FRITJOF CAPRA DAVID STEINDL-RAST com Thomas Matus PERTENCENDO AO UNIVERSO Explorações nas fronteiras da ciência e da espiritualidade Autor: CAPRA, FRITJOF Editora: CULTRIX Assunto: CIENCIAS/FILOSOFIA E HISTORIA ISBN 853160432X Título do original: Belonging to the Universe - Explorations on the Frontiers of Science and Spirituality Copyright © 1991 by Fritjof Capra e David Steindl-Rast SINOPSE: Nesta obra, Capra e David Steindl-Rast, monge beneditino comparado por muitos a Thomas Merton, investigam os paralelismos entre o pensamento do 'novo paradigma' na ciência e na religião, que, juntas, oferecem uma visão notavelmente compatível do universo - um modelo holístico e profundo baseado numa percepção da complexa natureza da verdade e do mito da objetividade. Estes diálogos cheios de vigor e de vida projetam novas luzes sobre as surpreendentes e inéditas conexões entre a ciência e a experiência de Deus. Como peritos reconhecidos em seus campos - Capra em física teórica e em teoria sistêmica, e Steindl- Rast em espiritualidade contemporânea e em ecumenismo ambos se deslocaram para além de suas especializações, em direção a uma criativa busca de significados, num nível ao mesmo tempo interdisciplinar e de cruzamento cultural. O resultado é este livro admirável no qual eles descobrem uma compatibilidade profunda nas fronteiras do pensamento científico e da experiência religiosa, onde as descobertas da ciência e a sabedoria da espiritualidade produzem introvisões paralelas a respeito da natureza última da realidade. SUMÁRIO PERTENCENDO AO UNIVERSO Sinopse: Sumário Prefácio Agradecimentos Visão prévia Pensamento do Novo Paradigma na Ciência por Fritjof Capra Mudança da parte para o todo Mudança de Deus como revelador da verdade para a realidade como auto revelação de Deus Mudança de estrutura para processo Mudança de revelação como verdade atemporal para revelação como manifestação histórica Mudança de ciência objetiva para "ciência epistêmica" Mudança de teologia como ciência objetiva para teologia como processo de conhecimento Mudança de construção para rede como metáfora do conhecimento Mudança de construção para rede como metáfora do conhecimento Mudança de descrições verdadeiras para descrições aproximadas Mudança de foco de enunciados teológicos para mistérios divinos I - Introdução II-Ciência e teologia 1. Ciência e domínio da natureza Espiritualidade e religião Teologia Moral Ritual Ciência e teologia 2. Os métodos da ciência e da teologia O método científico O método da teologia Fé Modelos teológicos Revelação 3. Paradigmas na ciência e na teologia Paradigmas na ciência e na sociedade Paradigma em teologia História dos paradigmas cristãos Pensadores do novo paradigma na teologia contemporânea 4. O paradigma cristão A personagem histórica de Jesus Cristo Amor cristão Conversão Jesus e Buda A Trindade A ressurreição III-A atual mudança de paradigmas Holismo e ecologia Ecologia e religião Ecológico e ecumênico Teoria sistêmica Novo pensamento e novos valores Missão O que é novo no "novo" paradigma? IV-Critérios para o pensamento do novo paradigma na ciência e na teologia Liberdade Individualidade e pessoalidade Deus e natureza 2. Mudança de estrutura para processo Espírito e matéria Auto-organização A Trindade Evolução, teleologia 3. Mudança de ciência objetiva para ciência "epistêmica" Consciência, intencionalidade Reflexões adicionais sobre os critérios 2 e 3 4. Mudança de construção para rede enquanto metáfora do conhecimento A variedade das teologias cristãs Deus como arquiteto Tolerância e pluralismo 5. Mudança de descrições verdadeiras para descrições aproximadas A aproximação em ciência Dogma O progresso na ciência, na arte e na teologia Poesia e crítica literária O elemento humano V - Implicações sociais do pensamento do novo paradigma na ciência e na teologia Interconexidade e sustentabilidade Uma espiritualidade da responsabilidade social Espiritualidade e criatividade Ecumenismo global e paz mundial Teologias da libertação Autoridade e poder Poder e responsabilidade O poder corrupto Federalismo mundial O novo pensamento de Mikhail Gorbachev Bibliografia PREFÁCIO “Quando chega o inverno na maior parte das áreas do mundo setentrional, a primavera já está avançando em Big Sur. Aqui, a primavera chega subitamente com as primeiras chuvas fortes de dezembro, ou até mesmo em fins de novembro. O 'inverno' em Big Sur é, na verdade, o advento de um verde glorioso e de uma primavera florescente." Estas palavras do escritor F. Schmoe também se aplicam ao clima mental de Big Sur. Aqui, a primavera da Califórnia agita-se sobre as raízes de um novo pensamento, que pode ainda estar adormecido no solo gelado de outros lugares. O novo pensamento não é, necessariamente, um pensamento superior pelo fato de ser novo, nem é necessariamente pior do que o antigo. Merece que lhe seja dada atenção. Ele precisa de um fórum onde possa ser apresentado, discutido e avaliado. Big Sur tem um fórum dessa natureza: o Instituto Esalen. Há mais de duas décadas, ideias e métodos que foram pela primeira vez concebidos em Esalen produziram mais tarde grande impacto em outras partes do mundo. Essa exploração pioneira de métodos e de ideias, essa obstetrícia intelectual de Esalen traz à nossa mente os nomes de Aldous Huxley, de Abraham Maslow, de Fritz Perls, de Buckminster Fuller, de Stanislav e Christina Grof, de Alan Watts, de Gregory Bateson, de Charlotte Selver, de Joseph Campbell, de Michael e Dulcie Murphy - esta lista continua sem cessar, o mesmo acontecendo com as ondas culturais que aqui tiveram início, muitas vezes num impacto com muitos respingos. As conversas registradas neste livro também tiveram lugar em Esalen. Num simpósio sobre "Questões Críticas a Respeito do Pensamento do Novo Paradigma", promovido pelo Elmwood Institute no final de 1985, Fritjof propôs uma lista de características para "o pensamento do novo paradigma" na ciência. Mais ou menos em tom de brincadeira, David e Thomas elaboraram um paralelismo semelhante para a teologia. Logo ficou óbvio que nosso engenhoso esqueminha tinha implicações de longo alcance. Explorando essas implicações durante vários anos, nos reuníamos em Esalen de quando em quando para discutir esses paralelismos, ponto por ponto. Este livro foi destilado dessas conversações. Suas páginas trazem a marca de Big Sur com sua incomparável beleza. Deveria ser um livro ilustrado. No entanto, que ilustrações seriam capazes de captar a flutuação da luz nos eucaliptos, a coloração perpetuamente cambiante do céu e do mar? Que ilustrações expressariam a fragrância deste jardim que repousa em penhascos acima do mar, o som dos vagalhões trovejando nas profundezas lá embaixo? O odor quente e pesado do estrume, o som do vento nos ciprestes, o murmúrio do riacho sob a ponte de madeira estava tão intimamente entrelaçados com o estado de ânimo que envolvia nossos diálogos que, sem se dar conta, os leitores poderiam cheirá-los, senti-los e ouvi-los. Os provadores de vinho, no final das contas, saboreiam o solo onde crescem as uvas. Embora esse assentamento na natureza não seja explicitamente mencionado no nosso texto, foi um elemento essencial nas nossas conversas. O sentido de pertencer, que repousa no âmago da percepção espiritual, tornou-se o tema central desses encontros intelectuais; e tê-los realizado num cenário natural tão magnífico - incrustados nos ciclos de luz e de trevas da natureza, de sol ardente e de suavizante neblina, de calma serena e de temporais assustadores - fez com que experimentássemos esse sentido de pertencer mais vividamente do que nossas discussões mais animadas. Nossa constante experiência compartilhada de um diálogo que teve lugar não só entre nós mesmos, mas também com a Terra, ajudou-nos repetidas vezes a ter acesso a compreensões intuitivas e a tácitos acordos onde as palavras tinham de ser deixadas para trás. Alegra-nos pensar que a Terra, a nossa Grande Mãe, está presente em cada página deste livro, e esperamos que para os leitores sensíveis à presença dela, a mais óbvia falha do livro, a ausência de uma voz de mulher no diálogo, ficará menos difícil de suportar. Gaia, a Terra viva, é a fonte silenciosa de tudo o que dissemos nestas nossas conversas. Ela nos proporciona o contexto para o novo pensamento a respeito de Deus e da Natureza. AGRADECIMENTOS Gostaríamos de expressar nossa gratidão A Steven Donovan, a Nancy Kaye Lunney e a Michael Murphy, pela sua generosa hospitalidade no Instituto Esalen, onde tiveram lugar os diálogos registrados neste livro; A Banja Palmers, pelo seu estímulo e pelo seu apoio financeiro; A Lorilott Clark, a Nancy Graeff, a Robert Hale, a Joanna Macy, a Raimundo Panikkar, a John-David Robinson e a Margaret Van Kempen, pela leitura de partes do manuscrito, ou de sua totalidade, e pelos comentários valiosos que fizeram; A nossos editores John Loudon e Holly Elliott, pelo refinamento e pela sensibilidade com que editaram o texto; A Paula Hand, pela ajuda administrativa, e por fim, mas em nada inferior em importância, A Wendy Ellen Ledger, por suas soberbas transcrições dos diálogos gravados em fita e pelo seu cuidadoso processamento de texto, realizado sobre incontáveis esboços do manuscrito. Big Sur, Califórnia, agosto de 1990 Fritjof Capra David Steindl-Rast
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