Por ser minha amiga de infância, à Margarida Viegas. Pelos momentos prazenteiros de uma vida para além da tese, ao John Mock e ao Luís Moura Ramos. Por conseguirem dar abraços fraternos, mesmo com o Atlântico no meio à Alice Nunes e à Eloisa Cabral. Pela memória dos dias felizes, ao Nuno Baptista – se já não posso contar com ele no presente, fica a certeza de que o futuro se constrói também com o que de bom nos fica do passado. Uma palavra especial para a minha-irmã-praticamente-gémea Elisabete Figueiredo, a quem devo uma ajuda inestimável na preparação do manuscrito final da tese. Seria uma dádiva de monta, se não fosse o oceano de outras coisas que nos une. As minhas últimas palavras vão para aqueles que estão sempre em primeiro lugar. Ao Quim, companheiro da vida toda, devo a certeza de que há modos novos de construir a família e o desígnio de renovar no quotidiano aquele poema que há muitos anos elegemos como nosso. Ao meu filho querido Guilherme, que revolucionou a minha vida, devo muitos ensinamentos, mas, sobretudo, a aprendizagem do sentido relativo das coisas. Sem isso todo o caminho teria sido muito mais difícil. I NTRODUÇÃO No volume Sociedade, Paisagens e Cidades de uma obra recente sobre a Geografia de Portugal, Teresa Barata Salgueiro e João Ferrão destacam o “turbilhão de mudanças” que o país sofreu nos últimos 30 anos (2005: 13). Uma leitura dos dados extensivos e das análises apresentadas nesta obra permite identificar alguns elementos desse “turbilhão”: um acelerado processo de modernização, com resultados complexos ao nível territorial; uma convergência com os padrões europeus, embora com distâncias significativas em domínios essenciais do bem-estar e da qualidade de vida; uma elevada heterogeneidade dos processos de mudança e das estruturas sociais, económicas e culturais, coexistindo, lado a lado, traços de modernidade, pré-modernidade e pós- modernidade. As análises em diferentes áreas revelam uma sociedade em rápida transformação, mas em que “a força do passado no presente” se faz sentir com intensidade em múltiplos domínios (André, 2005: 141). Introdução Um desses domínios é, certamente, o das relações familiares. Os indicadores demográficos são, talvez, os que melhor espelham a rapidez da mudança e a aproximação aos modelos europeus. A transição demográfica portuguesa foi tardia, mas o seu ritmo vertiginoso (Almeida et al., 2002 e 2004; Bandeira, 1996; Ferrão, 2005). No entanto, a convergência dos padrões demográficos na Europa está longe de corresponder a uma homogeneização das formas de viver a família e em família, nos diferentes países. Se existem alguns traços que definem o “modelo familiar europeu”, eles podem ser sintetizados pela definição durkheimiana da família relacional “centrada nas pessoas, mais do que nas coisas”. Contudo, este modelo, construído sobre a informação estatística, é sobretudo “teórico” e tem concretizações muito diversas no interior da Europa (Commaille e Singly, 1997: 20). Como mostram os trabalhos de François de Singly (2001, 2003), a família tem hoje que permitir conciliar a vida em comum com a liberdade e identidade pessoais, respeitando a autonomia individual dos seus membros. Uma parte das divergências entre os países europeus parece passar pela adesão à norma do individualismo, mais forte nos países do Norte do que do Sul (Commaille e Singly, 1997). As diferenças não se justificam, no entanto, por um “atraso” do Sul, mas sim por configurações específicas ligadas à organização da vida familiar, às relações sociais de sexo, ao papel da família na construção do bem-estar individual e colectivo. Em Portugal, o apego aos valores familistas e a centralidade da família na protecção social são notórios. Se estas características resultam, em parte, de uma herança pesada do passado, a sua persistência no presente desafia-nos a (re)pensar o lugar da família nas novas reconfigurações do social e do político. Se, hoje, a “questão familiar” passa (ou melhor, volta) a estar no centro da “questão social” (Déchaux, 1996), ela tem, também, que ser reformulada devido 6│

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