This is page i Printer: Opaque this Contents 1 Problemas que deram origem à mecânica quântica 3 1.1 Radiação de corpo negro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 1.1.1 Teoria de troca de Prevost. . . . . . . . . . . . . . . 4 1.1.2 Leis de Kirchoff . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 1.1.3 Lei de Stefan-Boltzman . . . . . . . . . . . . . . . . 8 1.1.4 Leis de Wien . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9 1.1.5 Lei de Rayleigh-Jeans . . . . . . . . . . . . . . . . . 9 1.1.6 Lei de Planck . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11 1.2 Efeito fotoelétrico. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14 1.3 Radiação eletromagnética de átomos . . . . . . . . . . . . . 14 1.3.1 O átomo de Bohr . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14 1.3.2 Postulados de Bohr. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16 1.4 Calor específico dos sólidos . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26 1.4.1 Modelo de Dulong e Petit . . . . . . . . . . . . . . . 26 1.4.2 Modelo de Einstein . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26 1.4.3 Modelo de Debye . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28 2 Mecânica ondulatória 33 2.1 Introdução. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33 2.2 Dualidade onda-partícula: hipótese de de Broglie . . . . . . 34 2.3 Princípio da incerteza de Heisenberg . . . . . . . . . . . . . 38 2.4 Pacotes de onda . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40 2.5 Equação de Schrödinger . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43 2.6 Interpretação da função de onda Ψ(x,t) . . . . . . . . . . . 44 ii Contents 2.7 Revisão dos conceitos de probabilidade . . . . . . . . . . . . 48 2.8 Valores esperados de variávels dinâmicas. Operadores. . . . 50 2.8.1 Operadores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57 2.8.2 Definição de operadores . . . . . . . . . . . . . . . . 57 2.8.3 Equação de autovalores . . . . . . . . . . . . . . . . 58 2.8.4 Relações de comutação . . . . . . . . . . . . . . . . . 59 3 Equação de Schrödinger independente do tempo 63 3.1 Introdução. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63 3.2 Estados estacionários em uma dimensão . . . . . . . . . . . 65 3.3 Estados estacionários de uma partícula numa caixa: o poço quadrado infinito . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 68 3.4 Outros potenciais unidimensionais . . . . . . . . . . . . . . 73 3.4.1 O potencial degrau . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73 3.4.2 A barreira de potencial . . . . . . . . . . . . . . . . 85 3.4.3 O poço de potencial . . . . . . . . . . . . . . . . . . 91 3.5 O oscilador harmônico simples . . . . . . . . . . . . . . . . 100 3.6 Outro método de solução do problema do oscilador . . . . . 108 3.6.1 Normalização das funções de onda do oscilador har- mônico. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 116 3.6.2 Ortogonalidade das funções de onda . . . . . . . . . 119 4 A equação de Schrödinger em três dimensões 121 4.1 O potencial central . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 122 4.1.1 Momento angular. Relações de comutação . . . . . . 125 4.1.2 Equações de autovalores para L2 e L . . . . . . . . 129 z 4.2 Funções associadas de Legendre . . . . . . . . . . . . . . . . 131 4.2.1 Método das séries de potência . . . . . . . . . . . . . 131 4.2.2 Método de operadores . . . . . . . . . . . . . . . . . 143 4.3 Solução da equação radial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 150 4.3.1 ApartículalivreemtrêsDimensões:coordenadases- féricas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 153 4.3.2 Expansão de ondas planas em harmônicos esféricos . 160 4.4 Outros potenciais tridimensionais . . . . . . . . . . . . . . . 162 4.4.1 Poço quadrado de potencial . . . . . . . . . . . . . . 162 4.4.2 O oscilador harmônico tridimensional isotrópico. . . 167 5 O átomo de hidrogênio 181 5.1 Sistema de duas partículas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 181 5.2 Estados ligados do átomo de hidrogênio (E <0) . . . . . . 183 5.2.1 ExemplosdefunçõesR (r)paraoátomodehidrogênio191 n,l 5.3 Observações sobre as soluções para o átomo de hidrogênio . 193 5.3.1 Níveis de energia e a notação espectroscópica . . . . 193 5.3.2 Distribuição de probabilidades . . . . . . . . . . . . 194 Contents 1 6 Interação de elétrons com campo eletromagnético 199 6.1 Sistema clássico sujeito a um potencial eletromagnético . . 200 6.2 Sistema quântico sujeito a um potencial eletromagnético . 203 6.2.1 Efeito Zeeman normal . . . . . . . . . . . . . . . . . 205 7 Adição de momentos angulares. Coeficientes de Clebsch- Gordan 209 7.1 Análise clássica de um sistema de partículas não-interagentes 210 7.2 Análise clássica de um sistema de partículas interagentes . . 211 7.3 Adição de dois spins 1/2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 212 7.3.1 Autovalores de S . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 214 z 7.3.2 Autovalores de S2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 215 7.4 Adição de dois momentos angulares arbitrários . . . . . . . 217 7.5 Coeficientes de Clebsch-Gordan . . . . . . . . . . . . . . . . 224 8 Teoria de perturbação 227 8.1 Teoria de perturbação independente do tempo . . . . . . . . 228 8.1.1 Estados não-degenerados . . . . . . . . . . . . . . . 228 8.1.2 Aplicaçõesdateoriadeperturbaçãodeprimeiraordem234 8.1.3 Estados degenerados . . . . . . . . . . . . . . . . . . 238 8.1.4 Efeito Stark no átomo de hidrogênio . . . . . . . . . 240 Index 246 2 Contents This is page 3 Printer: Opaque this 1 Problemas que deram origem à mecânica quântica No final do século passado, os físicos se depararam com alguns problemas quenãotinhamrespostasdentrodaFísicaClássica,cujasbasesjáestavam bem estabelecidas naquela época. São eles: Radiação do corpo negro • Efeito fotoelétrico • Radiação eletromagnética dos átomos • Calor específico dos sólidos • Atualmente esses problemas são comumente relacionados com a origem da Mecânica Quântica: 4 1. Problemas que deram origem à mecânica quântica 1.1 Radiação de corpo negro Neste capítulo, vamos estudar a radiação de corpo negro. Com base em resultados experimentais, podemos dizer que: a) Todos os corpos emitemradiaçãoeletromagnética quandoaquecidos. b) À medida que a temperatura aumenta, o corpo muda da coloração vermelha ao branco. c) À baixa temperatura a radiação está no infravermelho e, por isso, invisível. d) Mesmo um corpo estando a uma temperatura mais baixa que o meio ambiente ele continua a irradiar. A partir desses resultados nasce a questão: Por que um corpo não se esfria até o zero absoluto? A resposta a esta questão pode ser construída com base nas observações de vários pesquisadores. Cronologicamente, tem-se: 1.1.1 Teoria de troca de Prevost 1809 — Teoria de Troca de Prevost ”Existe um intercâmbio permanente de calor entre os corpos vizinhos, cada um irradiando como se os outros não estivessem presentes;noequilíbrio,cadaumabsorveexatamentetantoquanto emite.” 1.1.2 Leis de Kirchoff 1859 — Lei de Kirchoff ”A razão entre a emitância e absortância de um corpo só de- pende da frequência da radiação e da temperatura do corpo, e é independente da sua natureza.” Definition 1 Emitância (E ) é a energia radiante emitida por um corpo ν comfrequênciasnointervaloν eν+dν porunidadedetempoeporunidade de área. Definition 2 Absortância (A ) é a fração da energia incidente, dentro do ν intervalo de frequência ν e ν+dν, que é absorvida pelo corpo. 1.1 Radiação de corpo negro 5 Placa 1 Placa 2 S, Eν, Aν S, eν, aν EνS aνEνS EνS - aνEνS =EνS (1-aν) ΑνEνS (1-aν) EνS (1-aν) (1-Aν) aνEνS (1-aν)(1-Aν) • • • FIGURE 1.1. Para uma frequência ν, podemos calcular a quantidade de radiação ab- sorvida pela placa 2. a) Devido à emissão da placa 1: 1 2 7→ = E S+a E S(1 a )(1 A ) ν ν ν ν ν − − +a E S(1 a )2(1 A )2+ a ν ν ν ν ν − − ··· Escrevendo k = (1 a )(1 A ) < 1 e substituindo na expressão acima, ν ν − − encontra-se 1 2 7→ = a E S+a E Sk+a E Sk2+ ν ν ν ν ν ν ··· = a E S(1+k+k2+ ) ν ν ··· a E S = ν ν 1 k − onde usamos o resultado da soma de uma PG com razão q <1. b) Devido à emissão da placa 2: 6 1. Problemas que deram origem à mecânica quântica Placa 1 Placa 2 S, Eν, Aν S, eν, aν eνS ΑνeνS eνS - AνeνS = eνS (1-Αν) eνaνS (1-Aν) eνS (1-aν) (1-Aν) ΑνeνS (1-aν)(1-Aν) eνS (1-aν) (1-Aν)2 EνS (1-aν) (1-Aν)2 • • • FIGURE 1.2. 2 2 7→ = a e (1 A )S+a e S(1 a )(1 A )2 ν ν ν ν ν ν ν − − − = a e S(1 a )2(1 A )3+ ν ν ν ν − − ··· = a e (1 A )S(1+k+k2+ ) ν ν ν − ··· a e (1 A )S = ν ν − ν 1 k − Aplicando a lei de troca de Prevost para a placa 2, obtem-se: a E S a e (1 A )S e S = ν ν + ν ν − ν ν 1 k 1 k − − e (1 k)S = a E +a e (1 A ) ν ν ν ν ν ν − − e [1 (1 a )(1 A )] = a E +a e (1 A ) ν ν ν ν ν ν ν ν − − − − e A = a E ν ν ν ν e E ν = ν a A ν ν E Esteresultadonosdizquearelação ν independedanaturezadoscorpose, A ν portanto,dependemosapenasdafrequênciaνedatemperaturaT.Podemos então dizer que 1.1 Radiação de corpo negro 7 θ n Ω d ∆ S u(ν,T) FIGURE 1.3. E ν =f(ν,T),função universal de ν e T. A ν 1860 - Kirchoff introduziu o conceito de Corpo Negro (A=1) A partir desse conceito Kirchoff concluiu que a função de distribuição f(ν,T) é igual ao poder emissivo de um corpo negro, isto é E =f(ν,T) poder emissivo de um corpo negro ν ⇒ A partir desse resultado, estabeleceu também a relação entre a radiação emitida por um corpo negro e por uma cavidade (um forno, por exemplo), através do Teorema da Cavidade, cujo enunciado diz que ”A radiação dentro de uma cavidade isotérmica à temper- atura T é do mesmo tipo que a emitida por um corpo negro. ” Poresteteorematornou-sepossívelcalcularafunçãouniversalf(ν,T),através do poder emissivo de uma cavidade. Seja u(ν,T) a densidade de energia radiantecomfrequênciaentreν eν+dν emitidaporumacavidadequepos- sui um orifício de área ∆S. A energia contida no volume ∆V = c∆Scosθ no memso intervalo de frequência é u(ν,T)∆Vdν. Assim, a energia emi- tida pelo orifício num ângulo sólido dΩ, considerando o espaço isotrópido, é dΩu(ν,T)c∆Scosθdν. Integrando dΩ (= senθdθdϕ),uma vez que a en- 4π 8 1. Problemas que deram origem à mecânica quântica ergia não depende da direção, encontra-se π/2 cosθsinθdθ 2π 1 dϕ= 4π 4 Z0 Z0 Logo, a energia total emitida pelo orifício por unidade de tempo com frequência no intervalo entre (ν,ν+dν) é c ∆S u(ν,T)dν 4 Cavidade corpo negro energia emitida é igual a emitância do • ↔ ⇒ corpo, isto é, c E ∆Sdν ∆Sf(ν,T)dν = ∆S u(ν,T)dν ν ≡ 4 Então: c f(ν,T)= u(ν,T) 4 1.1.3 Lei de Stefan-Boltzman 1879 — Lei de Stefan AsexperiênciasdeTyndallmostraramqueaquantidadetotalderadiação emitida por um fio de platina, aquecido a 1473 K era11,7 vezes aquela emitida pelo mesmo fio a uma temperatura de 798 K. Stefan percebeu que 1473 4 = 11,609 e concluiu que a radiação total é proporcional à T4, 798 µ ¶ isto é, u(T)=αT4. 1884 — Boltzman Após cinco anos, Boltzman dá sustentação teórica à lei de Stefan, com base nas leis da termodinâmica. De fato, partindo da equação de estado u para a radiação, p= , e usando as duas primeiras leis da termodinâmica 3 dQ=dU +pdV, dQ=T dS (U =uV) ¾ TdS = dU +pdV, dU = d(uV)=Vdu+udV TdS = Vdu+(p+u)dV 4 = Vdu+ udV 3
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