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Rousseau: uma arqueologia da desigualdade PDF

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r I I -~ .II. .L ROUSSEAU . UMA ARQUEOLOGL~ DA DESIGUALDADE I . I I Olgária c. f. Matos FICHA CATALOGRÁFICA (preparada pelo setor de catalogação de MG Editores Associados-Bibliotecária Diva Andrade) Matos, Olgária C.F. Rousseaú-uma arqueologia da desigualdade. São Pau- ROUSSEAU lo, M.G. Editores, 1978. 124p. Bibliografia UMA 1. Filosofia francesa I. Tftulo. ARQUI~OLOGIA CDD 194 DA DESIGUALDADE © desta edição da MG EDITORES ASSOCIADOS Rua Sergipe, 768 ·fone: 259-7398 O1 2 43 · São Pau lo, SP SÃO PAULO-- 1978 I Produção -'itorial: Florentino Marcondes O' Angelo \ Capa:· Mauro LOpes R..,isão: Rosane Albert Assistem• de Produção: Nilza lraci Silw COMPOSIÇÃO COMGRAF- Composi~ Gráficas S/C Ltda. Rua Alvarenga. 1237-2? conj. 23-Tel.: 210-8579 . Ao Kdu, razão de ser deste trabalho \ \ e I \ a meus pais I l I I I \ I' l ~ \ \ * Este estudo não teria sido possível sem o concurso da FA PESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) que concedeu bolsa de estudo durante sua elaboração na Universidade de Paris I, Sorbonne. I I I suMhluo j I i Prefácio .................................. . 9 Introdução .............. ..... ............. . 17 Capítulo I - O Silêncio e a Origem ................ . 25 I A - O Visível e a Natureza: a Presença e a Igualdade ... . . 25 I B - O Movimento das Paixões ... ..... ......... . . . 36 Capítulo II- A Natureza e o Artifício . ..... .... . ... . 45 ' A - 0Anima1, o Homem: a Identidade ..... . .... . .. . 45 B - O Animal, o Homem: a Diferença .. . ....... . .. . 50 C - O Retomo do Reprimido na Sociedade . : .. .. . . .. ·. 60 Capítulo m- Da Visibilidade à Alienação . .......... . 61 A - O Invisível e a Repre3entação .. . ... .. ..... ... . 67 I , B - A Gênese da Oposição: a Consciência ........... . 71 C - A Guerra de Todos contra Todos: a Propriedade .... . 82 !' ConduSio - Balanços e Perspectivas . . . . . . . . . . . . . . . . 93 A - Restaurar a Visibilidade: o Contrato . . . . . . . . . . . . . 93 B - Um BalançO Provisório . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 104. C - Um Balanço sem Perspectivas . . . . . . . . . . . . . . . . . 112 Bibliografia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 121 ·PREFÁCIO I I Por que, tendo escavado as origens da desigualdade entre I os homens, Jean-Jacques Rousseau nao é um revolucionário?· Este I livro nos convida a ret1etir menos acerca da coerência da obra \ de Rousseau e mais sobre a inquietante questlro de seus limites. A autora procura localizar o ponto em que o discurso rousseau ruano cria sua própria barreira interna e que, não podendo ser ultrapassada, impede a emer;gência da idéia de uma nova justiça e a exigência de uma revolução para alcançá-la. A origem e o fun damento da desigualdadé' social são marcados pelo advento da propriedade privada, porém falta à análise de Rousseau apontar o vínculo necessário enue propriedade e exploração. A ausência desta última impossibilita dar à desigualdade "um conteúdo his tórico" e, na falta deste, não há como conceber "uma passagem dialética das contradições"'. Eis porque as duas soluções oferecidas pelo ftlósofo - o contrato social e a pequena comunidade de Cla rens - aparecem mais como substitutos para a injustiça do que como luta conua sua causa. Ser desnaturado porque cindido da " Natureza e socialmente dividido, o homem jamais recuperará a indivisão da origem quando, silencioso e disperso, colhia os frutos da terra, 'aplacava as necessidades e divagava no murmúrio das paixões benevolentes. Quando os homens se reunem já se sepa raram da Natureza e a sociedade, precária substituição, é incapaz de refazer a urudade indivisa do originário. Buscando a origem perdida. o homem social apenas encontra substirutos para ela, mas porque a perda é perversão, perversos serão os substitutos encontrados e nascendo acorrentado aos grilhões do destino de tudo quanto aàvém depois da queda, o homem social é homem sem espermça e sem redenção. Desnaturar-se é ser culpado e tor nar-se suspeito no coração de uma alteridade pervertida e cada 11 I' 10 . - presente no "Segundo Discurso", quanto às transformações ocorri alim nta a suspeiçao. . nas agrava a culpa e e . diz das no modo de ser do homem. Destarte, tanto o conceito de ho mov u. nento da históna ape· ara a l.i De diateza do instmto, ·d mem natural quanto o de homem social bem como a passagem do rfectibilidade, substituto P . is o homem progn e A pe ·at·t· e sim ambigua, po d oo-raça estado de natureza ao de sociedade enoontram-se fundados em um O1 g a. n. a, não é di doe eic ase aperfeiçoa em d e-.'aer-".:'"o-r..-a- e para a eo>fr · princípio único e sólido a partir do qual é possível narrar o drama II porque é des.g raça ara a morte. · so. po d e- do gênero humano. Assim, a pergunta pela origem da desigualda ' i Socializ.ar-se e nascer p . discurso que a temat:lZ.a . . de entre os homens deve passar pelo momento em que os homens História da perversidade, o . sta uma pista para adivinhar· eram iguais na diferença puramente natural. momento da auto-sufi.. ria ser perverso também. Na:o sen~ ~a da obra de Rousseau talve~ ciência e da piedade, momento originário da liberdade e da esponta I mos que a questão acer': :a::nc oerência não se~ um cont~e nea identificação com o outro no sofrimento. Se a natureza h:uma . uro falso problema. e . escapasse milagrosamen na é livre e piedosa em estado de natureza é porque neste estado \ seJas o não seria exigir que o dise~o suscita e provoca para qu~ reina a abundância, a satisfação das necessidades não ultrapassa o : t~a dessa história ~rve~. qu~re o mal? Mais fecunda sera \ desejo natural. o mundo feito somente do aqui e do agora ~ plena I tomaS;e urn "bom discur~ . so d discUfSO e que, ao fazé-lo. se . gue os linUtes 0 - percorre mente visível e sua visibilidade transita entre os homens para os a leitura que mterro ·grnáúca rememoraçao que - quais o simples gesto é bastante para a comunicação e a dor visível desvende o sentido dessa eru homem feliz não tem memó I I a obra onde lembrar é saberfqli~e-doade é silenciosa. A obra é per- do outro, suficiente para despertar um eco nos demais que não precisam "entendê-la" para senti-la em sua própria carne. A per I que a e ci supnmu-se ria e falar é afirma r . é tentaúva funesta para gunta pela origem da desigualdade converte-se, pois, em qu~o I versa e nela a busca da ongem ória. a linguagem, o pensarnen- acerca da transformação ocorrida na natureza humana e que a fez . sem conseglll-lo. A roem . .. ·. . lembrar. escrever, II I a S1 mesma . da erda ongmana, . passar do estado de igualdade entre homens auto-suficientes ao l to e o trabalho são SlgllOS b~o da obra seja a repetiçãO mcan· estado de desigualdade entre homens que se tomaram dependentes. fazem com que o tra . . discurso está a procurar. A Arqueologia da Deslgualdade é uma teoria da alienação. Com ~=da perda e da divi~o CUJa o:Og;{: ;eda: é sua plena manifes- preendemos, então, porque a autora completa a pergunta sobre Rousseau não e descnç A obra de ocu1 e a origem da desigualdade oom uma outra que lhe confere pleno o · al visível se ta 0 sentido: qual a origem da submissão? Sem a questão acerca da taçã .Como o diferente se toma de~ a .estas questões, escreve obediência a outrem seria impossível determinar o momento em resença se faz ausente? A respos história empírica. pois Rous que a diferença natural é transfigurada em desigualdade social, ~~ não deve ser buscada em uma riam determinado o advento - . daga quais os fatos que te . rincípios que ator- pois esta nada mais é senão a forma da do~o e das relações seau nao m s e sim quaJ.S os P entre homens divididos. .~~ .....n aldade enUe os homen I<W"ia da Desigualdade trans- da ~- . a Arqueo ~.,- s Olgária Matos enfatiza a afirmação de Rousseau segundo a naram possi'vel. Dínamos ·q u·e · transcend ental · Freqüe. n.t ement.e o ·. qual a propriedade privada marca o advento do estado de guerra, cone no espaço de urna rustona a consideram o principiO explicau . mas não· o advento da sociabilidade, de sorte que o surgimento intérPretes da obra rousseauruand comparação feita entre o esta~? . da propriedade privada é precedido de outras desigualdade que da desigualdade como fruto ~ visto que em Rousseau a cnU· a preparam, sendo mais um fruto delas do que sua causa. Da mesma ~~natureza e o estado de soCledad:·em sua oposição absoluta face_ maneir~ Olgária mostra como o uso da força e a exigência do ca do social encontra-se allcerçaf co tradicional da interpretação. :e reconhecimento entre homens que se tomaram oonscientes não ao natural. Olgária deslo: e~tado de natureza que Rousseau são causas da submissão, mas apenas seus intrumentos de conser "'"' é através do conceJ . aldade mas através do conceitO n...... · d desigu · fu da vação, sendo necesSário buscar aquém delas a gênese da obedit!n· fundamenta a teona Ea deslocàmento interpretativo é n - cia. Assim, tanto o· advento da propriedade privada quanto o da de natureza humana. sse . -ia incompreensível a preocupação, · ele tornar se mentaL pms sem 12 d"e"s"c o" "' 00m os oo~uotrtoos , na alimn ~:.:od~ l3 rento bo:o romo do =timooto• o outto é dominação devem pressupor outras alterações no modo de ser . as porque ser d o e, assim . ções e prefere- . . ama o e não ser odiado , como dtte- dos homens que as tornaram possíveis. Eis porque a autora se nctas, a Jingu supõem com detém na análise da origetn das línguas. na compreensão do signi· "'"" de,;guais . . ,.om do """r o do ó<li . pau da ai ' unpelidos pela vaid d o cna e conserva ficado da passagem da sensibilidade e das paixõeS para a consciên· ronta e pelo deseJ· o de . a e e pela vergonha, pelo d Em VIDgança. me o cia e a razão, na interpretação da gênese do mundo do trabalho que momento como mundo da carência. Essas modificaçõeS são camadas super em de st·g Ua 1 d.ade & fazemf .~wld~ou- e tra. balha r transformam a dife . posta' onde a d.,;guaidade ., ,.djmenta e cujo perlll o• oapítulo• uma luta mortal? C dese:JO de reconhe . rença · d · orno a sociabilidad" cunento recíproco deste livro desenternun com paciência. Aqui a arqueologia é geolo- ..e.l :..g..u:~ex~r ra? Para e nascente . . o compreender é . engendra o estado wY~ ongmárias preClSO mostrar e alte . - trabalho e lingu :::.c=omo as duas gia. No estado de natureza. pólo ideal da origem, reinam a pre- ram llTeTO di agem - · qu sença e a visibilidade. O nascimento da Ungu.ageiD e o advento O homo:m natur.ole é ";;;"onto o modo de "'' dlruõo• do trabalhO marcam a separação entre o hometn e a origem. pois amor-próprio - p ara que oar nem· do. amor de si·• o h omem sohcuimala nda . a fala é relação com o ausente e o trabalho, criação do possível. doau se per. vertesse) na segupnndma erfr a. form.a do amo r se converte, ssoe Com eles surge a consciência do tempo e da morte, roas também ( posse e com ele o int ot preClSO que ·"'.'-"-":"~~ 0 d . a da permanência e a da identidade. A consciência de si desco o"'." "" Olgfua , organiza-0se" 'm"e' npoasi lioula<. A sub.j etMdade nasce"n"tleo ~b bre-se como idêntica ao saber-se diversa do mundo natural e das m.alS sob a égide do "meu" a categoria do "eu" e m .t , demais consciências que a cercam-Para que a Unguagetn, o traba por a=o quo a . . o "'u unpera!No é a w o ser.! . .grande <li"slo definid P"""· Não ser.! lho. a consciência do tempo e da identidade surgissem foi preciso . a OpOSIÇão entre o in...l'--'d ora do ser social do horn , I quo a ade<!O in•titiva ao imodiato codo"" pa= a olgo in.:rito na ticular b wvl uo e o c"dadl em ••'"'" o o oro rolo!No_ Porém, é re ' . o, ootre o intore"' pa<- natureza humana desde a origem: a perfectibilidade. Todavia. para cena o m· teresse particular? A' pre C1SsOt mdagar: como f O.l posst. v el I <!'lo "'" """" a ocupar o lugar do inStinto, futiugUindo o ho aavento da . . spo a a esta quest- mem do animal. e para que a consciência viesse a ocupar o lugar fon" 0d a mb. r ru.s s.a o. pro.p nodade prWada o do trabalhoao apliielon ad"o" da pu<a .,.,.omdado foi preO.O quo olgo ""'""'o na p,ópria Na é unposs· ' tureza. Crises, revoluções naturais e acasos funestos f12eram com de t odSo es e a terrtav e 1d ec onv. ence. r o s h omens de que "os f - grande~ em te ' runguem" é rotos sao que a Natureza deixasse de ser benevolente para conver- :;'"~ue é lin na """''"' o p=uída o por o trabalho "' realizo ter-se em obstáculo a exigir que os hOmens lutaSsem para viver. ~p:"· ."dffi dade do intor=-Pan quo a lingwog""' do po...Udor Com o trabalhO realiza-se a cisão fundamental entre homem e . C1SO dizer "isto é meu" erença SUIJa como de . . Natureza e da labuta nasce, entre dores. o homem social. Foram o,)a •rolhida P'lo• "b ' porém, P"' que a de . ,;gual wnbém o• oatacli=O' oatu<ais (goloin' o de"""'· frio o .:oa) "da romo direito de ulhado• oomo •impl" diforen ogualdado ~"'"" outros . algwru.s a frut're d ça, reconhe- og•lo rbeo' Jt"o'Duo'á,t"<''' o, umaa g'io"'" "ag"i'o"r'o"m hduOmO, O-' ohroQ raor<tno' •f opuonmto •o bdroi quo tu, da sspworu~dae m= no do1m do obedi<m . o trabalh o de todo• o• ue nã o é preciso pnm· e· neta dos que nada t!m aos gado' a oria< üugu" oaroun• quo ll>'' penni"""m "'"r ,.unido• o poden . . , uo persu dir qtrabalho da a ""r "'m o outto. Tod;,... se'- um homom de e cooperar em tarefas comunitáriaS· e~úe . . matona despo .d . • e verdaàe que se Se o trabalhO parte)a a divisão o homem e a Natureza, nal VlVer , na realidade o sdsiswc u a , a mmo n.~ possuidora não pomd eo- ao sl inpgruóapgreioms hmoamrcean so. Saed voe nttroa bdaalh coo nnsacsicêen csioa bd aa valitoelreindtaad ep reensstãreo pdeireoist oq uàe ptarala bvarlah acmn. seta lsizu. n pelorss oq upee rspuoa,~S.,·iuv eo mn a-ao tesrerraá pAr of.e rido da carência, a linguagem nasce sob a exigência das paixões: ter que querem e podem fal ar. a a desigualdade determinand. o Sa.qSullelll, eos fome ou sede não faz falar, roas amar ou odiar criam os sons ar ticulados. Enquanto na piedade natural os homens se identifica- próprio discurso C 15 Os possuidores convence~o os demais acerca da depend~u- cf ~izá -cloa m, qnuzegã ~a a·l teroidmad ee fSeOi.tJ oa • " o'".' daa'· vceonmtoo da propr. iedade pnv. ad<! através do nasce como razão de dominum _yengo e para exor cia necessária e sem este convencimento a submiSSãO seria imp<>s ~. nteresse vemo, !Sto é d açao, manifestan,~~_ ~~ síwl contudo, a \ingll'&em do ongodo só foi pessí"'l .,.ando particula r. ) que ocu•p a e wna vontade dete mu.n ada (pel 1 toda a superfície= da Terra já se encontrava repartida entre algunS pa eei: tsosa e UmSeUriepc-"er" rãáo aquele q ue nãoo useg asr udbam veotenrt a de ,u ru.. v ersal . G raçaos que P"" defondore.n seus bens o se apassat= d"' de outrem p<O a e:x.clusã E sera tido cisoV= o<>nW apaio d"!uelos quo ostaVam sendo ospnliados domio>Ção peq>ehu o. ssa von" de doto . ada romo sus- - eis coroo o discUIOO do rico, fraCO para se defender sozinho, con nação. Assim ~fa ali ' <ol"Çio ,.nho<-.,rvidor":' QU razão de verte-se em c:lisCUI!O do forte, p<>is conta com o aux.tliO submissO põe tanto a n:.""o oomo fon-. d" r<! ;:'"'"to· ' olie kgitimoção "-' op - de pnvada o o trab.Jha { 'socws pn=J daquele• que .aediwam que seu bem o<>.sistia em trabalha< P"" ~rn diadas peta.' oo· medida om que" relações ontre orçado quanto sua o benl. de U1ll outiO- Assim, trabalho e complementam-se ISaS e ocultam as rei os homens são me- no espnWnonto ;ntennináffi da olieo.-;á<>' oo.,.anto a proprio O Homem separado ações hwnanas reais. dade e o trabalho afundam o punh>l na camo dos desiguais• a lin depender das coI·S aS prod d·daa sN atureza aliena- se porque gu.geo> põe ungüento nas feridas para cicatrizá-las à força. o<>n- e não do trabalho que asU pZrl od p. ara viver e 1·u1ga d ependepra sdseal aas .eocendo os .,bulb>do• de quo todos '"" ;gu.is pn<qU<• unidOS se or e servidor alie uz, por outro lado divisã pannh te< "' . n• o p<óprio trnbalh ' a o entre coiSaS para viver é . o na medida em pelo trabalho, criam o bem coletivo. Mas o que teria tornado possível o logro generaiiz.ado? Como . le que possw· a terra (d preC-iso. depender de outrem qu· e foi pessí"'l p-' do clarO uso da fo.ça ao oxorcício ;nvisivol do dqauqeu ere aliza o trabalh ( depenep~nencdiean cta do servidor) . ' SCJa poder'! fun que ,nomeoto o di>cufSO do ri«> o do forte transfi· Olgária, Rousse o do senha ) T se:Ja daquele au toma a alie r . od.avia, gusa-se em w.c= da l""'tnnidade? Co.no> éU p<h>S-S·Í "'l .,se ,novi- da produção o nlo com - n"Çio como r<sult.do do """""' ,neoto sincroniZ'-do da propriedade o da do trab.Jho P"' de '"""" ' .. - o mo:no< ao pn\prio ato movnnento moosão <bs o I"'- alion>Çãoom •to" n>o prod urtvo o, IDca- e da linguagem? Para responder a estas questões Olgária Matos p poSIÇões que descre>era ' pode ultnp=n a di- explícita o de.,.vo\vimeoto de uma opOSiçãO que .,\ou a sepa ermanecendo · · . nçfo definitivO entre o bo.nem natural e o bo.nem social' o de- vendou • Rou sseau popdn sriáO nerro dos con.tlito s cuj · de~ semolvimento da op<>siç:io entre o ser e o parecer. ''Há em Rousseau ostado de guerra. mas0 n ão 'P"n" tentu ot'e recer ' remoéndgio=s p~ um .,;,terna de oposiçõO•' quo vai ·do plano ontológi«> ao plano 0pb era a força. Or""" ' o q ue é asdu~ a s· u· pd ressão. No estadfoo d~e guerra pnlíticO' ser-parea>r; .ter-oi!O-ter; fort<-fnco; ri"'1"'bre. O dis atar e somente uma fo o pela força, a pode 11D· ouno do rico (cale% orla oconomica) é o ruscuno do forte (categOria ça ceda 1u gar ao poder rçéa mai.o r pod e conservar. Pa·rra- arre- pe"'"""" lar. Ao co pn=o uoivorsaliz quo a for- paUtica), que se desdobra Corno (oategoria da !ingU'&em) lidado ntrato soei.! caber.< a t f " ' vontade puticu o a injustiça (oategoria moBI) o que recobre a falsidade (cale%oria G.~bm;tendo r;;d>ção tade ' vonwk puti':,;,.d eà da uoivena- Olg~..;~ 1 ra, escreve d • na.sctda na V ontolóFgoicia ."p recisO a opacidade do mundo para que a aparência o contrato ... ....., o ponto de vista . on- desSe à lingUagem o poder p~ afirmar que o mal é o bem; a fra zsaoçcaiaol implioa ="';;:.:""' P"" ftxá-la, um• da desigu.údade queza. força; a guerra. paz; a montira. venlade- somente quan legitima. armar a posse belic osav eezm q uPe sua. reali- Por ropnedade do a reflexão, poder invisível assenhorou-se da sensibilidade, foi pO"í"'l .,nvona" os homeos do que a· nocessidade mor<cia o . é impotent5e0 u turno , a pequdeen..a; ~c.~o~m unidade de a para superar a Cl.areru també penas encontra uma via .>.06 ....... dade, e através dela R m nome Ndeo J Je.õnetradnadtoe,. o mesmo movimento que permite a Rousseau servidos por alegres ptarraab aqlhu e, senhar es benevolenteso u~sse au bem aaores. Malgrado seu frac-aJsasioD , desvendar a origem da alienaç:io e com ela a origem da desi.gual dz:ie é o moviroentn que o deixa prisionei..ro no interior de seu 16 _ dese}o de unir 0 "al Clarens exprunem ~o subs- Contrato Socl e . O desejo de • d ° porém. 0 . d nenas reunua. . restauran ns que a socleda e. ai:"- ..;rrin~ria tenta realiz.ar-se és da home indivisão 011ó"'-- ' os outros at.raV tituto fmal para a sença dos homens uns a Le. no Contrato. a INTRODUÇÃO a ,,;.;bitidade e a pre u· ·diano Porém. a 1, o rasuo •..,. d labor co · ~rP-.-t-ldla apagar Lei, da festa e ~ b ta. em Clarens. não origem não re- festa e_ a alegre~; da guerra.~ a lembra;ça líriCO. do gen~aló- da _SOCJ.ed.ade n primado do eUCO ~bre b poo revolucionári~· o diJne o present~-6 ·co do arqueológlCO so ~;--~~~o do originá- gico soh re o biSt n. a• ldade ruma p n..r.<. ~O a de:.oo ... ~ ·. ~ sobre a deSlgU alienado, este "Não se trata de conser . . "to parado no ar. drama do hometn au, var o passado, mas de no. é gn diução sobre o _ da obra de Rousse realizai suas esperanças." Paciente metia os horizontes da leltura desenha-se vagaro- •' livtO não só arnp assa. a sombra de Marx discurso se anua- (Adorno) ainda os ultiaP . .~...n;,as e um novo aralll Jean- como scurso dessas P~ atorment samente no. tran desencanto e da culpa quevolta-se para o passa Como as paixões, alterando-se insensivelmente, mudam de da para alem do ..t:.,...rso sobre o presente d estancar-se nurn o contra~ pois longe e ·~f: sco- natureza; por que as caréncias e desejos mudam de objeto; por que, Jacques. anhar impulsO• • Ei-lo na epl~>><••e e ã medida que Homem Natural se apaga, a sociedade só revela ao do apenas para g a um salto em pleno ar. o assado, mas de grito, prepara-se ~~<Não se trata de conservar p olliar a reunião de homens artificiais e paixões fictícias? lhida pela autora. ,, A preocupação do Disalrso se faz sentir em seus avanços -~:~.,r suas esperanças · e recuos, em seus acordes e pausas, sob cada signo obscurecido re~ e cristalizado pelo olli.ar desnaturado. Existiria wna perversão inscrita já na própria origem? O claro-escuro do Discurso impede Marilena de Souza Chaui a visão, e o que transparece, desaparece. Dever-se-ia colocar a ques ·ulho de 1977 . "dade de São Paulo,) t.Jo de outra forma, para recuperar "o ser mais quimérico e mais uruveiSI. extravagante que só o delírio inventa". O Discurso é uma obra solene1: dedicatória, prefácio, evocação que percorremos lenta mente, como se Rousseau quisesse exprimir, pelo símbolo, o es paço que nos separa do começo primeiro. De sua Genebra., passa à evocação de Platão e da Academia de Atenas, para deixar surgir finalmente a floresta primitiva - de onde decorreria toda a his tória: "Ó homem, de qualquer regia:o que sejas, quaisquer que sejam tuas opiniões, ouve-me: eis tua história, como acreditei ~-la 1. A expressão é de Starobinslti, in Je4n-Jacques Rou=u. La Trans ptZTence et J'Obsracle. :\ i

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