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Os Sonhos PDF

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OS SONHOS JOSÉ LAÉRCIO DO EGITO Sobre o Autor - JOSÉ LAERCIO DO EGITO Dr. José Laércio do Egito é médico, formado pela Universidade Federal de Pernambuco em 1.959, com formação em clínica geral e cirurgia, tendo posteriormente buscado outras formas de tratamento como Acupuntura e Homeopatia. Passou a transmitir seus conhecimentos nesta especialidade, sendo responsável pela divulgação e formação de muitos especialistas no Nordeste do Brasil. Praticamente quase todos os homeopatas atuais de Sergipe ao Amazonas Manaus foram seus discípulos. Publicou 4 livros de Homeopatia, sendo o Primeiro deles – “Contribuição para o Estudo da Teoria Miasmática” já na quarta edição no Brasil e com tradução na França, Alemanha e Inglaterra. Sua formação em Homeopatia feita na França e Argentina. Fundador da Sociedade de Homeopatia de Pernambuco, bem como o curso de especialização em Homeopatia em Pernambuco. Ministrou grande número de aulas em Manaus, Salvador, Fortaleza, Belo Horizonte e São Paulo. Homenageado em vários congressos, havendo sido Presidente de Honra do XVII Congresso Brasileiro de Homeopatia realizado em Natal, e do próximo a que ser realizado em Recife em 2.010. Dr. Laércio desde a infância se sentiu atraído estudo do misticismo, sem, entretanto, nunca misturar conhecimentos científicos oficiais com as suas convicções filosóficas em torno do sentido da vida em todos os seus aspectos. Tem cerca de 50 livros escritos sobre misticismo e religiões comparadas, oito deles já foram publicados. São obras no campo místico, área dos questionamentos que o envolveram a parir dos três anos de idade. Nasceu no município de São Vicente Ferrer, interior de Pernambuco, em um sítio, entrando assim precocemente em contato com a Natureza, que por certo aguçou sua curiosidade sobre o sentido da vida, sobre o ser vivo e sua relação com a Energia Universal. Visitou vários países a estudo e como participante de congressos e ministrante de palestras. Durante sua vida pertenceu a mais de 60 doutrinas, entre as quais Maçonaria (Brasil e França), Rosacrucianismo, Pitagorismo, Cabala, Hermetismo, Celtismo, Xamanismo e Nagualismo. Estudou por 3 anos vivencias de grupo céltico autêntico da Bretanha. Atualmente continua ativo em três Ordens Iniciáticas e em uma Religião. O Dr. Laércio considera muito importante em sua vida aquilo que um Mestre o ensinou, e também uma curta, mas forte experiência mística vivida com nativos HOPI no Arizona, cujo Xamã o orientou em curto tempo, porém suficiente ao desenvolvimento de muitos conhecimentos que, somados ao que aprendeu em múltiplas doutrinas, vem transmitindo em seus livros, palestras, cursos, publicações e conferências e em um dos seus sites (Acesso www.joselaerciodoegito.com.br). Uma característica que é peculiar ao Laércio é que jamais comercializou seus ensinamentos. Atualmente, em vez de publicar livros prefere disponibilizá-los gratuitamente na Internet (disponibilizado na área de Downloads). Atualmente reside na cidade de Gravatá - Pernambuco - onde continua dirigindo grupos de estudos filosóficos especialmente direcionados ao estudo de Religiões Comparadas. 2 Sumário SONHOS ............................................................................................................................................. 4 SONHO - FANTASIA OU REALIDADE? ........................................................................................ 7 INTRODUÇÃO À NATUREZA DOS SONHOS ............................................................................ 10 SONHOS PERCEPTIVOS ................................................................................................................ 14 SONHOS BÍBLICOS ........................................................................................................................ 17 SONHOS PROJETIVOS ................................................................................................................... 21 TIPOS DE SONHOS PROJETIVOS ................................................................................................ 26 SONHOS LÚCIDOS ......................................................................................................................... 29 HIPÓTESES SOBRE O SONHAR ................................................................................................... 32 INTERPRETAÇÃO DE SONHOS ................................................................................................... 34 VISÃO HERMÉTICA DO SONHAR .............................................................................................. 37 ENERGIA E SONHOS ..................................................................................................................... 40 O PONTO FOCAL DA MENTE E OS SONHOS ............................................................................ 43 O PONTO DE PERCEPÇÃO E O SONHAR ................................................................................... 46 SONHO UM PORTAL PARA OUTROS MUNDOS ...................................................................... 48 O SONHO E A CREAÇÃO DE MUNDOS ..................................................................................... 51 MUNDO DOS SONHOS .................................................................................................................. 56 3 SONHOS “LEMBRE-SE: VOCÊ É DO TAMANHO DOS SEUS SONHOS”. ROBERTO SHINYGHASHI 2 0 0 6 - 3 3 5 9 T E M A 1. 7 1 6 A não ser que a pessoa domine a Arte do Sonhar, não tem como saber se um sonho é a realidade do dia a dia ou não; somente quando ela volta ao estado de vigília é que pode fazer a identificação. Contudo, não tem muito significado se uma vivência se trata de um sonho ou não, pois, na verdade, todos os sonhos são vivências. Dizer que um sonho é ilusão não tem sentido, desde que este mundo que consideram real também é uma ilusão. Portanto, podemos indagar: que diferença faz? Na Verdade o nosso mundo habitual existe apenas como uma posição específica no - Consciência – “É”, a partir de onde a Mente saca as informações mediante e “monta” uma imagem perceptiva. O mesmo acontece com referência ao sonho, o que faz a diferença é o grau de fixação de cada um. P ara entender melhor vamos usar uma metáfora. Considere um arquivo de programa de um computador. No ponto de registro não existe texto explicito algum assim como desenhos, planilhas, música etc.. Isso se considere como o “É” do computador. Embora não exista de forma explicita mesmo assim há um ponto no qual os registros estão presentes e donde podem ser acessados através de um toque do “mouse”. Este faz o papel de Mente, e o registro no HD o de Consciência. P ara que se possa entender o mecanismo dos sonhos é preciso que antes seja entendido o papel da percepção, pois tanto o que se vivencia no estado de vigília, quanto em um sonho, em base, tratam-se de uma mesma coisa, a diferença, talvez, esteja no fator tempo de percepção. Como a pessoa passa muitas horas em vigília e poucas dormindo, e menos ainda sonhando, então as vivências do estado de vigília são aceitas como realidade enquanto aquelas oriundas deste estado não são levadas em consideração, mas se ocorresse o inverso, então, o sonho seria a realidade e este estado que chamamos de realidade seria um sonho. O mundo de uma pessoa existe onde se focalizam as suas percepções; quando desperto o mundo é o que ela vê, sente, detecta, e no sonho o plano de percepção é diferente, mas não o processo. Na verdade para o sonhador as imagens oníricas compõem um mundo tão real quanto aquele que chamam de mundo habitual – mundo da pessoa desperta. Não se tratam de dois mundos, ou de um mundo real e outro ilusório; ambos são de uma mesma natureza – imagens holográficas. V amos iniciar com um exemplo que muitas vezes temos usado para ilustrar o papel da mente e dá consciência. Consideramos como analogia a Mente se fosse um disco fonográfico no qual todas as expressões de existência estivessem gravadas nele. Por outro lado, a agulha (ou feixe de laser) como sendo a mente. Assim como a agulha capta uma pequena fração do disco, o mesmo acontece com a mente, ela (agulha) capta da Consciência, ou seja, uma fração mínima de tudo o que ali está registrado. Essa fração se constitui a percepção e o que é “extraído” tudo o que constitui o mundo do ser. Assim podemos dizer que existem miríades de mundos, talvez em número infinito. Qualquer um pode ser acessado dependendo do ponto em que a mente aborda a Consciência. Tal como a música do disco, a que está sendo num determinado momento sendo tocada corresponde ao 4 ponto em que a agulha está tocando o disco. Mudando-se a posição da agulha outra musica passa a ser tocada. Na verdade ela não existe, mas é gerada a partir de informações contidas no disco. O mesmo acontece com referência à Mente e à Consciência. O ponto em que a mente aborda a Consciência dá origem a percepções que constituem o mundo. Este mundo que consideramos único não é mais que o resultado de uma captação feita pela mente a partir da consciência. Se ele for deslocado, o mínimo que seja, haverá consequentemente mudanças da percepção, e ocorrerá como conseqüência outra realidade passa a existir para a pessoa. A existência é a Consciência, fora dela Nada existe, portanto qualquer que seja o evento ele tem origem nela. É algo que é captado na consciência pela Mente, podemos dizer que a nossa realidade resulta da percepção obtida pela Mente a partir da Consciência. Deslocar esse ponto de focalização equivale a modificar. 1 P equenas oscilações da agulha deforma a música, porém se forem grandes pode surgir uma das outras musicas que estejam gravadas. Pequenos deslocamentos ocasionam pequenas modificações não suficientes para ser tocada outra música. O mesmo acontece com a percepção, se o ponto detectado apenas comportar discreta alteração de posicionamento, então o mundo é o mesmo, apenas apresentando certas nuanças diferenciativas. Isso é o que acontece quando a pessoa passa por muitas situações tais como, sustos, medos, ingestão de drogas, hipotermia, febre, etc. Nessas situações ocorre modificação do ponto de sintonia e o resultado são distintas alterações de percepções que geram ilusões, alucinações, distorções da realidade habitual. O sonho tem tudo a ver com o deslocamento do ponto de focalização da Mente na Consciência. Na Consciência tudo está “registrado”, todas as possibilidades estão presentes independentemente de espaço e de tempo. O momento e o local atual para nós nada mais é do que um ponto focal captado pela mente no campo da Consciência. Por menor que seja um deslocamento desse ponto de percepção por certo a realidade será outra. Quando o deslocamento é mínimo as mudanças são igualmente mínimas, quando grande as mudanças podem ser inconcebíveis. N o estado de vigília a área de percepção é muito fixa, só permitindo o fluir natural, aquilo que chamamos de passagem do tempo. Essa relativa fixidez é que permite o sentimento de aqui e agora, ou seja, do mundo tal como percebemos e pelo que nós consideramos real e mesmo único. Durante o sonho a fixidez do ponto atenua-se o que permite a ocorrência de deslocamentos e consequentemente de vivências. Desde que o ponto de sintonia saia de sua posição habitual ocorre a sintonia de outro ponto e a percepção do que ali estiver registrado. Isto é o que acontece no sonho comum, há um deslocamento não muito grande que permite distorções do padrão vivencial da pessoa, mas não ao ponto de representar um mundo totalmente distinto. Em síntese, podemos dizer que pequenas oscilações do ponto de abordagem da mente geram estados perceptivos distintos, entre eles o estado de sonho. Não se pode dizer que uma agulha que é deslocada no disco o que é reproduzido é aquilo que reproduz seja diferente daquilo que estava tocando antes, o novo trecho musical é tao real quanto aquele. O sonho é um deslocamento do ponto de percepção não muito distante do ponto original, mas ambas as percepções são similares, pelo que não se pode dizer o que é percebido no ponto A seja outra coisa, ou uma ilusão no tocante àquilo que é percebido num ponto B. Por tudo isso se pode afirmar que sonhar é perceber pontos distintos do “É”, ou seja, um afloramento de outros pontos de registro. Não se pode dizer que aquilo que é produzido pela agulha ao se deslocar pela superfície do disco seja uma emissão de natureza diferente daquela que estava sendo emitida antes, o novo trecho musical é tao real quanto o anterior. O sonho é um deslocamento do ponto de percepção para não muito distante do ponto original, mas ambas as percepções são similares, pelo que não se pode dizer que aquilo que e percebido no ponto A seja outra coisa de uma natureza diferente, ou uma fantasia 1 O Nagualismo (Carlos Castaneda) chama o ponto de percepção pelo nome de Ponto de Aglutinação, e corresponde ao que o Hermetismo chama de Ponto de Percepção ( Ponto em que a Mente aborda a Consciência). 5 no tocante àquilo que é percebido num ponto B. Por tudo isso se pode afirmar que sonhar é perceber em outro ponto, a abordagem de outro ponto da Consciência, mas não se trata de uma fantasia diferente dessa que consideramos nossa realidade. É importante saber que esse mundo, mesmo constituído de miríades de coisas consideradas concretas, não é mais do que uma percepção da mente, e que não há limite para a amplitude do deslocamento, tudo é uma questão de disponibilidade de energia. Um deslocamento pode acorrer para outras realidades, outros mundos e serem percebidos como realidades concretas. Eles existem, não fisicamente, mas potencialmente. Coisa alguma existe fisicamente, essa condição é mais uma daquela peças que a mente impõe. Por isso o Hermetismo diz que este Universo é Mental. Ele é gerado pela percepção mental a partir de uma matriz – Consciência – mas nada implica que inúmeros outros possam vir a existir objetivamente – condição mental. Eles não existem concretizados, mas como infinitas possibilidades quânticas. Á primeira vista pode parecer entender isso, mas é fácil se for tomado uma analogia. Existem os programas de redação em computadores, como, por exemplo o Word da Microsoft. Nenhum escrito está explicito nele, mas mesmo assim ele pode dar origem a um numero inconcebível de textos distintos. Quantos textos podem ser gerados por um único programa? – É impossível se ter uma respostas porque tende a infinito o numero de textos que podem ser gerados. Nesse exemplo a Consciência pode ser comparada com um programa gerador de textos para o qual não existem limites. H á muitas condições que podem gerar sonhos, mas sempre o processo é o mesmo, um deslocamento do ponto de percepção. Assim, um sonho pode ser referente ao passado, ou ao futuro. Uma faixa já tocada é acessada pela agulha, ou outra que ainda não o foi. Nisso reside a natureza dos chamados sonhos premonitórios. Na consciência tudo quanto existe está registrado, tudo pode ser repetido, ou previsto conforme o acesso que for feito. O que temos dito nesta palestra diz respeito a pequenos deslocamentos, mas isso não que dizer que deslocamentos muito pronunciados não possam ocorrer. Nesse caso o sonho pode ser muito mais concreto, muito mais pronunciado e envolver valores incomuns. Ele pode se referir à existências totalmente fora da faixa habitual. ( Na analogia feita: A música pode ser outra totalmente diferente da original). O que importa no processo é o deslocamento da percepção. Este mundo, mesmo constituído de miríades de coisas consideradas concretas não é mais do que uma percepção da mente, resultante daquilo que existe como informação no ponto focalizado. Outros mundos muito concretos existem. Não existem fisicamente, mas potencialmente, como algo que lembra um registro no HD de um computador. D a forma que mente gera este mundo, por ser o universo uma artifício da Mente (O Universo é Mental) ela pode gerar incontável número de outros ( Na verdade ela não gera e sim apenas percebe). O verdadeiro iniciado sabe como viajar nesses planos, ou seja, como viajar e vivenciar estando de vigília e também em estados chamados sonhos. Quando o processo é efetivado, o mais importante é que a pessoa pode se da conta de que está vivenciando, vivendo outras realidades, o que não acontece num sonho comum, aquele do dia-a-dia. Neste caso ele só tem ciência quando volta ao estado comum de vigília, mas, com certa prática a pessoa pode saber que está sonhando e até mesmo assumir o comando das situações como acontece no estado de vigília (No estado de atenção chamado por Dom Juan de Segunda Atenção. 6 SONHO - FANTASIA OU REALIDADE? “ ONDE VIVES? PERGUNTA O POSSÍVEL AO IMPOSSÍVEL. E ESSE RESPONDE: NOS SONHOS ...” RABINDRANATH TAGORE 1 9 9 5 TEMA 0.358 Quando a pessoa adormece, dizem algumas doutrinas, há um desligamento parcial do espírito com o corpo. Assim sendo, o espírito como que viaja para lugares distantes. Na realidade ele não viaja, o que ocorre é uma projeção mental para além do lugar e tempo onde está o corpo físico. O ponto focal da consciência pode se manifestar em qualquer nível Cósmico. Via de regra ele se manifesta onde está o corpo físico, mas isso numa pessoa encarnada. Já dissemos na série de palestras sobre os corpos intermediários que a consciência se manifesta no derradeiro dos corpos intermediários. Numa pessoa encarnada ele se manifesta evidentemente ao nível do corpo físico dando até mesmo a impressão de que ela se situa no cérebro. Numa pessoa em que haja anulação do corpo físico ( por desencarne, anestesia, traumatismos com perda das percepções ) ela pode se manifestar num outro nível, num outro corpo astral. Mas, não é somente nas condições citadas que a pessoa toma ciência dos afloramentos da consciência em outros níveis. Muitas vezes uma projeção desse tipo ocorre espontaneamente. Tornar-se ciente num ponto afastado é necessário que a pessoa altere a sua vibração. Existem alguns métodos que possibilitam isso e que são ensinadas por algumas doutrinas. Carlos Castañeda menciona com freqüência os ensinamentos de Dom Juan referentes às condições que o “feiticeiro” atinge estados modificados de percepção através de deslocamentos daquilo que ele chama de Ponto de Aglutinação. Diz que é pelo deslocamento daquele ponto que os diversos níveis de consciência se manifestam. Isto é verdade e veremos alguns detalhes que julgamos importantes no desenvolvimento espiritual. Primeiramente queremos lembrar que em nível orgânico, em nível corporal, existe no cérebro um ponto correspondente á qualquer função. Tudo tem o seu lugar representativo no cérebro. Se, por exemplo, for estimulado o ponto da visão a pessoa terá sensação de luz, de cor e assim por diante. Também a acupuntura e reflexologia afirmam que no nariz, nas orelhas e nas plantas dos pés estão representados todos os pontos do corpo e que se um daqueles pontos for estimulado haverá uma resposta correspondente à função inerente a ele. Algo semelhante acontece com relação ao corpo bioplasmático, há um ponto energético representativo de cada nível de consciência. Assim sendo, atuando-se sobre o ponto energético (ponto de convergência) obtém-se um determinado estado de consciência. Portanto, deslocando-se o ponto energético (ponto de aglutinação citado por Carlos Castañeda ) o nível de consciência aflora num outro nível.2 “Assim como é em cima é embaixo”, portanto todas as coisas que existem num nível existem em a sua representação nos demais níveis. Como na Consciência está registrado tudo quanto há, então por uma abordagem mental é possível efetivar qualquer percepção, que dia 2 Temos evidenciado que a compreensão sobre o ponto de aglutinação citado seguidamente por Carlos Castañeda tem sido de difícil compreensão para muitos leitores daquele autor. Na realidade o ponto de aglutinação é um ponto de confluência, situado no corpo energético, dos distintos níveis de energia psíquica inerente aos estados de consciência da pessoa. 7 respeito até mesmo a um mundo. Coisa alguma fica fora da Consciência, ela é o tudo, um infinito e como tal coisa alguma pode ficar de fora. Em resumo, na Consciência pontos representativos de todo o universo em todos os planos, vivenciá-los é apenas uma questão de sintonia mental. Estimulando-se ( o que eqüivale a fazer mudar de lugar ) o ponto energético correspondente aos níveis de consciência é possível se projetar a consciência para N níveis. Na realidade o que varia são os métodos de como agir sobre ponto energético segundo o que se pretende obter. Experiências fisiológicas mostram que estímulo exercido sobre pontos cerebrais obtém-se inúmeras respostas psíquicas e sensoriais. Por exemplo, se um determinado ponto do cérebro for estimulado mecanicamente a pessoa pode ter sensação tão real que é incapaz de perceber ser aquilo algo não real provocado por um estímulo mecânico. Por esse tipo de experiência é possível a pessoa sentir odores, perceber formas, cores, sensações auditivas e mesmo estados se cólera e de tranqüilidade, sensações eróticas, etc. Se, por exemplo, for estimulado um ponto correspondente a um odor a pessoa sentirá aquele odor de forma não fácil de concluir ser ele provocado por algo real ou simplesmente ser resultante de um estímulo mecânico cerebral. Agora vale outro ensinamento. Se aquele ponto em vez de ser levemente estimulado o for com intensidade está sujeito a ocorrer um dano com resultado definitivo, algo que passa a agir de forma perene e assim a pessoa jamais deixaria de sentir aquele odor. Isto é valido para qualquer outro tipo de sensação. O que descrevemos sucintamente sobre estímulos presta-se bem para o entendimento do que ocorre com referência ao ponto energético. Ao ser estimulado o ponto de convergência (= ponto de aglutinação) a pessoa vivencia outra realidade, quer em espaço, quer em tempo. Na realidade não é um deslocamento do ponto energético. Uma pessoa que tenha a capacidade de perceber o corpo energético vê aquele ponto de confluência nas diferentes situações. Vê que ele como que muda de posição dentro do campo energético. Na realidade ele não muda de lugar, na realidade podemos dizer que isso é só aparente, há deslocamento real do ponto de convergência energética e sim níveis de vibrações que dão uma sensação, pois o que se percebe realmente é a alteração vibratória. Um nível vibratório corresponde a um estado de consciência, uma vibração diferente corresponde a outra realidade e assim sucessivamente. No nível em que o ponto energético estiver vibrando ali está a consciência da pessoa. Não é raro ter-se percepções de outros níveis de consciência e de registros de memória. Isto em dado momento aflora parcialmente durante o sono e no estado de virgília é assinalado como um sonho.. Acontece que os sonhos não são claros exatamente porque as percepções ocorridas durante o sono são conscientizadas fragmentariamente, afloram segmentos de percepções de situações diferentes misturados, e mais porque os elementos constitutivos da mente (associação, imaginação, etc.) entram em ação e assim mascaram a percepção obtida no sonho. Esta é uma das razões pelas quais os sonhos são alheios aos princípios que regem o pensamento lógico. Via de regra eles violentam a lógica, a começar pela relação espaço tempo. Estas duas condições têm conotação totalmente diversa daquelas que ocorrem no estado de vigília. O que uma pessoa considera ilógico existe se fosse uma nada não se apresentaria como algo, assim podemos dizer que o ilógico também faz parte do registro geral – Consciência – e por isso pode ser acessado. Uma conseqüência disso é que aquilo que é lógico ou ilógico não são mais do que pontos de registros na consciência. Resulta que a lógica é algo próprio de cada posicionamento. Mas, não são apenas “viagens” que participam na elaboração dos sonhos. Quando uma pessoa adormece, ela praticamente está no mundo astral e todas as condições que já estudamos a respeito do astral se tornam presentes. Aquelas situações são rememoradas quando a pessoa volta ao estado de virgília e então tem a sensação de haver tido um sonho. Assim uma pessoa através do estado de sono pode ter acesso a diferentes níveis astrais que ela se dá conta como se fosse sonho. 8 Num estado de sonho a pessoa pode ter acesso a níveis com escala espaço / tempo totalmente diversa e assim em certas condições pode ter acesso aos registros do tempo e colher eventos ainda por acontecerem no mundo objetivo. Neste caso são os sonhos premonitórios. Por meio dos sonhos premonitórios é que muitas profecias são feitas. O futuro já está registrado no tempo, ou como preferem chamar os orientais, nos registros akásicos, ou o Hermetismo registro da Consciência. Aqueles registros podem ser consultados e assim sendo uma consulta aos registros do tempo – consciência – pode aflorar parcialmente constituindo exatamente um sonho. No estado de sonho a mente de uma pessoa adormecida comporta-se num nível abaixo daquele que ocorre no estado de virgília, muito embora as experiências que ocorrem num sonho sejam muito mais elásticas desde que no estado de virgília há um enorme condicionamento físico da mente exercendo uma filtragem, enquanto que no estado onírico a barreia imposta pelo corpo físico é muito menor, por isso a clareza de consciência é menor do que no estado de vigília. Concluímos afirmando que sonho não é uma quimera, e sim uma realidade tal qual aquilo que se vivencia em estado de vigília. O estado onírico se for considerado uma ilusão, o mesmo acontece com o estado de vigília, afinal o Universo é Mental. 9 INTRODUÇÃO À NATUREZA DOS SONHOS “ NEM SEMPRE ESTÁ DORMINDO QUEM TEM OS OLHOS FECHADOS”. 1 9 9 5 T E M A 0.3 5 6 Em todas as épocas o sonhar exerceu grande influência sobre as pessoas. Para uns, é algo sem significação, para outros é algo tão importante que muitos sonhos foram tidos como mensagens dos deuses. Na Bíblia há muitas citações a respeito de sonhos, muitos profetas receberam mensagens das divindades através deles. Há muitas referências aos anúncios feitos em sonhos pelos anjos anunciadores, assim aconteceu com o nascimento de Salomão e de Jesus. Teriam os sonhos importância real? - Certamente, pois na Bíblia está escrito: Quando os tempos forem chegados, as crianças terão visões e os velhos terão sonhos. A fisiologia até o momento não pode explicar o que na realidade são os sonhos, apenas ela consegue detectar quando uma pessoa está sonhando e alguns mecanismos cerebrais inerentes ao processo, mas de forma alguma o que ele é em essência, contudo através da metafísica no campo do Unismo isso se torna de fácil compreensão. Sendo algo muito enigmático, é muito elevado o número de tentativas de explicá-los, chegando mesmo a existir uma mística inerente aos sonhos. A arte divinatória tem nos sonhos um dos seus principais suportes operacionais. Sempre houve os que tentaram interpretar os sonhos. Na Grécia antiga as pitonisas previam o futuro e adivinhavam os acontecimentos pelos sonhos, tal como faziam também os antigos sacerdotes da Pérsia. Para os Cristãos e Judeus e o mais conhecido de todos os sonhos é aquele que José, filho de Jacó interpretou para um Faraó do Egito. Aquele sonho do Faraó constitui um dos tipos básicos e classificados como Sonho Profético. Na psicanálise o sonho tem um papel muito importante haja vista o que disse Freud: “O sonho é na vida real o que conduz ao conhecimento do inconsciente”. Os sonhos sempre foram envoltos por uma auréola de mistério, exatamente, não apenas porque representam um estado de consciência totalmente discrepante do estado de virgília, pois que, via de regra, são alheios aos princípios que regem o pensamento lógico. São condições que ocorrem como que fora do espaço-tempo comum. Na realidade é assim, somente a mente objetiva tem essa conotação de tempo, que vivenciamos no dia-a-dia, mas podemos afirmar que em outros níveis de consciência se tem uma sensação temporal característica. Conforme o plano de consciência em que se esteja a sensação de fluir do tempo vai desde o patamar típico do dia a dia comum até um patamar em que se torna zero ao nível do NADA. Por isso é que durante o sono a pessoa perde a noção de tempo físico, a noção de cronologia. Sonham- 10

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