Alguém já comparou o aforismo – ou mais genericamente, o microtexto - à bagagem de mão da literatura. A acreditar nisso, Ciro Pellicano é um dos fabricantes mais ativos do setor. De fato, este quarto livro leva para mais de três mil a quantidade de carry ons que o autor já colocou em circulação. E, sem querer abusar da metáfora, não estamos falando de mochilas ou sacos de viagem de rápida obsolescência que abundam nas prateleiras das livrarias. Os artigos da empresa, melhor dizendo, do ateliê Pellicano são feitos para o consumo prolongado. Têm a relevância que separa a piada de fácil consumo da frase (como se costuma dizer) com alguma coisa por trás. Um livro não para ser lido do começo ao fim como manda a convenção, mas sim folheado/saboreado aleatoriamente. Das antigas verdades que herdamos no atacado ao varejo de nossa rotina diária, não há tema que o autor não revisite e de que não descubra um novo ângulo. Acompanhe-o em mais esta viagem.